O EVANGELISMO NO LIVRO DE ATOS
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE-
Atos 10.44-48; 11.15-18
Atos 10.44- E, dizendo Pedro
ainda estas palavras, caiu o ESPÍRITO SANTO sobre todos os que ouviam a
palavra. 45 - E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo
com Pedro, maravilharam-se de que o dom do ESPÍRITO SANTO se derramasse também
sobre os gentios. 46- Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a DEUS.
47- Respondeu, então, Pedro: Pode alguém, porventura, recusar a água, para que
não sejam batizados estes que também receberam, como nós, o ESPÍRITO SANTO? 48-
E mandou que fossem batizados em nome do Senhor. Então, rogaram-lhe que ficasse
com eles por alguns dias.
Atos 11.15- E, quando
comecei a falar, caiu sobre eles o ESPÍRITO SANTO, como também sobre nós ao
princípio.16 - E lembrei-me do dito do Senhor, quando disse: João certamente
batizou com água, mas vós sereis batizados com o ESPÍRITO SANTO. 17- Portanto,
se DEUS Ihes deu o mesmo dom que a nós, quando cremos no Senhor JESUS CRISTO,
quem era, então, eu, para que pudesse resistir a DEUS? 18 - E, ouvindo estas
coisas, apaziguaram-se e glorificaram a DEUS, dizendo: Na verdade, até aos
gentios deu DEUS o arrependimento para a vida.
O Evangelho em Cesaréia:
Cesaréia: sede do governo
romano na Palestina; centurião era comandante de 100 soldados; corte era um
regimento de 600 a 1000 soldados; (50 km de Jope, aproximadamente);
Visão do gentio: Buscar
Pedro para anunciar o evangelho;
Visão de Pedro: Animais puros
(patas divididas e ruminar);
Conversão: Cornélio
envergonha a muitos cristãos, porque, antes de se converter era melhor do que
alguns crentes; o centurião romano ajoelhou-se diante de um simples judeu;
Crise na Igreja de
Jerusalém: Pedro presta conta ao colégio de apóstolos; ele não ficou surpreso
nem ofendido;
Bíblia de Estudos
Pentecostal - CPAD
10.4 ORAÇÕES... PARA MEMÓRIA
DIANTE DE DEUS. DEUS considera nossas orações um sacrifício que sobe até Ele,
lembrando-lhe da nossa perseverança, ao invocá-lo com fé e devoção (ver Sl
141.2; Hb 13.15,16).
10.9 SUBIU PEDRO AO TERRAÇO
PARA ORAR. O ESPÍRITO SANTO, o autor das Escrituras, revela através delas que
os cristãos do NT eram dedicados a muita
oração. Estavam convictos de que o reino de DEUS não poderia manifestar-se em
todo o seu poder mediante uns poucos minutos de oração por dia (1.14; 2.42;
3.1; 6.4; Ef 6.18; Cl 4.2)(1) O judeu piedoso orava duas ou três vezes por dia
(cf. Sl 55.17; Dn 6.10). Era prática dos seguidores de CRISTO, especialmente
dos apóstolos (6.4), orar com a mesma devoção. Pedro e João subiram ao templo
para a hora da oração (3.1), e Lucas e Paulo fizeram o mesmo (16.16). Pedro
orava regularmente ao meio-dia, ou seja, à hora sexta (10.9); DEUS recompensou
Cornélio pela sua fidelidade na observância das suas horas de oração
(10.30ss.).
(2) As Escrituras exortam os
crentes a continuarem perseverantes na oração (Rm 12.12), a orarem sempre (Lc
18.1), a orarem sem cessar (1 Ts 5.17), a orarem em todos os lugares (1 Tm
2.8), a orarem em todo o tempo com toda a oração (Ef 6.18), a perseverarem na
oração (Cl 4.2), e a orarem com eficácia (Tg 5.16). Estas exortações indicam
que não poderá haver nenhum poder celestial em nossa batalha contra o pecado,
Satanás e o mundo, nem vitória em nossa tentativa de ganhar os perdidos, sem
muita oração diariamente.
(3) Não seria do agrado de
DEUS, tendo em vista a exortação do Senhor, que seus discípulos vigiem e orem
pelo menos uma hora (Mt 26.38-41); e à luz da urgência dos tempos do fim, nos
quais vivemos, se todo crente dedicasse pelo menos uma hora por dia à oração e
ao estudo da Palavra de DEUS, visando ao crescimento do seu reino na terra e
tudo quanto isso significa para nós (Mt 6.10,33)?
(4) Uma hora de oração pode
incluir o seguinte: (a) louvor, (b) cantar ao Senhor, (c) ações de graças, (d)
esperar em DEUS, (e) ler a Palavra, (f) ficar atento ao ESPÍRITO SANTO, (g)
orar com as próprias palavras das Escrituras, (h) confissão das faltas, (i)
intercessão pelos outros, (j) petição pelas nossas próprias necessidades, e (l)
oração em línguas.
10.19 DISSE-LHE O ESPÍRITO.
O ESPÍRITO SANTO deseja a salvação de todas as pessoas (Mt 28.19; 2 Pe 3.9).
Pelo fato de os apóstolos terem recebido o ESPÍRITO, eles, também, desejavam a
salvação de todas as pessoas. Intelectualmente, no entanto, não compreendiam
que a salvação já não se restringia a Israel, mas que agora abrangia todas as
nações (vv. 34,35). Foi o ESPÍRITO SANTO que alargou a visão da igreja. Em
Atos, Ele é a força da obra missionária e o que dirige a igreja para novas
áreas de testemunho (8.29,39; 10.19; 11.11,12; 13.2,4; 16.6; 19.21). O
derramamento do ESPÍRITO e a compulsão à missão sempre andam de mãos dadas (cf.
1.8). Mesmo hoje, muitos crentes anelam a salvação do seu povo, sem, porém,
compreenderem plenamente o propósito do ESPÍRITO SANTO para as missões mundiais
(ver Mt 28.19; Lc 24.47).
10.34 DEUS NÃO FAZ ACEPÇÃO
DE PESSOAS. DEUS não tem nenhuma nação ou raça predileta, nem favorece qualquer
indivíduo por causa da sua nacionalidade, linhagem ou posição na vida (cf. Tg
2.1). DEUS favorece e aceita aqueles, dentre todas as nações, que abandonam o
pecado, crêem em CRISTO, temem a DEUS e vivem retamente (v. 35; cf. Rm 2.6-11).
Todos aqueles que perseveram neste modo de vida, permanecerão no amor e no favor
de DEUS (Jo 15.10).
10.38 CURANDO A TODOS OS
OPRIMIDOS DO DIABO. PODER SOBRE SATANÁS E OS DEMÔNIOS é concedido a todos os
crentes.
10.44 CAIU O ESPÍRITO SANTO
SOBRE TODOS. A família gentia de Cornélio ouve e recebe a Palavra com fé
salvadora (vv. 34-48; 11.14).
(1) DEUS imediatamente
derrama sobre ela o ESPÍRITO SANTO (v. 44) como seu testemunho de que creram e
receberam a vida regeneradora de CRISTO (cf. 11.17; 15.8,9). (2) A vinda do
ESPÍRITO SANTO sobre a família de Cornélio teve o mesmo propósito que o dom do
ESPÍRITO SANTO para os discípulos no dia de Pentecoste (cf. 1.8; 2.4). Esse
derramamento do ESPÍRITO não é a obra de DEUS na regeneração do pecador, mas
sua vinda sobre eles para revesti-los de poder. Note as palavras de Pedro
posteriormente, ressaltando a semelhança entre essa experiência e a do dia de
Pentecoste (11.15,17).
(3) Evidentemente, é
possível uma pessoa ser batizada no ESPÍRITO imediatamente depois de receber a
salvação (ver v. 46; cf. 11.17).
10.45 O DOM DO ESPÍRITO
SANTO. (é para todos os crentes - 1 Co 12, aqui, dom de línguas ou simplesmente
o batismo com o ESPÍRITO SANTO).
10.46 OS OUVIAM FALAR EM
LÍNGUAS. Pedro e os que o acompanhavam consideravam o falar em línguas,
mediante o ESPÍRITO, como o sinal convincente do batismo no ESPÍRITO SANTO.
Isto é, assim como DEUS confirmou o acontecimento do dia de Pentecoste com o
sinal das línguas (2.4), Ele faz os gentios no lar de Cornélio falarem em
línguas como sinal convincente para Pedro e os demais crentes judeus.
11.15 CAIU SOBRE ELES O
ESPÍRITO SANTO, COMO TAMBÉM SOBRE NÓS AO PRINCÍPIO.
O derramamento do ESPÍRITO
SANTO no dia de Pentecoste (2.4) foi um padrão para o recebimento do ESPÍRITO,
a partir de então. O batismo no ESPÍRITO seria determinado pela transformação
visível ocorrida no indivíduo pela infusão da alegria por expressões vocais
sobrenaturalmente inspiradas e pela ousadia no testemunho (2.4; 4.31; 8.15-19;
10.45-47; 19.6). Por isso,
quando Pedro salientou diante dos apóstolos e irmãos em Jerusalém que os
familiares de Cornélio tinham falado em línguas, ao ser derramado sobre eles o
ESPÍRITO SANTO (cf. 10.45-46), ficaram convictos de que DEUS estava concedendo
aos gentios a salvação em CRISTO (v. 18). Não se pode hoje dizer que alguém
recebeu o batismo no ESPÍRITO se as manifestações físicas, tais como o falar em
línguas, estão ausentes. Em nenhuma parte de Atos, o batismo no ESPÍRITO SANTO
aparece como uma experiência percebida somente pela fé (ver 8.12,16).
11.17 A NÓS, QUANDO CREMOS.
Esta expressão é, no grego,
um particípio aoristo, que normalmente descreve uma ação que ocorre antes
daquela do verbo principal. Por isso, uma tradução mais exata seria: DEUS lhes
deu o mesmo dom que a nós também, depois que cremos . Esta interpretação
concorda com os fatos históricos, i.e., que os discípulos tinham crido em JESUS
e tinham sido regenerados pelo ESPÍRITO, antes do dia de Pentecoste.
11.18 OUVINDO ESTAS COISAS.
O discurso de Pedro
silenciou todas as objeções (vv. 4-18). DEUS tinha batizado os gentios no
ESPÍRITO SANTO (10.45), e este ato foi acompanhado da evidência convincente do
falar noutras línguas pelo ESPÍRITO (10.46). Era esse o único sinal necessário
a ser aceito sem mais dúvidas.
PERSPECTIVA. Rm 9.6 “Não que
a palavra de DEUS haja faltado, porque nem todos os que são de Israel são
israelitas”.
(1) Um exame da condição de
Israel não se refere à vida ou morte eterna de indivíduos após a morte. Pelo
contrário, Paulo trata do modo como DEUS lida com nações e povos do ponto de
vista histórico, i.e., do seu direito de usar povos e nações conforme Ele quer.
Por exemplo, sua escolha de Jacó em lugar de seu irmão Esaú (9.11) teve como
propósito fundar e usar as nações de Israel e de Edom, oriundas dos dois. Nada
tinha que ver com seu destino eterno, i.e., quanto a sua salvação ou condenação
como indivíduos. Uma coisa é certa: DEUS tem o direito de chamar as pessoas e
nações que Ele quiser, e determinar-lhes responsabilidades a cumprir.
(2) Paulo expressa sua
constante solicitude e intensa tristeza pela nação judaica (9.1-3). O próprio
fato que Paulo ora para que seus compatriotas sejam salvos, revela que ele não
admitia o ensino teológico da predestinação, afirmando que todas as pessoas já
nascem predestinadas, ou para o céu, ou para o inferno. Pelo contrário, o
sincero desejo e oração de Paulo reflete a vontade de DEUS para o povo judaico
(cf. 10.21; ver Lc 19.41, sobre JESUS chorando por causa de Israel ter rejeitado
o caminho divino da salvação). No NT não se encontra o ensino de que
determinadas pessoas foram predestinadas ao inferno antes de nascer.
(3) O mais relevante neste
assunto é o tema da fé. O estado espiritual de perdido, da maioria dos
israelitas, não fora determinado por um decreto arbitrário de DEUS, mas,
resultado da sua própria recusa de se submeterem ao plano divino da salvação
mediante a fé em CRISTO (9.33; 10.3; 11.20). Inúmeros gentios, porém, aceitaram
o caminho de DEUS, que é o da fé, e alcançaram a justiça mediante a fé.
Obedeceram a DEUS pela fé e se tornaram “filhos do DEUS vivo” (9.25,26). Esse
fato ressalta a importância da obediência mediante a fé (1.5; 16.26) no tocante
à chamada e eleição da parte de DEUS.
(4) A oportunidade de
salvação está perante a nação de Israel, se ela largar sua incredulidade
(11.23). Semelhantemente, os crentes gentios que agora são parte da igreja de
DEUS são advertidos de que também correm o mesmo risco de serem cortados da
salvação (11.13-22). Eles devem sempre perseverar na fé com temor. A
advertência aos crentes gentios em 11.20-23, pelo fato da falha de Israel, é
tão válida hoje quanto o foi no dia em que Paulo a escreveu.
(5) As Escrituras estão
repletas de promessas de uma futura restauração de Israel ao aceitarem o
Messias. Tal restauração terá lugar ao findar-se a Grande Tribulação, na
iminência da volta pessoal de CRISTO (ver Is 11.10-12; 24.17-23; 49.22,23; Jr
31.31-34; Ez 37.12-14; Rm 11.26; Ap 12.6).
Revista CPAD - 3º Trimestre
de 1996 - Atos - O padrão para a Igreja da Última Hora - Pr. Ezequias Soares -
Lição 9 - O EVANGELHO CHEGA AOS GENTIOS
- CPAD
"E em seu nome, se
pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações,
começando por Jerusalém" (Lc 24.47).
O assassinato de Estêvão e a
intensa perseguição contra a Igreja em Jerusalém foram o tiro que saiu pela
culatra, pois isso resultou em expansão do Evangelho.
ÉPOCA DO EVENTO: 34 d.C.
(Filipe); 41 d.C. (Cornélio)
LOCAL: Samaria, Gaza e
Cesaréia Marítima
ATOS 8.4,5,26,27;
10.1,2,44-48
Aos 8.4- Mas os que andavam
dispersos iam por toda parte, anunciando a palavra. 5 - E, descendo Filipe à
cidade de Samaria, lhes pregava a CRISTO.
26 - E o anjo do Senhor
falou a Filipe, dizendo: Levanta-te e vai para a banda do Sul, ao caminho que
desce de Jerusalém para Gaza, que está deserto. 27 -E levantou-se e foi. E eis
que um homem etíope, eunuco, mordomo-mor de Candace, rainha dos etíopes, o qual
era superintendente de todos os seus tesouros, e tinha ido a Jerusalém para
adoração.
Atos 10.1- E havia em
Cesaréia um varão por nome Cornélio, centurião da coorte chamada italiana. 2 -
Piedoso e temente a DEUS, com toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao
povo e, de contínuo, orava a DEUS.
Atos 10.44 - E, dizendo
Pedro ainda estas palavras, caiu o ESPÍRITO SANTO sobre todos os que ouviam a
palavra. 45 - E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo
com Pedro, maravilharam-se de que o dom do ESPÍRITO SANTO se derramasse também
sobre os gentios. 46 - Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a DEUS.
47 - Respondeu, então, Pedro: Pode alguém, porventura, recusar a água, para que
não sejam batizados estes que também receberam, como nós, o ESPÍRITO SANTO? 48
- E mandou que fossem batizados em nome do Senhor. Então, rogaram-lhe que
ficasse com eles por alguns dias.
Conselhos didáticos:
1- Diga aos alunos que o
propósito da salvação dos gentios já estava no coração de DEUS, mesmo antes da
fundação do mundo. Por isso, os cristãos, que habitavam em Jerusalém, foram
dispersos, por causa da perseguição, após a morte de Estêvão. Eles anunciavam o
Evangelho por onde passavam e muitas pessoas aceitaram a JESUS como Salvador.
2- lnforme-lhes que o
processo da salvação humana começou a partir da chamada de Abraão. Naquele
momento, DEUS não pensava apenas no resgate da condenação eterna dos hebreus,
descendentes do nosso pai na fé, mas em toda a humanidade. Por isso, separou o
povo judeu, para, por seu intermédio, enviar o seu filho JESUS.
3- Esclareça-Ihes, então,
que JESUS é o Salvador do mundo e não apenas dos judeus, como eles próprios
pensavam, quando os cristãos de Jerusalém (eram todos judeus) chamaram o
apóstolo Pedro, para explicar o motivo de ter entrado na casa de Cornélio, um
general romano, e pregado o Evangelho, ocasião em que muitos gentios se
converteram a CRISTO.
ORIENTAÇÃO AO PROFESSOR
A espiritualidade é outra
necessidade premente do professor da Escola Dominical. Como ele poderá ensinar
a Palavra de DEUS, se não for espiritual? Por isso, precisa freqüentar às
consagrações aos domingos, para reabastecer-se do poder do alto e, cheio do
ESPÍRITO SANTO, ministrar bem o ensino bíblico.
COMENTÁRIO
A pregação do Evangelho é
uma necessidade imperiosa e não uma alternativa. Isso por si só, justifica a
necessidade de se levar essa mensagem a todos os povos. A lição de hoje mostra
como o mensagem da salvação chegou aos samaritanos, africanos e aos demais
gentios, na casa de Cornélio.
I. SAMARIA
1. Origem dos samaritanos.
Quando Salmaneser, imperador da Assíria, sitiou Samaria, a capital de Israel,
em 722 a.C., levou cativas as dez tribos do Norte (2 Rs 17.3).
Os assírios faziam permutas,
deportando seus subjugados para terras estrangeiras. Levaram as dez tribos do
Norte para outras regiões e trouxeram estrangeiros para povoarem a terra de
Israel. Eles adotaram essa política como estratégia para desarticular os povos
vencidos e, assim, neutralizar o sentimento nacionalista e eliminar a hipótese
da insurreição contra a metrópole (2 Rs 17.24-31).
Os poucos filhos de Israel
que ficaram na terra se misturaram com esses estrangeiros, de modo que seus
filhos se tomaram mestiços (mistura de israelita e gentio). Eram os
samaritanos. Essa mistura era também religiosa, pois rejeitaram as Escrituras
Sagradas, aceitando apenas o Pentateuco.
As duas tribos do Sul, que
também foram levadas cativas para a Babilônia, por Nabucodonosor, ao retomarem
a Judá (Ed 4.1-4), não consideraram os samaritanos como seus irmãos. Por isso,
recusaram sua ajuda na reconstrução do Templo, em Jerusalém. O relacionamento
deles, que já não era bom, ficou pior, e tornaram-se inimigos ferrenhos.
2. "Os judeus não se
comunicam com os samaritanos" (Jo 4.9). Judeus e samaritanos sempre foram
extremamente hostis, pois estes últimos tinham uma forma de culto muito
diferente da dos primeiros. A Bíblia Samaritana, até hoje, consiste apenas do
Pentateuco.
II. FILIPE EM SAMARIA
1. Perseguição e expansão da
Igreja. Com o assassinato de Estêvão, a Igreja em Jerusalém experimentou uma
perseguição nunca vista (At 8.1-3). Isso foi o ponto de partida, para que o
Evangelho saísse de dentro das portas de Jerusalém e alcançasse as nações dos
gentios.
2. Evangelização dos
samaritanos. Filipe, como Estêvão, sobressaiu-se na pregação do Evangelho. Ele
era impulsionado pelo ESPÍRITO SANTO, pois, do contrário, não ousaria enfrentar
as hostilidades dos samaritanos. O texto diz que o povo prestava atenção ao que
ele dizia.
Agora encontramos
samaritanos e gentios no contexto da evangelização: "Samaria e até os
confins da terra" (At 1.8). Filipe, em Atos 8, começa o grande projeto
missionário, levando avante a ordem imperativa do Mestre (Mt 28.19,20, Mc
16.16,17). Começou com os samaritanos, povo mestiço (mistura de israelita e
gentio), e depois foi enviado pelo ESPÍRITO SANTO para o região de Gaza, pois o
eunuco, ministro da rainha Candace, estava sedento da Palavra de DEUS.
3. Pedro e João. A chegada
de Filipe a Samaria mostra que na Igreja de JESUS não há preconceito. É verdade
que Filipe, pelo que se infere do nome, era judeu helenista, e como tal não era
tão extremista como os da Palestina, chamados hebreus.
Isso somente não justifica a
sua ida a Samaria, pois Pedro e João eram hebreus, nascidos na Palestina.
No entanto, foram até lá,
para apoiarem o trabalho de Filipe. A chegada desses apóstolos àquela
localidade fortaleceu o trabalho evangelístico e também os samaritanos foram
batizados no ESPÍRITO SANTO (8.1417).
III- FILIPE E O EUNUCO
O encontro de Filipe com o
eunuco da rainha Candace, da Etiópia, era também o prenúncio da evangelização
mundial. .
1. Eunuco na Bíblia. Os
eunucos eram homens de confiança, nas cortes orientais, como Potifar, no Egito
(Gn 39.1); Daniel e seus companheiros, na Babilônia (Dn 1.3,4); Neemias, na
Pérsia (Ne 1.11).
O vocábulo
"eunuco" teve sua origem na Assíria e significa primariamente
"oficial da corte", mas no hebraico apresenta um sentido secundário
de "castrado" (Is 56.3), o qual estava excluído da assembléia do
Senhor (Dt 23.1). . .
2. Lendo o profeta Isaías. O
verbo ler, em hebraico, qará, é o mesmo para "clamar, gritar".
Os antigos tinham e hábito
de ler em voz alta. Isso significa que o eunuco assim procedia e, de longe,
Filipe podia ouvir a sua leitura. Ele lia o texto de Isaías 53.7,8, mas não
sabia que o texto referia-se ao Messias.
À pergunta do evangelista se
ele entendia o que lia, o eunuco foi sincero, respondendo que não. Mas estava
interessado em saber, e pediu-lhe explicação. Filipe falou-lhe de JESUS. Ele se
converteu, foi batizado nas águas, e agora levaria a mensagem do Evangelho para
a sua terra.
3. A rainha da Etiópia. O
eunuco era um oficial da corte, na Etiópia (At 8.27), ministro das finanças da
rainha "Candace", que não era o nome dela, mas um título, como
"Faraó", no Egito; "César", em Roma, etc.
4. Etiópia. Etiópia é um
país africano, localizado entre Assuam, no sul do Egito, até as proximidades de
Cartum, capital do Sudão. Até hoje, a igreja naquela nação acredita que esse
encontro de Filipe com o eunuco foi o cumprimento do Salmo 68.31.
IV. PEDRO NA CASA DE
CORNÉLIO
1. Gentios. Os gentios,
goiym, em hebraico, são todos os povos, exceto os judeus.
Até a vinda de JESUS, a
humanidade estava dividida em gentios: egípcios, assírios, caldeus, gregos,
romanos e bárbaros; e judeus: os descendentes de Israel. JESUS derrubou esta
parede de separação (Ef 2.13-18), formando um novo povo, a Igreja.
Hoje, a humanidade está
dividida em três grupos: judeu, gentio e Igreja (I Co 10.32).
A salvação dos gentios
estava no plano estabelecido por DEUS. Portanto, não foi uma improvisação de
última hora feita por JESUS e seus apóstolos. A mensagem de Gênesis 12.3:
"Em ti serão benditas todas as famílias da terra" era a promessa de
DEUS para salvar os povos (Gl 3.8). Isso está ainda mais claro no livro de
Isaías: "As ilhas aguardarão a sua doutrina" (42.4). Ou: "E, no
seu nome, os gentios esperarão", conforme a Septuaginta, citada em Mateus
12.21. Isso também é visto em Oséias 1.10; 2.23, citado por Paulo em Romanos
9.25,26.
2. Simão, o curtidor. Lucas
mostra que Pedro ficou hospedado muitos dias na casa de seu xará "Simão, o
curtidor" (At 9.43). Esta profissão era considerada impura pelos judeus, e
até dava a permissão à mulher de pedir o divórcio ao marido, uma vez que ela
não tinha esse direito na legislação judaica, exceto em casos extremos como
esse. Isso mostra que Pedro já tinha uma visão muito além sobre essa questão.
3. A purificação. DEUS se
revelou a Cornélio, mandando-o que chamasse a Pedro. Apesar dessa visão
preliminar, este apóstolo ainda precisava ouvir mais do Senhor, pois a barreira
transcultural era muito forte, para ser quebrada momentaneamente.
Por isso, a visão do lençol
com toda a sorte de animais mostrava a Pedro que a mensagem do Evangelho devia
ser levada aos gentios. Os judeus são escrupulosos ao extremo no kashrut (leis
dietéticas judaicas observadas até hoje com relação aos alimentos considerados
puros e impuros).
4. Pedro na casa de
Cornélio. Pedro partiu com eles para Cesaréia, pois Cornélio já estava com seus
familiares e amigos à sua espera, ávido pela Palavra de DEUS. O apóstolo
anunciou a JESUS e todos os presentes receberam o batismo no ESPÍRITO SANTO,
enquanto a mensagem era pregada. O mesmo que aconteceu no dia de Pentecoste e
em Samaria, agora estava se sucedendo na casa de um gentio, confirmando, dessa
forma, a manifestação divina, bem como a sua aprovação da visita do ex-pescador
a casa do centurião.
Esta passagem mostra como
DEUS trata o ser humano, independemente de sua raça, posição social e
nacionalidade. O Senhor busca os fiéis. O objetivo desse relato é mostrar que
sempre esteve no plano divino salvar todos os homens (I Tm 2.4).
5. O batismo no ESPÍRITO
SANTO. Se não fosse a descida do ESPÍRITO SANTO, na casa de Cornélio,
certamente Pedro estaria em dificuldades, para se justificar diante de seus
companheiros, os demais apóstolos, sua visita a um gentio, sendo seu hóspede e
sentando à mesa com ele, o que não era permitido aos judeus.
Pedro contou toda a história
de como o Senhor conduziu todo esse trabalho, mas parece que os apóstolos não
estavam convencidos. Quando ele falou que todos os presentes na casa de
Cornélio receberam o ESPÍRITO SANTO, como eles no dia de Pentecoste, não
tiveram mais dúvidas de que o Evangelho era também para os gentios (At
11.15-18).
CONCLUSÃO
JESUS disse que "o
campo é o mundo" (Mt 13.38); "Ninguém vem ao Pai senão por mim"
(Jo 14.6). O apóstolo Paulo declara que a raça humana está condenada (Rm 3.23).
Diante disso, concluímos que a evangelização não é urna alternativa, mas urna
questão de vida ou morte.
O campo não é a minha cidade
e nem a sua, nem o meu Estado e muito menos o seu, e nem o nosso Brasil, mas o
mundo!.
ENSINAMENTOS PRÁTICOS
1. DEUS não faz acepção de
pessoas. Por isso, ama todo o ser humano, sem se importar com a sua procedência
racial: amarela, branca ou escura. O importante é que cada um reconheça a sua
condição de pecador, aceite a JESUS como Salvador. e reserve, por este
intermédio, a sua salvação eterna.
2. Cornélio foi o primeiro
gentio a se converter a CRISTO. Enquanto Pedro, que visitou a casa deste
general, por ordem divina, pregava-lhe o Evangelho, o ESPÍRITO SANTO foi
derramado profusamente sobre todos os que se encontravam naquela residência.
Então o apóstolo entendeu que a salvação era para todos e não só para os judeus
3. Desde aquele momento em
que Cornélio, seus familiares, criados e amigos se converteram a CRISTO, o
Evangelho é pregado maciçamente a todos os povos. E o resultado está patente
aos nossos olhos. Milhões de gentios têm aceitado a JESUS como Salvador de suas
almas, como prova de que a salvação era para eles também.
Atos - Introdução e
Comentário - I. Howard Marshall - Série Cultura Bíblica - edições 1985,1988,
1991, 1999 e 2001 - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova - SP
Atos 10.44. A referência de
Pedro , no v. 43. a todo quanto nEle crê não precisa referir-se a mais do que
"Todo quanto em Israel nEle crê", mas, tendo em vista os vv. 34-35, o
significado deve provavelmente ser mais lato. De qualquer forma, antes de ele
ter oportunidade para dizer qualquer coisa a mais, o ESPÍRITO SANTO sobreveio
àqueles que ouviram a mensagem. Visto que, noutros trechos, o dom do ESPÍRITO
veio a pessoas que se arrependem e crêem (cf. 11 :17-18), a implicação é dupla:
em primeiro lugar, que os gentios presentes corresponderam à mensagem mediante
a fé; e, em segundo lugar, que DEUS os aceitou e selou a sua fé com o dom do
ESPÍRITO. Uma vez que os gentios receberam uma oportunidade para ouvir a
mensagem, corresponderam, e DEUS os recebeu. Este versículo marca o fim do
particularismo religioso.
4546a. Agora, os
companheiros de Pedro desempenham seu papel na história. Não se sabe se Pedro
ficou surpreso com aquilo que aconteceu, mas certamente os companheiros
ficaram. Uma coisa foi pregar aos gentios; outra bem diferente foi ver o sermão
interrompido por sinais claros da sua conversão e do seu recebimento do dom de
DEUS. Não poderia haver erro a respeito daquilo que acontecera. Assim como os
primeiros crentes judeus receberam o ESPÍRITO e louvaram a DEUS em outras
línguas no dia do Pentecoste, assim também agora estes gentios receberam dádiva
idêntica da parte de DEUS. Não se pode dizer com certeza se o dom de línguas
era o acompanhamento inevitável da vinda do ESPÍRITO; o fato de que se menciona
tão infreqüente mente e de que Paulo pensa nele como dom especial não outorgado
a todos os membros da igreja indicam que não era um sinal invariável da
conversão. O recebimento da dádiva nesta ocasião ressaltava a conversão dos
gentios de modo contrário a qualquer dúvida. (É verdade que há a possibilidade
de simular o dom de línguas; mas não é tão fácil falsificar o genuíno louvor a
DEUS. O contexto inteiro contraria qualquer possibilidade de engano). Os
gentios, libertados da sua inferioridade religiosa, não sentiriam um calor
estranho no seu coração, a ponto de expressarem as suas emoções de modo fora do
comum?
46b48. Se DEUS já dera as
boas-vindas aos gentios, só faltava a igreja fazer o mesmo. O batismo viera a
ser o sinal externo de recebimento entre o povo de DEUS. Era o sinal da
purificação do pecado, e, assim, do perdão (2:38), mas, ao mesmo tempo, era
visto como acompanhamento externo e sinal de ser interiormente batizado no
ESPÍRITO SANTO; este último não substituía o batismo na água. Visto que os gentios
já tinham sido batizados no ESPÍRITO SANTO, seguia-se que eram elegíveis para
serem batizados na água. Assim, Pedro postulou sua pergunta aos cristãos judeus
que o acompanharam, como representantes da igreja. É possível que o emprego do
verbo recusar (também empregado em 8:36 com referência ao eunuco etíope)
reflita uma frase estereotipada empregada no batismo. Não se levantou objeção
alguma, e, assim, Pedro mandou que os convertidos fossem batizados. Embora
Bruce (Atos, pág. 228) pense que há referência a uma ordem aos convertidos
("Sejais batizados"'; cf. 2:38; 22:16), é talvez mais provável que a
ordem fosse dirigi da aos demais cristãos presentes no sentido de realizarem o
rito. Podemos comparar como Paulo, também, usualmente não realizava batismos
pessoalmente, embora fosse o fundador-evangelista da igreja em Corinto (I Co I
:14-17); não era necessário que o batismo fosse levado a efeito por um
apóstolo. Além disto, pode-se notar que a narrativa não dá a entender que
Cornélio ou seus amigos fossem circuncidados; na realidade, positivamente
exclui tal coisa (cf. 11 :3). Finalmente, a nova comunhão na igreja entre os
judeus e os gentios foi firmada através da permanência de Pedro com Cornélio
durante alguns dias. Ao mesmo tempo, esse intervalo permitiu que notícias do
ocorrido chegassem a Jerusalém antes de o próprio Pedro voltar para lá.
11 :1. A história da
conversão de Cornélio seria incompleta do ponto de vista de Lucas sem o
acréscimo da quarta cena, na qual se descrevem os efeitos do incidente sobre a
igreja. Lucas se ocupa com os apóstolos como líderes da igreja, e com os irmãos
como seus membros comuns (1:15), e fala da" igreja na Judéia (8:1; 9:31),
que consistia do grupo em Jerusalém juntamente com os cristãos espalhados nas
circunvizinhanças. A reação destes cristãos judaicos à resposta que os gentios
deram ao evangelho seria da máxima importância para o futuro.
2-3. Foi, portanto, o
"partido da circuncisão" que questionou Pedro acerca daquilo que
acontecera, tão logo voltou a Jerusalém. Literalmente, a frase grega é os que
eram da circuncisão, Lê, "os judeus de nascença" (NEB). Não há
sugestão de que havia um "partido" distinto na igreja nesta etapa,
especialmente antes de a questão da circuncisão ter surgido ao ponto de levar
as pessoas a tomar partido quanto a ela. Mesmo assim, séculos de praxe judaica
os levaram a criticar aquilo que, segundo os relatos, Pedro fizera,
especialmente no tocante ao seu comer junto com os gentios. Embora os gentios
houvessem sido convertidos, ainda existia o problema. Se os cristãos judaicos
se sentiam obrigados pelas leis judaicas acerca do alimento, não poderia haver
contato com cristãos gentios (nem contato com gentios não-cristãos) a não ser
que os gentios fossem
circuncidados e passassem
eles mesmos a observar as leis judaicas acerca dos alimentos. Que este problema
não era fruto da imaginação de Lucas vê-se pelo modo de o problema ainda estar
vivo na ocasião do incidente relatado em Gálatas 2:11-14 (quando até mesmo
Pedro voltou-se contra a sua praxe anterior). Por detrás do forte sentimento
dos cristãos judaicos talvez tenha havido o medo de que, se cessassem de seguir
a praxe do judaísmo, seriam atacados pelos seus compatriotas judeus, assim como
aconteceu com Estêvão e seus companheiros. A situação, portanto, é
perfeitamente plausível, e não há razão para compartilhar do ceticismo de
Dibelius (págs. 109-121) que contesta que o problema de comer juntamente com os
gentios desempenhasse qualquer papel na história original.
4-17. A reação de Pedro
diante da pergunta foi contar a história inteira por ordem (para esta frase
final, cf. Lc 1 :3), crendo que, depois de ela ser devidamente ouvida (ao invés
dos relatórios fragmentários e possivelmente confusos que já haviam sido
recebidos) forçosamente os interlocutores perceberiam que DEUS levara Pedro a
esta ação. Assim, a narrativa é repetida, com poucas diferenças significantes
da narrativa anterior, a não ser que é abreviada, e contada na primeira pessoa
do ponto de vista de Pedro.
O relato naturalmente começa
com a experiência do próprio Pedro, mais do que com aquela de Cornélio, e
descreve como entrou em êxtase enquanto orava, e viu a visão do lençol que foi
sendo baixado do céu, cheio de vários seres viventes (o relato aqui inclui
"feras", Lê, animais selvagens, juntamente com os demais mencionados
anteriormente). A narrativa da conversação entre a voz celestial e Pedro é
repetida sem variação significante. Imediatamente após o sonho, três homens
chegaram para convidar Pedro a ir para Cesaréia, e Pedro ouviu uma mensagem do
ESPÍRITO que o mandou acompanhá-Ios sem hesitar, ou "sem fazer distinção
(ver 10:17-20), i.é, sem tratá-Ios diferentemente dos judeus. Juntamente com
seus seis amigos,. portanto, foi para a casa daquele homem; o homem,
naturalmente, é Cornélio, e seu nome não é mencionado, pois tanto os ouvintes
de Pedro (que já sabiam algo acerca da história) quanto os leitores de Lucas
saberiam a quem se referia. Devemos, portanto, discordar da declaração de
Hilenchen (pág. 355) de que a narrativa não faria sentido aos ouvintes de
Pedro. Da mesma forma, não há motivos para ver quaisquer
"auto-contradições de vulto" entre os dois relatos. Haenchen vê
semelhante contradição no fato de que, no v. 11, os seis cristãos judaicos de
Jope já estão na casa de Simão, o curtidor na chegada dos mensageiros de
Cornélio; o detalhe é, de qualquer forma, absurdamente trivial, mas nada no
capítulo 10 comprova que os homens não estavam na casa naquela ocasião. No v.
13 Cornélio relata brevemente como vira o anjo, modo de narração que, mais uma
vez, visa os leitores de Lucas, e não precisa significar que Pedro falou de
modo ininteligível aos seus ouvintes. É somente aqui, porém, que ficamos
sabendo que a mensagem angelical prometeu a Cornélio que ouviria uma mensagem
que explica como ele poderia ser salvo, juntamente com os da sua casa (v. 1;4).
Este pormenor explica as declarações de Cornélio em 10:22, 33. O anjo emprega a
linguagem dos pregadores cristãos primitivos quando fala em ser salvo, mas esta
fraseologia já era conhecida no Antigo Testamento, e não causaria dificuldade
alguma a judeus ou prosélitos. Outra dificuldade tem sido vista na declaração
de Pedro de que o ESPÍRITO SANTO caiu sobre os ouvintes quando comecei a falar,
ao passo que no capítulo 10 já tinha pregado por algum tempo antes de qualquer
coisa acontecer. Esta dificuldade, também, é só na aparência. A razão de ser da
declaração de Pedro é que não tinha terminado o que queria dizer, e a força do
verbo "começar" não pode ser levada muito longe no grego hebraizado.
O comentário de Pedro
ressalta que a experiência dos convertidos gentios fora a mesma que a daqueles
que receberam originalmente o ESPÍRITO no principio, i.é, no dia de Pentecoste.
É significativo que ele compara a experiência dos gentios com aquela do grupo
no cenáculo, e não com aquela dos primeiros convertidos do judaísmo: nada há
que possa sugerir uma posição de "cidadão de segunda classe" para os
gentios. Além disto, Pedro vê na experiência dos gentios um cumprimento do dito
de JESUS em 1:5, quando relembrou Seus discípulos de que, embora João batizara
com água, eles seriam batizados com o ESPÍRITO SANTO. Duas coisas se deduziram
desta lembrança. A primeira foi que quando os gentios receberam o ESPÍRITO,
foram batizados no ESPÍRITO (quanto ao significado deste termo, ver 1 :5),
sendo que a experiência é idêntica àquela do Pentecoste, que foi o primeiro
cumprimento da profecia de JESUS. Em segundo lugar, se os gentios já foram
batiza dos no ESPÍRITO, então, muito mais, eram elegíveis para serem batiza dos
com água. Esta dedução talvez não pareça imediatamente óbvia, sendo que a
declaração no v. 16 (cf. 1 :5) parece fazer um contraste entre o batismo com
água e o batismo no ESPÍRITO; mas é provável que a expressão queira dizer:
"João batizava (meramente) com água, mas vós sereis batizados (não somente
com água mas também) com o ESPÍRITO SANTO".122 A igreja, que batizava com
água, era, portanto, compelida a batizar os gentios que creram; doutra forma,
serviria como empecilho para a vontade de DEUS ser cumprida. Emerge,
incidentalmente, desta declaração que Pedro toma por certo que o ESPÍRITO é
dado aqueles que crêem no Senhor JESUS CRISTO; o batismo com água é dado como
resposta à confissão da fé e, embora o derramamento do ESPÍRITO fosse a
evidência de que estava presente a fé, é provável que o batismo dos gentios
incluísse a sua confissão de fé.
18. O argumento de Pedro
comprovou-se convincente. Não somente foi silenciada a crítica que se iniciara,
como também os ouvintes expressavam louvor a DEUS por que concedera aos
gentios, e não somente aos judeus, a oportunidade de se arrependerem dos seus
pecados e, assim, de obterem a vida eterna (5 :20; 13:46, 48). Esta
oportunidade foi forneci da na pregação do evangelho.
O argumento de Pedro
implicitamente asseverava que os gentios eram membros de pleno direito da
igreja e, portanto, que a circuncisão e a guarda da lei eram desnecessárias
para a salvação. Incluía, outrossim, a implicação mais lata de que a distinção
judaica entre comidas e pessoas puras e impuras era obsoleta. Esta idéia,
porém, seria como um abalo do mundo para os judeus, e não seria aceita sem
muita perscrutação do coração e controvérsia. Lucas não aborda imediatamente
este tema, e não sabemos até que ponto foram imediatamente percebidas as plenas
implicações da ação de Pedro. Conforme demonstrará a seção seguinte de Atos, a
iniciativa na missão aos gentios passou para a Antioquia, e não fica claro até
que ponto a igreja em Jerusalém estava disposta a seguir nos passos de Pedro.
Não devemos entender v. 18 no sentido de subentender que a igreja em Jerusalém
imediatamente entrou zelosamente numa missão aos gentios; na realidade, parece
nunca ter feito assim e, como resultado, perdeu sua importância no decorrer do
tempo.
Espada Cortante 2 - Orlando
S. Boyer - CPAD - Rio de Janeiro - RJ
O ESPÍRITO SANTO na
conversão - a casa de Cornélio
O apóstolo Pedro, ao pregar
o Evangelho à casa de Cornélio, fez um grande e revolucionário passo na obra de
DEUS. Havia gentios na Igreja antes disso, mas entraram pela porta do judaísmo.
Isso é, eram gentios convertidos ao judaísmo antes de aceitarem a CRISTO. DEUS,
para conservar Seu povo santo, mandou que Seus filhos se guardassem separados
das nações. Mas nunca desejava que Israel se mostrasse orgulhoso, odiando os
povos de outras nações. Quando o Senhor chamou a Abraão, o primeiro hebreu,
chamou-o para que fosse uma bênção a todas as nações, Gn 12.1-3. Isso se vê
claramente, tanto na história de Rute, como na de Jonas. E CRISTO ordenara que
Seus discípulos pregassem o Evangelho a "todas as nações" (Mt 28.19),
"a toda a criatura" (Mc 16.15), "até aos confins da terra"
(Atos 1.8). Mas foi um profundo "mistério", uma grande surpresa,
mesmo aos próprios apóstolos, "que os gentios são co-herdeiros, e do mesmo
corpo, e participantes da promessa em CRISTO pelo Evangelho", Ef 3.3,6.
Cesaréia (v.l): Era a
capital romana da Palestina, onde residia o governador com o grosso das tropas
italianas.
Centurião (v. 1 ):
Comandante de cem homens, na milícia romana. Cornélio em caráter, era muito
parecido a um outro centurião, mencionado em Lc 7.4,5. Observem-se as cinco
virtudes gloriosas da vida de Cornélio:
1) Piedoso (v.2):
"Cheio de religião" (Versão Figueiredo), porém somente um prosélito
do judaísmo, no qual não achou o que sua alma anelava. Ou, é provável, que
Cornélio estava a ponto de se submeter às formalidades necessárias para ser
aceito como prosélito ao judaísmo. Assim procurava de DEUS direção e sabedoria
para alcançar verdadeira certeza e paz na alma.
2) Temente a DEUS com toda a
sua casa (v.2): Cornélio tinha a coragem de servir a DEUS em um ambiente muito
difícil. Era sincero e fervoroso até o ponto de todos os membros de sua
família, e mesmo seus servos e amigos, seguiram no mesmo caminho. (Vede vv.7 e
24).
3) Fazia muitas esmolas
(v.2): Não era tão religioso que se esquecia do próximo, nem como muitos que se
enganam, confiando em boas obras para salvar-se. Não fazia esmolas movido por
uma superstição de que assim seria feliz, mas porque temia a DEUS.
4) De contínuo orava a DEUS
(v.2): O que pedia em oração? (Vede Atos 11.14).
Deve ser que desejava a
certeza de salvação. Queria o que a sinagoga não podia dar.
Há grande número de exemplos
nas Escrituras dos três juntos: (a) grande peso ou anelo de espírito, (b)
oração e (c) visão.(Vede um exemplo desses três juntos em Dn 9.1-22).
5) Tem bom testemunho de
toda a nação dos judeus (v.22): Apesar da inimizade entre os judeus e os
romanos, estes dominando e oprimindo aquele, Cornélio tinha o favor dos judeus.
Ele não era apenas um grande homem, era também, um bom homem. Os dois
característicos raramente vão juntos. Mas os dois juntos aumentam mutuamente a
glória um do outro; a bondade dá uma glória à grandeza, a grandezas aumenta a
esfera do serviço da bondade.
É surpreendente notar o
caráter do eunuco, de Saulo de Tarso e de Cornélio. Apesar de serem piedosos e
fervorosos na sua religião, careciam da salvação que se encontra somente em
CRISTO. A igreja nunca deve aceitar, como membros, os que não renasceram,
apesar de viverem irrepreensivelmente, "Aquele que não nascer de novo, não
pode ver o reino de DEUS",João 3.3. (Compare Atos 11.14 e 10.36-43) .
Viu claramente em visão
(v.3): A visão de Cornélio não era um sonho (compare 1 Reis 3.5-15), nem um
êxtase (v.10), mas o que viu com os próprios olhos, quando bem acordado.
Reconheceu pelo aspecto do visitante que não era um ser humano, mas um
mensageiro enviado do céu.
DEUS revela as coisas mais
gloriosas aos que perseveram em oração. Aos humildes que buscam o Senhor de
coração, Ele abre os tesouros da Sua graça.
As tuas orações e as tuas
esmolas... (v.4): Os que oram sinceramente, dão esmolas. "Dai antes esmolas
do que tiverdes e eis que tudo vos será limpo", Lc 11.41. (Vede 1s
58.6,7).
Têm subido para memória,
diante de DEUS (v.4): Cornélio orava e dava esmolas, não como os fariseus, para
ser visto dos homens, e o anjo lhe informou que essas orações e esmolas tinham
subido para memória, diante de DEUS. (Compare Ap 5.8; 8.3,4).
Manda chamar a Simão...
Pedro (v.5): O anjo diante de Cornélio não lhe informou o que devia fazer. Foi
necessário mandar chamar um homem, pois a obra de anunciar o Evangelho foi dada,
não aos anjos, mas aos redimidos.
Havia outros pregadores
perto (cap. 8.40), mas Cornélio devia mandar buscar a Pedro porque foi a esse
que DEUS entregara as chaves e designara que fosse ele que abrisse a porta aos
gentios, como o fizera aos judeus no Pentecostes. (Compare Mt 16.19 e Atos
2.14).
CORNÉLIO MANDA CHAMAR PEDRO,
10.7,8.
10.7 "E, retirando-se o
anjo que lhe falava, chamou dois dos seus criados e a um piedoso soldado dos
que estavam ao seu serviço.
8 "E, havendo-lhes
contado tudo, os enviou a Jope.
Grande foi a prova; este
centurião devia mandar chamar um judeu desconhecido, talvez sem instrução, mas
por certo um homem sem distinção nem recursos, porque se achava hospedado em
casa de um curtidor! Cornélio, porém, não vacilou; apesar de já ir muito tarde
o dia (v.3), enviou imediatamente os três mensageiros, sem fazer questão. É
imprescindível agir sem vacilar em tudo que pertença a nossa alma.
Subiu Pedro (l() terraço
para orar (v.9): Pedro não apenas proclamava a Palavra, instando, houvesse ou
deixasse de haver oportunidade, esforçava-se, também, em oração. Subiu ao
eirado, onde, talvez, escondido atrás do parapeito da casa, podia orar a sós.
Foi "enquanto lhe preparavam" algo para comer, v.10. Os que conhecem
a delícia de ficar na presença de DEUS em oração, nunca se sentem aborrecidos
por falta de um passatempo terrestre. Pedro orava "à hora sexta"
(v.9), isto é, ao meio dia, indicando que seguia o exemplo de Davi, que clamava
a DEUS "de tarde, e de manhã e ao meio dia", SI 55.17. Se é demais
passar o tempo sem comer ao meio dia, quanto mais sem renovar a nossa alma ao
meio dia. Enquanto se preparava o almoço, Pedro orava. Queria saber, talvez,
onde devia ir anunciar CRISTO.
Cornélio e Pedro estavam
separados um do outro em posição social, ofício, em nacionalidade e por
distância. Ambos, porém, oravam e o resultado das suas orações foi um
avivamento espiritual que demoliu todas as barreiras entre os judeus e os
gentios. Por meio de orações penitentes e sinceras desaparecem as divisões que
perturbam a humanidade. Quanto mais perto de DEUS, tanto mais perto chegamos
uns dos outros.
Sobreveio-lhe um
arrebatamento de sentidos (v. 10) : Compare o êxtase de Pedro, nesta ocasião,
ao arrebatamento de Paulo (2 Co 12.2,3), ao profundo sono, no horror de grandes
trevas, que caiu sobre Abraão (Gn 15.12), ao êxtase de Paulo quando orava no
templo (Atos 22.17), e à experiência de João quando se achava no ESPÍRITO, Ap
4.2.
Um vaso, como se fosse um
grande lençol (v. 11 ): Era símbolo do mundo.
De quatro pontas (v. lI):
DEUS quer ajuntar o Seu povo dos quatro cantos da terra. Todos animais (v.12):
Todos os povos do mundo, os cultos e os incultos, os bons e os maus...
Não faças tu comum ao que
DEUS purificou (v.15): Aquele que fez a lei podia anulá-Ia, quando e como
quisesse. O que Pedro aprendeu da visão: 1) Que chegara a época para os gentios
entrarem na Igreja, vv.17-20. 2) Que começara uma nova dispensação na qual DEUS
não reconhece diferença entre os judeus e gentios, v.28. 3) Que era o vontade
de DEUS que os crentes judaicos entrassem nas casas dos gentios para ter
comunhão com eles e comer, v.27; capo 11.2,3,4. Que a lei do Velho Testamento,
acerca dos alimentos, foi abolida, mesmo como todas as outras leis que
levantassem barreira entre os judeus e gentios. Ef 2.13-16; Atos
15.1,10,11,20,28,29.
Quando deixamos de julgar
qualquer homem impuro ou imundo (v.28), então reconhecemos que CRISTO morreu
por todos os homens, e assim fica completamente transformada a nossa concepção
dos povos mais desprezados (por exemplo, os selvagens) e a nossa relação para
com eles.
Por três vezes (v.16): Como
o sonho de Faraó foi duplicado, assim a visão do grande lençol cheio de toda
espécie de animais foi triplicada a Pedro, "porque esta coisa é
determinada de DEUS", Gn 41.32.
PEDRO RECEBE OS MENSAGEIROS
DE CORNÉLIO, 10.17-22.
Pensando Pedro naquela visão
(v.18): Os que anelam saber a vontade de DEUS têm de meditar no que Ele diz. Se
quisermos compreender as Escrituras, devemos meditar nelas de dia e de noite.
Levanta-te... (v.20): Os que
anelam saber a vontade de DEUS não devem continuar para sempre com os olhos
fitos nas Escrituras, nem para sempre orando. DEUS nos diz, como disse à beira
do mar Vermelho: "Por que clamas a mim? dize aos filhos de Israel que
marchem", Êx 14.15.
Foram com ele alguns irmãos
de Jope (v.23): O grupo que viajou de Jope à casa de Cornélio, em Cesaréia,
consistia de dez homens: os três enviados de Jope (v.7), os seis que Pedro
levou consigo (cap. 11.12), e o próprio apóstolo Pedro. Vê-se nisso o cuidado,
a admiração e a perplexidade de Pedro no maravilhoso passo de levar a Mensagem
aos gentios.
Tendo já convidado os seus
parentes (v.24): Convém-nos seguir o exemplo de Cornélio. Pedro ao chegar a
Cesaréia, encontrou um bom auditório de almas sedentas e famintas para ouvirem
a Mensagem de Salvação pela primeira vez.
Não é lícito a um varão
judeu a juntar-se ou chegar-se a um estrangeiro (v.28): Lembremo-nos sempre de
que isso não foi a lei de DEUS mas o decreto dos que dominavam o povo de DEUS.
Estes não proibiam que conversassem com os gentios, nem de negociar com eles
nas praças, mas somente que não comessem com eles, nem entrassem nas casas
deles.
Este vibrante sermão é
resumido para nós em pouco mais de duzentas palavras. O tema, como no primeiro
discurso de Pedro (cap. 2.14-41) é a salvação pe. O sermão inclui o batismo de
João, a obra de JESUS de Nazaré, libertando os oprimidos do diabo, a Sua morte
na cruz, Sua ressurreição com incontestáveis provas, Sua vinda novamente como
juiz dos vivos e dos mortos, Sua oferta de salvação a todos os que crêem. Ao
discurso não falta coisa alguma; tudo está completo e ardendo com o amor de
CRISTO.
DEUS ungiu a JESUS de Nazaré
com o ESPÍRITO SANTO (v.38): Compare Mt 3.16. 1) Ungiu refere-se ao costume
divino, do Velho Testamento, de ungir líderes chamados por DEUS, com óleo, como
símbolo de autoridade necessária para o seu ministério. O óleo é símbolo de
fertilidade, utilidade, vida perenal e de formosura. Igualmente o crente ungido
com o ESPÍRITO tem tudo isso. 2) DEUS ungiu a JESUS... com virtude (v.38): Não
somente falava do poder, também o manifestava. De vez em quando um pregador dá
lugar para o ESPÍRITO SANTO fazer o que os outros só falam de deixá-Lo fazer, e
há logo um verdadeiro avivamento. 3) Foi ungido para servir: Andou fazendo bem
(v.38): Era o servo de Jeová, Is 42.1; 52.13; 53.11; compare Lc 22.27. Quando
pediram ao general Booth, do Exército da Salvação, uma saudação para o mundo
inteiro, respondeu com uma só palavra: "Outros", isto é, o próximo.
4) Foi ungido para destruir as obras de Satanás: Curando a todos... (v.38):
Nota-se o
contraste entre CRISTO e
Satanás: O diabo anda em redor... como leão rugindo, buscando a quem possa
devorar, 1 Pe 5.8. JESUS durante os três anos e meio do Seu ministério andou
por toda a parte desfazendo as obras de Satanás, Lc 13.16; Hb 2.14,15; l João 3.8;
Lc 4.18.
Dizendo Pedro ainda estas
palavras (v.44): O ESPÍRITO SANTO desceu sobre todos antes de o pregador
conseguir fazer o apelo. Todo o que nEle crê, recebe remissão de pecados; os
ouvintes sentiam grande fome e creram com todo o coração, alma e força, Rm
10.17. O resultado foi que o coração foi purificado pela fé (Atos 15.8,9) e
foram batizados no ESPÍRITO SANTO.
Porque os ouviam.falar
línguas, e magnificar a DEUS (v.46): A lei exigia só "duas ou três
testemunhas" (2 Co 13.1), mas Pedro, para entrar em casa de gentio para
pregar, levou consigo seis! (Vede capo 11.12). Note-se bem o que foi que tirou
toda a dúvida destes judeus endurecidos: "Porque ouviam falar outras
línguas e magnificar a DEUS." A palavra "porque" nesta passagem
mostra que na Igreja Primitiva, o falar em línguas era prova do batismo no
ESPÍRITO.
Pode alguém porventura
recusar.. (v.48): Vê-se nisto a importância do batismo nas águas. Até pessoas
já batizadas no ESPÍRITO SANTO deviam obedecer à ordenança do batismo nas
águas.
INTERAÇÃO
DEUS seja louvado pela sua
iniciativa em prover, quer da perspectiva passada, presente ou futura,
graciosamente a salvação. DEUS tem de ser louvado, porque nEle surge uma nova
comunidade que essencialmente derruba a antiga barreira racial existente entre
judeus e gentios. Esse acontecimento ocorre no contexto cuja vontade soberana
de DEUS é exercida. Busquemos em DEUS, no exemplo de seu Filho JESUS CRISTO e
na força do ESPÍRITO SANTO, uma vida autenticamente cristã onde não haja
barreira para os relacionamentos com os irmãos em CRISTO, que são "a
Igreja de DEUS". Uma excelente e abençoada aula!
OBJETIVOS - Após esta aula,
o aluno deverá estar apto a:
Conhecer a origem dos
gentios no Antigo Testamento.
Aplicar a missão e a
salvação entre os gentios nos Evangelhos e nos Atos dos apóstolos.
Conscientizar-se que judeus
e gentios formam a Igreja mediante a cruz..
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, sugerimos que
você utilize o quadro abaixo ao introduzir o terceiro tópico. Procure abordar a
divisão da humanidade entre judeus e gentios antes do evento vicário de JESUS.
Destaque que após o acontecimento do sacrifício de CRISTO JESUS, a barreira
entre judeus e gentios, foi demolida. Conclua explicando que a constituição
natural da Igreja prevê a reunião de judeus e gentios. Boa aula!
OS JUDEUS E OS GENTIOS ANTES
E DEPOIS DA CRUZ DE CRISTO
ANTES
DEPOIS
A Humanidade, para os
judeus, dividia-se em duas raças: os judeus, e todo o resto da humanidade, os
gentios;
Os gentios estavam separados
de todos os privilégios concedidos aos judeus por DEUS (Ef. 2.11-13);
A antiga religião judaica
representava uma grande barreira aos gentios.
A Humanidade passa ser
dividida em três povos: Judeus, Gentios e Igreja (Judeus e Gentios - 1 Co
10.32);
Em CRISTO,judeus e gentios
estão "perto", não há parede;
A antiga religião judaica
não representa mais barreira aos gentios.
RESUMO DA LIÇÃO 10- O
EVANGELHO PROPAGA-SE ENTRE OS GENTIOS
INTRODUÇÃO
DEUS não faz acepção de
pessoas (At 10.34).
I. OS GENTIOS NO ANTIGO
TESTAMENTO
A DEUS não restou outra
alternativa senão destruir a primeira civilização através de um dilúvio
universal (Gn 6 - 9).
1. Um novo começo com Noé.
2. A exclusividade dos
descendentes de Abraão (Gn 15.5.6).
II. OS GENTIOS EM O NOVO
TESTAMENTO
1. Nos Evangelhos.
2. Nos Atos dos Apóstolos.
3. Missão e Salvação entre
os Gentios.
III- JUDEUS E GENTIOS UNIDOS
POR DEUS MEDIANTE A CRUZ
1. A Igreja de DEUS.
2. Expansão da igreja entre
os gentios.
CONCLUSÃO
A evangelização dos povos é
o maior desafio da igreja moderna. A responsabilidade é nossa.
SINOPSE DO TÓPICO (1) A
partir da eleição de Abraão, e sua descendência, as demais nações passaram a
chamar-se gôyim-gentios.
SINOPSE DO TÓPICO (2) O Novo
Testamento, através dos Evangelhos e dos Atos dos Apostellos, realça o amor de
DEUS, não somente por Israel, mas por todos os povos
SINOPSE DO TÓPICO (3)
Mediante a cruz, judeus e gentios foram feitos um, dando assim origem à Igreja.
VOCABULÁRIO
Cataclismo: Grande
Inundação; dilúvio.
SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão CPAD,
no 45, p. 41.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Bibliográfico
"Israel e a Igreja
Nos capítulos iniciais de
Atos dos Apóstolos, a recepção judaica à mensagem do evangelho foi poderosa e
inquietou os líderes judaicos. Mas, depois, iniciou-se a reação e a perseguição
judaicas para que a Igreja se dispersasse. Em alguns locais, a mensagem foi
tirada da sinagoga e oferecida diretamente aos gentios que responderam de forma
favorável (At 13.46; 18.6; 28.28). Esse padrão híbrido de recepção judaica,
perseguição e busca dos gentios foi comum, em especial, no ministério de Paulo.
Os após tolos iniciaram na sinagoga, pois criam que a mensagem de CRISTO era
também para os de Israel. As igrejas locais desenvolveram-se por necessidade de
sobreviver em face da rejeição. Essas realidades fizeram com que Lucas, em Atos
dos Apóstolos, falasse de forma reiterada sobre os mensageiros da Igreja 'se
voltarem para os gentios' e 'advertirem Israel'. Esses temas, com freqüência,
aparecem lado a lado e dominam o último terço do livro de Atos dos Apóstolos.
Eles mostram que a Igreja não era Israel e que essa distinção tornou-se uma
realidade do ponto de vista histórico" (ZUCK, Roy B. et aI. Teologia do
Novo Testamento. l.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, pp.160-61).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
"A inclusão dos Gentios
na Única e Nova Humanidade em CRISTO (Ef 2.13-18)
Paulo continua a descrever
como a obra da redenção torna as pessoas um só povo em CRISTO. O verso 1 3
começa com duas frases importantes: r 'Mas, agora' que aparece em contraste com
'antes' (v. I I) e 'naquele tempo' (v.12); e 'em CRISTO JESUS', que aparece em
contraste com 'sem CRISTO' (v. 1 2). Essas duas expressões enfatizam como a
situação dos gentios seria drasticamente modificada, de estarem 'Ionge para
chegarem 'perto'. Essa nova aproximação de DEUS é tanto 'em CRISTO JESUS' como
'pelo sangue de CRISTO'. Essa última se refere ao evento histórico da morte de
JESUS na cruz; e a primeira está relacionada à conversão dos Infiéis e sua
presente união com CRISTO. Os cinco versos seguintes explicam o que foi
alcançado pela morte redentora de CRISTO na cruz.
Os versos 14-18 revelam o
âmago da mensagem de reconciliação de Paulo, e como DEUS deu início ao seu
eterno plano de reconciliação cósmica (embora não universal) (1.1 O). A palavra
principal nessa passagem é paz, e ela aparece quatro vezes (w.14, 15, e duas
vezes no verso 17).
O verso 14 começa com uma
declaração enfática: 'Porque ele [CRISTO] é a nossa paz'. CRISTO, e somente
CRISTO, nos deu a solução para esse problema que infesta a raça humana, isto é,
a separação de DEUS e de outras pessoas. Ele é a Reconciliação do povo com DEUS
e a Reconciliação das pessoas, umas com as outras. Assim, o evangelho torna.se
uma mensagem de reconciliação (2 Co 5.17-21). Por causa de seu sangue redentor
(2.14), nesse ponto de Efésios Paulo anuncia, em dois sentidos, o próprio
CRISTO JESUS como sendo a 'nossa paz':
1) Como pecadores, Ele nos
reconcilia com DEUS pela cruz (v. 16) e
2) Reconcilia grupos
mutuamente hostis entre si (tais como judeus e gentios) e de ambos os povos faz
um' (v. 14b; também w.15, 16, 17 e 18).
A reconciliação é o tema
central desta passagem. Nada, a não ser o evangelho, poderá nos oferecer,
genuinamente, a paz com DEUS (Rm 5.1), 'e nada, a não ser o evangelho, poderá
remover as barreiras que dividem a humanidade em grupos hostis em sua própria
época' (Bruce, 1961, 54). A paz entre judeus e gentios exigia a destruição da
'parede de separação que estava no meio' (v. 14c). Nenhuma distinção por cor,
conflito étnico, separação por classes ou divisão política era mais absoluta
que a barreira entre judeus e gentios no primeiro século d.C. Bruce acrescenta:
'O maior triunfo do evangelho na era apostólica foi que ele venceu essa antiga
e longa desavença e permitiu que judeus e gentios se tornassem verdadeiramente
um único povo em CRISTO'" (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento.
2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.1219-20).
fonte apazdosenhor.org
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