O JUIZO
FINAL
Apocalipse 20.1-6.
1 - E vi descer do céu um anjo que tinha a
chave do abismo e uma grande cadeia na sua mão.
2 - Ele prendeu o dragão, a antiga serpente,
que é o diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos.
3 - E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e
pôs selo sobre ele, para que mais não engane as nações, até que os mil anos se
acabem. E depois importa que seja solto por um pouco de tempo.
4 - E vi tronos; e assentaram-se sobre eles
aqueles a quem foi dado o poder de julgar. E vi as almas daqueles que foram
degolados pelo testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a
besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem na mão; e viveram
e reinaram com Cristo durante mil anos.
5 - Mas os outros mortos não reviveram, até
que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição.
6 - Bem-aventurado e santo aquele que tem
parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte, mas
serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele mil anos.
PONTO DE CONTATO
Professor, comente com a classe
acerca da falibilidade dos governos humanos. Fale também sobre “certos projetos
políticos” que nos são apresentados repetidamente, mas nunca se concretizam.
Mediante estes argumentos, introduza a lição apresentando o governo justo e
eficaz de Cristo no Milênio.
As Escrituras afirmam que Deus é “Rei
eterno” (Sl 10.16), “Rei da Glória” (Sl 24.8), “Rei sobre a terra” (Sl 47.2), e
“Rei de Israel” (Is 44.6). O seu reino é atemporal (Sl 74.12) e domina sobre
todas as coisas (Sl 103.19). Ele o “dá a quem quer” (Dn 4.25). Deus, como Rei,
estabeleceu um reino teocrático com Adão, a quem deu o domínio sobre a criação
(Gn 1.28), com o governo humano (Gn 9.1-7), com os reis de Israel (1 Sm 12.13),
e com os gentios (Dn 4.17). Porém, esses monarcas falharam na execução da justiça
e no reconhecimento da soberania de Deus sobre os reinos da terra (Dn 4). No
entanto, Deus, através do herdeiro eterno do trono de Davi, Jesus (2 Sm 7.16;
Hb 1.8), mostrará às nações, durante mil anos, a excelência de um governo
regido com justiça e equidade (Hb 1.8) e orientado pela Palavra do Senhor (Is
2.3).
O Século 21, aguardado ansiosamente
como um novo recomeço para a humanidade, viu-se turbado pelos trágicos
acontecimentos de 11 de setembro de 2001. Aquele atentado, que atingiu o
coração da mais poderosa nação do planeta, haveria de desdobrar-se em guerras e
desentendimentos. De repente, todo o sonho de paz desfazia-se em pesadelos,
tornando inevitável a pergunta: O que nos reserva o futuro?
A Bíblia Sagrada mostra que, apesar
de nossos temores, haverá uma era de tranquilidade e refrigério. Isto
acontecerá quando o Senhor Jesus, logo após o Arrebatamento da Igreja e da
Grande Tribulação, vier a este mundo instaurar o Milênio.
I. O QUE É O MILÊNIO
O termo “Milênio” não consta do texto
bíblico, mas a expressão correspondente (“mil anos”), sim. Não obstante, a
doutrina do Milênio é essencialmente bíblica e consistentemente teológica.
1. Definição. O
Milênio é um período de mil anos durante o qual Cristo há de reinar plenamente
sobre o mundo, de acordo com o que explicita João no Apocalipse (20.1-5).
Trata-se de um reino literal, cujo
principal objetivo é a exaltação de Jesus não somente como o Messias de Israel,
mas como o Desejado de todas as nações (Ag 2.7).
2. O Milênio e o Reino de Deus. O
Milênio pode ser considerado ainda a manifestação plena do Reino de Deus na
terra. E isto nada tem a ver com a doutrina de algumas seitas que, renegando as
verdades bíblicas acerca do arrebatamento da Igreja, ensinam que este mundo
haverá de melhorar, pouco a pouco, até transformar-se num paraíso.
II. QUANDO SERÁ O MILÊNIO
O Milênio terá início logo após a
Grande Tribulação, quando Nosso Senhor Jesus Cristo, na companhia de todos os
seus santos, houver aniquilado o dragão, o falso profeta e a besta (Ap
19.11-21). O Milênio, por conseguinte, dar-se-á, logicamente, depois do
arrebatamento da Igreja.
Neste período, Satanás estará
amarrado até que se completem os mil anos. Em seguida, importa que ele seja
solto por um pouco de tempo, até que seja definitivamente lançado no lago de
fogo (Ap 20.2,7,10). Ver também Mt 25.41.
III. QUEM ESTARÁ NA TERRA DURANTE O MILÊNIO
Estarão na terra, durante o Milênio,
o povo de Israel e os gentios que houverem sobrevivido à Grande Tribulação e ao
juízo das nações (Mt 25.31-41). A Igreja, como já o dissemos, estará,
juntamente com Cristo, regendo o mundo. Afinal, dele recebemos esta promessa
(Ap 2.26,27).
Não sabemos exatamente em que lugar
encontrar-se-á a Igreja durante o Milênio: se no céu ou se entre a terra e o
céu. De uma coisa temos absoluta certeza: com os nossos corpos já glorificados,
estaremos reinando juntamente com Jesus. Aleluia! Onde estará o rei, aí também
estará o seu reino e os seus súditos. Os maravilhosos detalhes desse evento
encontram-se de posse do Rei dos reis.
IV. OBJETIVOS DO MILÊNIO
O Milênio será implantado, tendo
vários objetivos bem definidos:
1. Exaltar a Cristo. Todos
os povos, principalmente Israel, terão de se curvar ante Jesus Cristo, cujo
nome será sublime e soberanamente exaltado como o Rei dos reis e Senhor dos
senhores (Fp 2.5-11; Ap 19.16). Ler também 1 Co 15.24-26.
2. Manifestar o Reino de Deus na sua
plenitude. Na Oração Dominical, o Senhor Jesus ensinou-nos a
orar: “Venha o teu reino” (Mt 6.10). Esta petição será plenamente respondida
quando vier o Senhor Jesus, juntamente com a sua Igreja, inaugurar o Milênio —
a exposição mais visível do Reino de Deus na terra.
3. Mostrar que este mundo pode ser
administrado com justiça e equidade. Em
consequência da corrupção e dos desmandos administrativos dos governantes, a
população da terra é assolada pela fome, pela falta de habitação e por muitas
outras necessidades básicas. Todavia, quando Cristo instaurar o seu governo,
mostrará que todos esses problemas podem ser rápida e perfeitamente
solucionados.
4. Deixar bem claro que os reinos
deste mundo pertencem a Cristo. No
deserto, Satanás tentou a Cristo, alegando serem dele todos os reinos deste
mundo. Na verdade, tudo pertence a Jesus: “Os reinos do mundo vieram a ser de
nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre” (Ap 11.15).
Desta forma, cumprir-se-á a aliança que Deus estabeleceu com a casa de Davi, da
qual veio, legalmente, o Senhor Jesus (Is 9.7; Dn 7.14).
V. COMO SERÁ O MILÊNIO
O Milênio será um reino não somente
de bênçãos espirituais, como também materiais, conforme o explicitam as
Sagradas Escrituras. Por conseguinte, o Milênio:
1. Terá início com um grande
derramamento do Espírito Santo. Profetiza
Zacarias que, quando os israelitas se virem cercados pelas nações da terra,
para destruí-los, clamarão angustiados pelo socorro divino. Nessa ocasião
crucial, Jesus haverá de se manifestar com grande poder e majestade sobre
Jerusalém e, juntamente com sua Igreja glorificada, livrará Israel de certeira
destruição. Israel pranteará, humilhado e arrependido, aceitando o Senhor
Jesus, a quem rejeitaram na sua primeira vinda (Zc 12.9,10; 13.1; 14.2-9; Ap 1.7;
Is 66.15,16). Neste exato momento, experimentarão uma grande efusão do Espírito
Santo: “E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o
Espírito de graça e de súplicas; e olharão para mim, a quem traspassaram: e o
prantearão como quem pranteia por um unigênito; e chorarão amargamente por ele,
como se chora amargamente pelo primogênito” (Zc 12.10).
2. Será um período de grande
conhecimento da Palavra de Deus. “E
virão muitos povos e dirão: Vinde, subamos ao monte do SENHOR, à casa do Deus
de Jacó, para que nos ensine o que concerne aos seus caminhos, e andemos nas
suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém, a palavra do SENHOR”
(Is 2.3). Diz ainda Isaías: “Não se fará mal nem dano algum em todo o monte da
minha santidade, porque a terra se encherá do conhecimento do SENHOR, como as
águas cobrem o mar” (Is 11.9).
Jerusalém será não somente a sede do
governo messiânico como também o centro de adoração divina (Zc 14.16).
3. Será um tempo de paz universal. “E
julgará entre muitos povos e castigará poderosas nações até mui longe; e
converterão as suas espadas em enxadas e as suas lanças em foices; uma nação
não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra” (Mq
4.3).
4. Será uma era de abundante saúde
física e mental. “Confortai as mãos fracas e fortalecei os joelhos
trementes. Dizei aos turbados de coração: Esforçai-vos e não temais; eis que o
vosso Deus virá com vingança, com recompensa de Deus: ele virá. e vos salvará.
Então, os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se abrirão.
Então, os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará, porque
águas arrebentarão no deserto, e ribeiros, no ermo” (Is 35.3-6).
5. Será uma era de prosperidade,
segurança e vida longa. “Não edificarão para que outros habitem, não
plantarão para que outros comam, porque os dias do meu povo serão como os dias
da árvore, e os meus eleitos gozarão das obras das suas mãos até à velhice” (Is
65.22).
6. Será um período de plena
recuperação ecológica da terra. “O
deserto e os lugares secos se alegrarão com isso; e o ermo exultará e
florescerá como a rosa. Abundantemente florescerá e também regorgitará de
alegria e exultará; a glória do Líbano se lhe deu, bem como a excelência do
Carmelo e de Sarom; eles verão a glória do SENHOR, a excelência do nosso Deus”
(Is 35.1,2).
7. Israel habitará seguro, e estará
de posse de todo o território que o Senhor prometera a Abraão. O
capítulo 48 de Ezequiel descreve, em detalhes, os termos que as doze tribos de
Israel ocuparão no período do Milênio. Será um território muito maior e muito
mais amplo em relação ao ocupado hoje pelo Estado de Israel.
CONCLUSÃO
Ora, se o Milênio é tão maravilhoso,
o que não diremos da Nova Jerusalém? O primeiro, apesar de suas realizações,
será imperfeito e temporário; o segundo não, pelo contrário, há de ser eterno e
perfeitíssimo. Já pensou quando entrarmos naquela cidade, cujo arquiteto e
construtor é o próprio Deus? Como descrever a formosa cidade?
Senhor Jesus, ajuda-nos a cumprir
nossa carreira neste mundo, para que possamos adentrar na Jerusalém Celeste.
Queremos a tua companhia; desejamos ver o teu rosto. Sê conosco, meigo
Salvador.
“Apocalipse 20.1-3 e vv.7-10 tratam
da condenação de Satanás. Ficará preso no abismo durante mil anos. O abismo
permanecerá trancado e lacrado acima dele, de modo que não terá nenhuma
atividade na terra durante aquele período. Depois, será solto por um pouco de
tempo, antes de seu castigo eterno no lago de fogo.
Entre esses dois eventos, a Bíblia
fala, em Apocalipse 20.4-6, daqueles que são sacerdotes de Deus e de Cristo, e
que reinarão com Ele durante mil anos.
Apocalipse 20.4 trata de dois grupos
de pessoas: O primeiro se assentará em tronos para julgar (isto é: governar). A
mensagem a todas as igrejas (Ap 3.21,22) indica que são os crentes oriundos da
Era da Igreja que permaneceram fiéis, sendo vencedores (Ap 2.26,27; 3.21; 1 Jo
5.4). Entre eles, conforme a promessa de Jesus, estarão os doze apóstolos
julgando (governando) as doze tribos de Israel (Lc 22.30). Isso porque Israel,
restaurado, purificado, com a plenitude do Espírito Santo de Deus, ocupará sem
dúvida a totalidade da terra prometida a Abraão (Gn 15.18)” (HORTON, S. M.: As últimas coisas. In
HORTON, S. M. (ed.) Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal. RJ: CPAD, 1996, p.638-9).
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