Evangelismo no ciberespaço
Embora para algumas
pessoas as redes sociais ainda sejam sinônimo de entretenimento e perda de
tempo, para outras esse universo oferece a grande oportunidade (talvez a única)
de se relacionar com o influente e numeroso grupo dos chamados nativos
digitais. Empresas, governos, ONGs, e outros setores da sociedade, já
perceberam que conversar com esse público é questão de sobrevivência.
No Brasil, não há
como ignorar que boa parte da população é fã desses espaços. Aliás, segundo
dados divulgados pelo site de marketing social “SocialBakers” no primeiro
semestre deste ano, o Brasil já é o terceiro maior país em número de usuários
no Facebook. Temos 44,6 milhões de usuários, perdendo para os Estados Unidos,
em primeiro lugar com 156,8 milhões de membros, e a Índia, na segunda posição,
com 45,7 milhões.
Nessa nova
configuração social, marcada pela influência da internet no cotidiano da
população, plataformas como Facebook, Twitter, YouTube, entre outras, cada vez
mais são percebidas também como uma oportunidade de compartilhar esperança e fé
numa velocidade e abrangência sem precedentes.
Exemplos recentes
mostram que esse cenário atrai cada vez mais os olhares do mundo religioso.
Nesse contexto, surgem, inclusive, espaços personalizados, como o que foi
lançado nos Estados Unidos no início de outubro de 2012. A rede social
FaithVillage.com promete ser o “Facebook dos evangélicos” e, conforme
divulgaram seus criadores, vai abrir espaço para indivíduos, igrejas e
organizações criarem seu próprio ambiente, onde poderão postar fotos, vídeos e
áudios, criar blogs e divulgar artigos, além de compartilhar informações e
arquivos.
Evangelizando no
ciberespaço
O chamado ciberespaço
tem sido um campo de trabalho missionário para o pastor Diego Barreto desde
2005. Há três anos a iniciativa ganhou ainda mais corpo com a criação do site
www.confissoespastorais.com.br e também do BibleCast, um podcast com mensagens
e reflexões bíblicas.
Atento às
oportunidades de evangelismo oferecidas pela internet, um levantamento feito
por ele recentemente através do Google AdWords (aplicativo que permite
verificar o que as pessoas estão colocando no site de buscas) mostrou que em
apenas um mês 6.600 pessoas procuraram pela expressão “busca pela verdade” no
Google somente no Brasil. Para muitos desses usuários da rede, a internet tem
funcionado como uma espécie de oráculo digital, inclusive para assuntos de
religião. “Outro dado impressionante pra mim foi as pessoas perguntarem para o
Google quem é ou foi Jesus. Foram cinco milhões e 49 mil buscas nos últimos
trinta dias no Brasil”, destaca.
Diego Barreto foi um
dos palestrantes do II Simpósio Universitário, promovido pelo IAP (Instituto
Adventista Paranaense), com a temática “O Cristão e as mídias sociais”.
O professor do Unasp
(Centro Universitário Adventista de São Paulo), campus Engenheiro Coelho, e
consultor de mídias sociais, Bruno Mastrocolla, também foi um dos especialistas
convidados para discutir o assunto. Um dos tópicos abordados por ele foi o que
chamou de “era da vitrine”. “Nessa nova configuração social, não basta parecer,
você tem que ser”, afirma. Isso traz importantes implicações para o evangelismo
no meio digital, pois é preciso viver o que se prega.
Conforme acredita o
pastor Diego Barreto, por mais que a internet, muitas vezes, camufle quem, de
fato, o indivíduo é, ela também favorece, por outro lado, a transparência e a
autenticidade. De acordo com ele, mesmo na web não há como ocultar uma fé que
não é genuína. “E muitas pessoas acabam rejeitando o cristianismo por verem
hiprocrisia nos professos seguidores de Cristo”, lamenta.
“Evangelismo viral”
Por mais que novas
ferramentas sejam incorporadas a cada dia na pregação do evangelho, as
inovações tecnológicas não devem levar a uma descaracterização da mensagem,
segundo aponta o pastor. “Não podemos deixar de falar de uma forma inovadora,
mas sem perder a nossa identidade”, reforça.
Quanto ao método,
independente da ferramenta, o princípio deve ser o mesmo usado por Cristo há
mais de dois mil anos, conforme acredita Barreto. “Mesmo quando falamos em
‘evangelismo viral’ a ideia nada mais é do que o processo de discipulado com um
nome moderno. É o mesmo princípio de Cristo, de se misturar com as pessoas, ter
simpatia por elas, atender as suas necessidades, conquistar a confiança, para
depois dizer: segue-me”, completa.
“Internet, na
verdade, é meio. Ela está dando acesso às pessoas como nunca foi dado antes. E
se você tem acesso às pessoas você tem a matéria prima do evangelho”, conclui.
Demetrius Franco
Lima, estudante do segundo ano de Administração do IAP, foi um dos
participantes do fórum que trouxe também abordagens do doutor em Comunicação
Social, Martin Kuhn, sobre a “Sociedade do Espetáculo”, e do escritor Douglas
Reis. Ele saiu decidido a exercer mais influência principalmente nas redes
sociais, já que, segundo relatórios recentes do Instituto ComScore, 90,8% dos
brasileiros que acessam a internet frequentam redes sociais. “Depois do
simpósio vou aceitar mais gente na minha rede, marcar as pessoas nas mensagens
sobre Deus e influenciar meus amigos a fazer o mesmo”, promete.
“O simpósio me
encorajou a realizar o evangelismo nas redes sociais. Deu para perceber que as
pessoas querem ouvir a verdade que eu conheço, mas na linguagem delas, lá mesmo
no Facebook”, acrescenta a estudante Elaine Bohry Neves.
fonte gospel prime
Nenhum comentário:
Postar um comentário