A
INVERSÃO DE VALORES
Mateus 23.13-19,28.
13 - Mas ai de vós, escribas e fariseus,
hipócritas! Pois que fechais os homens o Reino dos céus; e nem vós entrais, nem
deixais entrar aos que estão entrando.
14 - Ai de vós, escribas e fariseus,
hipócritas! Pois que devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas
orações; por isso, sofrereis mais rigoroso juízo.
15 - Ai de vós, escribas e fariseus,
hipócritas! Pois que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e,
depois de o terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que vós.
16 - Ai de vós, condutores cegos! Pois que
dizeis: Qualquer que jurar pelo templo, isso nada é; mas o que jurar pelo ouro
do templo, esse é devedor.
17 - Insensatos e cegos! Pois qual é maior: o
ouro ou o templo, que santifica o ouro?
18 - e o que jurar pelo altar, isso nada é; mas
aquele que jurar pela oferta que está sobre o altar, esse é devedor.
19 - Insensatos e cegos! Pois qual é maior: a
oferta ou o altar, que santifica a oferta?
28 - Assim, também vós exteriormente pareceis
justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de
iniqüidade.
Palavra Chave
Valores: Normas ou princípios morais que orientam a
conduta das pessoas.
A
palavra “valor” origina-se do latim e significa “ser digno”. “Valores”, no
contexto desta lição, referem-se aos princípios éticos e sociais aceitos por
uma pessoa ou grupo, isto é, ao comportamento humano; suas regras e padrões.
Atualmente,
tem havido uma “inversão” desses valores: a ética e a moral cristãs, antes
aprovadas pela sociedade, vêm sendo sistematicamente substituídas por
princípios amorais mundanos (Is 5.18-25; Cl 2.8). Em 2 Pedro 1.3-10, a Palavra
de Deus estabelece os princípios éticos, as virtudes e valores necessários à
boa conduta dos filhos de Deus.
I. INVERSÃO DOS VALORES
BÍBLICO-CRISTÃOS
1. Causas da inversão dos valores. Ao
folhearmos alguns jornais e revistas seculares, constatamos o quanto os valores
éticos e morais cristãos têm sido desprezados pela sociedade pós-moderna.
Vejamos as causas:
a) Ascensão do relativismo moral. Segundo
esta teoria filosófica, não existe norma moral ou ética válida para todas as
pessoas. As normas variam de cultura para cultura, de pessoa para pessoa. Cada
um vive conforme as regras que estabeleceu para si mesmo. Assim, há uma ética
para o cristão, outra para o ateu e uma terceira para os que não se enquadrem
nas anteriores. Não existe, de acordo com esse pensamento mundano, normas,
verdades ou valores que sirvam para todas as pessoas em todos os lugares.
b) Manifestação social do pluralismo. O
pluralismo reconhece que há uma multiplicidade de culturas, religiões e
posições éticas e morais conflitantes. Essa doutrina filosófica, todavia, diz
que essas posições contraditórias podem coexistir, como se cada uma delas
trouxesse uma parte da verdade e, nenhuma a verdade completa ou absoluta.
Assim, a verdade encontra-se em cada sistema religioso, filosófico ou moral.
Então, segundo esse pensamento, o cristianismo traz uma parte da verdade, o
budismo outra e assim sucessivamente Segundo o pluralismo, assumir e respeitar
diferentes valores em uma sociedade em constante mudança é uma manifestação de
empatia e tolerância com o outro.
c) Crescente mundanismo. O
mundanismo faz constante oposição à Igreja e aos valores cristãos (Tg 4.4; 1 Jo
2.15-17). A sociedade organizada e rebelada contra Deus, tem estabelecido suas
próprias leis, sem a menor consideração aos mandamentos divinos. O que temos
visto, infelizmente, é o sagrado e o religioso curvarem-se ante o profano e o
secular; até mesmo em certas denominações evangélicas.
2. Os valores cristãos invertidos. Há
uma lista considerável de princípios bíblicos que não apenas foram
desvalorizados, mas ultrajados pela sociedade pós-moderna. Vejamos:
a) Quanto ao casamento: Atualmente,
em algumas sociedades, já se aceita a abominável união entre pessoas do mesmo
sexo. É um atentado contra a Palavra de Deus, a família e os valores cristãos.
O Senhor instituiu e abençoou apenas a união entre homem e mulher (Gn 1.27,28;
2.22-24). Quanto aos que querem mudar a ordem natural da criação, (Lv 19.22; Rm
1.26-32) serão amaldiçoados. A Bíblia é implacável neste caso: “Vocês não sabem
que os perversos não herdarão o Reino de Deus? Não se deixem enganar: nem
imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos...
herdarão o Reino de Deus” (1 Co 6.9,10 - NVI).
b) Quanto à família: As
virtudes cristãs concernentes à família estão sendo substituídas por valores
anticristãos: filhos que não respeitam os pais; pais permissivos quanto à
moralidade; e a substituição do culto doméstico por entretenimentos perniciosos
etc.
c) Quanto à igreja: Nesses
“tempos trabalhosos”, muitas comunidades cristãs valorizam mais o “ministério”
bem-sucedido do pregador que a santidade e o testemunho mantido por ele; mais o
marketing ministerial do que os verdadeiros sinais do poder de Deus. Pregadores
santos e tementes a Deus são preteridos por aqueles que buscam o louvor próprio
em vez da glória de Cristo.
II. FUNDAMENTOS DOS VALORES CRISTÃOS
1. Os valores cristãos. Os
valores cristãos estão pautados nas Sagradas Escrituras e são opostos aos do
mundo. Enquanto cremos na existência de um só Deus, cujas leis regem não apenas
o Universo, mas nossas vidas, planos e vontades, a cultura mundana nega a
existência do Altíssimo, e seus adeptos vivem como se o Senhor realmente não
existisse (Sl 14; 53).
2. Os três fundamentos. Os
princípios cristãos possuem, pelo menos, três fundamentos básicos: são
universais, absolutos e imutáveis.
a) Universais. Os
valores cristãos são universais por estarem fundamentados na moral divina.
Nosso Deus é um ser moral. Seus atributos atestam que Ele é santo (Lv 11.44; 1
Sm 2.2), justo (2 Cr 12.6; Ed 9.15), bom (Sl 25.8; 54.6), e verdadeiro (Jr
10.10; Jo 3.33). Portanto, o Senhor é o padrão moral daquilo que é santo -
oposto ao pecado -, daquilo que é justo - oposto a injustiça -, daquilo que é
bom - oposto ao que é mau, e daquilo que é verdadeiro - oposto à mentira. Tudo
o que é puro, justo, bom e verdadeiro têm sua origem no caráter moral de Deus.
Por conseguinte, os valores morais são universais porque procedem de um
Legislador Moral universal.
b) Absolutos. Absoluto
é aquilo que não depende de outra coisa, mas existe por si mesmo. Os valores
cristãos são absolutos porque procedem de um Deus pessoal que não depende de
qualquer outro ser para existir, Ele é eterno (Dt 33.27; Sl 10.16); existe por
si mesmo (Êx 3.14), e tem a vida em si mesmo (Jo 5.26). Deus também é absoluto
porque não está sujeito às épocas (1 Tm 1.17; 2 Pe 3.8; Jd v.25). Ele governa
eternamente o Universo (Sl 45.6; 145.13), e seu reinado é de justiça (Hb 1.8).
c) Imutáveis. Imutável
é a qualidade daquilo que não muda. Os valores cristãos são imutáveis porque o
Senhor Deus é imutável. Ele não muda (1 Cr 29.10; Sl 90.2), é o mesmo em todas
as épocas (Hb 13.8; Tg 1.17). Suas leis se conformam ao seu caráter moral, pois
Ele é fiel (2 Tm 2.13). Portanto, devemos viver conforme a orientação de sua
Palavra..
III. COMO REAGIR À INVERSÃO DE
VALORES
1. Denunciar o pecado e os valores
mundanos. Devemos confrontar com a Palavra de Deus, os
princípios amorais e antiéticos difundidos através de filmes, peças teatrais,
novelas, músicas e revistas (Hb 4.12; Ez 44.23). Certo diretor afirmou que “o
cinema e a televisão suplantaram a igreja como grandes comunicadores de valores
e crenças”. Mas, quais são a estes valores e crenças? Geralmente, são padrões e
crenças anticristãs. A Igreja, “coluna e firmeza da verdade” (1 Tm 3.15), tem
como missão, não apenas anunciar o evangelho, mas denunciar os pecados e os
valores mundanos dos homens (1 Tm 1.18-20).
2. Ensinar e viver os valores do
Reino de Deus. Como Igreja do Senhor, temos a obrigação de viver e
ensinar os mais elevados princípios éticos e morais do Reino de Deus (Lv 20.7;
1 Pe 1.16). A verdadeira mensagem do evangelho não se conforma aos discursos
politicamente corretos, mas aos elevados padrões da santidade divina (Mt 5.20,
48; 1 Tm 3.15; 6.11).
“Aceitando o Desafio
[...]
A Igreja permanece verdadeira ao seu caráter preservando suadistinguibilidade. Ela não faz nenhum favor à sociedade adaptando-se
à cultura popular prevalecente, porque falha em sua tarefa justamente no ponto
em que deixa de ser ela mesma. A Igreja não tem uma ética social, mas é uma
ética social, [...] na medida em que é uma comunidade que pode ser claramente
distinta do mundo. Pois o mundo não é uma comunidade e não tem tal história,
visto que está baseado na pressuposição de que os seres humanos, e não Deus,
governam a história. Quando a Igreja adota uma ética moral formada pela cultura
popular prevalecente, está negando sua natureza. Antes, a Igreja tem de
expressar a ética social que já encarna; tem de transmitir a história de
Cristo, uma história que continuamente causa impacto nas relações sociais dos
seres humanos [...]”.
(PALMER, M. D.
(org.) Panorama
do pensamento cristão. RJ:
CPAD, 2001, p. 314.)
Os princípios, leis ou normas que
regem a vida cristã encontram-se nos inúmeros mandamentos morais, sociais e
religiosos descritos nas Sagradas Escrituras. Podemos afirmar que a base da
ética bíblica e dos valores cristãos é o santíssimo caráter de Deus. As
Escrituras, nossa única fonte legítima da vontade de Deus, expressam a vontade
de Deus para o seu povo. Os inúmeros mandamentos éticos e morais da Bíblia
revelam a natureza santa, ética e moral de Deus. Portanto, o estudo dos valores
e da ética cristã tem como base o caráter santo de Deus. Como você já sabe:
Deus é santo (Lv 11.44; 1 Sm 2.2), justo (2 Cr 12.6; Ed 9.15), bom (Sl 25.8;
54.6), e verdadeiro (Jr 10.10; Jo 3.33).
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