DOUTRINA BIBLICA SOBRE EVANGELISMO E MISSÕES
Estamos
iniciando um novo trimestre com mais um tema palpitante: evangelismo e missões.
Por que evangelizar e fazer missões? O que significa evangelismo e missões para
a Igreja neste novo milênio? Quais os recursos e estratégias para a execução
dessa tão sublime tarefa? A resposta a essas e outras perguntas é o tema deste
trimestre. Hoje, vamos estudar o significado do evangelho de nosso Senhor Jesus
Cristo.
I. A PALAVRA
“EVANGELHO”
1.Etimologia.
A palavra “evangelho” vem de duas palavras gregas eu, que quer dizer “bom”, e
de angelia, que significa “mensagem, notícia, novas”. Assim, a palavra
euuangelion quer dizer “boas novas, notícias alvissareiras”. Essa palavra
aparece tanto no Antigo Testamento como na literatura extra-bíblica.No hebraico
é bessorah (2 Sm 18.20,25,27; 2 Rs 7.9), que a Septuaginta traduziu por
euuangelion. Originalmente significava “pagamento pela transmissão de uma boa
notícia”. Com o tempo, passou a ganhar novo significado no mundo romano de fala
grega, em virtude do culto ao imperador, pois a palavra euuangelion era usada
para anunciar o nascimento deste ou a sua coroação.
2. Novo
Testamento. Esse vocábulo, que é encontrado 76 vezes em todo o Novo Testamento,
só aparece no singular; o verbo euuangelizo, “evangelizar”, 54; e euuangelistes,
“evangelista”, três. O Senhor Jesus Cristo é o conteúdo do evangelho: sua
vinda, seu ministério terreno, seu sofrimento, morte e ressurreição (Rm 1.1-7).
É a mensagem de Cristo que salva o pecador (Jo 3.16; Rm 1.16). É o meio
empregado por Deus para a salvação de todo aquele que crer (1 Co 15.2). Só
através do evangelho é que o homem conhece a salvação na pessoa de Jesus. O
evangelho de Cristo é a única resposta para este mundo que perece em
conseqüência do pecado.
3. Os três
estágios da palavra evangelho.
a) No mundo
grego, tinha o sentido de recompensa por trazer boas novas.
b) No Antigo
Testamento (Septuaginta), o vocábulo indica as próprias boas-novas. Aparece em
termos proféticos com o mesmo sentido que encontramos no Novo Testamento: “Quão
suaves são sobre os montes os pés do que anuncia as boas-novas, que faz ouvir a
paz, que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu Deus
reina!” (Is 52.7). Veja o seu cumprimento em Romanos 10.15.
c) No Novo
Testamento são as boas novas que falam do Reino de Deus, da salvação e do
perdão dos pecados na pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo. É o evangelho da
graça de Deus (At 20.24).
II. OS QUATRO
EVANGELHOS
1. É a
mensagem de salvação. O evangelho é a mensagem transformadora do Calvário; não
é meramente um livro. Se não é um livro, por que chamamos as quatro primeiras
seções do Novo Testamento de “evangelhos”? Essa nomenclatura é externa, e
surgiu a partir do séc. II, mas parece haver apoio interno para isso:
“Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus” (Mc 1.1). O evangelista
Marcos, depois dessa declaração, passa a narrar o ministério público de Jesus,
que consiste no conteúdo do segundo livro na ordem do Novo Testamento; assim o
termo “evangelho” ganhou novo estilo literário.
2. A natureza
dos evangelhos. Mateus, Marcos, Lucas e João são a base do Novo Testamento; é
impossível compreender a este sem os quatro evangelhos.
a) Os
evangelhos sinóticos. Os três primeiros evangelhos são chamados de sinóticos.
Este nome vem de duas palavras gregas syn, que significa “com”, e opsis,
“ótica, vista”. A palavra “sinótico” quer dizer “visão conjunta”. Isto se
aplica a Mateus, Marcos e Lucas porque eles são uma sinopse da vida de Cristo.
Eles contêm muitas semelhanças entre si no conteúdo e na apresentação.
b) O
Evangelho de João. Enquanto os sinóticos registram o ministério incessante e
intenso do Senhor Jesus, as parábolas, os milagres e todos os demais feitos do
Mestre, João preocupou-se mais em descrever os discursos profundos e abstratos de
Jesus, revelando a sua deidade absoluta. O propósito é mostrar que Jesus é o
Cristo, o Filho de Deus, e que a fé em seu nome dá a todo o que nEle crê a vida
eterna: “Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o
Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (Jo 20.31).
III. A
PROMESSA DE DEUS
1. O resumo
do evangelho. O capítulo 1 da epístola aos Romanos é uma síntese do evangelho;
é a mais bela de todas as introduções das epístolas paulinas. Em tão poucas
palavras, diz tudo o que o homem precisa saber sobre Jesus. Alguém sugeriu que
todos os crentes a decorassem para recitá-la diariamente como uma confissão de
fé. Essas poucas palavras falam da origem divina e humana de Jesus, e descrevem
o plano de Deus para a redenção da humanidade.
2. O plano de
Deus. O evangelho não é algo surgido de improviso, pois Deus o havia prometido
desde “antes dos tempos dos séculos” (Tt 1.2). A Bíblia diz que Deus o prometeu
“pelos seus profetas nas Santas Escrituras” (Rm 1.2). O Messias foi sendo
revelado de maneira sutil e progressiva. Cada profeta apresentou um perfil do
Salvador, até que a revelação se consumou na sua vinda.Há inúmeras profecias
messiânicas e alusões diretas e indiretas ao Messias, e destas, cerca de 20
passagens apontam Jesus como o filho e sucessor do rei Davi. Mateus inicia o
seu evangelho associando o Messias aos dois maiores pilares do Antigo
Testamento: Abraão e Davi (Mt 1.1). O apóstolo Paulo ressalta, aqui, a realeza
do Filho do homem (v.4).
IV. O
EVANGELHO QUE SALVA
1. O caráter
universal do evangelho. A Bíblia diz que todos os homens são pecadores e
precisam reconciliar-se com Deus (Rm 3.23; 5.12). Não existe salvação sem Jesus
(At 4.12). Ele mesmo disse: “Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). No
livro de Atos, encontramos o Espírito Santo impulsionando os cristãos no
trabalho da pregação do evangelho. O alcance do evangelho, em tão pouco tempo,
foi extraordinário. É o cumprimento da ordem de Jesus: “Até os confins da
terra” (At 1.8).
2. A
evangelização. O evangelho é a mensagem de que o mundo tanto carece. Já faz
dois mil anos que os cristãos vêm pregando esta mensagem, e ela continua sendo,
a cada dia, sempre nova e eficaz. A evangelização, o discipulado e a
intercessão são as três principais colunas do crescimento da Igreja. Cada
igreja deve elaborar um projeto, com metas bem definidas, para alcançar os
pecadores. O apóstolo Paulo diz que o evangelho salva, mas é preciso permanecer
nele (1 Co 15.1,2). Evangelizar é tarefa de todos os crentes.
3. Influência
do evangelho na legislação das nações. O evangelho de Cristo tem influenciado
muitas nações. Haja vista a Inglaterra e os Estados Unidos. Herdeiros de
grandes grandes avivamentos espirituais, ambos os países garantem, através de
legislações inspiradas na Bíblia, o respeito aos direitos humanos, a
preservação da qualidade de vida e a justa distribuição de renda. Infelizmente,
o mesmo não acontece nos países que se fecharam às Boas Novas de Cristo.
Oremos, pois, a fim de que o Brasil seja totalmente evangelizado, pois, feliz é
a nação que se acha compromissada com o evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
CONCLUSÃO
O Senhor
Jesus constituiu a Igreja como a única agência do Reino de Deus na terra
encarregada de anunciar as boas novas de salvação. É necessário, pois, a
mobilização de toda a Igreja para que essas metas sejam alcançadas. Cada crente
dos dias apostólicos era um dedicado, fervoroso e próspero ganhador de almas
(At 8.4). Jesus foi enviado ao mundo para salvar os pecadores (Mt 11.28-30),
através da mensagem do evangelho (1 Tm 1.15). Deve ser a nossa a resolução do
apóstolo Paulo: “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o
poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e
também do grego” (Rm 1.16).
Questionário
1. Qual o
sentido da palavra “evangelho” no Novo Testamento?
R. É a
mensagem de Cristo que salva o pecador (Jo 3.16; Rm 1.16). É o meio empregado
por Deus para a salvação de todo aquele que crer (1 Co 15.2).
2. Onde no
Antigo Testamento a palavra “boas novas” apresenta o mesmo sentido que
encontramos no Novo Testamento?
R. Isaías
52.7.
3.
Originalmente a palavra “evangelho” significava uma mensagem ou um livro?
R. Uma
mensagem.
4. Por que a
introdução da epístola aos Romanos pode ser uma síntese do evangelho?
R. Diz tudo
que o homem precisa saber sobre Jesus em tão poucas palavras.
5. Quais os
principais elementos responsáveis pelo crescimento da Igreja?
R.
Evangelização, discipulado e intercessão.
Lição 2 - O
Clamor do Mundo
INTRODUÇÃO
O quadro social
e espiritual da Galiléia pode servir como amostra da humanidade sem Cristo.
Além da mensagem de salvação, Jesus trazia conforto aos sofredores, e lenitivo
para a alma. Ele se compadecia das multidões, pois eram como ovelhas que não
têm pastor (Mt 9.36). Hoje veremos que as necessidades humanas são as mesmas
daquele tempo, e que a Igreja tem a solução para os problemas do nosso povo:
Jesus!
I. A GALILÉIA
DOS GENTIOS
1. Galiléia.
Do hebraico galil, que significa “anel, círculo, região”, pois era um círculo
de cidades em volta do mar da Galiléia. A palavra aparece no Antigo Testamento
(Js 20.7; 1 Rs 9.11; Is 9.1). O rei da Assíria cercou Samaria, e levou em
cativeiro as 10 tribos do Norte, em 722 a. C. (2 Rs 17.6) e trouxe gentios para
povoarem a região (2 Rs 17.24). Isso deu origem a uma população mista com
minoria judaica. As descobertas arqueológicas revelam a presença de cultos
pagãos em Samaria, Fenícia, Síria e nas grandes cidades da Galiléia. A região
era habitada predominantemente por esses gentios de modo que era chamada de
“Galiléia dos Gentios”.
2. Por que a
Galiléia era menosprezada? A região da Baixa Galiléia, ou Galiléia Inferior,
mencionada na maioria das narrativas dos evangelhos é uma área de terra fértil
e bem regada por ribeiros. Exportava cereais e azeite de oliva. A atividade
pesqueira representava também uma parcela considerável da economia da região.
Era densamente povoada, porém menosprezada pelos judeus (Jo 1.46; 7.52). A
Galiléia esteve sob o governo da Fenícia durante 50 anos. Some-se a isso a
diversidade da população com seus cultos e costumes pagãos; resultado: o
desprezo dos judeus.
3. O centro
das atividades de Jesus. Embora o texto sagrado afirme que Jesus curava a todos
os enfermos, endemoninhados, lunáticos, paralíticos provenientes da Galiléia,
de Decápolis, de Jerusalém, da Judéia, da costa marítima, de Tiro e Sidom, e
dalém do Jordão (v.25; Lc 6.17), ninguém pode negar que Ele haja operado mais
sinais e maravilhas na Galiléia do que em qualquer outra região. Isso para que
se cumprissem as profecias de Isaías (9.1,2) e porque a necessidade da Galiléia
era maior. Cafarnaum, na Baixa Galiléia, é ainda hoje conhecida como a Cidade
de Jesus (4.13; Mt 9.1).
II. O
SOFRIMENTO HUMANO
1. As
necessidades do pobre. Os economistas costumam dizer que as necessidades
humanas são ilimitadas, e os
recursos
disponíveis, escassos. Por isso, a escolha de prioridade na administração é
muito importante em todas as esferas da vida: na igreja, no lar, na empresa,
etc. Se a situação é essa, como ficam os que vivem em pobreza absoluta? A
pobreza em Israel era grande naqueles dias. Se na Judéia, onde a população era
mais elitizada, havia um número considerável de pessoas que viviam dos óbolos
do Templo, o que não diremos da Galiléia?
2. As
necessidades dos ricos. Estes também têm suas necessidades espirituais.
Problemas de ordem familiar,
social,
profissional. As riquezas não preenchem o vazio da alma. Pesquisas apontam que
o maior índice de suicídio está na faixa entre 21 e 35 anos, incluindo os
universitários e profissionais das classes mais abastadas. Suicídio é o
resultado do fracasso espiritual. Ricos, pobres, intelectuais e ignorantes:
todos clamam por paz de espírito e alegria na alma. Jesus é insubstituível; Ele
veio para que o ser humano tenha vida com abundância (Jo 10.10).
II. O ÚNICO
SALVADOR
1. Cristo
salva. Jesus é o único Salvador. A declaração de que não há salvação debaixo do
céu, a não ser em Jesus (At 4.12), nulifica as religiões pagãs. Jesus já nasceu
Salvador (Lc 2.11). Deus o constituiu Príncipe e Salvador para “dar a Israel o
arrependimento e remissão dos pecados” (At 5.31). O texto sagrado está dizendo
que Deus, ao nomear o Senhor Jesus como Salvador, deu aos pecadores a
oportunidade para o arrependimento. Se isso não acontecesse, não teríamos
salvação. Esse exclusivismo ainda afronta o mundo pagão, e deixa em desconforto
as religiões monoteístas, que não têm a Cristo como o Filho de Deus e o único
Salvador do mundo.
2. Cristo
liberta. Libertador e Salvador. São dois títulos aplicados a Cristo no Novo
Testamento. A liberdade cristã oferecida por Jesus é diferente da liberdade
apregoada hoje pela imprensa e pelos políticos. É o ato de libertar a nossa
consciência da culpa do pecado. Essa promessa o Senhor Jesus a fez para todos
os homens em todos os tempos (Jo 8.32-36). Disse o apóstolo Paulo: “e nos
libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu
amor” (Cl 1.13 — Versão Almeida Atualizada). Devemos permanecer na liberdade
com que Cristo nos libertou (Gl 5.1).
III. CRISTO
CURA
1. A origem
da enfermidade. É verdade que a doença é uma das conseqüências, direta ou
indireta, do pecado. Se não existisse pecado não existiriam enfermidades. Isso,
porém, não serve para dar sustentação à teoria que afirma que a enfermidade
significa estar o doente em pecado ou sem fé. Crer assim é afastar-se da
verdade bíblica e brincar com a fé cristã. Há enfermidades que são
conseqüências diretas do pecado (Jo 5.14). Mas o Novo Testamento fala também de
homens piedosos que tiveram problemas de saúde (1Tm 5.23; 2 Tm 4.20). Não se
pode generalizar neste particular.
2. O alcance
do sacrifício de Jesus. Jesus pode dar saúde a todos os enfermos, mas nem
sempre compreendemos o plano de Deus em relação a determinada pessoa. Não
existe, nesse mundo, sofrimento maior do que a enfermidade nas suas inumeráveis
manifestações. Mas a obra de Jesus é completa; a expiação no Calvário alcança
também a cura do corpo físico (Is 53.4; 1 Pe 2.24). Jesus conferiu à sua Igreja
o poder de curar enfermos e libertar os oprimidos do Diabo (Mt 10.8; Mc
16.15-20). É dever nosso usar a autoridade do nome de Jesus para diminuir o
sofrimento humano.
IV. A
FELICIDADE HUMANA
1. A
felicidade está em Jesus. O ministério de Jesus, aqui na terra, trouxe
transformação para inúmeras vidas, mudou a Galiléia e alterou todo o curso da
história da humanidade. Jesus tem e é a solução de todos os problemas (Mt
11.28-30). Ele, e somente Ele, pode dar sentido à vida. O mundo está em
desespero. Infelizmente Satanás cegou de tal forma a humanidade, que muitos não
conseguem reconhecer a Jesus como o seu Salvador e Libertador; vêem-no apenas
como um concorrente de seus deuses (2 Co 4.4).
2. Nós ou os
anjos? Hoje temos de combater o materialismo, o paganismo, a imoralidade, a
corrupção. E, na autoridade do nome de Jesus, destruir todas as fortalezas do
Diabo. As pessoas vítimas dessas coisas estão gemendo; clamam no vale da sombra
e morte. Mas para que a luz do evangelho resplandeça sobre elas, é necessário
que você lhes fale de Jesus, e mostre-lhes que Ele é a solução. Esta incumbência
é nossa! O Senhor Jesus delegou essa tarefa aos seus discípulos; ou seja: a
cada um de nós (Mt 28.19,20) e não aos anjos (1 Pe 1.12).
CONCLUSÃO
Se cada um de
nós fizer a sua parte, poderemos falar de Cristo a toda a humanidade e, assim,
diminuir os seus sofrimentos. Pois a causa destes é de ordem espiritual (Lm
3.39). O Senhor Jesus equipou os seus discípulos e os enviou ao mundo a fim que
mudassem a face do planeta. E eles o fizeram, porque cada um deles tinha a
consciência de suas responsabilidades (At 8.4; 11.19,20).
Questionário
1. Por que a
Galiléia era uma região desprezada pela elite judaica?
R. Devido aos
cultos pagãos e costumes de sua diversificada população.
2. Por que o
Senhor Jesus procurou a Galiléia como centro de suas atividades?
R. Para que
se cumprisse as profecias de Isaías e porque a necessidade da Galiléia era
maior.
3. Qual o
principal elemento causador do sofrimento humano?
R. O pecado.
4. Quem é a
solução de todos os problemas?
R. Jesus.
5. Quem Deus
chamou para levar o nome de Jesus aos sofredores?
R. Nós
mesmos.
Lição 3 - O
Missionário do Antigo Testamento
INTRODUÇÃO
O
Cristianismo é a primeira religião proselitista e missionária da história, pois
o evangelho não é uma mensagem alternativa, é única e exclusiva. Jesus afirmou
que é uma questão de vida ou morte (Jo 17.3). No Antigo Testamento, missões era
um projeto ainda não colocado em prática. O profeta Jonas, como missionário,
era uma figura de Cristo. O Novo Testamento tornou explícito o que dantes
estava implícito no Antigo.
I. O CONTEXTO
HISTÓRICO DE JONAS
1. O Reino de
Israel. Após a morte de Salomão, o reino hebreu dividiu-se em dois: Israel, ou
Reino do Norte, formado pelas 10 tribos encabeçadas por Efraim, tendo por
capital inicialmente Gibeá, e, depois, no tempo de Onri, Samaria; Judá, formado
por esta tribo e a de Benjamin, ou reino do Sul, cuja capital era Jerusalém,
onde a dinastia de Davi continuou reinando por mais de 400 anos.
2. O profeta
e sua terra. Jonas era filho de Amitai. Viveu no Reino do Norte e habitava em
Gate Hefer (2 Rs 15.25) que, segundo Jerônimo, era uma aldeia dos arredores de
Nazaré da Galiléia. O profeta viveu na época de Jeroboão II, quando o Reino de
Israel achava-se sob pressão dos assírios. A Assíria é a região onde hoje
localiza-se o norte do Iraque, e sua capital, na antigüidade, era Nínive.
3. Origem dos
ninivitas. Cidade fundada por Ninrode, filho de Cam, neto de Noé (Gn 10.11,12),
a Assíria é conhecida como o país de Ninrode (Mq 5.6). Os assírios são
descendentes de Assur, ou Ashur, em hebraico, filho de Sem (Gn 10.22). A
expressão “saiu ele à Assíria” (Gn 10.11) é de difícil interpretação; no
original hebraico não se sabe se Ashur, ou Assíria, são uma e mesma coisa. Se o
primeiro caso puder ser confirmado, significa que Ninrode juntou-se a Ashur, e
ambos fundaram Nínive, além de outras cidades da região. Isso explicaria o fato
de um país semita ser chamado de terra de Ninrode, um camita.
4.
Característica dos ninivitas. Eram um povo beligerante. Os gregos
caracterizavam-se pela filosofia, os fenícios pela arte náutica, os hebreus
pelo monoteísmo ético, mas os assírios pela crueldade. São indescritíveis as
torturas que eles aplicavam aos seus prisioneiros. A arte bélica era a
característica dos assírios. Isso explica a deserção de Jonas; o profeta
desejava fossem os assírios destruídos em conseqüência de sua maldade (Jn
4.1,2).
II. A
MENSAGEM DE JONAS
1. A
incumbência de Jonas. Depois que o grande peixe vomitou o profeta, Deus
novamente o envia a Nínive, dizendo: “prega contra ela a pregação que eu te
disse” (v.2). Qual foi a pregação que Deus entregou a Jonas? “Ainda quarenta
dias, e Nínive será subvertida” (v.4). Não era uma mensagem de misericórdia, mas
uma sentença de condenação. Era o anúncio do juízo de Deus sobre a cidade.
2. O Senhor
Jesus. O Senhor Jesus apresentou suas credenciais de Messias: sinais e
maravilhas nunca vistos desde a fundação do mundo, ensinos extraordinários que
vêm impressionando a humanidade nesses 2.000 anos de Cristianismo, trazendo-nos
uma mensagem de perdão e de amor. Não há razão para recusarmos o evangelho ou
duvidar do Senhor Jesus. Ele tem o testemunho da lei e dos profetas (Rm 3.21).
A Bíblia declara: “A este dão testemunho todos os profetas, de que todos os que
nele crêem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome” (At 10.43).
3. O profeta
Jonas. O profeta Jonas, ao contrário, não mostrou sinais nem maravilhas e a sua
mensagem não era de perdão; sequer convidou os ninivitas ao arrependimento.
Todavia, o povo arrependeu-se a ponto de o rei proclamar um jejum para toda a
cidade e até para os animais. E, assim, o povo alcançou misericórdia.Por isso
Jesus disse que os ninivitas estariam presentes no juízo para condenar aquela
geração incrédula que recusou o Filho de Deus: “Os ninivitas ressurgirão no
Juízo com esta geração e a condenarão, porque se arrependeram com a pregação de
Jonas. E eis que está aqui quem é mais do que Jonas” (Mt 12.41).
III. MISSÕES
NAS RELIGIÕES ANTIGAS
1. Os pagãos.
As religiões do antigo Oriente Médio eram tribais. Não há registro de que um
adepto de Astarote, divindade dos sidônios; ou de Milcom, dos amonitas (1 Rs
11.5), ou ainda de qualquer outra divindade, haja levado sua mensagem para os
adeptos de outros deuses, pois tais religiões eram algo mais de caráter
cultural do que espiritual. Os pagãos entendiam que a cada povo bastava o seu
deus.
2. O
Judaísmo. Apesar de o Judaísmo não adorar a um Deus tribal, não é uma religião
missionária, nem proselitista. Mas o Antigo Testamento, que os judeus acatam
como a Palavra de Deus, assevera que toda a terra é do SENHOR (Êx 19.5; Sl
24.1). Por conseguinte, Deus tem o direito de reinar sobre todas as nações e de
proclamar seus juízos e a sua salvação. Com exceção de Jonas, os profetas do
Senhor sempre eram enviados ao seu próprio povo, e, em seus escritos,
encontramos mensagens de advertências, ameaças e também de bênçãos para as
nações vizinhas.
3. Os
prosélitos no Novo Testamento. Eram gentios convertidos à fé judaica (At 2.10;
6.5; 13.43). Parece que havia empenho das autoridades judaicas do primeiro
século no proselitismo (Mt 23.15). O prosélito submetia-se a três coisas: fazer
a circuncisão, oferecer um sacrifício e submeter-se ao batismo. No batismo, o
local não podia conter menos que 300 litros de água e todo o corpo devia ser
tocado pela água. A pessoa tinha de rapar o cabelo, cortar as unhas e por-se
desnuda. Ainda na água, lia uma parte da Lei, e fazia a confissão de fé, diante
de três testemunhas — uma espécie de padrinhos. Em seguida, recebia as palavras
de consolo e de bênção. Quando saía das águas batismais, já era membro da
família de Israel. Era o batismo deles. Hoje os rabinos fazem sérias objeções
aos gentios que desejam se converter ao Judaísmo. Eles se empenham, acima de
tudo, em
trazer de
volta para o Judaísmo seus próprios irmãos: os judeus não religiosos.
4. Profecias
cumpridas. Há no Antigo Testamento vislumbres missionários, de profecias que se
cumpriram no Novo Testamento. A mensagem de Gn 12.3: “Em ti serão benditas
todas as famílias da terra” era a promessa de Deus para salvar os gentios (Gl
3.8). Isso está ainda mais claro no profeta Isaías: “As ilhas aguardarão a sua
doutrina” (42.4). Ou: “E, no seu nome, os gentios esperarão”, conforme a
Septuaginta, citada em Mt 12.21. Isso também é visto em Os 1.10; 2.23, citado
em Rm 9.25,26. O Cristianismo é a primeira religião missionária do mundo.
IV. O CARÁTER
UNIVERSAL DO CRISTIANISMO
1. Os gentios
ontem e hoje. Os gentios, goiym em hebraico, são todas as nações que estão fora
do povo de Israel. Até a vinda de Jesus, a humanidade estava dividida em dois
povos: gentios e judeus, e o plano de Deus era a reunificação deles, derribando
a parede de separação, o que Jesus realmente fez através de sua morte na cruz
(Ef 2.13-18). Hoje deixa de ser gentio quem se converte ao Senhor Jesus (1 Co
12.2; Ef 2.11). Somos filhos de Abraão, no sentido espiritual (Rm 4.12-12; 9.8,
30-32; Gl 3.7).
2. Jonas, uma
figura de Cristo. Ambos foram enviados aos gentios, eram galileus e por três
dias e três noites ficaram nas profundezas; Jonas, no ventre do grande peixe;
Jesus no seio da terra (Mt 12.40). Tais semelhanças servem para mostrar que
Jonas é a figura de Cristo no Antigo Testamento. Ali estava o prenúncio da
salvação dos gentios. A redenção destes estava no plano de Deus antes da
fundação mundo (Ap 13.8); não foi uma improvisação de última hora feita por
Jesus. Os profetas falaram dessa salvação (1 Pe 1.10-12).
CONCLUSÃO
O Messias,
objeto da expectativa dos profetas do Antigo Testamento, é o Cristo do Novo
Testamento. O trabalho missionário, iniciado por Jonas, continuou com os
apóstolos, cabendo-nos a tarefa de expandi-lo até aos confins da terra. Hoje
somos frutos de missões e devemos fazer missões; há ainda milhões que estão
perecendo sem o conhecimento do evangelho.
Questionário
1. Qual a
primeira religião proselitista e missionária da história?
R. O
Cristianismo.
2. Qual a
origem dos ninivitas?
R. Ninrode,
filho de Cam, neto de Noé.
3. Qual a
mensagem de Jonas para os ninivitas?
R. “Ainda
quarenta dias, e Nínive será subvertida”.
4. Por que os
ninivitas se levantarão no juízo para condenar a geração que rejeitou o Senhor
Jesus?
R. Porque se
arrependeram com a pregação de Jonas.
5. Em que
sentido Jonas é uma figura de Cristo?
R. Ambos
foram enviados aos gentios, eram galileus e ficaram três dias e três noites em
profundezas.
Lição 4 -
JESUS, O Missionário Por Excelência
INTRODUÇÃO
O Senhor
Jesus Cristo é divisor de águas de nossas vidas e da História Universal. Ele é
o único cuja história afeta a vida humana. Ninguém pode ficar alheio à sua vida
e obra. É o nosso modelo em tudo; a Bíblia diz que em tudo foi perfeito; é nEle
que devemos nos inspirar. Ele é o missionário por excelência.
I. O SENHOR
JESUS CRISTO
1. Senhor.
Fala da divindade absoluta de Jesus. A Septuaginta traduziu Adonay e Jeová pela
palavra grega kyrios que é “Senhor”, nome divino. Dizer: “César é Senhor” seria
reconhecer a divindade do imperador romano. Era por isso que os cristãos
primitivos recusavam-se a chamar a César de Senhor. O apóstolo Paulo disse: “e
ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo” (1 Co
12.3). Se Cristo fosse um mero Senhor, haveria necessidade de o Espírito Santo
o revelar? Claro que não (At 2.36).
2. Origem do
nome Jesus. O nome Jesus vem do hebraico Yehoshua ou Yeshua — “Josué”, que
significa “Jeová” ou “Iavé é salvação”. Josué era chamado de Oshea ben Num
“Oséias filho de Num” (Nm 13.8; Dt 32.44). Moisés mudou seu nome para Yehoshua
ben Num “Josué filho de Num” (Nm 13.16). A Septuaginta transliterou o nome
hebraico por Iesous — “Jesus”, em todas as passagens do Antigo Testamento,
exceto 1 Cr 7.27, que aparece Iousue — “Josué”.
3. Cristo. É
a forma grega do nome hebraico mashiach — Messias, que significa “ungido” (Dn
9.25, 26). O Novo Testamento diz que Messias é o mesmo que Cristo (Jo 1.41;
4.25). Isso por si só reduz a cinzas todos os argumentos das seitas que propagam
tais coisas. O nome Jesus Cristo quer dizer: Salvador Ungido. E a Palavra
Senhor diz respeito à sua deidade absoluta.
II. O ENVIADO
DO PAI
1.
Missionário. O conceito de “missão” no contexto bíblico teológico é “enviar” e
vem da palavra grega apostolos. Esse vocábulo é usado no Novo Testamento para
designar os doze apóstolos: “e escolheu doze deles, a quem deu o nome de
apóstolos” (Lc 6.13). É também usado para os enviados como embaixadores ou
missionários da Igreja (2 Co 8.23; Fp 2.25). A Igreja Ortodoxa Grega desde o
princípio usava o vocábulo apostolos para designar seus missionários. Já os
nossos termos linguísticos “missão” e “missionário” vem do latim “mitto”, que
quer dizer enviar, mandar.
2. O enviado
de Deus. Jesus é chamado de apostolos no Novo Testamento grego: “Considerai a
Jesus Cristo, apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão” (Hb 3.1). Deus
enviou o seu Filho ao mundo (v.17), o Filho enviou seus discípulos ao mundo (Jo
20.21), o Pai e o Filho enviaram o Espírito Santo para dar poder à Igreja em
sua missão de buscar os perdidos da terra (Lc 24.49; At 1.8). A Bíblia diz que
Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores (1Tm 1.15). Essa, portanto, foi a
missão na terra do missionário por excelência.
3. Jesus é
singular. Basta uma lida nos Evangelhos para deixar qualquer um perplexo. A
perfeição e a singularidade que encontramos na vida e ministério de Jesus são
algo nunca visto na história. Não procurava status e associava-se com os
pecadores: publicanos e prostitutas (Mt 11.19; 21.31,32); embora santo,
perfeito e impecável, foi submetido aos nossos sofrimentos e provações. Rompeu
barreiras geográficas, culturais, étnicas e religiosas (Mc 7.24-27; Jo 4.9).
Eis o modelo de missionário: Jesus é de todos e para todos; é o único Salvador
do mundo; é dever nosso levar o seu nome para as nações (Lc 24.47; At 1.8).
III. O
VERDADEIRO HOMEM E O VERDADEIRO DEUS
1. Deus entre
os homens. Se apenas o prólogo do Evangelho de João (1.1-14) fosse a única
passagem da Bíblia que fizesse menção da deidade absoluta de Jesus, teríamos
mais que o suficiente para fundamentar a doutrina de sua divindade. No entanto,
temos na Bíblia inúmeras passagens que falam de maneira explícita que Jesus é
Deus (Rm 9.5; Fp 2.5;Tt 2.14; Hb 1.8; 2 Pe 1.1) e ao mesmo tempo homem (1 Tm
2.5; 1 Jo 4.3). Deus assumiu a forma humana para entrar no mundo; é o que a
Bíblia chama de “mistério da piedade” (1 Tm 3.16); pois “o Verbo se fez carne e
habitou entre nós e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai,
cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14).
2. Seu poder.
Jesus revelou seu poder sobre o reino das trevas, sobre Satanás e o inferno (Mc
5.7-13); sobre as enfermidades e a morte (Mt 10.8), sobre o pecado e sobre a
natureza (Jo 8.46; Mt 8.26, 27). Provou ser o verdadeiro Homem e o verdadeiro
Deus. Nunca pronunciou palavras tais: “talvez, eu acho que..., não sei mas vou
pesquisar, isso é muito difícil e vou orar e perguntar ao Pai, suponho que”,
não! Mas sempre dizia: “Na verdade, na verdade te digo” (Jo 3.3); “Em verdade
te digo” (Lc 23.43); “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão
de passar” (Mt 24.35). Não havia a palavra “impossível” no seu dicionário.
3. O caráter
divino de Jesus. Você nunca ouviu um muçulmano dizer: “Maomé vive em mim”, ou:
“ele habita em meu
coração”, ou
ainda: “tenho comunhão com Maomé”. Da mesma forma os judeus com relação a
Moisés, os budista com Buda, os confucionistas com Confúcio. Mas com Jesus é
diferente. Nenhum dos chefes religiosos acima afirmou alguma vez ser o Deus
verdadeiro, o Criador do céu e da terra, porém Jesus declarou sê-lo e realmente
o é! (Jo 8.58; 10.30-33). Ele garantiu habitar nos corações de seus seguidores:
“Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para
ele e faremos nele morada” (Jo 14.23). Podemos como salvos dizer “Cristo vive
mim” (Gl 2.20).
CONCLUSÃO
Não existe
argumento convincente para não se crer em Jesus. Ele continua vivo em glória e
majestade e tem todo o poder no céu e na terra. A grandeza do nome de Jesus
pode ser vista na Bíblia, na história, nas artes, no nosso dia-a-dia e,
principalmente, no testemunho pessoal de seus seguidores. Mesmo sob
perseguições, o seu nome atravessou os séculos e, com a arma do amor, fundou o
maior império da história – o único que não será destruído: o Reino de Deus,
prometido pelo Senhor a Davi, e cumprido plenamente em Cristo Jesus Nosso
Senhor.
Questionário
1. Qual a
importância de Jesus na vida humana e na história?
R. Jesus
Cristo é o “divisor de águas” em nossas vidas e na história.
2. O que o
significa os nomes: “Senhor”, “Jesus” e “Cristo”?
R. Senhor,
fala da divindade absoluta de Jesus; Jesus, significa “Jeová ou Iavé é
salvação”; Cristo, significa “ungido”.
3. Atualmente
qual a forma de “Jesus” em hebraico?
R. Yeshua.
4. Qual o significado
da palavra “missionário”?
R. Significa
aquele que é enviado ou mandado com uma missão.
5. Quem é o
missionário por excelência e qual a sua missão na terra?
R. Jesus. Ele
foi enviado ao mundo para salvar os pecadores.
Lição 5 - O
Manual de Missões
INTRODUÇÃO
Todos os
cristãos reconhecem a origem divina das Escrituras. Não é possível separar
missão da Bíblia. Nesta encontramos o tema de missões: JESUS, e “tudo o que diz
respeito à vida e a piedade” (2 Pe 1.3). O estudo de hoje não é uma defesa à
inspiração e à autoridade das Escrituras, porque todos os cristãos já
reconhecem a origem divina da Bíblia, mas mostra que a obra missionária está
presente em toda a Bíblia, desde o Gênesis ao Apocalipse.
I. POR QUE A
BÍBLIA É O MANUAL DE MISSÕES POR EXCELÊNCIA?
1. Porque ela
evidencia os propósitos universais de Deus para a Redenção do homem. A Bíblia é
a única obra literária do planeta que registra a nossa origem: o que somos, de
onde viemos e para onde vamos. Deus quer que todos os seres humanos conheçam a
verdade sobre Ele e de como Ele se revelou nas Santas Escrituras; e, também
sobre a natureza humana. A vontade de Deus é que todos os homens se arrependam
e venham ao conhecimento da verdade (1 Tm 2.4). Deus sempre se preocupou com o
bem-estar do homem. Essa vontade só pode ser conhecida pela revelação e isso
encontramos nos oráculos divinos, a Bíblia Sagrada.
2. Porque ela
nos apresenta o fundamento, o norte, e as estratégias missionárias. É na Bíblia
que encontramos os registros das primeiras missões. Além disso mostra como
plantar igrejas locais, as estratégias de evangelização, as possíveis
atividades de um missionário no campo, o papel da igreja missionária e os
problemas enfrentados no campo missionário. Essas coisas nos inspiram e orientam
como fazer missões.
O registro
das viagens missionárias na Bíblia serve também para mostrar o modus operandi,
ou seja: como fazer. Deus nos manda fazer missões e além disso ordenou fosse
registrada em sua Palavra as viagens missionárias, principalmente as do
apóstolo Paulo, para que todos possam visualizar uma viagem missionária e todas
as possível atividades de um obreiro no campo missionário. A Bíblia é o manual
por excelência de missões porque é a revelação de Deus à humanidade. Além de
ser a única fonte inspirada de teologia e ética, ela nos ensina como fazer
missões.
II. A VISÃO
MISSIONÁRIA PRENUNCIADA NO ANTIGO TESTAMENTO
1.
Exemplificada no comissionamento dos Patriarcas. A obra missionária está no
coração de Deus. O patriarca Abraão foi chamado por Deus para deixar sua terra
e partir para uma terra distante e desconhecida (At 7.2-4). Quando Deus
apareceu a Abraão, em Harã, prometeu: “Em ti serão benditas todas as famílias
da terra” (Gn 12.3). Essa promessa foi confirmada depois a Isaque (Gn 26.4)
também a Jacó (Gn 28.14). Isso significa que o próprio Deus pregou o evangelho
primeiramente a Abraão prevendo sua extensão por toda a terra (Gl 3.8). Nisso
podemos ver missões tanto no exemplo, no comissionamento de Abraão, como também
de maneira direta: as famílias da terra sendo abençoadas no patriarca Abraão.
2. Cantada
nos Salmos. Os salmos também vislumbravam a obra missionária em toda a terra:
“Anunciai entre as nações a sua glória; entre os povos, as suas maravilhas” (Sl
93.3). O salmo 67 é essencialmente missionário. A chegada do evangelho entre os
etíopes é cumprimento de uma profecia bíblica cantada nos Salmos (Sl 68.31).
Assim, a conversão do eunuco da rainha Candace, da Etiópia (At 8.27, 39), eram
as primícias do Pentecostes representadas nas 17 nações que começavam a se
espalhar entre as nações: Etiópia, casa de Cornélio, Antioquia da Síria e
finalmente “os confins da terra”.
3.
Conscientizada nos profetas. Estudamos na lição 3 a visão missionária nos
discursos proféticos, sendo Jonas enviado para Nínive. Deus é apresentado nos
profetas como Deus universal, de toda a terra, e não meramente um Deus tribal
restrito aos filhos de Israel (Is 40.28). Encontramos tanto de maneira
implícita como explícita a natureza missionária do Cristianismo em termos
proféticos (Is 42.4; 49.6). Veja o cumprimento dessas profecias no Novo
Testamento (Mt 12.21; At 13.47).
III. A VISÃO
MISSIONÁRIA CONFIRMADA NO NOVO TESTAMENTO
1. Os
evangelhos – Jesus o maior exemplo. O Senhor Jesus está presente em cada livro
da Bíblia, mas somente os quatro Evangelhos revelam sua vida e ministério e o
reconhecem como o cumprimento das promessas de Deus. Estudamos na lição passada
que Jesus é o enviado do Pai (Jo 3.16,17), sendo o maior exemplo para os
missionários de todos os tempos. O objetivo da obra missionária é tornar o nome
de Jesus conhecido em todas as nações da terra. De todos os 66 livros da Bíblia
os evangelhos se destacam na revelação da pessoa de Jesus e de sua história:
nascimento, vida, morte, ressurreição e ascensão ao céu.
2. As
epístolas. Sabemos que a história da vida de Jesus está registrada nos quatro
Evangelhos, mas a interpretação teológica está nas epístolas. Elas tratam dos
mais variados assuntos fundamentais da fé cristã. No que tange à missiologia,
servem também para estabelecer disciplinas e encorajar as igrejas às missões
(Rm 10.13-15; Gl 2.9). O papel de Atos é decisivo em missões, por isso vamos
estudá-lo à parte, na próxima lição. No Apocalipse encontramos o fim glorioso
da jornada da Igreja (Ap 21.3,4). O Senhor Jesus é o centro das Escrituras e da
mensagem dos missionários. Nenhum missionário pode fazer coisa alguma sem o
Espírito Santo, sem o Senhor Jesus e sem a Bíblia.
IV. A VISÃO
MISSIONÁRIA ULTIMADA NA GRANDE COMISSÃO
1. A Grande
Comissão. Registrada nos quatro Evangelhos e repetida em Atos (Mt 28.18-20, Mc
16.15-20; Lc 24.46-49; Jo 20.20-2; At 1.8). Essas diferentes narrações se
completam entre si apresentando um resumo dos elementos básicos para missões.
No Evangelho de João, lemos que Jesus veio pela autoridade do Pai, e na sua
própria autoridade enviou seus discípulos ao mundo, e esse poder abrange todo o
universo “o céu e a terra”, que na ação do Espírito Santo Jesus deu aos seus
discípulos o poder sobrenatural para que a obra de Deus seja realizada (Mc
16.17, 18; At 1.8).
2. Uma ordem
e não uma recomendação. Fazer missões é mandamento bíblico. Trata-se de uma
ordem bíblica imperativa e não meramente um parecer ou uma recomendação. É algo
que não depende mais de mandamento específico ou de receber uma visão especial
da parte de Deus para iniciar a obra missionária. Essa ordem, como vimos, já
está na Bíblia (1 Co 9.16). Essa mensagem de salvação é para ser pregada a
“todo o mundo” (Mc 16.15), até aos confins da terra, mediante a atuação do
Espírito Santo (At 1.8). Essa incumbência foi dada à Igreja. O que é necessário
é buscar a direção do Espírito para saber como realizar tal tarefa.
CONCLUSÃO
Missões está
em toda a Bíblia. Visto que o propósito fundamental da Palavra de Deus é a
redenção humana e missões se insere nesse contexto, é correto afirmar que está
presente desde o Gênesis ao Apocalipse. Essa presença pode ser direta ou
indireta, nas ilustrações, figuras, profecias. O livro de Atos se sobressai em
missões, registra os grandes trabalhos missionários. Missões, contudo, está em
toda a Bíblia. O livro do Senhor é o manual de missões.
Questionário
1. Por que a
Bíblia é o manual de missões por excelência?
R. Porque é a
revelação de Deus à humanidade. Além de ser a única fonte inspirada de teologia
e ética, ela nos ensina como fazer missões.
2. Qual a
frase que pode nos mostrar missões mundiais nas promessas de Deus a Abraão?
R. “Em ti
serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3).
3. Quem é o
centro das Escrituras e da mensagem dos missionários?
R. O Senhor
Jesus Cristo.
4. Por que
não é necessário receber uma visão especial para fazer missões?
R. Porque
essa ordem já está na Bíblia (Mt 28.19,20; Mc 16.16-20; Lc 24.47; At 1.8).
5. Por que é
correto afirmar que missões está em toda a Bíblia?
R. Porque o
propósito fundamental da Bíblia é a redenção humana e missões se insere nesse
contexto, é correto afirmar que está presente desde o Gênesis ao Apocalipse.
Sugerimos que
peça a algum aluno da classe para pesquisar junto à Sociedade Bíblica do Brasil
e elabore um relatório sobre como anda a distribuição e tradução da Bíblia no
mundo. Dê oportunidade para o aluno fazer uma apresentação na próxima aula.
A Bíblia é o
manual de missões por excelência. Nela encontramos precedentes de toda
experiência, estratégia de trabalho, e até exemplos dos problemas que o obreiro
pode enfrentar no campo missionário, pois a obra missionária está presente em
toda a Bíblia, desde o Gênesis ao Apocalipse.
Transcreva
para o quadro de giz a figura abaixo, mas sem o preenchimento. Peça a seus
alunos para preencherem com referências bíblicas evidenciando os ensinos
missionários da Bíblia:
Livros
Idéias
Missionários
no AT
Livros
Idéias
Missionárias
no NT
Pentateuco
Adão Gn
1.28;3.15
Noé Gn 9.1
Abraão Gn
26.2-4
Isaque Gn
26.2-4
Jacó Gn
28.12-14
Moisés Êx
19.5,6
Evangelhos
Lc 9.1-6;
24.45-49
Mt 10.16-42;
23.16-20
Históricos
Naamã 2 Rs 5
Raabe Js 2;
Hb 11.31
O livro de
Ester
Atos
At 1.8;
5.28,42;
8.4,11,20;
17.6
Poéticos
Salmos 47;
50; 67;
72; 89; 96;
98;
104;117.
Epístolas
Rm 15.9; Gl
1.15,16;
3.8; Ef
3.4-6; Fp
2.10,11;
1 Tm 2.4;
3.16.
Proféticos
Is 45.21,22;
Jr 3.17;
Hb 2.14; Ag
2.7; Zc
9.10; Ml 1.11
Apocalipse
Ap 5.9,10,13;
7.9;
10.11; 11.15;
20.11-15;
21.9-27.
Lição 6 -
Atos, O Livro das Missões
INTRODUÇÃO
Dos 66 livros
da Bíblia, Atos é o que mais se destaca na obra missionária, pois registra
missões por todos os ângulos, mostrando todas as possíveis atividades de um
missionário. O poder do Espírito Santo, a obra da evangelização e as viagens
missionárias do apóstolo Paulo são o conteúdo de Atos. Essas viagens são o
assunto que vamos estudar hoje.
I. O LIVRO DE
ATOS
1. O
propósito de Atos. O propósito de Lucas, em seu Evangelho, foi escrever tudo o
que Jesus “começou não só a fazer, mas a ensinar” (v.1). No livro de Atos, o
propósito foi registrar o que Jesus continuou a fazer e a ensinar, agora, pelo
Espírito Santo, através dos apóstolos, dando ênfase a ressurreição de Jesus,
que “se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas” (v.3).
2. Visão
geral de Atos. O livro de Atos começa com o aparecimento de Jesus já
ressuscitado, reunindo-se com os seus discípulos durante 40 dias. Jesus, ao ascender
ao céu reafirma a promessa do Espírito Santo, a fim de que os seus discípulos
se encham do poder de Deus para pregar e fazer missões. A trajetória da Igreja
começa em Jerusalém (1.1–6.7); em seguida, temos a extensão do Cristianismo na
Palestina (6.8–9.31) e conversão de Saulo de Tarso até a introdução do
evangelho em Antioquia da Síria (9.1–11.19). Depois vem a campanha de Paulo na
Galácia (13.14–16.6); a proclamação do evangelho na Europa (At 16.8–18.18); e a
chegada de Paulo a Roma, a capital do Império Romano (19.21–28.31).
3. O valor de
Atos. Sem o livro de Atos é impossível entender as epístolas paulinas. A origem
da Igreja estaria envolta em mistério, e não teríamos a garantia do cumprimento
das promessas de Jesus sobre a vinda do Consolador e nem saberíamos qual a
experiência dos apóstolos com o Espírito Santo, como foi a obra missionária,
como a Igreja se expandiu pelo mundo. Essas narrativas são de inestimável valor
para todas as gerações de cristãos.
II. A
PRIMEIRA VIAGEM
1. Partindo de
Antioquia. Barnabé foi o companheiro de Paulo na sua primeira viagem
missionária, que durou cerca de dois anos (entre 46 e 48 d.C.) O objetivo deles
era fundar igrejas. Começaram na ilha de Chipre; logo entraram no continente,
passando por Perge e Panfília, indo imediatamente para Antioquia da Pisídia, na
Galácia do Sul.
2. Antioquia
da Pisídia. Nessa cidade Paulo e Barnabé começaram a pregar numa sinagoga
(13.14). Uns creram e receberam a palavra, insistindo que Paulo retornasse no
sábado seguinte para continuar o assunto. O número dos assistentes foi grande
no sábado seguinte, e isso causou inveja nos judeus, resultando em perseguição.
Paulo e Barnabé foram expulsos da cidade (13.42-46).
3. Listra,
Icônio e Derbe. A cura de um coxo em Listra serviu como ponto de apoio para a
pregação do evangelho (14.8-10). Depois disso Paulo e Barnabé foram para Derbe
(14.20), e retornaram para o ponto de partida, visitando as igrejas em Listra,
Icônio e Antioquia da Pisídia (14.22) e estabelecendo obreiros nativos, frutos
do trabalho missionário.
III. A
SEGUNDA VIAGEM
1. Objetivo
da segunda viagem. Na Segunda viagem, Silas foi companheiro de Paulo. O
objetivo era duplo, revisitar as igrejas da Galácia do Sul, que Paulo fundara
juntamente com Barnabé na primeira viagem (15.36; 16.1-6; Gl 1.2), e abrir
novas frentes de trabalho, ou seja, fundar mais igrejas locais (v.6). O
apóstolo não pretendia ir para a Europa; sua intenção era ir para Ásia: “foram
impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a Palavra na Ásia” (16.6). Depois
Paulo intentou ir para a Bitínia, mas novamente foi impedido (16.7), sendo em
seguida impulsionado a rumar para Trôas.
2. As igrejas
européias. O apóstolo Paulo visitou muitas cidades européias do mundo grego,
durante a sua segunda viagem. Aqui mencionamos apenas as cidades em que ele
fundou igrejas. Em Filipos, começou a igreja na casa de Lídia (16.14,15,40); em
Tessalônica, começou pregando numa sinagoga (17.1,2) e da mesma forma em Beréia
(17.10-12). Em Atenas o trabalho começou numa sinagoga, e depois continuou nas
praças e no centro acadêmico da cidade, o areópago (17.17-19). Em Corinto teve
início na sinagoga, como sempre, depois teve de sair dela, e foi para a casa de
Tito Justo, recebendo apoio de Crispo, principal da sinagoga, que creu no
Senhor Jesus (18.4-8). Essa viagem durou cerca de três anos (entre 49 e 52
d.C.).
IV. TERCEIRA
E QUARTA VIAGENS
1. A igreja
de Éfeso. Seu propósito era visitar as igrejas para confirmar e fortalecer os
discípulos (At 18.22,23). Fez o mesmo caminho da segunda viagem: Galácia do
Sul, região frígio-gálata, chegando a Éfeso, onde havia estado no fim de sua
segunda viagem, ainda que tenha permanecido não mais que três dias na cidade
(18.19-21). Na terceira viagem encontrou um grupo de 12 novos convertidos, que
conheciam apenas o batismo de João (19.1-7). Por essa cidade havia passado
Apolo (18.24) que fora instruído por Áqüila (18.26). Nessa oportunidade, o
apóstolo ficou três anos na cidade (20.31). A viagem durou cerca de quatro anos
(entre 53 e 57 d.C.).
2. A cidade
de Éfeso. Capital da província romana da Ásia, era a cidade mais importante da
região e cruzamento de rotas comerciais. Nela estava o templo da deusa Diana
(19.35), chamada pelos romanos de Ártemis, uma das sete maravilhas do mundo
antigo. Atualmente a cidade está em ruínas, e encontra-se localizada na região
da Anatólia, Turquia.
3. A viagem
para Roma. Paulo partiu de Cesaréia Marítima como prisioneiro, pois havia
apelado para César (At 25.11; 26.32). Foi uma viagem muito conturbada, por
causa do mau tempo, e o apóstolo não perdeu a oportunidade: evangelizou os
demais presos e a tripulação do navio que, em Malta, naufragou. Apesar dos
danos materiais, ninguém pereceu. Nessa ilha, o apóstolo fundou uma igreja.
Depois embarcou para Roma, onde chegaria em 62 d.C. A viagem está registrada em
Atos 27 e 28.
4. Paulo em
Roma. Enquanto aguardava a audiência com Nero, o apóstolo atendia os irmãos em
casa alugada (At 28.30). A história de Paulo não termina aqui. O que se sabe,
além da interrupção que Lucas faz de sua narrativa, são alguns detalhes que o
apóstolo dá em suas cartas ou então por intermédio dos escritos dos Pais da
Igreja. Seu caso foi examinado e ele foi absolvido. Nessa ocasião, se diz que
ele cumpriu seu desejo de pregar na Espanha (Rm 15.28). Nas redondezas de Roma,
fez um grande trabalho.
V. MISSÕES
MUNDIAIS
1. O campo
missionário é o mundo. Jesus disse: “o campo é o mundo” (Mt 13.38). Ele não
disse que o campo é Jerusalém, nem a Judéia, nem Roma, nem minha cidade e a
tua. Infelizmente há ainda os que pensam que o “campo” é a sua cidade e por isso
mostram-se não somente apáticos às missões, mas também posicionam-se contra
elas. Outros não são contra, mas não se esforçam, são acomodados. É dever de
cada crente incentivar missões, orar pelos missionários e pelos que estão sendo
enviados e contribuir financeiramente para o sustento dos missionários.
2. “Tanto em
Jerusalém como em toda a Judéia” (v.8). Jesus não disse para primeiro pregar em
Jerusalém, depois na Judéia, depois em Samaria e só então ser testemunha até
“os confins da terra”, mas mandou pregar “tanto em Jerusalém como em toda
Judéia, Samaria e até os confins da terra”. Isso fala de simultaneidade, do
contrário o evangelho estaria ainda em Israel, confinado entre os judeus, pois
Jesus mesmo disse: “porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer
as cidades de Israel sem que venha o Filho do Homem” (Mt 10.23).
CONCLUSÃO
Como
resultado das viagens de Paulo, surgiram igrejas na Ásia e Europa, e com elas
apareceram as epístolas, que ocupam um terço do Novo Testamento, e o Cristianismo
se tornou universal. Em Atos, portanto, estão registradas as viagens
missionárias mais importantes da história do Cristianismo. É a receita de
missões e de todas as atividades de um missionário. Por essas razões, de todos
os livros da Bíblia, Atos é o livro de missões.
Questionário:
1. Quais os
objetivos de Paulo na sua segunda viagem?
R. Revisitar
as igrejas da Galácia do Sul e abrir novas frentes de trabalho.
2. Qual a
cidade onde Paulo ficou mais tempo na sua terceira viagem?
R. Éfeso.
3. Jesus mandou
pregar primeiro em Jerusalém, depois na Judéia, depois em Samaria e depois nos
confins da terra? Como ele mandou fazer missão?
R. Não.
Mandou pregar “tanto em Jerusalém como em toda Judéia, Samaria e até os confins
da terra”.
4. Qual o
valor do livro de Atos?
R. Sem o
livro de Atos é impossível entender as epístolas paulinas.
5. Por que
Atos é o livro das missões?
R. Porque em
Atos estão registradas as viagens missionárias mais importantes da história do
Cristianismo.
Lição 7 - A
Igreja de Jerusalém
INTRODUÇÃO
Os textos de
Atos 2.42-47; 4.32-53 juntos se completam e mostram o começo da igreja de
Jerusalém. Era uma igreja que se caracterizava pela comunhão, sinais
sobrenaturais, solidariedade de seus membros, testemunho da ressurreição de
Cristo, e pelo poder atuante do Espírito Santo na vida dos discípulos. Tais
características são indispensáveis na vida da Igreja em todas as eras e em
todos os lugares.
I. A
RESSURREIÇÃO DE JESUS
1. Uma das
colunas do Cristianismo (4.33). Os fundadores das grandes religiões
não-cristãs, Buda, Confúcio, Zoroastro, Maomé e outros morreram e estão
sepultados até hoje, entretanto Jesus está vivo! “Ele não está aqui, porque já
ressuscitou, como tinha dito. Vinde e vede o lugar onde o Senhor jazia” (Mt
28.6). Uma das grandezas do Cristianismo é que o seu fundador venceu a morte e
continua vivo. Não somente está vivo, mas tem todo o poder no céu e na terra
(Mt 28.18), e esse poder está presente na Igreja: “E os apóstolos davam, com
grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia
abundante graça” (4.33). A ressurreição de Cristo é a viga mestra do
Cristianismo.
2. Jesus
ressuscitou para a nossa justificação. A ressurreição de Jesus foi corporal (Jo
2.20-22; At 2.25-32). O apóstolo Paulo afirma que isso aconteceu para que
pudéssemos ser justificados diante de Deus (Rm. 4.25). “Se Cristo não
ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados” (1 Co
15.17). Com isso afirma o apóstolo que o Cristianismo não teria sentido se
Jesus não tivesse ressuscitado; não passaria de uma religião comum como as
demais, cujos fundadores morreram e não puderam ressuscitar; foram vencidos
pela morte. Essa ressurreição é mais que meramente tornar a viver; é a glorificação
de Jesus (Jo 7.39; Rm 1.4).
3. “Muitos
sinais se faziam entre os apóstolos” (2.43). O milagre da ressurreição foi tão
extraordinário, que para os gregos era loucura (At 17.32). A cura do coxo na
porta do templo de Jerusalém era a prova infalível da ressurreição e do poder
de Jesus (At 3.13-16). Isso porque a morte de Jesus foi testemunhada por muitos
em Jerusalém. Toda a cidade tinha conhecimento desse acontecimento; a notícia
havia se espalhado por toda a parte. Pedro fez questão de sublinhar que a cura
extraordinária do coxo era obra do Cristo ressuscitado.
II. UMA
IGREJA SOLIDÁRIA
1. A
generosidade dos irmãos (2.45). A solidariedade era algo generalizado na igreja
de Jerusalém e não meramente uma característica de Barnabé. Isso era conseqüência
da nova vida em Cristo. Muitos deles vendiam suas propriedades levando o
dinheiro aos apóstolos. É bom sempre lembrar que essas doações eram voluntárias
e a repercussão foi muito grande, pois naquela época havia muita pobreza na
Cidade Santa. O trabalho social é também uma forma de evangelizar. Aliás, é
essa a linguagem que o mundo entende (1 Jo 3.17).
2. Avaliando
essa atitude. Há expositores que criticam a atitude desses irmãos.
Consideram-na como precipitação pueril e equivocada, motivada pela expectativa
da vinda iminente de Cristo, dando assim origem a uma pobreza que, depois, foi
necessário o apóstolo Paulo angariar fundos nas igrejas gentias para remediar
tal situação. O relato de Atos não nos dá a entender nenhuma interpretação
dessa natureza. A pobreza deles não foi proveniente disso, mas das
circunstâncias daqueles tempos. Essas doações foram necessárias para a
sobrevivência da igreja de Jerusalém, pois estava começando e a pobreza do povo
era extrema. Com esses recursos a igreja era suprida e assim era possível
assistir ao pobre que se convertia a Jesus (At 6.1).
III. UMA
IGREJA CARACTERIZADA PELA COMUNHÃO
1. Comunhão.
Ter tudo em comum e partilhar da mesma crença é comunhão. A palavra grega
koinonia, “comunhão”, significa compartilhar ou participar mutuamente de algum
evento comum ou acordo. No Antigo Testamento a idéia de comunhão diz respeito
ao relacionamento do homem com o seu próximo (Sl 133.1) e nunca do homem com
Deus. Mesmo o fato de Abraão ser chamado “amigo de Deus” (Tg 2.23) e Moisés ter
falado com Deus face a face (Dt 34.10), não significa que hajam eles provado a
mesma comunhão com Deus, como os crentes da nova aliança (Jo 15.14). A comunhão
no Cristianismo envolve tanto o relacionamento entre os irmãos como também com
o Pai, com o Filho (1 Jo 1.3) e com o Espírito Santo (2 Co 13.13).
2. A comunhão
na igreja de Jerusalém (2.44; 4.32). A igreja de Jerusalém, logo nos seus
primeiros dias, deu ao mundo uma lição de koinonia. O que o texto sagrado diz é
que não se trata apenas de compartilhar algo, mas também de unidade. “Coração”
diz respeito ao centro da vida. “Alma” é a sede das emoções, fala dos mesmos
afetos e sentimentos (Fp 2.2,3). Todos os crentes tinham o mesmo propósito, a
mesma esperança, servindo o mesmo Senhor.
IV. O SOBRENATURAL
NA IGREJA
1. Igreja sem
o sobrenatural está morta. A Igreja do primeiro século era pentecostal. Ainda
hoje a doutrina entecostal dá muita ênfase às experiências pessoais do cristão
com o Senhor Jesus. Uma das características da dispensação da graça é o fato de
Deus se comunicar com cada crente individualmente, com pessoas de todos os
sexos e de todas as idades por meio de sonhos, visões, profecias e até pelas
pequenas coisas naturais do dia-a-dia (At 2.17,18). Esses privilégios eram
restritos aos profetas ou a alguém escolhido por Deus para uma obra específica
nos tempos do Antigo Testamento (Nm 12.6), mas agora é privilégio de todos os
crentes.
2. Jesus deu
poder à sua Igreja. Os sinais que Jesus prometeu (Mc 16.16-20) acompanharam a
Igreja, e o livro de Atos é um registro histórico dessas promessas de Jesus. O
ministério de Jesus foi acompanhado do sobrenatural. Ele deu poder aos seus
discípulos para a realização de milagres, poder sobre o poder das trevas: “Eis
que vos dou poder para pisar serpentes, e escorpiões, e toda a força do
Inimigo, e nada vos fará dano algum” (Lc 10.19); e poder sobre as enfermidades:
“Curai os enfermos, limpai leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os
demônios; de graça recebestes, de graça daí” (Mt 10.8); é por isso que “muitas
maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos” (2.43).
3. Os sinais
sobrenaturais hoje. Os milagres atraem as pessoas e muitas vezes levam-nas à fé
cristã. Os sinais que se seguiram (Mc 16.20) estão presentes nos dias atuais. O
Senhor Jesus dotou a sua Igreja dos dons espirituais para que tenha poder de
levar o evangelho a todo o mundo. Nós somos a continuação daqueles irmãos; os
sinais devem continuar na vida da igreja da atualidade.
CONCLUSÃO
Testemunhar
com ousadia a ressurreição de Jesus, promover a comunhão e a solidariedade
entre os irmãos, buscar o sobrenatural do Espírito Santo para que o povo
conheça o poder de Deus são características da verdadeira Igreja cristã.
Cristianismo sem o sobrenatural do Espírito Santo é mera filosofia. Os recursos
espirituais servem para mostrarmos ao pecador que Jesus é o único Salvador do
mundo. Eis aí o retrato de uma igreja que revolucionou o planeta, sendo
pioneira na evangelização do mundo, cujo exemplo devemos seguir.
Questionário:
1. O que
distingue o Cristianismo das grandes religiões não-cristãs em relação a seus
fundadores?
R. O fundador
do Cristianismo, Jesus Cristo, venceu a morte e continua vivo.
2. Por que a
ressurreição de Jesus é mais que simplesmente tornar a viver?
R. Porque
significa a glorificação do Senhor.
3. O que
significou a cura do coxo em Jerusalém?
R. Significou
a prova infalível da ressurreição e do poder de Jesus.
4. Qual o
significado de comunhão no Cristianismo?
R. Envolve
tanto o relacionamento entre irmãos como também com o Pai, com o Filho e com o
Espírito Santo.
5. Com que
finalidade o Senhor Jesus dotou a sua Igreja dos dons espirituais?
R. Para que
tenha poder para levar o evangelho a todo o mundo.
Lição 8 - A
Igreja de Antioquia
INTRODUÇÃO
Em Antioquia
da Síria estava a primeira igreja gentia e a maior igreja missionária depois de
Jerusalém. Além dessas duas características, gentia e missionária, Antioquia
também teve o privilégio de ter o apóstolo Paulo como seu pastor (v.26),
tornando-se a base missionária deste apóstolo.Vejamos como esta etapa tão
importante da evangelização mundial começou a se cumprir de acordo com o
plano-mestre estabelecido por Nosso Senhor.
I. A IGREJA
EM TERRITÓRIO GENTIO
1. Fugindo
das perseguições. As perseguições iniciadas em Jerusalém, depois do martírio de
Estêvão, tornaram insuportável a situação dos cristãos naquela cidade. Muitos
foram dispersos, não só pela Judéia e Samaria, mas para além da terra de
Israel, indo para a Fenícia, Chipre, Antioquia da Síria e Cirene (v.19; 8.1-4).
De todas essas regiões, Antioquia sobressaiu-se, tornando-se no mais importante
centro missionário do primeiro século. Durante os primeiros séculos do
Cristianismo ela esteve entre os cinco maiores centros cristãos da história:
Antioquia, Jerusalém, Alexandria, Constantinopla e Roma.
2. A cidade
de Antioquia da Síria. Distava 500 quilômetros de Jerusalém e gozava de posição
estratégica favorável para missões. Localizava-se na divisa entre os dois
mundos culturais da época – o grego e o semita. Não deve ser confundida com a
Antioquia da Pisídia (At 13.14). Era a terceira cidade do Império Romano, vindo
depois de Roma e Alexandria. Passou a ser a capital da província romana da
Síria, em 64 a.C., quando Pompeu a conquistou.
3. O caráter
universal do evangelho. Era cidade de população mista e boa parte desta era de
judeus. Josefo afirma que muitos judeus emigraram para a região nos dias dos
selêucidas e outros fugiram para lá durante as guerras dos Macabeus. Isso
talvez justifique a forte presença judaica, em Antioquia, nesse período da
história da Igreja. A chegada do evangelho à cidade representou muito cedo o
caráter universal da mensagem cristã. A partir daí o Cristianismo saiu dos
círculos judaicos para ser pregado a todos os povos, conforme determinação do
Senhor Jesus (Mt 28.19,20; Mc 16.15).
II. OS
FUNDADORES DA IGREJA DE ANTIOQUIA
1. Começou no
anonimato. Os fundadores da igreja de Antioquia eram de Chipre e de Cirene: “Os
quais, entrando em Antioquia, falaram aos gregos, anunciando o Senhor Jesus”
(v.20). Até então o evangelho era pregado só aos judeus (v.19). Talvez a
experiência de Pedro na casa de Cornélio tivesse chegado ao conhecimento deles,
e começaram a pregar também aos gentios (v.20). O resultado foi extraordinário!
Esses gregos creram no Senhor Jesus e o número deles crescia a cada dia (v.21).
Nascia a igreja dos gentios. A ordem profética “até aos confins da terra”, de
Jesus, caminhava rapidamente para o seu cumprimento (At 1.8).
2. Barnabé e
Lúcio. As notícias foram recebidas com alegria pela igreja de Jerusalém.
Curioso é que Barnabé era de Chipre (At 4.36) e Lúcio, um dos doutores da
igreja de Antioquia, era de Cirene (At 13.1). Será que a iniciativa de se
pregar aos gentios partiu deles? Quem seriam pois esses missionários? Muitos de
nossos pioneiros ficaram no anonimato. Há grandes trabalhos que foram iniciados
por pessoas anônimas, mas Deus conhece cada uma delas. Tais pessoas terão o seu
galardão, e serão conhecidas e reconhecidas por toda a eternidade.
III.
ESTRUTURANDO UMA IGREJA EM CRESCIMENTO
1. Enviado
para ensinar. Barnabé foi enviado pela igreja de Jerusalém para ensinar aos
gentios de Antioquia (v.26). Entendeu muito cedo o caráter universal do
evangelho de Jesus. Ele e Saulo foram os primeiros pastores de Antioquia, e no
exercício de seu ministério ultrapassaram as barreiras culturais. O
Cristianismo é transcultural; a igreja de Jerusalém enviou o homem certo para
Antioquia. Por ser cipriota, talvez tivesse mais jeito de lidar com os gentios
(v.22). Esse é um exemplo de missionário enviado para ensinar numa igreja já
constituída.
2. O convite
feito a Saulo. Barnabé foi o primeiro que entendeu a nova realidade. Vendo que
os costumes dos gentios eram muito diferentes das tradições judaicas e que
aqueles irmãos estavam alegres e eram fervorosos no espírito, mas provenientes
de outra cultura, lembrou-se de Saulo, pois sabia que o Senhor Jesus o havia
chamado para pregar e ensinar aos gentios. Saulo era de Tarso, grande centro
cultural da época, e conhecia a cultura grega. Ninguém melhor do que Saulo para
ensinar a esses novos crentes de costumes estranhos. Barnabé não hesitou em
buscá-lo em Tarso para essa nobre tarefa (v.25). Antioquia conquistou essa
importância na história do Cristianismo graças a estrutura bem organizada por
Barnabé e Saulo.
IV. O QUE
SIGNIFICA O NOME “CRISTÃO”?
1. O nome
“cristão”. A palavra “cristão” ocorre somente três vezes no Novo Testamento
(11.26; 26.28; 1 Pe 4.6). Originalmente designava um servo e seguidor de
Cristo. Hoje tornou-se um termo geral, destituído do seu significado primitivo.
A nós, este termo deve sugerir o nome do nosso Redentor (Rm 3.24), a idéia do
profundo relacionamento do crente com Cristo (Rm 8.38,39), o pensamento de que
o recebemos como nosso Senhor (Rm 5.1), e a causa da nossa salvação (Hb 5.9).
(Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD)
CONCLUSÃO
O texto de
Atos 11.19-26 relata, ainda que de maneira resumida, um dos maiores
acontecimentos da história da Igreja. Vemos aqui, em síntese, os passos para a
universalização do evangelho: Filipe prega em Samaria (At 8.5). Como os samaritanos
eram meio judeus, não foi aí que nasceu a igreja dos gentios. Depois Pedro
prega na casa de Cornélio, que era gentio, mas como estava afeito à cultura
judaica (At 10.1,2) também não há notícias de uma igreja gentia proveniente de
sua casa. Finalmente, temos em Antioquia o princípio da sustentação missionária
ao mundo gentílico. Sua igreja pode ser considerada uma base missionária? Há
muitos Barnabés e Saulos esperando para serem comissionados até aos confins da
terra.
Questionário:
1. Quais as
características da igreja de Antioquia da Síria?
R. Gentia e
missionária.
2. Quem são
os fundadores da igreja de Antioquia da Síria?
R. Cristãos
anônimos de Chipre e de Cirene.
3. Quem foram
os primeiros pastores dessa igreja?
R. Barnabé e
Saulo.
4. Onde
aparece as três vezes o termo “cristão” em o Novo Testamento, e que conceito o
referido termo encerra?
R. Em At
11.26; 26.28; 1 Pe 4.6. Originalmente designava um servo e seguidor de Cristo.
5. Quais os
passos para a chegada definitiva do evangelho aos gentios?
R. Primeiro,
Felipe prega em Samaria; segundo, Pedro prega na casa de Cornélio; terceiro, o
evangelho é anunciado em Antioquia.
Lição 9 -
Plantando Igrejas Locais
INTRODUÇÃO
O mesmo
princípio usado para se iniciar congregações em nossos bairros, ou cidades
vizinhas, serve para se plantar igrejas locais no campo missionário. Hoje vamos
estudar as estratégias usadas pelo apóstolo Paulo.
I. AS
SINAGOGAS COMO PLATAFORMA
1. Nas sinagogas.
Em todas as grandes cidades, Paulo procurava logo uma sinagoga. Como judeu e
mestre da Lei, tinha acesso à palavra, e não perdia a oportunidade de falar de
Jesus. Quando não lhe era permitido pregar aos judeus, dirigia-se aos gentios.
Ele usou essa estratégia em Chipre (13.5), Antioquia da Pisídia (13.14), Icônio
(14.1), Tessalônica (17.1,2), Beréia (17.10-12), Atenas (17.17), Corinto (18.4)
e Éfeso (18.19). As sinagogas dessas cidades serviram de base para igrejas
locais. Foi assim que o apóstolo plantou igrejas em todos esses locais. Hoje
não encontramos no campo missionário tantas sinagogas, como naqueles dias, e
nem temos tantos rabinos convertidos à fé cristã. Mas o princípio continua
válido.
2. No plano
cultural. Todas as pessoas pertencem a um povo e a uma cultura, para a qual o
missionário pode ser enviado para evangelizar, plantar igrejas locais, ensinar
e realizar outras atividades missionárias. Quando se trata de alguém que está
fora de sua cidade natal ou de seu país ou de seu convívio social e converte-se
à fé cristã, geralmente sente a necessidade de falar de Jesus para os seus, e
contar quão grandes coisas o Senhor lhe fez e como teve misericórdia de si (Mc
5.19).
3. No plano
religioso. Consideremos alguém muito fervoroso em sua religião. Tendo-se Paulo
convertido a Cristo, torna-se a maior autoridade para evangelizar sua antiga
comunidade de fé. Esse é um excelente terreno para se disseminar as boas novas
de salvação. Através desse processo, as pessoas se convertem e vêm para a igreja,
fazendo surgir novas congregações. Esse método pode ser usado hoje para se
plantar igrejas locais.
4. Exemplo
prático da atualidade. Há casos de irmãos que voltam para o seu país ou para a
sua cidade de origem a fim de falar do amor de Deus. Muitos de nossos nisseis e
sanseis foram para o Japão como dekasseguis (trabalhadores estrangeiros) e não
como missionários. Entretanto, fundaram inúmeras igrejas locais. Hoje são
pastores de um trabalho que cresce e prospera.
Se o Senhor
Jesus não vier nos próximos 15 anos, nossa geração verá como os filhos desses
imigrantes integrar-se-ão à sociedade e à cultura nipônicas, facilitando a
evangelização do Oriente: “Desde o nascente do sol até ao poente, será grande
entre as nações o meu nome ... diz o SENHOR dos Exércitos” (Ml 1.11).
II. AS
CAMPANHAS OU CRUZADAS EVANGELÍSTICAS
1. Campanha
de Chipre. A primeira viagem missionária do apóstolo Paulo durou cerca de dois
anos, 48 e 49 d.C. O verbo grego dierchomai, “atravessar”, usado nesta
expressão: “atravessado a ilha até Pafos” (13.6), dá a idéia de campanha
evangelística. O Dr. Sir William Ramsay, arqueólogo que investigou o livro de
Atos, constata que Lucas não cometeu nenhum erro ao mencionar os 32 países, as
54 cidades e as 9 ilhas em Atos. Ele diz que o referido verbo significa “uma
turnê evangelística em toda a ilha”.
2. Em Listra
e Derbe. O texto sagrado diz: “Ali pregavam o evangelho” (14.7). O contexto
mostra que Paulo e Barnabé fizeram uma cruzada evangelística entre os gentios.
Constata-se isso em decorrência do movimento provocado pelos moradores da
região em virtude da cura do coxo de nascença, e por haverem confundido Paulo e
Barnabé com divindades romanas, Mercúrio e Júpiter (14.8-14).
3. As
campanhas da atualidade. Há os que criticam as campanhas ou cruzadas
evangelísticas. Esse método de evangelização é usado em muitas partes do mundo
com resultados extraordinários. Via de regra, os evangelistas usam ginásios de
esportes, estádios de futebol, locais de grandes concentrações com resultados
extraordinários. Os resultados, entretanto, podem ser desastrosos para a igreja
promotora do evento, quando o pregador não preenche os requisitos espirituais
exigidos pela Bíblia ou quando não há organização adequada. O problema não está
nessas campanhas em si, pois o modelo é bíblico; pode estar no propósito e no
método utilizados.
III. AS
DIVERSAS ESTRATÉGIAS
1. Nas casas.
Paulo fundou igrejas não somente usando as sinagogas e através de campanhas
evangelísticas. Ele usou muitas outras estratégias. Em Corinto, começou por uma
sinagoga (18.4), em seguida encontrou abrigo na casa de Tito Justo, e depois
teve o apoio de Crispo, líder da sinagoga, que logo se converteu (18.7,8). Da
mesma forma, fundou a igreja de Filipos, na casa de uma empresária de nome
Lídia (At 16.14,15), e em Éfeso, começando por uma sinagoga (18.19), continuou
nas casas (20.20). Até hoje, a maioria das igrejas nasce nas casas dos crentes.
Essa estratégia continua a ser usada em nossos dias.
2. Nas
praças. A pregação nas ruas e praças tem dado origem a muitas igrejas locais.
Há muitas localidades onde esse trabalho não é permitido; em outros lugares não
dá resultado. O apóstolo Paulo usou essa estratégia em Atenas (At 17.17). Esse
método foi, no princípio, usado por nossos pioneiros Daniel Berg e Gunnar
Vingren. Em muitos lugares, continua surtindo resultados. O modelo é bíblico;
cabe a cada um ter o necessário discernimento para aplicá-lo na hora e na
localidade adequadas. As praças de sua cidade podem ser uma terra fértil para
semear a semente.
3. Nos
centros acadêmicos. A igreja de Atenas nasceu de um trabalho do apóstolo Paulo
entre os acadêmicos (At 17. 19, 22, 34). O Senhor Jesus tem muitas testemunhas
entre os universitários, professores e eruditos de todo o mundo. Muitos destes
organizam trabalhos programados para alcançar os seus pares para Jesus. Muitos
conseguem espaço físico na própria instituição de ensino para reuniões, além de
cultos em ação de graças em eventos como formaturas. É um trabalho promissor, e
tem suas bases na Bíblia.
4. Os grandes
centros urbanos. O apóstolo procurava os grandes centros urbanos fundando neles
igrejas. Ele passou por inúmeras cidades em suas viagens, mas sua meta era
alcançar as de maior porte. Depois, as igrejas das grandes cidades
encarregam-se de evangelizar as cidades menores vizinhas. Éfeso era o centro
das sete igrejas da Ásia; Paulo, portanto, foi o fundador delas através da
cidade de Éfeso.
CONCLUSÃO
Vimos que o
apóstolo Paulo se utilizou de inúmeros meios para alcançar as pessoas para
Cristo e com elas surgiram as igrejas.
Campanhas
evangelísticas, evangelismo de casa em casa, centros acadêmicos, ruas e praças
e em outros locais são estratégias usadas para qualquer época da história. Os
recursos eletrônicos são bastante úteis na evangelização. Podemos resumir tudo
isso nas palavras do próprio apóstolo: “Fiz-me tudo para todos, para, por todos
os meios chegar a salvar alguns” (1 Co 9.22). Esses são os exemplos que devemos
seguir para plantar igrejas, tanto em nosso país como no campo missionário.
Questionário:
1. Cite cinco
cidades em que Paulo começou trabalhos pelas sinagogas.
R. Chipre,
Antioquia da Psídia, Icônio, Tessalônica, Beréia.
2. Onde o
apóstolo Paulo fez campanhas evangelísticas?
R. Chipre,
Listra e Derbe.
3. Quais as
outras estratégias do apóstolo Paulo para plantar igrejas locais?
R. Nas casas,
nas praças, nos centros acadêmicos e nos grandes centros urbanos.
4. O que
Paulo fazia quando era expulso de uma sinagoga?
R. Quando não
era mais permitido falar aos judeus nas sinagogas, ia aos gentios.
5. Por que
Paulo procurava os grandes centros urbanos de sua época?
R. Porque as
igrejas fundadas nos grandes centros se encarregavam de evangelizar as cidades
vizinhas.
Lição 10 -
Povos Não Alcançados
INTRODUÇÃO
Quando Jesus
ordenou que se levasse o evangelho a todas as nações, referia-se também aos
grupos étnicos. A palavra grega para “nações” ou “mundo”, usada nesse contexto
missiológico, (Mt 24.14; 28.19, Lc 24.47) é ethnos, de onde vem a palavra
“etnia”. A ordem não diz respeito meramente a países, mas aos diferentes grupos
étnicos, que se acham nos países politicamente organizados, e estes estão em
torno de 1.739.
I. JANELA
10/40
1. O que é a
Janela 10 por 40? É a região onde habita 66% da população mundial, e ocupa 33%
da área total do planeta, compreendendo 62 países. Os dois maiores países do
mundo, em número de habitantes, encontram-se nessa área: China e Índia. Os dois
juntos representam cerca de 33% da população da terra. Esta região estende-se desde
o oeste da África até ao leste da Ásia, e é comparada a uma janela retangular,
estando entre 10 e 40 graus ao norte da linha do equador. Todas as terras
bíblicas encontram-se nessa janela. O apóstolo Paulo ultrapassou esses limites
nas suas viagens missionárias (Rm 15.19).
2.
Características. É a área do mundo onde vive o maior número de povos não
alcançados, predominando os seguidores do Islamismo, do Hinduísmo e do Budismo.
O Islamismo está atingindo 1 bilhão de adeptos, o Hinduísmo, mais de 700 milhões.
A Janela 10/40 é conhecida como o Cinturão de Resistência; nela se encontram as
fortalezas de Satanás, pois 37 dos 50 países menos alcançados do mundo
localizam-se nessa região. Nessa área, estão 82% dos mais pobres do planeta.
Bilhões de pessoas são vítimas das enfermidades, misérias e calamidades.
II. POVOS SEM
PÁTRIAS
1. Os curdos.
São os descendentes de Elão, filho de Sem, filho de Noé (Gn 10.22). Os elamitas
estavam presentes no Dia de Pentecostes (At 2.9). Atualmente a maioria está
concentrada no Iraque e na Turquia. Lutam para reconstruir sua pátria; o que
eles estão vivendo é o cumprimento da Palavra de Deus (Jr 49.34-39). A palavra
profética contempla, no v. 34, um final glorioso para esse povo. Sua
evangelização tem sido um desafio para as igrejas, pois eles são muçulmanos.
2. Os povos
bérberes rifenhos. São provenientes da região de Cirene, norte da África, terra
de Simão, cireneu, mencionado nos evangelhos sinóticos (Mt 27.32; Mc 15.21; Lc
23.26); e de Lúcio (At 13.1). Estavam também presentes no Dia de Pentecostes
(At 2.10). A maioria deles habita no norte da África, nas montanhas do Rife,
região que vai do Marrocos até à Tunísia. De maioria muçulmana, sua maior
concentração na Europa está em Amsterdã, Holanda. Falam o Tamazigh; o evangelho
de João já foi traduzido nessa língua. Sua evangelização é um desafio para as
igrejas devido a sua religião islâmica.
3. Os
indígenas brasileiros. Quando Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil, em 1500,
havia entre 5 a 6 milhões deles, divididos em cerca de 900 grupos étnicos.
Foram dizimados impiedosamente pelos colonizadores. Hoje, 500 anos depois, eles
estão reduzidos a 250 mil e a 221 grupos, sendo 41 desses grupos com mais de
1.000 membros e 56 com menos de 100 indígenas falando cerca de 185 línguas diferentes
(dados de 1991). Sua evangelização constitui-se num desafio para todos nós, por
causa das pressões dos sociólogos incrédulos, da imprensa e da grande variedade
de línguas que dificulta prover literatura em sua língua.
III. OS
ADEPTOS DE SEITAS
1. O desafio
das seitas. Onde quer que o missionário seja enviado, para qualquer parte do
planeta, lá estarão as seitas. Os adeptos de seitas estão incluídos na lista
dos grupos não alcançados, e sua evangelização é um desafio para a Igreja. Hoje
há no mundo 10 religiões, além do Cristianismo, são elas: Judaísmo, Islamismo,
Hinduísmo, Budismo, Confucionismo, Taoísmo, Xintoísmo, Jainismo, Sickismo e
Zoroastrismo; e cerca de 10 mil seitas, sendo 6 mil delas na África e 1.200 nos
Estados Unidos.Entre as seitas prolifera o Espiritismo, manifesto ou
disfarçado, nas suas muitas ramificações. Vale ressaltar aqui o nosso lema:
“Você está disposto a fazer pela verdade o que as seitas fazem pela mentira?”
(Jd v.3). O que você está fazendo para a salvação desses povos e grupos não
alcançados? (Pv 24.11).
2. Como
alcançá-las? Seus adeptos estão à nossa volta, mas requer-se dos crentes
conhecimentos sólidos das doutrinas vitais do Cristianismo. Além disso, é
necessário conhecer as crenças das seitas, seus argumentos e saber como
refutá-los à luz da Bíblia (2 Tm 2.15; 1 Pe 3.15). Mesmo assim, o trabalho só
terá êxito se for realizado na direção e capacitação do Espírito Santo (Jo
16.8-11). Ainda são poucos os que se desprendem para tal tarefa. Geralmente são
as pessoas que vieram dessas seitas que se preocupam com a evangelização de
seus antigos irmãos.
IV. OS
MUÇULMANOS
1. Sua
origem. Os muçulmanos são os adeptos do Islamismo. O termo “islamismo” vem da
palavra árabe islão, que significa “submissão”; uma referência a sua obediência
à sua divindade Alá. É uma religião fundada por Maomé (570-634 d.C.) na Arábia
Saudita. Hoje são cerca de 1 bilhão de seguidores; a maioria na Janela 10 por
40. Para cada seis seres humanos no planeta um é muçulmano, dois são cristãos
(incluindo os cristãos nominais), um já ouviu falar de Jesus pelo menos uma
vez, e dois nunca ouviram falar de Jesus.
2. O grande
desafio à Igreja. A evangelização dos muçulmanos é um dos maiores desafios da
Igreja, isso porque nenhuma religião do mundo odeia tanto a cruz de Cristo como
o Islamismo; e além disso, ensinam seus adeptos a opor-se ao Cristianismo. O islão
não é apenas uma religião, mas também um sistema político, social, econômico,
educativo e judicial. A sociedade muçulmana exige estrita fidelidade por parte
dos seus cidadãos. A opinião do indivíduo conta pouco; o que a comunidade pensa
é muito mais importante. O comportamento de um indivíduo é controlado de tal
maneira pela sociedade que quase não resta espaço para uma ação independente. É
por isso que o muçulmano não está habituado a tomar decisões pessoais, como
aceitar o evangelho, crendo em Cristo como o seu Salvador.
3. Suas
crenças. Negam a Trindade, a divindade de Jesus; afirmam que Jesus não é o
Filho de Deus; negam sua morte na cruz; ressaltam que não é necessário alguém
morrer pelos pecados de outrem e rejeitam a doutrina do pecado original. Apesar
de serem monoteístas, professando sua crença em Alá como único Deus e em Maomé
seu profeta, negam e atacam os fundamentos do Cristianismo. O conceito deles
sobre cada doutrina do Cristianismo é distorcido e antibíblico. Eram poucos os
cristãos na Arábia, nos dias de Maomé. Além disso, o Cristianismo daquela
região, de maioria nestoriana, não era bíblico. Isso explica o fato de Maomé
haver pensado que a Trindade se constituísse de Pai, Filho e Maria (Alcorão,
Sura 4.171; 5.72.73), em vez de Pai, Filho e Espírito Santo (Mt 28.19; 2 Co
13.13).
4. O Alcorão.
Nós temos a Bíblia e eles o Alcorão. Os muçulmanos nunca puderam provar ser o
seu livro de origem divina. Suas declarações são meramente dogmáticas, baseadas
na autoridade que seus adeptos lhe atribuem. O certo é que a Bíblia e o Alcorão
se opõe um ao outro. O Alcorão nega a morte de Jesus; diz que Ele não foi
crucificado (Sura 4.157); ao passo que toda a Bíblia fala de sua morte, tanto
em termo de profecia (Gn 3.15; Is 53), como de figuras, ver o sacrifício de
Isaque (Gn 22); ilustrações (Hb 9.9-11), e sua historicidade nos Evangelhos e o
seu significado nas epístolas (1 Co 15.3). O fato é confirmado também pela
história (Josefo e Tácito).
CONCLUSÃO
A história da
Igreja é marcada pelos desafios. Oramos 70 anos para que Deus fizesse ruir a
Cortina de Ferro (os países comunistas) e Deus ouviu a nossa oração. Depois de
tudo isso perguntamos: “O que estamos fazendo nesses países?” Infelizmente,
muito pouco. Restam ainda a China, a Coréia do Norte e Cuba. Apesar de o
evangelho estar sendo pregado nesses países, não deixa de ser mais um desafio
para a Igreja. A Janela 10/40 ainda é um dos maiores desafios missionários da
atualidade. Por isso todos os crentes devem orar, contribuir, apoiar e
inteirar-se das necessidades dos trabalhos missionários direcionados para essa
região do planeta.
Questionário:
1. O que é a
Janela 10/40 e quais suas características?
R. É a região
onde habita 66% da população mundial e ocupa 33% da área total do planeta, num
total de 62 países. Estende-se desde o oeste da África até o leste da Ásia,
comparado a uma janela retangular, sendo 10 e 40 graus ao norte da linha do
equador.
2. Cite três
povos sem pátrias considerados, ainda não alcançados.
R. Os curdos,
os povos bérberes rifenhos e os indígenas brasileiros.
3. Por que o
Islamismo é o maior desafio da Igreja?
R. Porque
nenhuma religião do mundo odeia tanto a cruz de Cristo como o Islamismo.
4. Cite as 10
principais religiões, além do Cristianismo, existentes atualmente.
R. Judaísmo,
Islamismo, Hinduísmo, Budismo, Confucionismo, Taoísmo, Xintoísmo, Jainísmo,
Sickismo e Zoroastrismo.
5. Cite um
dos maiores desafios missionários da Igreja na atualidade.
R. A Janela
10/40.
Lição 11 -
Quando Vem A Perseguição
INTRODUÇÃO
A perseguição
é uma das armas que Satanás ainda hoje usa na tentativa de impedir a
proclamação do evangelho de Cristo. Jesus disse que somos perseguidos porque
não somos do mundo (Jo 15.18,19).
I. AS
PERSEGUIÇÕES DO PRIMEIRO SÉCULO
1. No
primeiro século. Os romanos viam os primeiros cristãos como uma ramificação do
Judaísmo; pensavam, pois, que ambos grupos eram uma mesma coisa. Na época, Roma
não queria muitos problemas com os judeus, por causa do seu ultranacionalismo.
Havia um ditado em Roma que dizia que quem governasse bem a Judéia estaria apto
para governar Roma, pois era a região um verdadeiro “barril de pólvora”. Por
isso o Judaísmo era uma religião legal, segundo a legislação romana. Daí, as
perseguições na era apostólica eram locais e promovidas por judeus e gentios.O
Cristianismo só caiu na “ilegalidade” quando descobriram que Cristianismo e
Judaísmo não eram a mesma coisa.
2. O
crescimento da Igreja sob as perseguições. Justino, o Mártir, apologista da
Igreja do séc. II, disse por volta de 150 d.C.: “Não existe mais povos, raças
ou nações que não façam orações em nome de Jesus”. A população do Império
Romano, nos dias de Nero, era de 120 milhões de habitantes. Ainda nos dias
apostólicos, o Novo Testamento diz textualmente que a expansão do evangelho foi
desde Jerusalém ao Ilírico, a atual Albânia (Rm 15.19), e de maneira indireta,
diz que chegou até a Etiópia, na África (At 8.27,39).
II. AS
PERSEGUIÇÕES IMPERIAIS
1. Crise
social. O Cristianismo era visto como ameaça para o paganismo. Ameaça social,
pois ensina a igualdade de todos os homens (Gl 3.28), e os romanos consideravam
escravos como sub-humanos e os demais povos, bárbaros. Os judeus agradeciam a
Deus não haver nascido escravo, gentio e nem mulher. Os apóstolos propagavam os
ensinos de Jesus, que devemos amar Deus acima de todas as coisas e o nosso
próximo (Mc 12.29-31). Os romanos não entendiam essa mensagem e consideravam-na
uma ameaça à estrutura social do império (At 16.20-22) e os judeus, às
tradições de seus antepassados (At 6.14; 21.27, 28).
2. Crise
religiosa. O crescimento vertiginoso da Igreja era uma constante preocupação
para os romanos. Em virtude da singularidade de Cristo e do exclusivismo do
Cristianismo, os cristãos se recusavam participar do culto ao imperador e dos
demais cultos pagãos. Por causa disso eram reconhecidos pelas autoridades como
ateus, anarquistas e inimigos do Estado (1 Jo 5.21).
3. Crise
econômica. A crise religiosa gerou uma nova crise: a econômica. Os novos
crentes, libertos da idolatria, não mais se interessavam em adquirir as
estatuetas dos deuses, usadas nos nichos ou penates (At 19.24). Isso afetou não
só os “santeiros” que vendiam imagens dos deuses, como também os arquitetos e
engenheiros que construíam grandes templos. O manifesto de Demétrio, que
impediu Paulo de pregar para uma multidão no teatro de Éfeso (19.30,31), já era
prenúncio de uma série de perseguições gerais, que foram onze até o Edito de
Milão, assinado por Constantino em 313 d.C.
III.
PERSEGUIÇÕES POLÍTICAS
1. Os
comunistas. Karl Marx apregoava a alienação religiosa, doutrina que ensina o
homem a se rebelar contra Deus. Ele chamou a religião de “ópio do povo”.
Afirmava que o homem criou as instituições sociais e que agora se tornou
escravo delas, devendo portanto rebelar-se contra elas. Os comunistas
elaboraram programas sistemáticos para exterminar o Cristianismo e fechar as
igrejas nos países sob o seu controle.
2. Queda do
Muro de Berlim. Com essa derrocada, a história provou que religião não é “o
ópio do povo”, mas sim “a alma do povo”. O Cristianismo triunfou sobre as
forças satânicas. O bloco comunista, que parecia a fortaleza satânica mais
inexpugnável da terra, caiu! (Is 45.2; 54.17).
VI.
PERSEGUIÇÕES NOS DIAS ATUAIS
1. Declaração
Universal dos Direitos do Homem. Diz no artigo XVIII: “Todo homem tem direito à
liberdade de pensamento, consciência e religião. Este direito inclui a
liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa
religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância,
isolada ou coletivamente, em público ou em particular”. A legislação dos países
civilizados e democráticos seguem essa orientação. Apesar de todas essas
garantias temos ainda enfrentado o problema de perseguição.
2. Um exemplo
a seguir. Paulo enfrentou perseguições em suas viagens missionárias. Mesmo
assim ele fundou igrejas na Ásia Menor e Europa. Ora, se ele enfrentou tal
situação, por que não nós hoje na atualidade? Precisamos aprender com ele. A
obra missionária não é uma alternativa e nem um pedido de Jesus, mas uma
necessidade e sobretudo uma ordem imperativa (Mt 28.19,20; Mc 16.15-20) a ser
cumprida a despeito das circunstâncias.
CONCLUSÃO
A legislação
romana protegia a atividade dos apóstolos, mas isso não foi suficiente para
impedir as perseguições locais, como acontece nos dias atuais. O problema,
portanto, não é de ordem social, política ou econômica, mas, sim, espiritual.
Estamos numa guerra contra o reino das trevas (2 Co 10.4,5). Carregar a cruz de
Cristo (Mc 8.34; 10.21) não significa meramente suportar nossas cargas, pois
cruz simbolizava morte e não carga. Jesus estava falando à respeito das
perseguições e outros sofrimentos por causa dEle. Devemos pois fazer o trabalho
de Deus enquanto é dia, pois a noite vem quando ninguém pode mais trabalhar (Jo
9.4).
Questionário:
1. Por que o
mundo nos persegue?
R. Porque não
somos do mundo.
2. Por que as
autoridades romanas defendiam os direitos de Paulo?
R. Não viam
ilegalidade nas atividades do apóstolo.
3. Por que os
cristãos eram tidos como ateus e anarquistas no Império Romano?
R. Porque se
recusavam participar do culto ao imperador e dos demais cultos pagãos.
4. Por que as
leis democráticas atuais não são suficientes para abolir as perseguições?
R. Porque
muitos países violam o direito de liberdade religiosa.
5. Por que as
perseguições não são um problema de ordem social, política ou econômica?
R. Porque o
problema é espiritual. Estamos numa guerra contra o reino das trevas.
Lição 12 - O
Sustento do Missionário
INTRODUÇÃO
Os
missionários e os obreiros em geral são sustentados financeiramente pela
igreja. A fonte ou origem desses recursos é a própria igreja. Foi Deus quem
estabeleceu que o crente contribuísse para que o seu povo tenha os recursos
suficientes para a expansão do evangelho e manutenção da obra do Senhor. É
sobre isso que vamos estudar hoje.
I. DÍZIMOS E
OFERTAS
1. Dízimos. O
dízimo é a décima parte da renda de uma pessoa. À luz de 1 Co 16.2 é a
contribuição financeira mínima que o crente deve oferecer para a obra de Deus.
Já existia antes da lei (Gn 14.20; 28.22); instituído por Moisés na lei (Lv
27.30; Dt 14.22). O povo devia levar para os levitas e sacerdotes, pois não
tiveram possessão da terra (Nm 18.21-24; Hb 7.5), para que haja mantimento na
Casa de Deus (Ml 3.10). Eles, por sua vez, pagavam deles os dízimos dos dízimos
(Nm 18.26). O Senhor Jesus manteve os dízimos na Nova Aliança (Mt 23.23).
2. Ofertas
alçadas. Além dos dízimos havia também as ofertas alçadas para fins específicos,
como na construção do tabernáculo, no deserto (Êx 25.2). Convém lembrar que
oferta alçada não é o mesmo que dízimo (Ml 3.10). Ambos são bíblicos e atuais,
mas são diferentes. As ofertas alçadas são esporádicas, principalmente para
construção de templos. Os dízimos são contínuos. O culto ao Deus verdadeiro,
conforme encontramos em toda a Bíblia, constitui-se dos elementos: oração,
leitura das Escrituras, pregação ou testemunho, cânticos e ofertas.
3. Os métodos
de Deus. Para a construção do tabernáculo Moisés precisava dessas ofertas
alçadas, de um povo pobre que vivia pela misericórdia de Deus, do maná. Davi,
para construir o templo de Jerusalém, deu uma oferta de cento e cinco toneladas
de ouro, sem contar a prata (1 Cr 29.3,4), considerando-se um talento
equivalente a 35 quilos segundo as tabelas de conversões de pesos e medidas.O
rei Davi, no entanto, fez um apelo para quem quisesse contribuir para a Casa de
Deus (1 Cr 29.5). Nos
versículos
seguintes ficamos sabendo que o povo contribuiu voluntariamente e com alegria.
4. Deus quer
que seus filhos participem dos projetos divinos. Moisés não dispunha de
recursos para a construção do tabernáculo e por isso levantou do povo uma
oferta alçada. Entretanto, o rei Davi já dispunha dos recursos para a
construção do Templo de Jerusalém. Por que convidou ele o povo para ofertar? O
método de Deus, porém, é diferente do nosso. A vontade de Deus é que seus
filhos participem de seus projetos. Aqui já não é questão de necessidade. Deus
é dono do céu e da terra (Gn 14.19; Sl 24.1), do ouro e da prata (Ag 2.8), mas
Ele conta com nossa participação. Deus abençoa o povo para que seus filhos
possam contribuir para a sua obra.
II. BASES
BÍBLICAS PARA O SUSTENTO DO MISSIONÁRIO
1. A igreja
de Corinto não era generosa. Os irmãos da igreja de Corinto eram insensíveis às
necessidades do apóstolo. Outras igrejas sustentaram Paulo para que o mesmo
pudesse servir aos coríntios (2 Co 11.8). Depois que o apóstolo deixou a
cidade, apresentou a sua defesa. Partindo de um raciocínio lógico, “quem jamais
milita à sua própria custa?” (v.7), ele busca no sistema sacerdotal,
estabelecido na lei de Moisés, o argumento para fundamentar essa verdade (1 Co
9.9,10), e também nas palavras do próprio Senhor Jesus (1 Co 9.14). Essa é
uma referência
a Mt 10.10; Lc 10.7, como ele deixa mais claro em outro lugar (1 Tm 5.17,18).
2. Fazedores
de tendas. Na cultura judaica era comum os pais ensinarem ao filho uma
profissão alternativa; a de
Paulo era a
de fazer tendas (At 18.3). Utilizou-se dela para levantar seu sustento, pois
temia escandalizar os
irmãos e não
queria correr o risco de ser interpretado como aventureiro, em Corinto. Hoje,
“fazedores de tendas”
é o nome que
se dá aos profissionais liberais que são enviados como voluntários para prestarem
serviços sociais
às populações
carentes nos países onde ser cristão ainda é crime. É um recurso usado para
colocar legalmente
um
missionário num país desses; do contrário, ele nunca poderia ser aceito.
3. A igreja
de Filipos era generosa. A igreja de Corinto não era como a dos filipenses (Fp
4.15-19). Nenhuma
igreja se
preocupou com as necessidades do apóstolo, exceto a igreja de Filipos. Enviava
oferta na hora em que
ele mais
precisava. Paulo agradecia a Deus essas ofertas “como cheiro de suavidade e
aprazível a Deus” (Fp
4.16,18). É
dessa mesma maneira que ainda hoje Deus recebe a oferta que você oferece para o
sustento
missionário.
Além disso você tem a garantia de que o Senhor suprirá todas as suas
necessidades (4.19).
III. COMO
APOIAR OS MISSIONÁRIOS
1. O papel da
igreja. Sãos os crentes que apóiam os missionários com suas contribuições,
através da secretaria
ou
departamento de missões da igreja. A igreja ora, intercedendo por eles, e
acompanha o seu trabalho através
de relatórios
escritos e também por meio de testemunhos de outros que visitam o missionário
no campo. Esses
responsáveis
pelo sustento e pelo apoio espiritual devem entender também que fora do seu
convívio a situação
é muito diferente.
Se não houver essa confiança, corre o risco de o trabalho no campo ficar
travado.
2. Apoio aos
missionários. O sustento missionário inclui alimento, vestuário, moradia,
educação e saúde dele e da
esposa e
filhos. É necessário um estudo sobre o padrão de vida do país para onde vai ser
enviado o missionário,
a fim de que
a igreja possa enviar o suficiente para o sustento dele. Nem sempre as igrejas
têm acesso a essas
informações,
por isso existem inúmeras agências missionárias interdenominacionais,
espalhadas no Brasil e em
todo o mundo,
com o propósito de orientar as igrejas. Hoje as igrejas estão se organizando
para maior ênfase ao
trabalho de
missões nacionais e no exterior.
3. SENAMI.
Inspirada na Grande Comissão (Mt 28.19,20) a Convenção Geral das Assembléias de
Deus (CGADB)
criou na sua
22ª Assembléia Geral Ordinária, em 1975, na cidade de Santo André, São Paulo a
Secretaria
Nacional de
Missões (SENAMI), para melhor cumprir o “ide” imperativo do Mestre. O objetivo,
além de outros, é
promover e
incentivar a obra missionária, assistir às igrejas no envio de missionário e
fornecer credenciais,
documentos
que facilitem a entrada dos missionários no exterior atendendo às igrejas. Foi
criada a oferta anual
para missões,
no 2º domingo de setembro, levantada em todas as nossas igrejas, para que todos
os crentes
participem
dos projetos missionários. Depois as igrejas enviam essas ofertas para a
SENAMI.
4. EMAD. A
CGADB criou também a Escola de Missões das Assembléias de Deus (EMAD), na 32a
Assembléia Geral
Ordinária, em
1989, na cidade de Salvador, Bahia, para preparar e treinar nossos futuros
missionários. A SENAMI
e a EMAD
funcionam nas dependências da sede da Convenção Geral no Rio de Janeiro.
CONCLUSÃO
Nossos
dízimos e ofertas são uma maneira de reconhecermos a soberania de Deus em nossa
vida. A vontade de
Deus é a
salvação dos perdidos da terra (1 Tm 2.4). Para que essa meta seja alcançada,
Deus conta com cada
um de seus
filhos, com todos os seus dons e talentos. O nosso apoio aos missionários deve
ser a oração,
contribuição
através da igreja ou de sua secretaria ou departamento de missões, contato com
eles por carta,
telefone,
Internet, etc.
Questionário:
1. Quem
sustenta financeiramente os missionários?
R. A igreja.
2. Qual a
contribuição financeira mínima que o crente deve oferecer a Deus?
R. O dízimo.
3. Qual
igreja foi insensível às necessidades básicas do apóstolo Paulo?
R. A igreja
de Corinto.
4. Qual a
igreja que sempre se lembrava de enviar ofertas para o apóstolo Paulo?
R. A igreja
de Filipos.
5. Quais as
instituições criadas pela CGADB para auxiliar as igrejas no envio de
missionários?
R. SENAMI e
EMAD.
Lição 13 -
Missões Transculturais No Século XXI
INTRODUÇÃO
O terceiro
milênio começa com 6 bilhões de habitantes e com 1.739 grupos étnicos no
planeta. Os últimos dados estatísticos nos mostram que cerca de 33% dos
moradores da terra ainda nunca ouviram falar de Jesus. O quadro é mais ou menos
assim: 2 bilhões de pessoas seguem o Cristianismo, incluindo os cristãos
nominais; 2 bilhões já ouviram falar de Jesus pelo menos uma vez e 2 bilhões
nunca ouviram falar de Jesus. Que tipo de sociedade vamos encontrar no séc.
XXI? Como alcançar essas etnias? É sobre isso que vamos estudar hoje.
I. PANORAMA
MUNDIAL
1. O fenômeno
da globalização. A globalização é um fenômeno curioso que nos dá a impressão de
uma padronização das culturas mundiais. Depois da queda do Muro de Berlim,
marcando o fim da Guerra Fria em 1989, a globalização, ou mundialização, vem
ganhando espaço, dinamizada principalmente pelos modernos sistemas de
comunicação. À parte os efeitos colaterais, como o desemprego, não devemos
negar que essa nova ordem mundial tem facilitado muito a vida do homem. Isso
facilita também a evangelização e as missões, pois o evangelho é também uma
mensagem globalizada; é universal, portanto para todos os povos (Mc 16.15; Ef
2.14-19; Cl 3.11).
2. Perfil do
mundo globalizado. Os aeroportos internacionais seguem um mesmo padrão, para
que você se sinta em casa em qualquer país. O sistema de shopping centers
também está padronizado em todo o mundo. Você não terá muita dificuldade em
comprar roupa em qualquer parte do mundo, ainda que não fale sequer uma palavra
em outra língua. Também não morre de fome, o sistema “fast food” (comida
rápida) está em qualquer parte do mundo. Parece que o mundo vai diminuindo à
medida que o tempo passa. Além desse mundo globalizado e secularista que não
quer saber de Jesus, há um outro mundo que não tem acesso à globalização, que
igualmente precisa de Jesus.
3. Os pobres
do terceiro milênio. O número deles chega a mais de 800 milhões; mais 10% da
população da terra, segundo dados recentes da ONU. Ninguém pode negar que há
mais recursos no mundo de hoje do que no mundo antigo. Isso deveria melhorar o
mundo, mas a humanidade continua na miséria moral e espiritual. Tanto ricos
como pobres estão clamando pelo pão do céu. Só Jesus pode dar sentido à vida;
só Ele pode dar ao homem a alegria de viver. Os tempos e as coisas mudam, mas o
sofrimento permanece atormentando os homens.
II. OS MEIOS
DE COMUNICAÇÃO
1. O avanço
dos meios de comunicação. Atualmente o homem pode estar virtualmente presente
em toda a parte do planeta; pode estar conectado em rede, tanto na Internet,
como em sua própria residência através do sistema celular de telefonia. Pode
acessar um terminal eletrônico para movimentar sua conta bancária de qualquer parte
do mundo. Esses avanços têm revolucionado as indústrias e alterado
profundamente a vida da sociedade. Isso já estava no cronograma divino “e a
ciência se multiplicará” (Dn 12.4). Em função desses avanços, as igrejas têm
reavaliado suas estratégias administrativas, os métodos de evangelização e de
fazer missões.
2. Os meios
de comunicação no plano de Deus. A Bíblia diz que as duas testemunhas mortas em
Jerusalém serão vistas ao mesmo tempo pelos moradores da terra, como se fosse
uma transmissão de imagens num noticiário (Ap 11.8-10). Na segunda vinda de
Jesus, todo o olho o verá, até mesmo os judeus (Ap 1.7). Ora, se nem mesmo o
sol pode ser visto ao mesmo tempo no Brasil e no Japão, como Jesus pode ser
visto em toda a terra ao mesmo tempo? Ainda que não existisse uma explicação,
poderíamos estar descansados: o poder de Deus é infinito (Sl 147.4,5). O certo
é que a Bíblia está falando dos meios de comunicação dos últimos tempos.
3. Os meios
de comunicação a serviço de Deus. Deus permitiu e deu sabedoria aos homens a
fim de que produzissem tais recursos para a expansão do seu Reino, assim como
os recursos dos dias apostólicos foram usados por eles e para o bem-estar da
humanidade, como indica a expressão paulina: “Fiz-me de tudo para com todos,
para, por todos os meios, chegar a salvar alguns” (v.22). Os recursos modernos
são a maior ferramenta (em termos materiais, é claro) de que dispomos para a
pregação
do evangelho,
pois permite que milhões de pessoas em todo o mundo ouçam ao mesmo tempo o
evangelho: “a sua palavra corre velozmente” (Sl 147.15).
III. A
TRANSCULTURAÇÃO
1. O
Cristianismo e as culturas. O Cristianismo não tem o objetivo de padronizar o
mundo e nem destruir as culturas; sua mensagem, porém é universal. No dia do
triunfo de Cristo e da Igreja, cada povo ou etnia se apresentará louvando a
Deus na sua própria língua (Ap 5.9). Por isso o apóstolo Paulo disse que, sendo
livre, se fez servo de todos, judeu para os judeus, sem lei para os sem lei
(vv.19-22) a fim de ganhá-los para Jesus. Não é necessário destruir a cultura
dessas 7.319 etnias para levá-las à fé cristã, porque o Cristianismo é
transcultural.
2. O respeito
pelas outras culturas. Os missionários devem respeitar as culturas de cada
povo. Barnabé sabia que a tradição judaica era mais uma forma de manter a
identidade nacional, e que isso em nada implicaria na salvação dos novos
crentes; portanto, não seria necessário observar o ritual da lei de Moisés (At
15.19,20). Convém lembrar que a importação de inovações para as nossas igrejas
pode desrespeitar a nossa herança espiritual. Muitas coisas não servem para a
nossa cultura, pois já temos a nossa identidade cultural, como igualmente esta
pode não servir para outras etnias pela mesma razão.
IV. MUITAS
TERRAS PARA CONQUISTAR PARA JESUS
1. Estatística
missionária. Estamos iniciando o século XXI com 2.500 missionários
transculturais brasileiros, de todas as denominações, em mais de 70 países de
todos os continentes, com 13% deles na Janela 10/40. É muito pouco. No mundo
todo, segundo dados do livro Intercessão Mundial, há 76.120 missionários
protestantes estrangeiros num total de 138.492, incluídos os missionários que
atuam em seus próprios países. Eis a estatística desse mundo globalizado, com
todos os recursos disponíveis. Isso mostra o tamanho do nosso desafio. Esse
número pode crescer muito mais; basta cada líder seguir a ordem de Jesus (At
1.8), com o apoio espiritual e financeiro dos crentes.
2. O exemplo
do apóstolo Paulo. O apóstolo era um judeu rico e culto que sacrificou as
tradições de seus antepassados, deixando tudo para a salvação do maior números
possível de almas (Fp 3.5-8), pois considerava a salvação dos homens mais
importante do que sua identificação cultural como judeu. Todos os meios lícitos
são válidos para conquistar os pecadores para o reino de Deus. Paulo conhecia o
mundo de sua geração e soube como conquistá-lo para Jesus. Aqui ele apresenta a
receita; os princípios são os mesmos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário