A luta contra o procedimento ilícito na sociedade
Texto Áureo
"Porque o que eles fazem em oculto, o só referir é
vergonha". Ef 5.12
Verdade Aplicada
O crente em Jesus deve vigiar e lutar contra todas as formas de
coisas ilícitas.
Objetivos da Lição
Mostrar que os procedimentos ilícitos
são pecados não percebidos por grande parte dos crentes.
Ressaltar que devemos refletir sobre
aquilo que achamos normal, pois podemos estar violando a Palavra de Deus.
Conscientizar de que tudo, segundo a
Palavra de Deus, o que era errado, continua sendo errado.
Textos de Referência
2 Co 6.14 Não vos prendais em jugo desigual com os incrédulos;
porquanto, que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que
comunhão da luz com as trevas?
Ef 4.28 Aquele que furtava, não furte mais;
antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com
que acudir ao necessitado.
Ef 5.11 E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das
trevas, antes, porém, reprovai-as.
Ef 5.12 Porque o que eles fazem em oculto, o
só referir é vergonha.
Ef 5.13 Mas todas as coisas, quando reprovadas
pela luz, se tornam manifestas; porque tudo que se manifesta é luz.
A CONDUTA DO CRENTE NO
MUNDO
A dignidade da vida cristã tem a ver
com o nosso comportamento ético neste mundo.
"E vos revistais do novo homem,
que, segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade" (Ef 4.24).
Precisamos viver a realidade da
verdade que está em Cristo, como temos ouvido e aprendido, andando nEle e deixando-nos instruir. Precisamos
subjugar nossos pensamentos, palavras e ações à obediência de Cristo. E, por
fim, ficarmos em constante estado de alerta, prontos a testemunhar e a
combater contra as hostes espirituais deste mundo. Paulo nos instrui sobre o
despojamento do velho homem com sua natureza pecaminosa e, o consequente revestimento
do novo, que se renova para a eternidade. Ou seja, não devemos andar como o
homem natural não regenerado e, sim, em novidade de vida, verdadeira justiça e
santidade.
O homem natural anda e vive na
futilidade, no desregramento dos valores éticos e entregue às paixões carnais.
Quando se converte, aprende com Cristo a despojar-se da velha criatura e a
andar num excelente e novo caminho traçado pelo Pai para o alcance da vida
eterna. É nosso dever, conforme asseverou o apóstolo Paulo em outras partes
das Sagradas Escrituras, resplandecermos como astros no mundo. Como
"fontes luminosas"devemos revelar e condenar as trevas do pecado no
mundo.
Paulo nos ensina que não basta tomar
posição em relação ao homem velho, porque seria preciso recomeçar sempre. O
apóstolo convida os efésios a "serem renovados no espírito de seu
sentido", e a serem "rejuvenescidos em seu espírito e em seu
entendimento", revestindo por um segundo ato de fé, o novo homem criado
por Deus, na justiça e na santidade que produz a verdade.
Paulo começa o cap. 4 com um apelo
para que andemos dignamente no sentido de preservar a unidade do Espírito
(vv.1-3). Agora, no v.17 do mesmo capítulo, Paulo apela para que andemos com um
comportamento que seja diferente do praticado pelos não-crentes.
O novo "andar em Cristo" afeta as
nossas atitudes, hábitos e linguagem.
UM NOVO
ANDAR
1. Não
devemos andar como o homem natural (vv.17-19). Que é o homem natural? É o gentio não regenerado. O homem natural
é todo aquele que está sob a égide da natureza pecaminosa. "Andar na
vaidade do seu sentido" significa andar e viver na futilidade e sem
propósito na vida. A vaidade da inteligência humana faz com que a pessoa subestime
a Deus e viva
distanciado dos valores éticos e,
portanto, entregue às paixões da sua carne. A Bíblia mostra, aqui, (vv.17,18),
que uma mente vaidosa leva a um raciocínio tenebroso e a um coração endurecido.
O homem natural é o típico gentio sem Cristo, não convertido (Rm 1.21-32).
2. Devemos
nos despojar do velho homem (vv.20-22). O v.20 começa reprovando as atitudes do homem natural e diz
"vós não aprendestes assim a Cristo". Isso significa que como
crentes temos uma nova ordem de vida. A essência dos ensinos de Cristo também estão nos ensinos de Paulo e dos demais apóstolos,
inspirados pelo Espírito Santo. O novo andar é o santo viver como nova
criatura em Cristo. É um despojamento total da velha vida, do velho andar
(v.22). A palavra "despojar" significa "despir",
"desapossar", "privar de posse". No novo andar, os velhos
andrajos do pecado são tirados, ou seja, a velha natureza pecaminosa é despida
dos velhos hábitos para uma nova vida.
3. Devemos
nos revestir do homem espiritual (vv.23,24). A linguagem é metafórica na expressão "novohomem", pois fala do
novo modus vivendi do crente redimido por Cristo.
Esse novo homem agora se manifesta na vida e no caráter cristão. Ele é renovado
pela ação poderosa do Espírito Santo de todo o passado de condenação e ruína.
Essa renovação implica viver uma nova vida (Ef 2.10,15; 2 Co 5.17).
4. Devemos
andar em verdadeira justiça e santidade (v.24). O novo homem é uma nova criação segundo Deus. Não se trata de
criação física, mas espiritual (Jo 3.3-6). Todos os sinais da velha criatura,
do velho homem, foram desfeitos na cruz para que o novo convertido viva uma nova vida em Cristo. O novo homem
é o crente regenerado pelo Espírito Santo. Duas características de Deus são a
justiça e a santidade. Eles fazem parte do caráter de Deus. Quando o pecador é
regenerado, pelo Espírito Santo na conversão, ele é criado "segundo
Deus", isto é, à semelhança de Deus em "justiça e santidade".
O NOVO
HOMEM E O SEU PROCEDER
1. O novo
homem não vive mentindo (v.25). O verbo "deixar" tem a mesma conotação do verbo
"despojar" do v.22. A mentira não é própria da nova vida em Cristo.
No original grego a palavra mentira aparece comopseudo, que pode significar qualquer tipo
de desonestidade ou falsidade proferida ou vivida. A mentira é própria do velho
homem. A vida do novo homem é gerada "em verdade", por isso, devemos
falar apenas a verdade.
2. O novo
homem não vive se exasperando (v.26). "Irai-vos, e não pequeis" é uma expressão que deve
merecer nossa atenção. Sabemos que a "ira" é uma obra da carne (Gl
5.20); por que então a Bíblia diz: "irai-vos?"
Isto parece um paradoxo. O sentido permissivo para a ira pode significar na
vida do novo homem uma forma de reação contra qualquer tipo de pecado que
afete a nova vida. Quando somos tentados pelo Diabo, reagimos com ira contra as
insinuações do inimigo, "irai-vos", não com o tipo de ira acionado
pela carne, mas "irai-vos" naturalmente contra tudo que possa ofender
a santidade de Deus.
3. O novo
homem não abre espaço para o Diabo (v.27). "Não deis lugar ao Diabo". Este versículo está
diretamente ligado ao v.26 que fala da ira. Se dermos lugar à ira, isto é, se
permitirmos que a ira surja em nossos sentimentos, facilmente estaremos
abrindo as portas para o Diabo entrar em nossa vida (2 Co 2.10,11; 1 Pe 5.8). São muitas as brechas que
abrimos em nossa vida emocional, física e espiritual para a entrada do Diabo.
Devemos sempre fechar essas possibilidades com a meditação e o estudo da
Palavra de Deus. Devemos manter um controle severo das portas da nossa mente,
sentidos físicos, pensamentos, e sentimentos.
4. O novo
homem não pratica as coisas da velha vida (vv.28,29). Práticas negativas do velho homem não
fazem muita diferença entre o certo e o errado. Como novas criaturas em
Cristo, às vezes, praticamos certas coisas erradas que não aparecem em
manchetes, mas que se constituem em pecados que afetam a nossa vida
espiritual. Furtar nas arrecadações legais do governo, deixar de dar os
dízimos e ofertas à Casa de Deus nãofogem a responsabilidade de apropriação
indébita (Ml 3.8-10; Rm 13.7; Ex 20.15).
Outra prática negativa que não deve estar no cotidiano do crente é o uso de
"palavras torpes" (v.29). Que é uma palavra "torpe"? E toda
palavra impudica, indecente, obscena, asquerosa. A linguagem do novo homem em
Cristo deve ser pura, simples e sem malícia. Crentes há que são flagrados
proferindo palavras torpes e outras igualmente repulsivas.
O NOVO
HOMEM EVITA OS PECADOS CONTRA O ESPÍRITO SANTO
1. O novo
homem não entristece o Espírito Santo (v.30). O Espírito habita no crente, no novo homem, e pode ser ofendido
com atitudes impuras. O texto diz que "fomos selados com o Espírito Santo
para o dia da redenção". Esse selo é a marca de propriedade que impede que
Satanás interfira nem rasure a vida espiritual. O dia da redenção refere-se à
redenção do nosso corpo de pecado, que acontecerá na vinda do Senhor. A redenção
tem um aspecto passado porque diz respeito ao que Jesus realizou no Calvário.
Tem um sentido presente porque refere-se à
contínua libertação do poder do pecado que opera em nossa carne. E,
finalmente, a redenção tem um aspecto futuro, que é a esperança da glória, a
libertação plena do corpo de pecado e a conquista de um novo estado para um
corpo espiritual (1 Co 15.51-53).
2. O novo
homem evita os pecados que magoam o Espírito Santo (v.31). Todas as
manifestações pecaminosas como "amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e
blasfêmias e toda a malícia". São aquelas ações próprias do velho homem
que não devem interferir na "nova vida". Atitudes de amargura não
combinam com a natureza amorosa do Espírito Santo. A amargura torna as pessoas
amargas em seus relacionamentos, e as torna duras e insensíveis para a operação
de Deus. "Iras, cólera e gritaria" são atitudes que sempre andam
juntas. Ódios profundos, arraigados no coração contra pessoas, provocam essas
manifestações negativas. As "blasfêmias" referem-se à palavras injuriosas, que ferem a moral
das pessoas e que produzem grandes dissabores. A "malícia" é a fonte
dos pecados contra o Espírito Santo. A malícia está ligada diretamente ao Diabo
(Rm 1.29; Cl 3.8).
3. O novo
homem procura desenvolver as qualidades próprias do crente (v.32). "Antes
sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos
outros, como também Deus vos perdoou em Cristo". Na verdade, quem nasce
do Espírito tem as caraterísticas do Espírito. Qualidades como benignidade,
misericórdia e perdão são indispensáveis ao cultivo da vida cristã.
CONCLUINDO
Os crentes autênticos procuram andar
dignamente na presença de Deus e do mundo. Nosso comportamento deve ser o
reflexo da nova vida recebida pela obra de Cristo no Calvário. É uma exigência
bíblica constante que os crentes deem provas às pessoas ao seu redor de que
têm um novo viver, o qual se revela, principalmente, mediante a prática de
atitudes e atividades cristãs.
"Depois de examinarmos as condições morais do mundo pagão,
teremos melhores condições de reconhecer de que tipo de vida os efésios foram
salvos e quais as tentações que os cercavam. Os divertimentos daqueles dias eram brutais e degradantes.
Baixos padrões de comportamento eram ensinados nos teatros. Nos anfiteatros,
escravos cativos e criminosos lutavam entre si até a morte, para satisfazer o
desejo do povo — ver sangue. O casamento perdera a sua santidade; era
levianamente contratado porque era facilmente anulado. Crianças malformadas
ou doentes eram abandonadas e expostas para morrer. A sociedade era indulgente
para com o vício, 'desviar-se é humano' era o seu lema.
Para um grupo de pessoas habitantes,
mas libertas de tal mundo foi que Paulo endereçou suas exortações. Depois de
descrever o caráter moral do mundo pagão (4.17-19), diz: 'Mas vós não
aprendestes assim de Cristo, se é que o tendes ouvido e nele fostes ensinados,
como está a verdade em Jesus'. Noutras palavras, os efésios tinham aprendido outro padrão de
conduta mediante o ouvir do evangelho."
"A palavra 'mundo' (gr. Kosmos)
frequentemente se refere ao vasto sistema de vida desta era, fomentado por
Satanás e existente à parte de Deus. Consiste não somente nos prazeres
obviamente malignos, imorais e pecaminosos do mundo, mas também se refere ao
espírito de rebelião que nele age contra Deus e, de resistência ou indiferença
a Ele e à sua revelação. Isso ocorre em todos os empreendimentos humanos que
não estão sob o senhorio de Cristo. Na presente era, Satanás emprega as ideias mundanas de
moralidade, das filosofias, psicologia, desejos, governos, cultura, educação,
ciência, arte, medicina, música, sistemas econômicos, diversões, comunicação de
massa, esporte, agricultura etc, para opor-se a Deus, ao seu povo, à sua Palavra e aos
seus padrões de retidão (Mt 16.26; 1 Co 2.12; 3.19; Tt 2.12; 1 Jo 2.15,16).
Por exemplo, Satanás usa a profissão médica para defender e promover a matança
de seres humanos nasciturnos; a agricultura para produzir drogas
destruidoras de vidas, tais como álcool e narcóticos; a educação para promover
a filosofia ímpia humanista; e os meios de comunicação em massa para destruir
os padrões divinos de conduta. Os crentes devem estar conscientes de que, por
trás de todos os empreendimentos meramente humanos, há um espírito, força ou poder
maligno que atua contra Deus e sua Palavra."
Bibliografia E. Cabral,COMENTARIO DE EFESIOS CPAD ,1995
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