A GRANDE
TRIBULAÇÃO
Apocalipse 6.1-8.
1 - E, havendo o Cordeiro aberto um dos selos,
olhei e ouvi um dos quatro animais, que dizia, como em voz de trovão: Vem e vê!
2 - E olhei, e eis um cavalo branco; e o que
estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu
vitorioso e para vencer.
3 - E havendo aberto o segundo selo, ouvi o
segundo animal, dizendo: Vem e vê!
4 - E saiu outro cavalo, vermelho; e ao que
estava assentado sobre ele foi dado que tirasse a paz da terra e que se
matassem uns aos outros; e foi-lhe dada uma grande espada.
5 - E, havendo aberto o terceiro selo, ouvi o
terceiro animal, dizendo: Vem e vê! E olhei, e eis um cavalo preto; e o que
sobre ele estava assentado tinha uma balança na mão.
6 - E ouvi uma voz no meio dos quatro animais,
que dizia: Uma medida de trigo por um dinheiro; e três medidas de cevada por um
dinheiro; e não danifiques o azeite e o vinho.
7 - E, havendo aberto o quarto selo, ouvi a
voz do quarto animal, que dizia: Vem e vê!
8 - E olhei, e eis um cavalo amarelo; e o que
estava assentado sobre ele tinha por nome Morte; e o inferno o seguia; e
foi-lhes dado poder para matar a quarta parte da terra com espada, e com fome,
e com peste, e com as feras da terra.
A Grande Tribulação será após o
arrebatamento da Igreja. Não há qualquer base bíblica que fundamente a ideia de
que a Igreja passará por aqueles tenebrosos e angustiantes dias. Segundo a
visão pré-tribulacionista, a Igreja, tanto os santos que agora dormem no
Senhor, quanto os que estiverem vivos na ocasião do arrebatamento, serão
retirados da terra “antes” de se iniciar a 70ª Semana de Daniel. Entretanto,
alguns negam esta realidade, são: os mesotribulacionistas (acreditam que a
Igreja será arrebatada no final do primeiro período da Tribulação); e os
pós-tribulacionistas (que admitem a passagem da Igreja pela Grande Tribulação,
sendo arrebatada na manifestação de Jesus em Glória). A Igreja de Cristo está
isenta deste período profético pelas seguintes razões: Ela será arrebatada
antes (2 Ts 2.3,6-8); é a Noiva do Cordeiro, não será maculada (2 Co 11.2); é
luz e sal da terra, não ficará nas trevas espirituais (Mt 5.13,14); é santa,
não sofrerá nas mãos do iníquo (2 Ts 2.8); tem o penhor e o selo do Espírito
Santo (Ef 1.13,14); e guarda com paciência a Palavra de Deus (Ap 3.10).
Os profetas e apóstolos discorreram
de tal forma sobre a Grande Tribulação, que basta uma leitura de seus escritos
para conscientizar-nos de sua realidade escatológica. Haja vista o livro de
Sofonias que, em termos proporcionais, foi o autor sagrado que mais tratou
deste importante tema.
A Grande Tribulação é o “dia do
Senhor”, no qual Deus entrará em juízo com um mundo altivo, rebelde e
impenitente (Is 13.9-11; Ml 4.1).
Tendo como base as Sagradas
Escrituras, observemos, como poderemos definir esta tão importante doutrina.
I. O QUE É A GRANDE TRIBULAÇÃO
1. Definição. A
Grande Tribulação é o período de maior angústia da história humana, em que os
ímpios serão obrigados a reconhecer quão terrível é cair nas mãos do Deus vivo.
Na língua hebraica, a palavra angústia é particularmente forte: tsará, que significa, ainda, necessidade e
esposa rival. Evoca este termo as contendas que havia, por exemplo, entre
Penina e Ana, que levaram esta a uma aflição quase que indescritível (1 Sm
1.15).
A Grande Tribulação recebe,
outrossim, as seguintes denominações na Bíblia Sagrada:
a) Dia do Senhor. “O
grande dia do Senhor está perto, está perto, e se apressa muito a voz do dia do
Senhor; amargamente clamará ali o homem poderoso” (Sf 1.14).
b) Dia da Angústia de Jacó. “Ah!
Porque aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante! E é tempo de
angústia para Jacó; ele, porém, será salvo dela” (Jr 30.7).
c) Ira do Cordeiro. “E
os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e
todo servo, e todo livre se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas
e diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos do rosto
daquele que está assentado sobre o trono e da ira do Cordeiro, porque é vindo o
grande Dia da sua ira; e quem poderá subsistir?” (Ap 6.15-17).
II. QUANDO TERÁ INÍCIO A GRANDE TRIBULAÇÃO
A Bíblia é clara a respeito da Grande
Tribulação, que terá início:
1. Após o arrebatamento da Igreja. “Como
guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da
tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra”
(Ap 3.10). Logo: a Igreja de Cristo não terá de experimentar a Grande
Tribulação. Neste período, estaremos recebendo nossos galardões consoante ao
trabalho que executamos na expansão do Reino de Deus. A promessa de Jesus à sua
Igreja é a de preservá-la desse sofrimento (1 Ts 1.10; 5.9; Lc 21.35,36).
2. Na metade da 70ª Semana de Daniel. “E
ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e, na metade da semana, fará
cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá
o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado
sobre o assolador” (Dn 9.27).
A 70ª Semana de Daniel pode ser
dividida em duas metades distintas.
a) A primeira metade da
semana será marcada pelo reinado absoluto do Anticristo que, assentado no Santo
Templo em Jerusalém, será aceito tanto pelos judeus quanto pelos gentios.
Aqueles, tê-lo-ão como o seu messias; estes, como o seu salvador. Essas duas
metades da semana profética de Dn 9.27 são mencionadas diversas vezes em Ap
11.2,3; 12.6,14; 13.5.
b) A Segunda metade será
ocupada pela Grande Tribulação propriamente dita: “Pois que, quando disserem:
Há paz e segurança, então, lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores
de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão” (1 Ts 5.3).
III. QUAL O OBJETIVO DA GRANDE TRIBULAÇÃO
A Grande Tribulação será deflagrada,
visando a aplicação dos juízos divinos sobre a terra e a reconciliação de
Israel com o seu verdadeiro Messias. Ela também possui como objetivos:
1. Levar os homens a se arrependerem
de seus pecados. “E, por causa das suas dores e por causa das suas
chagas, blasfemaram do Deus do céu e não se arrependeram das suas obras” (Ap
16.11).
2. Destruir o império do Anticristo. “E
o quinto anjo derramou a sua taça sobre o trono da besta, e o seu reino se fez
tenebroso; e os homens mordiam a língua de dor” (Ap 16.10).
3. Desestabilizar o atual sistema
mundial. “Estavas vendo isso, quando uma pedra foi cortada,
sem mão, a qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro e os esmiuçou.
Então, foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o cobre, a prata e o ouro, os
quais se fizeram como a pragana das eiras no estio, e o vento os levou, e não
se achou lugar algum para eles; mas a pedra que feriu a estátua se fez um
grande monte e encheu toda a terra” (Dn 2.34,35).
4. Implantar o reino de Nosso Senhor
Jesus Cristo. “Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará
um reino que não será jamais destruído; e esse reino não passará a outro povo;
esmiuçará e consumirá todos esses reinos e será estabelecido para sempre” (Dn
2.44).
IV. QUEM PASSARÁ PELA GRANDE TRIBULAÇÃO
Há dois grupos distintos que passarão
pela Grande Tribulação:
1. Os judeus que não tiverem aceitado
a Cristo. “Ah! Porque aquele dia é tão grande, que não houve
outro semelhante! E é tempo de angústia para Jacó; ele, porém, será salvo dela”
(Jr 30.1-7). Leia também Apocalipse 12.1-7. Nesta passagem, Israel é tipificado
pela mulher que, perseguida pelo dragão, vai procurar refúgio no deserto. E o
dragão, que é o próprio Diabo, buscando sempre arruinar os planos de Deus, sai
para fazer guerra aos descendentes da mulher que se acham espalhados pelo
mundo.
2. Os gentios. “Depois
destas coisas, olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de
todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono e
perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos” (Ap
7.9,13,14). Nesta passagem, somos apresentados aos gentios que serão salvos
durante a Grande Tribulação.
V. AS QUATRO FASES DA GRANDE TRIBULAÇÃO
Durante a 70ª Semana de Daniel, na
qual situa-se a Grande Tribulação, haverá quatro fases distintas:
1. A falsa paz oferecida pelo
Anticristo. “E olhei, e eis um cavalo branco; e o que estava
assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso e
para vencer” (Ap 6.2).
Não podemos confundir este cavaleiro
com o Senhor Jesus Cristo que, em Apocalipse 19.11, aparece gloriosamente,
voltando à terra para implantar o Reino de Deus (Ap 19.11). A paz a ser
oferecida pelo Anticristo é ilusória e passageira (1 Ts 5.3).
2. A guerra. “E
saiu outro cavalo, vermelho; e ao que estava assentado sobre ele foi dado que
tirasse a paz da terra e que se matassem uns aos outros; e foi-lhe dada uma
grande espada” (Ap 6.4).
3. A fome. “E,
havendo aberto o terceiro selo, ouvi o terceiro animal, dizendo: Vem e vê! E
olhei, e eis um cavalo preto; e o que sobre ele estava assentado tinha uma
balança na mão. E ouvi uma voz no meio dos quatro animais, que dizia: Uma
medida de trigo por um dinheiro; e três medidas de cevada por um dinheiro; e
não danifiques o azeite e o vinho” (Ap 6.5,6).
4. A morte. “E,
havendo aberto o quarto selo, ouvi a voz do quarto animal, que dizia: Vem e vê!
E olhei, e eis um cavalo amarelo; e o que estava assentado sobre ele tinha por
nome Morte; e o inferno o seguia; e foi-lhes dado poder para matar a quarta
parte da terra com espada, e com fome, e com peste, e com as feras da terra”
(Ap 6.7,8).
Os quatro primeiros selos do
Apocalipse são uma admirável síntese do que ocorrerá durante a Grande
Tribulação. Em primeiro lugar, há a falsa paz oferecida pelo Anticristo. Paz
esta, aliás, que, por ser estabelecida com base na injustiça, acabará por gerar
guerras e desinteligências entre as nações. Como acontece em períodos de
conflagrações, os conflitos armados trarão a fome que, por seu turno, haverá de
gerar epidemias e pestilências.
VI. HAVERÁ SALVAÇÃO DURANTE A GRANDE TRIBULAÇÃO
Quando se estuda a Grande Tribulação,
a pergunta é inevitável: haverá salvação neste período? O livro do Apocalipse
mostra dois grupos distintos de salvos: os israelitas e os gentios (Ap 7.4-14).
Isto significa que, apesar da oposição do Anticristo, a Bíblia continuará a ser
divulgada em escala mundial. Enganam-se, portanto, os que afirmam que, após o
arrebatamento da Igreja, as Sagradas Escrituras perderão a sua inspiração
sobrenatural e única. Tal ensinamento não conta com qualquer respaldo bíblico.
Afirma o profeta Isaías: “Seca-se a erva, e caem as flores, mas a palavra de
nosso Deus subsiste eternamente” (Is 40.8).
CONCLUSÃO
Estejamos devidamente apercebidos, a
fim de que não sejamos pegos de surpresa no arrebatamento da Igreja. Os que não
subirem, terão de enfrentar a ira do Cordeiro. Infelizmente, muitos são os que
se acham adormecidos espiritualmente. É hora de despertar deste sono! Caso
contrário, como haveremos de escapar dos horrores da Grande Tribulação?
Senhor, não permitas que sejamos
dominados pela sonolência espiritual. Queremos estar apercebidos, a fim de que,
naquele grande dia, possamos estar para sempre contigo. Amém!
“Após o arrebatamento, haverá um
tempo de terrível tribulação e angústia predito pelos profetas do Antigo
Testamento. Daniel refere-se a uma tribulação jamais dantes experimentada (Dn
12.1). Mateus 24.21-29 descreve-a como a Grande tribulação. E Apocalipse 3.10
descreve-a como ‘a hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para
tentar os que habitam na terra’. Jeremias, por sua vez, predisse que essas
trevas seriam o ‘tempo de angústia para Jacó’ (Jr 30.4-7). Tanto Isaías quanto
Zacarias falaram acerca desta indignação de Deus contra os habitantes da terra
(Is 24.17-21 e Zc 14.1-3).
Quando terá início a Grande
Tribulação?
Mateus 24.30 localiza a Grande
tribulação como tendo lugar por ocasião do glorioso retorno de Cristo. É
evidente, pois, que a tribulação ocorra entre o arrebatamento e a revelação de
Cristo. Temos outras garantias de que o arrebatamento, realmente, ocorrerá
antes da tribulação (1 Ts 5.9-11).
[...] Fica evidente, pois, que
nenhuma parte da Igreja de Cristo será deixada na terra para sofrer os
julgamentos de Deus durante a tribulação” (MENZIES, W. W.; HORTON, S. M. Doutrinas bíblicas: Uma perspectiva pentecostal. RJ: CPAD, 1995, pp.232-3).
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