A FAMILIA E
A IGREJA
Romanos 16.1-5,7,10,11,13,15,24.
1 - Recomendo-vos, pois, Febe, nossa irmã, a
qual serve na igreja que está em Cencréia,
2 - para que a recebais no Senhor, como convém
aos santos, e a ajudeis em qualquer coisa que de vós necessitar; porque tem
hospedado a muitos, como também a mim mesmo.
3 - Saudai a Prisca e a Áquila, meus
cooperadores em Cristo Jesus,
4 - os quais pela minha vida expuseram as suas
cabeças; o que não só eu lhes agradeço, mas também todas as igrejas dos
gentios.
5 - Saudai também a igreja que está em sua
casa. Saudai a Epêneto, meu amado, que é as primícias da Ásia para Cristo.
7 - Saudai a Andrônico e a Júnia, meus
parentes e meus companheiros na prisão, os quais se distinguiram entre os
apóstolos, e que estavam em Cristo antes de mim.
10 - Saudai a Apeles, aprovado em
Cristo. Saudai aos da família de Aristóbulo.
11 - Saudai a Herodião, meu
parente. Saudai aos da família de Narciso, os que estão no Senhor.
13 - Saudai a Rufo, eleito no
Senhor, e a sua mãe e minha.
15 - Saudai a Filólogo e a Júlia,
a Nereu e a sua irmã, e a Olimpas, e a todos os santos que com eles estão.
24 - A graça de nosso Senhor
Jesus Cristo seja com todos vós. Amém.
Relacionamento: Capacidade em maior ou menor
grau de relacionar-se, conviver ou comunicar-se com seus semelhantes.
Num mundo de intensas mudanças e
incertezas a Igreja é a única instituição em que o cristão e sua família podem
contar. Lares sofrem terríveis ataques do inimigo, e muitas famílias não têm
resistido, sucumbindo moral e espiritualmente às investidas malignas. Por isso
a Igreja do Senhor, representada pela comunidade local, é o ponto de apoio
espiritual e moral para a família. Ali se aperfeiçoam os relacionamentos entre
os cônjuges, pais e filhos, avós e netos. A família cristã se desenvolve no dia
a dia da igreja local.
I. FAMÍLIA: O ELEMENTO BÁSICO DA IGREJA
1. Sem a família a igreja não
funciona. Não podemos ignorar a importância da igreja local
junto à família, pois a saúde da igreja está diretamente ligada ao bem estar
espiritual e moral da família. Uma igreja cujas famílias estão arruinadas
espiritual e moralmente não terá condições de acolher os não crentes, nem terá
autoridade para atuar junto à outras famílias na comunidade em que está
inserida.
A família fortalecida na igreja é tão
importante que o apóstolo Paulo aconselhou o pastor Timóteo a respeito da
qualidade de um candidato ao episcopado. O apóstolo destaca a relação do
aspirante com a própria família: “Convém, pois, que o bispo [...] governe bem a
sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia (porque,
se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de
Deus?)” (1Tm 3.2,4,5). Aqui, ele expressa o impacto do relacionamento familiar
com a funcionalidade da igreja local. Famílias desgovernadas, inevitavelmente,
geram uma igreja sem direção.
2. A família como extensão da igreja. Além
de a família ser o elemento básico da funcionalidade da igreja local, ela é a
própria extensão desta. Descrevendo a respeito do culto doméstico, o saudoso
pastor Estevam Ângelo disse: “Se a família quiser assistir a sete cultos a mais
por semana, fazendo o culto doméstico, terá uma igreja em casa”. É verdade!
Além de cultuar a Deus, a família representará o reino divino na vizinhança, no
bairro e no mundo. O próprio Jesus falou: “Porque onde estiverem dois ou três
reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt 18.20). Portanto, podemos
fazer de nossa família uma extensão da Igreja de Cristo e representar seu Reino
neste mundo.
II. A IGREJA ACOLHENDO AS FAMÍLIAS
1. A natureza humana da igreja. A
etimologia da palavra igreja remonta a natureza humana do Corpo de Cristo.
Mateus 18.17 e Atos 15.4 expressam ekklêsia (igreja)
como reunião de pessoas, povo ou assembleia em nome do Senhor Jesus. É uma
instituição composta de seres humanos dotados de sentimentos, desejos e
volição. Nesse caso, a Igreja é “humana” em sua constituição e composição.
2. A dimensão relacional da igreja. Onde
há pessoas, há relacionamentos. A Santíssima Trindade nos mostra um Deus
relacional. As trinas pessoas relacionam-se comunitária, intensa e
espontaneamente (Mc 1.9-13; Jo 5.17,19-28). Assim, a igreja expressa à dimensão
relacional da Santíssima trindade entre os seus membros. É ali, que a família
cristã está habilitada a relacionar-se como Igreja de Cristo, tanto com o Pai
(Mc 12.30) como com o próximo (Mc 12.31). Assim, a igreja está pronta para
acolher as famílias e suas idiossincrasias.
3. O relacionamento familiar na
igreja. Não há dúvidas de que servir a Deus numa igreja
local juntamente com toda a família é uma bênção. No entanto, para que este
relacionamento continue a abençoar vidas é preciso zelar pelos seguintes
princípios: (1) Na igreja local, a família não deve se fechar em si mesma; (2)
Não deve haver motivações que desrespeitem a liderança constituída ou a
qualquer outra pessoa; (3) A família deve investir tempo para se relacionar com
outras famílias também.
4. A família do obreiro. O
exercício do ministério não dispensa o obreiro de sua responsabilidade como
esposo e pai. Infelizmente, em algumas igrejas locais, é comum cobrarem da
família do pastor um padrão de perfeição que nem o Evangelho preceitua.
Prevenção ao pecado e vida de retidão na presença de Deus e diante da sociedade
são atributos peculiares a toda família cristã. Porém, é preciso reafirmar que
a família do pastor é igual à de qualquer outra pessoa. A esposa do pastor tem
nome, e os filhos também, e precisam dos mesmos cuidados que as demais famílias
da igreja precisam.
III. A FAMÍLIA NA IGREJA LOCAL
1. A comunhão da família. No
Salmo 133.1 lemos: “Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!”.
Apesar de alguns pregadores interpretarem este texto de maneira alegórica, dando
a ele uma simbologia espiritual, neste versículo o salmista Davi se refere à
família de irmãos de sangue em crise, ou, de acordo com Matthew Henry, o homem
segundo o coração de Deus escreve “esse salmo por ocasião da união entre as
tribos quando todas elas se uniram unânimes para fazê-lo rei”. Logo, o Salmo
davídico pronuncia a bênção para uma família que anda em comunhão: Irmãos e
irmãs que vivem em paz no lar e fora dele são tão valiosos quanto o óleo que
ungiu Arão, o sumo sacerdote. Numa casa pacífica e unida, as bênçãos do Senhor
se manifestam.
2. Envolvendo-se com o Corpo de
Cristo. A leitura bíblica em classe, particularmente os
versículos 7, 11, 12, 13 e 15, destaca o exemplo de familiares unidos pela
causa do Evangelho. O apóstolo Paulo muito se contentou com o esforço empregado
em cada família na causa do Reino de Deus. Quando a família sente-se alegre em
ir à igreja para adorar a Deus é uma grande bênção (Sl 122.1). Ela participa
ativamente do culto e não se porta como mera assistente. São momentos preciosos
que influenciarão a família por toda a vida.
3. Toda a família na casa de Deus. A
igreja local é o espaço religioso onde adoramos a Deus e proclamamos o
Evangelho. Nada pode impedir este ideário cristão. Por isso, a família chamada
por Deus é convocada a depositar o seu talento na causa do Evangelho. No
ensino, na pregação, na música ou qualquer outra atividade que vise pregar o
Evangelho e edificar a Igreja de Cristo, a família cristã deve estar lá. Não
deixe de ir aos cultos, à Escola Dominical e aos encontros da sua igreja. Esta
rotina glorificará a Deus, e edificará você e a sua família.
CONCLUSÃO
Na lição desta semana vimos que a
família é o elemento básico da igreja local. Esta, por sua vez, deve ser uma
comunidade acolhedora de famílias carentes. E a família chamada por Deus, tem o
privilégio de servir ao Altíssimo juntamente com outras famílias numa igreja
local. Aqui, somos ensinados, edificados e exortados a representar o Reino de
Deus neste mundo moderno. Portanto, não perca tempo: envolva-se com a sua
igreja local, pois esta precisa de você e toda a sua família.
“Em plena época do Cristianismo, à
luz das ricas revelações bíblicas, fatos que ocorreram há milhares de anos
tornam a se repetir. Os desígnios de Deus se chocam com as atitudes dos homens,
que não somente vivem chamado ‘século das luzes’, mas também dizem ser
iluminados pelo Espírito Santo de Deus.
Reportemo-nos aos exemplos das boas
relações entre jovens e velhos, de um período de 1500 a.C., com Moisés e Josué,
até aos dias de Paulo e Timóteo, ocasião em que a luz dos conhecimentos, quer
seculares, quer espirituais, era incompativelmente mais fraca e as revelações
de Deus esporádicas. Se pela vontade e orientação de Deus, esses homens da
Antiguidade foram capazes de evidenciar um relacionamento exemplar, por que
entre os cristãos de hoje, constata-se a realidade dos abismos de gerações? Por
que há tanta divergência até entre pais e filhos que têm em mãos a infalível
Palavra de Deus? Por que muitos pais, ao nascerem os filhos, recebem-nos com
desgosto? Por que tanta insubmissão aos velhos? Por que há filhos que se sentem
tão independentes dos pais, mesmo quando dependem deles para tudo?”(SOUZA, E.
Â. ...e fez Deus a família: O padrão divino para um lar feliz. 1 ed., RJ: CPAD, 1999, pp.251-52).
“A
Família do Pastor
Um recente best-seller sobre
o ministério pastoral contém um capítulo intitulado ‘Alerta: O Ministério Pode
Ser uma Ameaça para Sua Família’. Por mais chocante que seja, o título reflete
com precisão a realidade do ministério pastoral hoje. Uma pesquisa pastoral
realizada em 1992, publicada em um importante jornal, descobriu as seguintes
dificuldades significativas que produzem problemas conjugais nas famílias dos
pastores:
• 81% tempo insuficiente em conjunto;
• 71% uso do dinheiro;
• 70% nível de renda;
• 64% dificuldade de comunicação;
• 63% expectativas da congregação;
• 57% diferenças quanto ao lazer;
• 53% dificuldades na criação dos
filhos;
• 46% problemas sexuais;
• 41% rancor do pastor com relação à
esposa;
• 35% diferenças quanto à carreira
ministerial.
Hoje em nossos dias, ninguém
questiona o fato óbvio de que a maioria dos pastores e suas famílias estão
sofrendo pressões cada vez maiores por causa do ambiente em que estão
ministrando. Isso não é de surpreender quando se reflete sobre a natureza do
ministério. Considere estas pressões envolvidas no pastorado:
1. O pastor envolve-se com o
humanamente impossível — lida com o pecado na vida das pessoas.
2. O pastor cumpre um papel que nunca
se completa — resolve problemas que vão se multiplicando.
3. O pastor serve sob uma
credibilidade cada vez mais questionada aos olhos da sociedade.
[...] 8. O pastor e a sua família
parecem viver em um aquário que todos podem observar.
[...] 10. Como figura pública, o
pastor pode receber as mais duras críticas tanto da comunidade como da
congregação.
Ninguém que reflita um pouco pode
negar que o ministério é potencialmente perigoso para o casamento e a família
do pastor. Mas seria isso mesmo? Ou melhor, é necessário que seja assim? Ou,
mais importante, Deus quer que seja assim?” (MACARTHUR, J. JR. (Ed.). Ministério Pastoral: Alcançando a excelência no ministério cristão. 7 ed., RJ: CPAD, 2012, pp.163-64).
A Família e a Igreja
A família tem importante participação
na igreja. Pelo que se entende do Livro de Atos, a igreja cresceu muito nos
lares, pois, por causa da perseguição, as reuniões começaram a ser feitas em
residências familiares. Quando Pedro foi aprisionado por Herodes na época da
páscoa, a igreja estava em contínua oração pelo apóstolo a Deus na casa de João
Marcos, até que ele foi solto. O Espírito Santo de Deus desceu em uma reunião
na casa de um centurião chamado Cornélio, enchendo a todos de forma que falaram
em línguas da mesma forma que os seguidores de Cristo em Jerusalém falaram.
Portanto, não devemos nos surpreender com a interação entre igreja e família
descrita na Palavra de Deus.
A igreja é formada por famílias. A
unidade familiar é preponderante para a formação da igreja local. Temos ciência
de que há diversas pessoas que congregam em nossas igrejas sem que suas
famílias (pais, irmãos, avós, cônjuges ou filhos) pertençam à fé evangélica,
mas isso não diminui a qualidade daquela pessoa, pois ali existe uma
representação familiar. Aquela pessoa ora a Deus por seus familiares.
A igreja fortalece a família. Se por
um lado a igreja deve ser composta de famílias, é certo que a igreja fortalece
os relacionamentos familiares e a comunhão entre irmãos congregados. Na igreja,
a família é fortalecida por meio do ensino cristão sistemático, respeitadas as
devidas faixas etárias com suas necessidades próprias. Na igreja a família
aprende a ter comunhão com outras pessoas e famílias, aprende a contribuir para
o sustento do templo, a desenvolver seus talentos e o poder da oração.
A família do obreiro — Nossos
ministros precisam de nossas orações não apenas por eles mesmos, mas também por
suas famílias. Não raro, há obreiros que são atacados indiretamente por
Satanás, que atingindo a família deles, os atinge também. É triste ver um filho
de pastor fora dos caminhos do Senhor, mas é ainda mais triste ver que na
congregação há pessoas que murmuram e acusam o ministro por essa situação. Ao
invés de orarem por seu pastor e pela família que ele tem, falam mal do
obreiro, mas quando um dos seus precisa de oração, é ao pastor que recorrem
pedindo oração e até visitas! Aprendamos a interceder por nossos ministros e
por suas famílias, pois são alvo dos ataques do Inimigo. Demonstremos amor por
nossos líderes apresentando seu lar ao Senhor, para que toda a família possa
estar diante de Cristo, pois um dia nós mesmos podemos precisar dessas orações.
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