PAULO EVANGELIZA ROMA
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE - Atos 27.18-25
18 - Andando
nós agitados por uma veemente tempestade, no dia seguinte, aliviaram o navio.
19 - E, ao terceiro dia, nós mesmos, com as próprias mãos, lançamos ao mar a
armação do navio. 20 - E, não aparecendo, havia já muitos dias, nem sol nem
estrelas, e caindo sobre nós uma não pequena tempestade, fugiu-nos toda a
esperança de nos salvarmos. 21 - Havendo já muito que se não comia, então,
Paulo, pondo-se em pé no meio deles, disse: Fora, na verdade, razoável, ó varões,
ter-me ouvido a mim e não partir de Creta, e assim evitariam este incômodo e
esta perdição. 22 - Mas, agora, vos admoesto a que tenhais bom ânimo, porque
não se perderá a vida de nenhum de vós, mas somente o navio. 23 - Porque, esta
mesma noite, o anjo de DEUS, de quem eu sou e a quem sirvo, esteve comigo, 24 -
dizendo: Paulo, não temas! Importa que sejas apresentado a César, e eis I que
DEUS te deu todos quantos navegam contigo. 25 -Portanto, ó varões, tende bom
ânimo! Porque creio em I DEUS que há de acontecer as- 1 sim como a mim me foi
dito.
BEP - CPAD
27.24 PAULO,
NÃO TEMAS. Enquanto DEUS tiver um lugar e um propósito na vida de alguém aqui
na terra, e tal pessoa buscar a DEUS e seguir a direção do ESPÍRITO SANTO (cf.
23.11; 24.16), o Senhor o protegerá da morte. Todos os fiéis de DEUS têm o
direito de orar: Ó Senhor, sou teu, sirvo a ti; sê tu meu protetor (cf. Sl
16.1,2).
27.25 TENDE
BOM ÂNIMO. Paulo é um prisioneiro no navio sem deixar de ser um homem livre em
CRISTO e viver na presença de DEUS, liberto do medo; ao passo que os demais que
estão com ele no navio achavam-se aprisionados pelo terror por causa dos
perigos que os cercam em alto-mar. Nesta vida, somente o crente sincero e fiel,
que experimenta a presença de DEUS, pode enfrentar os perigos da vida com
coragem e certeza em CRISTO.
27.31 SE
ESTES NÃO FICAREM NO NAVIO. Esta declaração de Paulo parece colidir com os vv.
22,24. Se DEUS prometera a Paulo que pouparia as vidas de todos aqueles que
navegavam com o apóstolo (v. 24), e Paulo lhes cita essa promessa incondicional
dizendo: não se perderá a vida de nenhum de vós (v. 22), como a deserção dos
marinheiros poderia provocar a morte dos passageiros? A resposta jaz na verdade
bíblica de que as promessas de DEUS ao seu povo são normalmente sujeitas à
condição da obediência à sua vontade (ver Gn 1.26-31; 6.5-7; Êx 3.7,8; Nm
14.28-34; 2 Sm 7.12-16; 1 Rs 11.11-13; 12.16).
Capítulo 28
28.5 NÃO
PADECEU NENHUM MAL. A experiência de Paulo aqui ilustra maravilhosamente a
promessa de JESUS em Mc 16.18.
28.16
CHEGAMOS A ROMA. Paulo tinha o desejo de pregar o evangelho em Roma (Rm
15.22-29), e era da vontade de DEUS que ele assim o fizesse (23.11). Quando,
porém, chegou ali, estava algemado e ainda assim depois dos reveses,
tempestades, naufrágio e muitas outras provações. Embora Paulo fosse fiel, DEUS
não lhe proveu um caminho fácil e livre de problemas. Nós, da mesma forma,
podemos estar na vontade de DEUS, ser inteiramente fiéis a Ele, e mesmo assim
sermos dirigidos por Ele através de caminhos desagradáveis, com aflições. No
meio de tudo isso, sabemos, porém, que todas as coisas contribuem juntamente
para o bem daqueles que amam a DEUS (Rm 8.28).
28.30 PAULO
FICOU DOIS ANOS INTEIROS. A história da igreja primitiva, escrita por Lucas,
termina aqui. Paulo permaneceu em prisão domiciliar por dois anos. Tinha
licença de receber visitas, às quais pregava o evangelho. O que aconteceu a
Paulo depois, segundo geralmente se crê, é o que se segue. Durante esses dois
anos, Paulo escreveu as Epístolas aos Efésios, Filipenses, Colossenses, e a
Filemom. Em 63 d.C., aproximadamente, Paulo foi absolvido e solto. Durante uns
poucos anos continuou seus trabalhos missionários, e talvez tenha ido até à
Espanha, conforme planejara (Rm 15.28). Durante esse período, escreveu 1 Timóteo
e Tito. Foi preso de novo cerca de 67 d.C., e levado de volta a Roma. 2 Timóteo
foi escrita durante esse segundo encarceramento em Roma. A prisão de Paulo só
terminou ao ser ele decapitado, sofrendo o martírio sob o imperador romano
Nero.
28.31 PREGANDO
O REINO DE DEUS O livro de Atos termina de modo repentino, sem nenhuma
conclusão formal quanto ao que DEUS realizou através do ESPÍRITO SANTO e dos
apóstolos no NT. A intenção de DEUS é que os atos do ESPÍRITO SANTO e a
pregação do evangelho continuem na vida do povo de CRISTO até o fim dos tempos
(2.17-21; Mt 28.18-20). Lucas, sob a inspiração do ESPÍRITO SANTO, revelou o
padrão daquilo que a igreja deve ser e fazer. Ele registrou exemplos da
fidelidade dos crentes, do triunfo do evangelho em meio a oposição do inimigo e
do poder do ESPÍRITO SANTO operante na igreja e entre os homens. Esse é o
padrão de DEUS para as igrejas atuais e futuras, e devemos fielmente guardá-lo,
proclamá-lo e vivê-lo (2 Tm 1.14). Todas as igrejas devem avaliar-se segundo o
que o ESPÍRITO disse e fez entre os crentes dos primeiros tempos. Se o poder, a
justiça, a alegria e a fé das nossas igrejas atuais não são idênticas às que
lemos nas igrejas em Atos, devemos pedir a DEUS, mais uma vez, uma renovação da
nossa fé no CRISTO ressurreto, e um novo derramamento do seu ESPÍRITO SANTO
Comentários
do livro Espada Cortante 2 - Orlando S. Boyer - CPAD - Rio de Janeiro - RJ
PAULO TERIA
SIDO SOLTO, SE NÃO TIVESSE APELADO PARA CÉSAR, 26.30-32.
Este homem
nada fez digno de morte ou de prisões (v.31): Nero, depois disto, decretou a
morte de todos que se convertessem ao cristianismo. Mas no tempo de Paulo ser
julgado em Cesaréia, não havia tal lei. Paulo, contudo, o mais ativo, o mais
zeloso dos cristãos, e que nada fizera digno de prisões, foi guardado preso e
enviado a Roma. O seguinte é de Dean Vaughan's Church of the First Days:
"O rei Agripa, como Félix e Festo, como seus antepassados da história
sagrada, então desaparece de cena. Nada resultou, cremos, desta entrevista da
luz com as trevas, do pecado com o Evangelho. Agripa permanecia na sua fé vã
nas Escrituras; permanecia, também, na lascívia de seu coração, de seu ídolo
imoral, de sua vida terrestre. Aproximaram-se tempos de provações: nas guerras
judaicas ficava ele ao lado dos romanos; depois se retirou, passando trinta
anos desprezado. No ano 100 AD. no terceiro ano do imperador Trajano, morreu em
Roma. Era o último dos príncipes de uma raça manchada de sangue, a dos
Herodes."
PAULO, O
NÁUFRAGO
Esta é a mais
interessante e completa narração de naufrágio, dos tempos antigos, que existe.
A viagem de Paulo a Roma foi, contudo, muito mais que uma extraordinária
aventura. DEUS dera ao apóstolo a certeza de ele proclamar a Mensagem em Roma,
o maior centro do mundo de então. Essa certeza servia como grande farol nas
horas do mais negro desespero para seus companheiros descrentes.
Grande é o
contraste, de um lado, da fraqueza, do desalento, do horror dos homens quando
batem sobre eles as tempestades de grandes aflições, e, do outro lado, os
filhos de DEUS que vencem todos esses terrores andando fortes, cheios de gozo,
na luz que brilha do próprio Criador.
NO INÍCIO, O
MAR ESTÁ CALMO, A VIAGEM FASCINANTE, 27.1-8.
Não muito
depois do discurso perante Agripa e os outros grandes personagens, Paulo, o
prisioneiro de JESUS CRISTO, partiu em demanda de Roma, v.1. Por fim, começava
a resposta às suas ardentes orações de ficar livre "dos rebeldes na
Judéia", recrear sua alma com "todos em Roma, amados em DEUS;"
Rm 15.30-32; 1.7.
PAULO
PREVINE-OS DE UM GRANDE TEMPORAL, 27.9-11.
O jejum já
tinha passado... (v.9): O navio atrasara grandemente por falta de vento, e
passara o tempo do movimento marítimo. "O jejum" refere-se ao jejum
dos judeus no dia de expiação (Lv 23.26-28), observado, geralmente, em nosso
mês de outubro. Depois deste mês era mais seguro invernar em um bom porto para
evitar as grandes tempestades no mar Mediterrâneo.
AÇOITADOS
PELA TEMPESTADE, _PERDEM TODA ESPERANÇA, 27.12-20.
E, soprando o
vento sul brandamente (v.13): É o vento brando que nos engana, que nos induz a
folgar, esquecidos do Criador, até levantar repentina procela para nos
destruir. Lembremo-nos de nosso DEUS, como Paulo fez, quando "o vento sul
sopra brandamente", e não ficaremos aflitos quando o
"euro-aquilão" de tribulação desce inesperadamente sobre nós.
Um pé de
vento, chamado euro-aquilão (v. 14) : Isto é, uma "nordestia", um
temporal violentíssimo do nordeste. Esse tufão de vento bateu inopinadamente no
navio quando lhes faltavam apenas algumas horas para alcançar o desejado porto,
Fenice.
Cingindo o
navio (v.17): Com grande dificuldade passaram cabos em redor do casco do navio
para que resistisse melhor à tremenda força das ondas.
Temendo darem
à costa na Sirte (v.17): A costa africana, entre Cartago e Cirene, lugar muito
temido pelos marinheiros por causa das areias movediças e das correntes que
embaraçavam a navegação.
Nem sol nem
estrelas (v.20): O vento uivava. As ondas davam com ímpeto. O céu permanecia negro.
Não viam sol nem estrelas. Mas Paulo fitava o céu limpo; seu mar continuava
calmo. (Vede vv. 23,24. Lede o SI 107.25-30.)
PAULO
ASSEGURA-OS QUE NENHUMA VIDA SE PERDERÁ ENTRE ELES, 27.21-26.
E, havendo já
muito que não se comia (v.21): Havia muito pouca comida. Foi impossível
cozinhar. Os homens passavam dias a fio, desalentados, molhados, enfadados,
famintos, - "havendo já muito" não sabiam quantos dias. (Vede v. 27).
DEUS, de quem
eu sou (v.23): Paulo reconhecia que pertencia a DEUS. Não somos de nós mesmos,
fomos comprados por preço, 1Co 6.19,20.
O anjo de
DEUS... esteve comigo (v.23): Paulo, o prisioneiro, certamente não tinha
beliche ao lado do comandante do navio, mas dormia com outros prisioneiros em
lugar imundo no porão. Mas aí o anjo do Senhor esteve ao seu lado. A miséria e
a pobreza não nos separam de DEUS.Jacó, dormindo sem cama, e tendo por
travesseiro uma pedra, teve visão de anjos. O Senhor não somente apareceu a
Paulo em Jerusalém, mas também, quando estava longe sobre o mar (SI 65.5), nas
extremidades do mar, SI 139.9. As grandes ondas lançavam o navio violentamente
de um lado ao outro, contudo o anjo embarcou e esteve ao lado de Paulo.
(Compare Dn 3.25). Não há procela que embarace as comunicações com o céu.
"DEUS é o nosso refugio e fortaleza bem presente na angústia... ainda que
a terra se mude... ainda que as águas rujam...", SI 46.1-3.
LANÇAM QUATRO
ÂNCORAS E ORAM PARA QUE ROMPA O DIA, 27.27-36.
A narrativa
descreve a cena vividamente. A tremenda força do vento e das ondas levava o
navio para a praia de uma ilha já bem perto. Na escuridão dessa terrível noite,
ouvia-se o ribombar das imensas ondas que batiam nas pedras. Lançaram quatro
âncoras. Dariam para segurar o navio? O navio imóvel, suportaria a violência do
mar? Não é de admirar que todos aguardassem desesperadamente o raiar do dia.
Deu graças a
DEUS na presença de todos (v.35): Paulo não deixou de agradecer a DEUS pela
refeição, apesar de estar na presença de quase 300 soldados, marinheiros,
prisioneiros e outros companheiros de viagem. (Vede 1 Tm 4.4,5.)
O NAVIO
PERECE, MAS TODOS SE SALVAM EM TERRA, 27.37-44.
Aliviaram o
navio, lançando o trigo ao mar (v.38): Não era fácil retirar as sacas de trigo
do porão do navio, grandemente agitado pelas ondas, para lançá-Ias ao mar. Mas
isso fizeram, para que o navio, aliviado de sua carga e solto das âncoras,
chegasse mais perto da praia antes de a quilha ferir a terra.
Que matassem
os presos (v.42): Não havia poder nem nos céus, nem na terra, nem cilada de
Satanás que matasse a Paulo, porque DEUS tinha já determinado que fosse a Roma.
E assim
aconteceu que todos chegaram à terra a salvo (v.44): E o apóstolo Paulo havia
sofrido naufrágio três vezes antes disto! (Vede 2Co 11.25. A Segundo, epístola
aos Coríntios foi escrita, talvez, de Filipos, depois dos eventos narrados em
Atos 19.)
Não há razão
para dizer que o fato de Paulo sofrer tão pavoroso naufrágio, prova que não
fazia toda a vontade do Senhor. DEUS não nos promete uma vida isenta de
sofrimentos. É quando andamos mais perto de CRISTO que sofremos as maiores
tormentas. É bom notar o grande contraste entre a experiência de Paulo e a de
Jonas:Jonas fugia de DEUS; Paulo seguia a direção de DEUS.Jonas mostrou-se
omisso, dormindo na tempestade; Paulo se esforçava, animado e socorrendo os
passageiros. Levantou-se o temporal para destruir o navio por causa de Jonas;
se tivessem seguido o conselho de Paulo, não se teria perdido o navio.Jonas foi
obrigado a testificar de DEUS; Paulo o fez repetidamente de livre vontade. Os
passageiros salvaram-se, lançando Jonas ao mar; os tripulantes e presos foram
salvos por causa da presença de Paulo. Grande é o contraste entre aqueles que
sofrem grandes tribulações ao lado de JESUS e aqueles que passam grandes
provações porque andam longe dEle.
EM MALTA,
PAULO É MORDIDO POR UMA VÍBORA, 28.1-6.
Numerosos e
variados são os lugares e as circunstâncias em que se encontra o incansável
apóstolo Paulo. Nesta ocasião escapara de um "euro-aquilão", molhado
e com frio, na praia de uma ilha desconhecida. Pelos indígenas chega a saber
que é a ilha de Malta, cerca de 1.800 quilômetros de onde embarcara em
Cesaréia. Mas mesmo assim esse apóstolo, durante o tempo que tinha de
permanecer na ilha, faz uma gloriosa obra.
Malta (v.l):
Uma ilha no mar Mediterrâneo, com comprimento de 30 quilômetros e largura de
18. Dista cerca de 30 quilômetros da Sicília e 240 da Itália.
E os
bárbaros... (v.2): Isto é, eram incultos e não falavam grego.
Havendo Paulo
ajuntado... (v.3): Havia um bom número de soldados, marinheiros e prisioneiros
presentes, que podiam ajuntar gravetos para o fogo, e que, sem dúvida, eram
mais novos que "Paulo, o velho", Fm 9. A maneira de ser
verdadeiramente grande é ser servo realmente de todos.
Víbora (v.3):
Os que se esforçam para servir ao próximo, devem esperar que do calor saia uma
"cobra" dormente, de censura, de perseguição, de calúnia, para morder
a mão que trabalha. Convém-nos, como Paulo, sacudir a medonha criatura ao fogo
e não nos indignar.
Este homem é
suicida (v. 4):Julgaram que Paulo fosse criminoso e logo depois um deus. Em
Listra julgaram que fosse um deus, para logo o apedrejarem como um malfeitor,
cap. 14.8-19. A multidão que é movida a ovacionar o pregador vitorioso, muda em
um só dia para acreditar na venenosa cobra chamada calúnia.
A CURA DO PAI
DE PÚBLIO, 28.7-10.
Públio, o
qual nos recebeu e hospedou... (v.7): Públio, o homem principal da ilha,
hospedava um "anjo" sem o saber, Hb 13.2. Paulo, o prisioneiro, não
deixava de ser Paulo, o apóstolo. É impossível dar um copo d'água a um
discípulo de CRISTO sem receber a recompensa. Corno era grande a remuneração de
Públio, a cura de seu pai gravemente enfermo!
Os quais...
nos proveram das coisas necessárias (v. 10) : Assim DEUS supriu as necessidades
de cada um daquele grupo, incitando o amor do povo para com eles, pelo serviço
de Paulo. Não era apenas durante o sinistro do navio que a presença desse homem
de DEUS, entre eles, era corno o sal que os preservou da morte.
DE MALTA A
ROMA, 28.11-15.
Num navio de
Alexandria... (v.11): Dois navios de Alexandria chegaram a Malta. (Vede cap.
27.6.) Um naufragou, o outro invernou nessa ilha, em segurança.
Castor e
Pólux (v.U): Na mitologia grega, Castor e Pólux eram julgados filhos gêmeos de
Júpiter. Os dois eram inseparáveis, seus nomes eram usados para simbolizar a
amizade. Aparecem no céu, formando a constelação dos gêmeos. Os marinheiros
consideravam esses dois corno seus protetores. As suas figuras eram, talvez,
pintadas ou esculpidas na proa do navio.
Os irmãos...
nos saíram ao encontro (v.15): Paulo via um grupo de pessoas aproximando-se
dele. Quem seriam? Eram irmãos, irmãos em CRISTO, que com toda a pureza da fé e
do amor, saíram da imundícia da grande cidade, para receber o grande apóstolo.
Três anos antes disso Paulo escrevera a maravilhosa epístola (Rm 1.7) a esses
crentes. Então o autor dessa epístola aproximava-se da cidade e eles sentem-se
constrangidos a sair, cerca de 60 quilômetros, para receber esse homem
algemado, corno se fosse um dos mais célebres heróis.
E Paulo,
vendo-os, deu graças a DEUS (v. 15) : Levantou seu coração e a sua voz em ações
de graças Àquele que respondera as suas súplicas, Rrn 15.30-32.
E tomou ânimo
(v.15): Mesmo os mais experimentados e mais desenvolvidos crentes precisam da
inspiração e edificação que recebem da convivência entre seus irmãos. Não nos
convém deixar a nossa congregação, como é costume de alguns...
Paulo, sem
dúvida, já conhecia pessoalmente alguns dos irmãos, desse grupo que saiu da cidade
para recebê-Io, Rm 16.5-16.
PAULO
TRABALHA ENTRE OS JUDEUS EM ROMA, 28.16-24.
Quantos
grandes homens entraram em Roma coroados e triunfantes que eram uma verdadeira
praga para a sua geração? Mas Paulo, que era uma das maiores bênçãos para a sua
geração, entrou desprezado, como um pobre cativo! Não nos enganemos, o mundo
nunca pode conhecer os filhos de DEUS, porque não conhece a DEUS.
Quando Paulo
chegou a Roma, esta era uma cidade de dois milhões de habitantes, dos quais
mais ou menos a metade eram escravos desprezados. Nero era o imperador. Apesar
de ele não ter mais de vinte e cinco anos de idade, as suas mãos haviam sido
manchadas com o sangue da sua própria mãe, Agripina, e, talvez, com o da sua
esposa Otávia.
Paulo chegara
a Roma "na plenitude da bênção de CRISTO", mesmo como afirmara que
queria fazer, Rm 15.29. Temos o alvo de visitar os irmãos, somente quando
estamos cheios do ESPÍRITO, para comunciar-lhes bênçãos de DEUS? Rm 1.11.
Paulo nunca
se referiu a si mesmo como o prisioneiro de César, mas sempre de CRISTO, Ef
3.1; Fp 1.12-14. Era "embaixador em cadeias", Ef 6.20. Em Roma era
embaixador de DEUS:
1) aos judeus
(vv. 17-29); 2) aos soldados e a casa de César (Fp 1.12-14; 4.22); 3) aos
gentios em Roma (At 28.28-31); 4) aos cristãos em Roma, Rm 1.9-15.
Como o
soldado (v. 16) : É provável que o soldado a quem foi acorrentado fosse um de
uma escolta de quatro. (Compare capo 12.4). Os soldados se revezavam, mas Paulo
continuava acorrentado dia e noite. (Vede v. 20).
7rês dias
depois (v.17): Isto quer dizer, conforme o costume dos judeus de contar, que
Paulo passou só um dia descansando da viagem. O negócio do Rei era urgente;
Paulo, como de costume, remia o tempo, 1 Sm 21.8 e CI 4.5.
Convocou os
principais judeus (v.17): Era seu costume, logo ao chegar a uma cidade, ir à
sinagoga. Esta vez não foi ter com eles; estava preso. Diz-se que havia sete
sinagogas e cerca de 60 mil judeus em Roma.
Acusar a
minha nação (v.19): Os judeus eram desprezados em Roma. Pouco antes disto,
todos foram expulsos da cidade, capo 18.2. Paulo, porém, não era
"politiqueiro", querendo incitar uma perseguição contra eles para
ganhar favor dos gentios, perante os quais tinha de comparecer. (Compare Rm
10.1.)
Nós não
recebemos... (v.21): Somente podemos pensar que os judeus continuassem sua
perseguição contra Paulo, levando o caso a Roma. Mas é provável que Paulo
apelou para César com esta mesma certeza de os judeus desistirem de seu
intento, antes de comparecer ele em Roma, onde não podiam ganhar auditórios.
(Vede capo 18.2). Isso foi o caminho que Davi escolheu, quando fugiu à terra
dos filisteus para escapar da mão de Saul. O rei lá não tinha coragem de ir
buscá-lo. "E, sendo Saul avisado que Davi tinha fugido para Gate, não
cuidou mais em o buscar:' 1 Sm 27.1,4.
Desde a manhã
até a noite (v.23): Pregava o dia inteiro. Os homens nunca cansam de falar do
que têm no coração; o comerciante não cansa de falar em comprar e vender, o
jogador de falar nos jogos, o literato de falar na literatura, o músico de
falar na música, o crente, salvo, de falar na salvação em CRISTO JESUS.
PAULO VOLTA
AOS GENTIOS EM ROMA, 28.25-29.
E, como
ficaram entre si discordes, se despediram, dizendo a Paulo esta palavra... (vv.
26,27): Esta citação de Is 6.9,10, aparece três vezes no Novo Testamento; cada
vez em tempo de grande crise para o povo:
1) em Mt 13,
quando recusaram JESUS; 2) em Jo 12, na véspera da crucificação; 3) em At 28,
quando a rejeição dos judeus foi completada.
O livro de
Atos dos apóstolos não tem fecho nem remate. Isso, porém, não quer dizer que o
ESPÍRITO SANTO não alcançou Seu alvo em escrever o livro. Apesar de os judeus
rejeitarem o unigênito Filho de DEUS, cravando-O na cruz, o Pai no Seu infinito
amor ainda conquistava Seu povo escolhido. O livro de Atos mostra como o
Evangelho foi pregado em cada lugar, mas primeiramente a este povo da promessa.
A rejeição deles desta Mensagem, em Roma, foi a rejeição final e DEUS logo
depois, no ano 70, deixou os inimigos destruírem a "cidade santa" e
findaram com todos os seus sacrifícios.
PAULO
PRISIONEIRO DURANTE DOIS ANOS.
30 "E
Paulo ficou dois anos inteiros na sua própria habitação que alugara e recebia
todos quantos vinham vê-Io, 31 "pregando o Reino de DEUS e ensinando com
toda a liberdade as coisas pertencentes ao Senhor JESUS CRISTO, sem impedimento
algum.
Dois anos
inteiros (v.30): Tais demoras da justiça eram comuns. Neste caso parece que a
demora foi causada:
1) pela perda
dos papéis oficiais no naufrágio, 2) pelo não aparecimento dos acusadores. 3)
pela dificuldade de ajuntar as testemunhas.
Na sua
própria, habitação que alugara (v.30): Mas continuava acorrentado a um soldado.
O único meio de guardar Paulo em um só lugar, foi aprisioná-Io e, quando lá
acorrentado, de seu "púlpito' alcançou as extremidades da terra e os
limites do tempo. Lede Fp 1.12-14; 4.22; Fm 10 etc. Foi durante esses dois anos
que escreveu as preciosas epístolas aos Efésios, aos Filipenses, aos
Colossenses e a Filemom.
Pede-se
guardar o corpo de João na ilha de Patmos, mas não seu espírito. Enquanto
alguns ficam vencidos pelas circunstâncias, outros deixam de meditar nos
dissabores desta vida e habitam as alturas onde não há sombra e realizam grande
colheita de almas.
Sem
impedimento algum (v.31): Compare 2 Tm 2.9. Como podia Paulo pregar sem
impedimento algum, quando estava em cadeias e o monstro Nero no trono.
Descobre-se, nessas três últimas palavras penetrantes do livro de Atos, o
segredo da força que transforma o íntimo dos homens. Satanás não pode de forma
alguma abafar o nosso testemunho se guardamos o nosso contacto com o poder que
vem dos céus.
Os últimos
anos de Paulo. Conforme a tradição ele foi libertado depois de passar dois anos
preso. Continuou a evangelizar, talvez, até a Espanha, foi novamente preso,
provavelmente depois do incêndio de Roma, no ano 64, e foi degolado no ano 67
ou 68. Esta tradição tem confirmação, só em parte, com as referências de 2 Tm e
Tt, escritas durante o seu segundo encarceramento. (Lede 1Tm 1.15-18; compare
1.13; Fp 1.24,25.) Na primeira prisão, escreveu as cartas aos Efésios, aos
Filipenses, aos Colossenses e a Filemom. Na segunda escreveu as epístolas
pastorais a Timóteo e a Tito. Quanto a Igreja de DEUS deve ao encarceramento de
Paulo, só no lar eterno saberemos!
É evidente
que o ESPÍRITO SANTO não findou a história gloriosa de Atos; o livro de ação é
sem epílogo, não tem fecho, porque até hoje os servos de DEUS, cheio do
ESPÍRITO SANTO, estão acrescentando outros capítulos preciosos e ainda não
escritos. Aqui, na conclusão destes estudos, devemos resolver voltar e estudar
o livro em ordem com ainda mais dedicação e oração, pois "PARA NÓS É A
PROMESSA:'.
"E nos
últimos dias acontecerá, diz DEUS, que do meu ESPÍRITO derramarei sobre toda a
carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos mancebos
terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos; e também do meu ESPÍRITO
derramarei sobre os meus servos e as minhas servas naqueles dias, e
profetizarão; e farei aparecer prodígios em cima, no céu; e sinais em baixo na
terra, sangue, fogo e vapor de fumo. O sol se converterá em trevas, e a lua em
sangue, antes de chegar o grande e glorioso dia do Senhor; e acontecerá que
todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo."
PALAVRA CHAVE
- TESTEMUNHA - [Do gr. martyr; do lat. testimonia]. O que atesta a veracidade
de um fato.
Comentários
do livro - Atos - Introdução e Comentário - I. Howard Marshall - Série Cultura
Bíblica - edições 1985,1988, 1991, 1999 e 2001 - Sociedade Religiosa Edições
Vida Nova - SP
Poderiam se
utilizar de cordas que atravessam o navio dentro do porão, para fortalecê-Io;
ou de cordas amarradas longitudinalmente da proa até à popa, e esticadas para
evitar que o navio quebrasse às suas costas (H. J. Cadbury, BC, V. págs.
345-354). Conforme os conhecimentos que atualmente temos das condições de
então, não é possível fazer uma decisão firme entre estas possibilidades. Tudo
quanto sabemos por certo é que "cintas" faziam parte do equipamento
dos navios de guerra gregos, que eram cordas ou cabos, usualmente em número de
quatro ou seis, e (pelo menos num caso) cada uma com comprimento suficiente
para se estender ao derredor do navio inteiro, longitudinalmente.
Os
marinheiros tinham medo de que, mesmo assim, o navio fosse levado à Sirte.
Trata-se de uma área de areias movediças e bancos de areia perto do litoral da
Letônia, que era lendária por causa do perigo que constituía para a navegação,
como o "triângulo das Bermudas" hoje. Ainda ficava numa distância de
611 km, aproximadamente, mas os marinheiros não queriam correr riscos. A
terceira ação deles foi arriar os aparelhos. Aqui, também, não é certo o
sentido. Talvez signifique abaixar ou amarrar a vela principal, ou talvez fixar
a sua posição, ou arriar a corda que apoiara a vela de capa, ou lançar ao mar
os aparelhos sobressalentes a bordo (mas "arriar" dificilmente pode
significar "lançar ao mar"), ou, mais provavelmente, talvez, abaixar
algum tipo de âncora flutuante que frearia a velocidade do navio, levando-o ao
léu para o norte, para assim evitar a área do perigo.
18-19. Estas
medidas, no entanto, foram inadequadas. O navio estava enfrentando mares
bravios, e provavelmente estava subindo água a bordo, de modo que começaram a
aliviar o peso, lançando ao mar a carga (cf. Jn 1 :5). No terceiro dia o
processo de aliviar o navio foi continuado, lançando ao mar a armação; deve
referir-se à armação de reserva, e talvez a pesada vela mestra com seus
aparelhos. MSS menos antigos dizem nós mesmos, com as próprias mãos, lançamos.
. . que faz mais sentido do que textos mais antigos que aplicam "as
próprias mãos" aos marinheiros que não teriam outro meio senão este de
trabalhar. Ou será que a expressão quer lembrar que não tinham equipamentos
para içar pesos, conforme teriam nos portos?
20. O ponto
culminante na descrição da tempestade é que os marinheiros não tinham idéia
alguma da sua posição, com relação à terra, ou rochas ou bancos de areia. O mau
tempo impedia qualquer observação do solou das estrelas mediante os quais
talvez pudessem ter feito algum cálculo do seu posicionamento. Humanamente
falando, não parecia ter possibilidade alguma de sobrevivência, e o desânimo se
apoderou das pessoas no navio.
21-22. A esta
altura, Paulo intervém na história pela segunda vez. A sua intervenção é
introduzida pelo comentário sobre o fato que ninguém estava comendo, embora
este aspecto não é retomado a não ser no v. 33. No presente contexto, ilustra
ainda mais a aflição desesperada das pessoas no navio. É possível que houvesse
pouca comida disponível depois da tempestade, e que as pessoas se sentissem
demasiadamente enjoadas ou desanimadas para comer. Todo este sofrimento e risco
poderia ser evitado se o navio tivesse permanecido em Bons Portos, e Paulo
comentou que sua advertência não fora devidamente atendida; sua profecia de
danos e perdas se cumprira, embora, por enquanto, só afetasse (e no fim somente
afetaria) o navio, e não as pessoas a bordo que incluíra na sua profecia. É
esta qualificação da sua profecia anterior que Paulo agora ressalta num esforço
para animar as pessoas. Crê que ninguém perderá a vida, mas haverá perda do
navio.
23-24. Paulo
menciona o fundamento desta sua certeza, ao narrar uma visão que tivera na
noite anterior, durante a qual lhe aparecera um anjo de DEUS. A mensagem angelical
foi uma confirmação da revelação anterior em 23:11 de que Paulo chegaria a
Roma; era o plano de DEUS que Paulo ali testificasse (23:11) na presença de
César. Seguia-se, portanto, que ele pessoalmente podia ter confiança de que
sobreviveria a tempestade em alto mar, mas também foi informado que DEUS lhe
concedera como favor que todos que navegavam com ele também seriam poupados. A
linguagem dá a entender que Paulo tinha orado em prol dos seus companheiros de
viagem, e que DEUS atendera a sua oração. Há um paralelo com a história de
Abraão, que intercedeu com DEUS em prol do povo de Sodoma, e pleiteou que a
totalidade da cidade fosse poupada por amor ao
número mínimo
de justos "que ali habitava (Gn 18:23-33).
25-26.
Destarte, Paulo podia encorajar os seus ouvintes a ter bom ânimo e, em efeito,
compartilhar da confiança que ele tinha naquilo que DEUS lhe prometera, e que
seria cumprido. A profecia de Paulo ia além de uma esperança geral quanto à
segurança, para uma declaração de que todos seriam lançados à terra numa ilha;
se o navio haveria de perder-se (v. 22), então somente um evento semelhante
poderia salvar a vida das pessoas a bordo.
Este discurso
de Paulo é submetido â suspeita dos críticos. Mesmo assim, encaixa-se muito bem
com as experiências de Paulo de visões da parte de DEUS (2 Co 12:1, 9); é
inteiramente natural que Paulo tivesse compartilhado a sua certeza com seus
companheiros de viagem, e a história é transmitida por uma testemunha ocular;
não precisamos duvidar de que Paulo disse alguma coisa assim. Haenchen (pág.
709) é cético quanto a Paulo conseguir pronunciar um discurso em condições de
uma tempestade a bordo de um navio, mas o seu conceito de Paulo agindo como
orador público é inapropriado para as circunstâncias.
27. Agora vem
o cumprimento da profecia de Paulo. Passara-se uma quinzena (presume-se que o
tempo foi contado assim a partir da saída de Bons Portos). Os cálculos revelam
que este período coincide com o tempo que o navio levaria para percorrer a
distância em termos reais (cerca de 475 milhas náuticas ou 885 km), se estava
indo â deriva conforme o modo aqui descrito. Além disto, deve-se levar em conta
alguma mudança na direção do vento, que é natural. Hoje em dia, o Mar Adriático
significa o golfo entre a Itália e a península das Bálcãs, mas o termo se
empregava antigamente para incluir a área entre a Cic11ia e a Creta também. A
ilha de Malta se acha na extremidade ocidental desta área, imediatamente ao sul
da Sicília. Os marinheiros reconheciam que a terra se aproximava, possivelmente
pelo estrondo dos vagalhões.2 5 6
28.
Começaram, portanto, a fazer sondagens para determinar a profundidade de água
que havia embaixo do navio. Embora as cifras dadas concordem com aquelas que
foram estabelecidas no local provável do naufrágio, Conzelman (pág. 144)
prefere, mesmo assim, acreditar que são uma invenção literária, por ser
improvável que Lucas estivesse perto do homem que lançava o prumo; trata-se de
ceticismo desvairado.
29. A pouca
profundidade da água, sem dúvida em conjunto com o estrondo dos vagalhões,
exigia medidas de segurança, e, assim, os marinheiros lançaram quatro âncoras.
Estas não tinham muito peso em comparação com os padrões modernos - daí o
número delas - e foram lança das da popa a fim de evitar que a proa do navio se
virasse, e para preparar o navio para correr de frente para a praia depois de
haver luz e um lugar e oportunidade apropriados. Agora, nada mais poderia ser
feito senão ansiar e orar pela chegada da luz do dia.
30. O
incidente que agora se segue é explicado de várias maneiras. Segundo Lucas, os
marinheiros (ou talvez apenas alguns deles) procuravam lançar â água o bote do
navio (v. 16), a fim de escaparem do navio; fingiam que, na realidade, iam
lançar âncoras da proa - ação esta que nestas circunstâncias somente poderia
ser levada a efeito ao remar levando as âncoras por uma pequena distância da
proa para lançá-Ias dali. Muitos comentaristas argumentam, no entanto, que uma
tentativa para escapar seria puro suicídio nas condições tempestuosas em plena
escuridão perto de um litoral desconhecido, e que o único modo de ação seguro
seria permanecer a bordo até à luz da manhã. Os leitores de Robinson Crusoé
devem lembrar-se de uma situação muito semelhante em que o navio encalhou de
madrugada, e a tripulação saiu com o bote, e todos pereceram menos o próprio
Crusoé, que mais tarde pôde voltar ao navio e comentou: "Vi de modo
evidente que, se tivéssemos permanecido a bordo, estaríamos todos salvos - ou
seja, teríamos chegado com segurança à praia". A história escrita por
Defoe indica que os homens podem fazer coisas estultas, embora permaneça a
possibilidade que os passageiros entendessem erroneamente a intenção dos
marinheiros.
31. Seja qual
tenha sido a intenção dos marinheiros, Paulo indicou ao centurião o perigo que
haveria de os passageiros ficarem completamente desamparados sem os
marinheiros. Haenchen (págs. 706, 710) comenta que, neste caso, Paulo seria
responsável pela perda do navio, pois, sem o bote, não restava outra
possibilidade senão tentar (em vão) encalhar o navio na praia; ao mesmo tempo,
no entanto, aceita a idéia de o versículo ser uma interpolação fictícia da
parte de Lucas para transformar Paulo em salvador dos passageiros. Do outro
lado, porém, pode-se comentar que foi o infortúnio que levou o navio a encalhar
num banco de areia ao invés de chegar à praia, e que é possível que os soldados
tenham agido precipitadamente ao cortar os cabos do bote (v. 32), ao invés de
meramente montar guarda sobre ele. Lucas certamente atribui a Paulo a
iniciativa
para a ação, a qual considera útil; é certo que não seria surpreendente se os
soldados e os passageiros tenham agido em pânico, entendendo erroneamente as
intenções dos marinheiros, mormente porque o tema de a tripulação abandonar os
passageiros para perecer é atestado nos romances antigos.
33. Agora
surge mais um episódio que ressalta a atuação de Paulo. Quando o dia começou a
raiar, enquanto o navio ficava estável com as âncoras, Paulo começou a animar
as pessoas a bordo a comerem. É retratado ao falar a todas as pessoas no navio
de modo geral, lembrando-as que não comeram nada desde o começo da tempestade
desastrosa quatorze dias antes (cf. v. 21). Embora não haja qualquer indicação
de que tenham observado jejum para induzir quaisquer deuses que adorassem a terem
misericórdia deles é possível que este tema esteja presente, e que Paulo, com
efeito oficial era o princeps perigrinorum, o comandante do quartel onde se
baseavam os frumentarii (27:1) em Roma. Parece possível, no entanto, que esta
unidade não tenha existido antes dos tempos de Trajano no século 11 d.C. Uma
segunda possibilidade é que a referência dizia respeito ao praefectus
praetorii, o prefeito ou comandante dos guardas pretorianos, a quem eram
entregues os prisioneiros das províncias, segundo a carta escrita por Trajano a
Plínio. Esta teoria é desenvolvida por Sherwin-White (págs. 108-111), que
sugere que o respectivo oficial seria o princeps castrorum, um subordinado do
prefeito. É, portanto, possível que o texto ocidental reflita o procedimento que
teria sido adotado. Quanto à questão dos processos jurídicos, ver v. 30.
Paulo e os
judeus em Roma (28:17-31).
o relato de
Lucas acerca das atividades de Paulo em Roma silencia no que diz respeito a
dois aspectos que acharíamos mais interessantes: o resultado do seu apelo a
César, e seu relacionamento com a igreja cristã que já existia em Roma. Todo o
interesse se centraliza nos contatos entre Paulo e os judeus não-cristãos.
Convoca os representantes deles a se encontrarem com ele, e explica em termos resumidos
como fora trazido a Roma como resultado de acusações que os judeus fizeram
contra ele na Judéia; surge, assim, a oportunidade para ele explicar a natureza
da mensagem cristã a estas visitas; suas palavras, no entanto, são recebidas de
diversas maneiras. Quando estes judeus de Roma não conseguem chegar a um acordo
entre si a respeito, Paulo se pronunciou claramente, condenando a cegueira e a
obstinação deles em recusarem o evangelho, e, diante disto, declarou-se livre
para levar aos gentios a mensagem da salvação. No decurso dos dois anos
.remanescentes, portanto, mencionados por Lucas, Paulo pregava e ministrava aos
gentios. Destarte, o quadro final que é mostrado ao leitor retrata o apelo
final que Paulo fez aos judeus, e a sua aceitação de uma chamada aos gentios. A
impressão que se transmite é que Paulo sentia, no decurso do seu ministério
inteiro, o dever de ir primeiramente aos judeus, e que era somente quando estes
recusavam a mensagem que ele ia aos gentios. Tudo isto harmoniza-se perfeitamente
com a expressão, cheia de emoção, dos sentimentos de Paulo acerca da sua
chamada em Romanos caps. 9-11. Além disto, leva ao clímax o livro inteiro,
sendo que o programa missionário registrado em Atos 1:8 agora é levado a um
ponto decisivo: o evangelho chegou à capital do Império Romano, e é proclamado
aos gentios, sem impedimento; a igreja está à beira de expansão adicional, com
a esperança de Paulo chegar à Espanha (Rm 15:24, 28) sempre presente nos
planos, indicando a direção para maiores avanços. A igreja, portanto, recebe
suas ordens de marcha: Roma é uma etapa no itinerário, e não o alvo final. Em
princípio, está livre para deixar de preocupar-se com os judeus, pelo menos por
enquanto (Lc 21 :24), e passar a dedicar-se aos gentios.
Lucas
apresenta este quadro em termos da missão de Paulo. Os judeus em Roma recebem a
oportunidade de corresponderem ao modo de Paulo entender o evangelho, muito
embora já tivessem, decerto, alguma familiaridade com a mensagem dos cristãos
que estavam em Roma já desde uma data bem antiga (At 2:10). Isto quer dizer que
Lucas nada diz acerca da presença e atividade da igreja em Roma a não ser nos
vv. 15-16 e, destarte, os leitores de Atos podem receber uma impressão inexata.
É o mesmo tipo de relato concentrado que achamos no capítulo final do
Evangelho, onde todas as aparições do JESUS ressurreto se apresentam como se
fossem confirmadas a Jerusalém e seus arrabaldes, e como se tivessem ocorrido
no Domingo da Páscoa, muito embora tivessem havido aparições noutros lugares, e
o próprio Lucas mais tarde torne claro que continuaram no decurso de um período
de quarenta dias.
17. A
primeira ação de Paulo, uma vez estabelecido na sua nova moradia, é conclamar
os principais dos judeus em Roma. Nossas informações acerca da comunidade judaica
em Roma são insuficientes para sabermos precisamente quais são os oficiais aqui
em mira. Paulo os convida a vir até ele, pois, segundo parece, não está livre
para ir visitar a eles; sua situação é de .prisão domiciliar. Dá-lhes as razões
que o levaram a Roma. Declara que nada fizera contra o povo judaico, nem
atacara seus costumes (cf. 25:8). Mesmo assim, os judeus o entregaram aos
romanos. A linguagem se assemelha àquela que Lucas aplica a JESUS no Evangelho
(Lc 18:32), e é possível que Lucas queira que seus leitores vejam um paralelo
entre o destino de JESUS e o de Paulo. Tem sido alegado, outrossim, que Lucas
contradiz sua história anterior, na qual os romanos arrebataram Paulo das mãos
dos judeus. Lucas, porém, se ocupa com os essenciais da história, e não com os
pormenores, e o relato aqui é uma representação correta de como os judeus
passaram a processar Paulo diante de Félix e Festo, tendo em mira uma sentença
romana para Paulo, por delitos que realmente seriam judaicos, por mais que os
judeus tentassem alegar que Paulo era, na realidade, um perigo para Roma.
18. O
inquérito que os romanos instauraram contra Paulo não substanciou as acusações
dos judeus contra ele. Nada fizera que merecesse a morte,. e, portanto, deveria
ter sido inocentado e solto. Paulo disse que os romanos quiseram soltá-lo.
Parece um pouco estranho. Na realidade, os governadores nenhuma tentativa
fizeram para colocar Paulo em liberdade, e foi porque Festa queria julgá-Ia em
Jerusalém que Paulo sentiu-se obrigado a apelar a César. Foi Agripa que afirmou
que Paulo poderia ser posto em liberdade se não tivesse apelado a César, e
supõe-se que Festa concordou com ele naquela altura dos acontecimentos. A
declaração de Paulo, portanto, é uma simplificação da narrativa anterior, e
reflete o que se nos diz acerca dos desejos dos governadores, não fosse a
pressão dos judeus.
19. A razão
porque Paulo se sentiu compelido a apelar para César foi, segundo ele, a
oposição dos judeus ao desejo dos romanos de libertar a Paulo. Parece que se
trata de uma alusão às acusações dos judeus, registradas em 25:2, 7, que
levaram Festa a perguntar se Paulo estaria disposto a ser julgado em Jerusalém.
Se for assim, devemos provavelmente entender que 25 :4-5 significa que se os
judeus não tinham libelo formal contra Paulo, Festa o teria posto em liberdade;
tal conceito é razoável, pois Festa deve ter considerado que os dois anos de
detenção que Paulo já sofrera bastariam como castigo adequado se tivesse havido
qualquer delito contra as leis especificamente judaicas. Assim, haveria
harmonia entre os relatos registrados em Atos. Paulo deixa claro que não está
atacando a nação judaica por causa do modo dos líderes agirem; este é um
discurso de conciliação, e Paulo está concedendo que os judeus agiram dentro
dos seus direitos se pensaram que ele havia feito alguma coisa errada.
20. Fora,
portanto, para informar os judeus de Roma de modo exato acerca da situação que
Paulo os convidara em conjunto. Isto porque a questão em pauta no seu
julgamento, conforme insistira no decurso dos processos, era a natureza
verdadeira da esperança de Israel, na vinda do Messias e na ressurreição.
Estava, portanto, preso por ser um judeu leal; segundo o modo de Paulo encarar
a situação, estava em cadeias romanas por esta razão. Este fato era, decerto,
algo que exigia a atenção dos judeus, pois a religião deles era legalmente
permitida pelos romanos.
21. Os judeus
de Roma professavam completa ignorância acerca de Paulo e do caso dele. Não
receberam quaisquer instruções de Jerusalém que pudesse dirigi-Ias numa
representação da causa jurídica dos judeus contra Paulo, diante do fórum; além
disto, nenhum mensageiro judaico, vindo de Jerusalém, trouxe qualquer relatório
contrário a Paulo. Nisto nada há de estranhável. Bruce (Livro, pág. 535) tem razão,
sem dúvida alguma, ao argumentar que é improvável que os líderes judaicos
tivessem dado andamento ao processo depois de ele ter sido transferido a Roma,
porque teriam pouca ou nenhuma possibilidade de sucesso. Nenhuma comunicação
oficial acerca de Paulo deve ter chegado aos judeus em Roma, portanto. É muito
possível que os judeus em Roma preferissem manter ignorância do caso; decerto,
não se esqueceram que disputas anteriores acerca do Messias levaram à sua
expulsão temporária da cidade (18:2).
22. Mesmo
assim, estavam interessados em saber o que Paulo diria em prol da sua própria
causa. Sabiam alguma coisa acerca da seita (24:24) cristã, pois havia uma
igreja ativa em Roma, e sabiam que ela era freqüentemente criticada. Supõe-se,
também, que já ouviram falar de Paulo e da sua reputação como missionário de
destaque, e tinham curiosidade suficiente para prestarem atenção àquilo que
diria acerca de si e acerca das razões por que estava em má situação diante das
autoridades em Jerusalém.
23. Foi
marcado um dia apropriado para a reunião, e um grupo grande veio visitar Paulo.
A frase na sua própria residência talvez signifique, realmente, "para
receber a sua hospitalidade"; os judeus eram os seus hóspedes, visto ser
ele incapaz de seguir seu antigo padrão de freqüentar a sinagoga; contudo, a
frase não significa que lhes ofereceu uma refeição ou algo semelhante. As
perguntas acerca da possibilidade de Paulo ter uma sala suficientemente grande
para todos eles não vêm ao caso.
O tema de
Paulo não era a sua própria situação mas, sim, o evangelho. Fez uma exposição
dele ao proclamar o reino de DEUS e ao persuadi-los a respeito de JESUS,
baseando os seus argumentos nas declarações de Moisés e os profetas. O assunto,
portanto, combinava os temas da pregação de JESUS e da mensagem apostólica
acerca dEle, que formavam uma unidade: o domínio de DEUS era o domínio do
agente de DEUS, o Messias, e eram os judeus que cumpriam este papel. Numa
discussão com judeus, as Escrituras do Antigo Testamento forneciam a evidência
principal, e o debate dependia da interpretação delas, e de se os fatos a
respeito de JESUS poderiam ser encarados como sendo o cumprimento das
profecias. Esta descrição da mensagem de Paulo corresponde a resumos gerais
anteriores dos seus argumentos nas sinagogas (17:2-3; 18:5), e obviamente
reflete a sua praxe normal.
24-25. O
resultado foi o tipo de resposta mista que Paulo recebera em ocasiões
anteriores. Alguns ficaram persuadidos pelo que ele dizia, mas nada se diz para
sugerir que foram convertidos a uma aceitação pessoal da mensagem. Outros
ficaram francamente sem convicção alguma. Assim desfez-se a reunião, com os
judeus argumentando entre si. Foram embora, e não há, tampouco, sugestão alguma
de que quaisquer deles ficaram suficientemente interessados para voltarem numa
ocasião posterior. Antes da partida deles, no entanto, Paulo pronunciou uma
palavra final. Declarou que o ESPÍRITO SANTO falara a verdade acerca deles nas
palavras que !saias originalmente dirigira aos antepassados deles; era um caso
de "tal pai, tal filho". A citação era uma daquelas que mais
familiarmente se empregava na igreja primitiva. Fora empregada por JESUS (Lc
8:10; cf. Mt 13:1315; Mc 4:12); e é citada por João (Jo 12:39-40), e o próprio
Paulo a empregara na sua Epístola aos Romanos (Rm 11 :8). Aqui, como em Mateus
13: 14-15, temos o texto inteiro da citação de Isaías 6:9-10, segundo a LXX. ~
possível que Lucas tenha deliberadamente abreviado o dito de JESUS que
incorporou em Lucas 8:10, a fim de preservar o pleno efeito para o presente
contexto.
26-27. Diz-se
ao povo de DEUS que, por muito que venha a ouvir e ver, nunca entenderá nem
perceberá o que DEUS lhe diz. Este é um julgamento divino sobre ele porque ele
mesmo tornou seu coração impérvio à Palavra de DEUS; deixou com que se tornasse
surdo e cego por causa de ter medo de ouvir e ver a perturbadora Palavra de
DEUS e, assim, de receber livramento da parte de DEUS. A Palavra de DEUS traz
consigo o diagnóstico do pecado, que é doloroso de se escutar e aceitar, mas,
ao mesmo tempo, fere a fim de curar. Uma vez que a pessoa deliberadamente
recusa a Palavra, chega a um ponto em que é despojada da capacidade para
recebê-Ia. Esta é uma advertência severa às pessoas que não levam a sério o
evangelho.
28. Tendo em
vista estes fatos, os judeus devem tomar nota solene do fato de que a mensagem
da salvação agora está sendo enviada aos gentios, e que estes corresponderão
mais favoravelmente à oferta. Duvida-se que esta é uma rejeição definitiva dos
judeus. As cartas de Paulo certamente indicam que esperava no tempo certo uma
mudança de coração da parte deles (Rm 11 :25-32). É bem possível que Lucas,
também, entendesse assim a situação.262 Seja como for, a missão cristã dedica
aos gentios toda a sua atenção, por enquanto. Paulo já não se sente obrigado a
ir "primeiramente aos judeus", e é bem possível que Lucas aqui o
apresente como um exemplo a ser seguido pela igreja em geral.
30. Durante
dois anos, Paulo continuou a morar na sua própria habitação. A frase "às
suas próprias expensas" (ARA e ARC: "que alugara") dá a entender
que tinha alguma fonte de renda; os prisioneiros podiam, em certas
circunstâncias, exercer as suas próprias profissões. A tradução alternativa, na
sua própria casa, que alugara, talvez .expresse com exatidão a situação
resultante. O importante é que Paulo não estava numa prisão comum, mas, sim,
continuava no modo de vida descrito em v. 16. Embora não tivesse liberdade de
movimentos, nem por isso deixava de atuar como missionário cristão, pois as
pessoas podiam vir visitá-lo; Paulo podia escrever acerca do "evangelho
pelo qual estou sofrendo até algemas, como malfeitor; contudo, a palavra de
DEUS não está algemada" (2 Tm 2:9).
O que
aconteceu no fim dos dois anos? A implicação é que alguma coisa alterou-se a
esta altura (Haenchen, pág. 724). As várias possibilidades são:
(1) Foi a
esta altura que Lucas escreveu o Livro de Atos, e não sabia o que haveria de
acontecer depois. É possível que esperasse escrever um terceiro volume,
retomando a história a esta altura. A dificuldade com este ponto de vista é que
exige uma data muito recuada (mas não impossível) para Atos. O Livro dá a
muitos leitores a impressão de ter sido escrito a partir de uma perspectiva
posterior.
(2) Os judeus
deixaram de comparecer para promover a sua ação jurídica contra Paulo (v. 21).
O que não sabemos é se Paulo seria automaticamente solto nesta situação.
Sherwin-White (págs. 112-119) refutou de modo eficaz o conceito de que os
requerentes deviam comparecer dentro de um prazo específico, senão, o processo
caducaria e seria arquivado. Mas não parece que refutou a possibilidade que, se
os acusadores nunca comparecessem, finalmente haveria o perdão por decurso de prazo.
Uma objeção mais séria é que 23:11 e 27:24 claramente dão a entender que Paulo
compareceria diante de César.
(3) Paulo foi
julgado e inocentado, ou o governo romano abriu mão do processo contra ele
(Sherwin-White, págs. 118-119 mostra a realidade desta última possibilidade).
Nos dois
casos (2) e (3), o problema se vincula com a questão mais lata de se Paulo
passou a desfrutar um período de liberdade antes de voltar a ser preso e,
finalmente, executado. É esta a impressão que se obtém das Epístolas Pastorais,
pois há um consenso de opinião no sentido de que, sendo genuínas as Epístolas,
as atividades ali subentendidas não se encaixam na carreira de Paulo em
qualquer ponto anterior. Há muito debate sobre a questão, no entanto; alguns
argumentam que as Epístolas não são autênticas e, portanto, têm dúbio valor
histórico, ao passo que outros alegam que podem ser harmonizadas com a carreira
de Paulo antes do fim de Atos. O único evento sobre o qual há unanimidade é que
Paulo foi executado pelos romanos.
(4) A
possibilidade final é que Paulo foi julgado e executado a esta altura, mas que
Lucas não quis registrar o seu martírio; já dera indicações indiretas em
suficiência no decurso da narrativa (20:23-25, 38; 21 :13; 23:11; 27:24), e
preferia deixar seus leitores como quadro de Paulo pregando livremente o
evangelho em Roma, diante dos gentios. Se, porém, Lucas sabia acerca do
martírio de Paulo, ou do massacre dos cristãos em Roma levado a efeito por
Nero, é extremamente difícil entender como poderia ter pintado um retrato tão
geralmente favorável das autoridades romanas e da atitude delas para com Paulo
(23:29). Deve-se reconhecer, no entanto, que o retrato de Lucas descreve as
autoridades romanas das provindas, e é possível que seja subentendido um
contraste o governo romano central.
O quadro fica
ambíguo. De um lado, é difícil perceber como Paulo poderia ter sido condenado à
morte conforme a evidência registrada em Atos; do outro lado, parece haver
consciência no Livro de Atos de que Paulo haveria de comparecer diante de César
e morrer como mártir.
31. Seja qual
for a verdade, o destino de Paulo é secundário, comparado com o progresso do
evangelho. A descrição final mostra Paulo pregando aos gentios a mesma mensagem
que pregara no decurso da história em Atos, e isto com intrepidez e sem
impedimento. A implicação é que as acusações contra Paulo eram falsas e que o
próprio DEUS estava apoiando a sua proclamação. Nada que os homens são capazes
de fazer é suficiente para impedir o progresso e vitória final do evangelho.
INTERAÇÃO
Professor,
com a graça de DEUS chegamos ao final de mais um trimestre. Durante os
encontros dominicais, você e seus alunos, com certeza foram edificados,
exortados e consolados mediante o estudo do livro de Atos. A Igreja de CRISTO
segue vitoriosa, e você faz parte dessa Igreja, por isso não deixe de dar
continuidade a evangelização dos povos. Creia que a principal e mais urgente
missão da Igreja é a evangelização dos povos e nações.
Na lição de
hoje estudaremos a respeito da viagem de Paulo a Roma. Veremos que essa não foi
uma viagem fácil. Paulo enfrentou grande perigo, todavia o Senhor o guardou e o
levou em segurança até o seu destino final. Em Roma, Paulo ficou em prisão
domiciliar e teve a oportunidade de se reunir com os líderes da comunidade
judaica, testemunhando de CRISTO e dando continuidade à obra do Senhor.
OBJETIVOS -
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Narrar os
principais acontecimentos da viagem de Paulo a Roma.
Compreender
que Paulo, com ousadia, proclamou o Evangelho de CRISTO em Roma.
Conscientizar-se
de que a principal e mais urgente missão da Igreja é a evangelização de todos
os povos e nações.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor,
para a lição de hoje sugerimos que você reproduza o quadro abaixo. Utilize-o ao
concluir o primeiro tópico. Junto com os alunos reflita sobre o que aconteceu
com Paulo durante essa viagem. Enfatize o fato de que Júlio, o oficial do
exército romano, demonstrou ter consideração e respeito por Paulo (27.3),
tendo, inclusive, ajudado o missionário durante o naufrágio (27.43).
RESUMO DA
LIÇÃO 13 - PAULO TESTIFICA DE CRISTO EM ROMA
I- VIAGEM DE
PAULO A ROMA (AT 27.1 - 28.10)
1. De
Cesareia a Roma (27.1-44).
2. Paulo na
ilha de Malta (At 28.1-10).
3. Paulo
chega a Roma (Mt 28.11-1 5).
II- O
EVANGELHO É PROCLAMADO NA CAPITAL DO IMPÉRIO (AT 28.16-31)
1. Prisão
domiciliar (28.16).
2. Apologia
entre os judeus (28.1 7-22).
3. Progresso
do evangelho em Roma (28.23-31).
SINOPSE DO
TÓPICO (1 )
Paulo sofreu
um naufrágio em sua viagem a capital do império romano, porém, DEUS guardou a
vida do seu servo, livrando-o da morte.
SINOPSE DO
TÓPICO (2)
Paulo foi
conduzido pelas autoridades até Roma. Ali, em prisão domiciliar, ele pregou o
evangelho de nosso Senhor JESUS CRISTO.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO I - Subsídio Bibliográfico
Paulo em meio
a tempestade "A experiência de Paulo na tempestade, dentro da vontade de
DEUS, contrasta com a de Jonas, que estava em desobediência. Comparando as
duas, notamos: Paulo viajava para cumprir sua sagrada vocação.Jonas fugia da
chamada que recebeu. Este se escondeu e dormiu durante a tempestade. Aquele
dirigia as operações e encorajava os passageiros.
A presença de
Jonas no navio era a causa da tempestade. O navio em I que Paulo viajava seria
preservado de todo dano se os tripulantes respeitassem seu aviso (At 27.9,10).
I
Jonas foi
forçado a dar testemunho acerca de DEUS (Jn 1.8,9). Paulo, com boa vontade e
coragem, falou acerca da sua visão e do seu DEUS. A presença de Jonas no navio
ameaça a vida dos gentios. A presença de Paulo era boa vontade e coragem, falou
acerca da sua visão e do seu DEUS. A presença de Jonas no navio ameaça a vida
dos gentios. A presença de Paulo era uma garantia para a vida dos seus
companheiros de viagem. O navio I em que Jonas viajava recebeu alívio quando
ele foi jogado no mar. A conversão de Paulo salvou a tripulação do navio no
qual era prisioneiro. Há muita diferença em atravessar uma tempestade dentro e
fora da vontade de DEUS! Paulo, andando segundo o querer de DEUS, em comunhão
com Ele tornou-se bênção para todos quantos atravessavam o perigo com ele.
Conforme Paulo anunciou, todos escaparam ilesos para a terra.
Ficaram na
ilha durante o inverno, um período de três meses. Mais uma vez foi manifestada
a presença de DEUS através de Paulo" (PEARLMAN, Myer. Atos. 1. ed. RJ:
CPAD, 1995, pp. 248-49).
FONTE REVISTA CPAD /APAZDOSENHOR.OR
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