A
IMPORTANCIA DO CARATER
Efésios 4.17-24.
17 - E digo isto e testifico no Senhor, para
que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade do seu
sentido,
18 - entenebrecidos no entendimento, separados
da vida de Deus, pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração,
19 - os quais, havendo perdido todo o
sentimento, se entregaram à dissolução, para, com avidez, cometerem toda
impureza.
20 - Mas vós não aprendestes assim a Cristo,
21 - se é que o tendes ouvido e nele fostes
ensinados, como está a verdade em Jesus,
22 - que, quanto ao trato passado, vos
despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano,
23 - e vos renoveis no espírito do vosso
sentido,
24 - e vos revistais do novo homem, que,
segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade.
O caráter é distinto do temperamento e da
personalidade, embora esteja relacionado a eles. Você sabe distinguir e definir
esses três termos? Não? Observe as seguintes explicações: O temperamento
refere-se ao estado de humor e às reações emocionais de uma pessoa - o modo de
ser. A personalidade envolve a emoção, vontade e inteligência de uma pessoa -
aquilo que o indivíduo é. O caráter, influenciado pelo temperamento e
personalidade, é o conjunto das qualidades boas ou más de um indivíduo que determina-lhe
a conduta - como a pessoa age. Percebeu? Para esta aula, faça uma tabela
antitética apresentando aos alunos os aspectos positivos e negativos do
caráter, conforme a tabela abaixo. Oculte qualquer uma das colunas e solicite
aos alunos que descrevam o aspecto oposto.
Palavra Chave
Caráter: Conjunto das qualidades de uma pessoa que
determina sua conduta em relação a Deus, a si mesma e ao próximo.
Ao
longo deste trimestre estudaremos o caráter de vários personagens bíblicos. A
despeito de ter sido criado à imagem e semelhança de Deus: santo, justo e
perfeito (Gn 1.26,27; Ec 7.29; Ef 4.24), o homem não permaneceu nessa condição.
Atingido pelo pecado, teve sua natureza moral corrompida (Rm 1.18-32),
necessitando assim da nova vida em Cristo (2 Co 5.17). Nesta lição refletiremos
sobre o que afirma a Bíblia acerca do caráter do ímpio e do justo.
I. O CARÁTER HUMANO
1. Definição. Caráter
é o conjunto das qualidades boas ou más de um indivíduo que determina sua
conduta em relação a Deus, a si mesmo e ao próximo. Essas especificidades são
responsáveis pela maneira como uma pessoa age, regulando suas escolhas e
decisões (Pv 5.21; 16.2,9; 20.6,11). O caráter de uma pessoa, portanto, não
apenas define quem ela é, mas também descreve seu estado moral e a distingue
das demais de seu grupo (Pv 11.17; 12.2; 14.14; 20.27).
2. Aspecto bíblico-teológico do
caráter. A Bíblia é farta de ensinamentos referentes à
virtude, à moral e ao caráter cristão. Os preceitos da Lei, especialmente os do
Decálogo (Êx 20), as mensagens éticas dos profetas (Is 10.1,2; Hc 2), os
ensinos de Jesus (Mt 5-7), e as doutrinas exaradas nas epístolas (Rm 12.9-21; 1
Pe 3.8-16), revelam a vontade Deus para a vida moral do homem (2 Tm 3.16).
3. O trabalho do Espírito no caráter
do homem. Ao aceitar a Cristo como Salvador, o homem recebe
da parte de Deus um novo caráter (2 Co 5.17). O Espírito Santo, por meio de
suas ministrações (Rm 8.1-17; Gl 5.22-26), aperfeiçoa-o gradualmente (2 Co
3.18; 1 Pe 1.2). Na continuação, o Espírito da Verdade passa a controlá-lo por
completo, de modo que suas ações passam a ser moldadas por Ele (Rm 8.5-11). Uma
vez que a imagem perdida no Éden fora restaurada, o homem passa a experimentar
e demonstrar uma vida de integridade (Gn 3.11-13; Rm 5.12; 1 Co 15.22,45; Ef
4.23,24).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
O
caráter cristão está fundamentado no Decálogo, na mensagem ética dos profetas,
nos ensinos de Jesus e nas doutrinas epistolares. Essas normas revelam a
vontade de Deus para a vida moral do homem.
II. CARÁTER DOENTIO
1. Insensibilidade moral. O
pecado tem subtraído do ser humano toda a sua sensibilidade concernente aos
princípios e valores morais. Sem que se perceba, sua natureza moral é
corrompida (Rm 1.18-32), seu coração é endurecido (Hb 3.7-19) e sua consciência
é cauterizada (1 Tm 4.2; Ef 4.18). É nesse ponto que o homem se torna
insensível à voz do Espírito, passando a praticar todo tipo de pecado,
entristecendo ao Todo-Poderoso (Ef 4.31).
Portanto,
é dever de todos os crentes observarem os limites estabelecidos pela Palavra de
Deus, para que vivam “como astros no mundo” (Fp 2.15).
2. Permissividade. É
o que acontece quando o homem não resiste às forças do mal (Rm 12.2; Tg 4.7; 1
Pe 5.8,9). Há crentes aceitando e outros até buscando no comércio e na
sociedade, o que Jesus terminantemente rejeitou no deserto (Mt 4.3-11).
3. Mentira. Há
muitas formas de mentira. Uma informação falsa passada como se fosse verdadeira
constitui uma mentira. Alguém já disse que a mentira é qual cabo de ferramenta
que dá em qualquer uma delas. É um tipo de pecado que permeia toda a raça
humana em todas as épocas, culturas e civilizações (Sl 116.11). A mentira é do
Diabo (Jo 8.44). Mas, Cristo é a Verdade que liberta (Jo 3.16; 8.32,36) e
conduz o homem a uma vida pautada na realidade.
4. Malícia. As
palavras são o instrumento pelo qual o ser humano manifesta seus pensamentos,
sentimentos, idéias e desejos, conforme as circunstâncias em que vive e com que
se defronta (Mt 15.11,18-20). O que o homem pensa e fala reflete seu caráter
(Sl 5.9; 7.9). A malícia é um pecado que macula e subverte o caráter cristão
(Rm 1.29). Os maliciosos geralmente pensam e falam o pior acerca dos outros e
vêem maldade em tudo (Sl 10.7; Lc 11.39). Para os tais, nada é puro (Tt 1.15).
A fim de estarmos comprometidos com os valores celestiais (Fp 4.8; Cl 3.2,3), a
Palavra de Deus nos admoesta a abandonarmos definitivamente toda malícia (1 Co
14.20; Ef 4.31; Cl 3.8; Tt 3.3-5; 1 Pe 2.1-3).
5. Concupiscência. Trata-se
dos desejos desenfreados, malignos, impuros, corruptores e pecaminosos que
afetam o caráter do homem (Rm 1.24; Cl 3.5; 1 Pe 2.11; 1 Jo 2.15-17). A
concupiscência se manifesta mediante o desejo descontrolado pelas coisas
naturais desta vida a ponto de conduzir o indivíduo à satisfação desses
impulsos por meios imorais e ilícitos (Tg 1.14,15). A Bíblia afirma que a única
maneira eficaz de se vencer a concupiscência é andar no Espírito (Gl 5.16).
6. Cobiça. A
cobiça é um desejo impetuoso e desequilibrado de adquirir bens materiais,
inclusive alheios. A prática da cobiça leva o homem à dívida, ao roubo, à
desonra, ao egoísmo, à fraude e, até, ao homicídio (1 Tm 6.10).
7. Ambição. O
lado negativo da ambição é o desejo incontrolável de obter bens materiais ou
posições, mesmo que a pessoa já possua essas e outras coisas. Esta atitude é o
primeiro passo para que entre no coração do homem o orgulho. Deus, porém,
aborrece tais coisas (Pv 16.5; Tg 4.6,16). A ambição torna o homem egoísta,
rebaixa seus valores e transforma a sua maneira de agir com os seus
semelhantes.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O
caráter doentio é caracterizado pela insensibilidade moral, permissividade,
mentira, malícia, concupiscência, cobiça e ambição.
III. COMO PRESERVAR O VERDADEIRO
CARÁTER CRISTÃO
1. Manter-se em comunhão com o
Espírito. O ser humano traz em sua natureza uma forte
inclinação para o pecado (Rm 7.18-23; Pv 4.14-17). Trata-se de uma tremenda
força maligna impossível de ser superada sem a ajuda divina. É justamente por
isso que Deus nos enviou seu Espírito para habitar em nós, dando-nos a condição
de andarmos em novidade de vida (Rm 6.4; 2 Co 5.17). Somente pelo Espírito
Eterno, o crente pode caminhar seguro, resistindo aos desejos da carne (Rm
8.1,9,13; Cl 5.16).
Em
Gálatas 5, o apóstolo Paulo enumera várias obras da carne que contaminam o
caráter do homem sem Cristo (Gl 5.19-21). Todavia, nesse mesmo capítulo,
encontramos um conjunto de valores espirituais que garante a saúde moral do
crente (v.22).
2. Conhecer a Palavra de Deus. A
Bíblia Sagrada é a única regra de fé e prática do cristão. Ela nos apresenta o
padrão de comportamento necessário ao homem que deseja viver uma vida justa,
sóbria e piedosa neste mundo (Tt 2.12). Ao longo da narrativa bíblica
deparamo-nos com uma série de valores e virtudes morais e espirituais estabelecidas
por Deus para o homem. Todavia, estas qualidades indispensáveis ao ser humano,
só foram plenamente identificadas e vividas em Jesus. Hoje sabemos que essas
santas virtudes estão ao alcance de todos, por meio da extraordinária obra do
Espírito. É imprescindível ao homem conhecer muito bem as Escrituras e o poder
de Deus para que não erre na busca de uma vida virtuosa diante de Deus e do
próximo (Mt 22.29).
3. Disciplina. A
oração e o jejum, apesar de serem armas espirituais poderosas, são também
instrumentos que auxiliam na disciplina do caráter cristão. O jejum, por
exemplo, é um sacrifício que agrada a Deus e promove disciplina ao crente (Jz
20.26; 1 Sm 7.6). Portanto, o homem pode e deve pedir a Deus que o auxilie
durante o tempo em que busca as virtudes espirituais, éticas e morais expostas
na Palavra de Deus.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
O
caráter cristão é preservado mediante a comunhão do crente com o Espírito
Santo, pelo conhecimento da Palavra e através de uma vida cristã disciplinada.
CONCLUSÃO
Quando
uma pessoa aceita a Cristo como Salvador de sua alma, experimenta,
imediatamente, uma profunda modificação em seu interior. Essa mudança é
demonstrada não apenas nos relacionamentos, mas também nas escolhas, atitudes e
responsabilidades assumidas durante a sua nova vida (Cl 3.1-17)..
“Disciplina da Integridade
Para
o cristão, o fato mais deprimente é este: existe pouca diferença, na
estatística, entre as práticas éticas dos religiosos e a dos não-religiosos.
Nas estatísticas do Instituto Gallup, 43 por cento de não-freqüentadores de
igrejas admitem que furtam material de escritório, contra 37 por cento dos
freqüentadores. Mas, será isto verdade com relação aos verdadeiros cristãos? A
resposta é sim. A conduta ética geral dos cristãos varia muito pouco em
comparação com os não-cristãos, com grandes exceções, é óbvio. Tristemente, os
cristãos são quase idênticos aos não-cristãos:
Muitas
razões podem ser citadas para reforçar este argumento. A culpa popular recai no
subjetivismo e no relativismo moral de nossos dias. Mas a razão principal para
a crise de integridade é que nós, humanos, somos fundamentalmente desonestos,
mentirosos congênitos (Rm 3.13). Ninguém teve de nos instruir na desonestidade.
Mesmo depois de regenerados, se não nos disciplinarmos sob o domínio de Cristo,
voltaremos a enganar, da mesma maneira como o pato volta para a água”.
(HUGHES, R. K. Disciplinas do homem
cristão. 3.ed., RJ: CPAD, 2004, p.115-6.)
Para que você se torne o homem ou a mulher que
o Senhor deseja, é necessário que seu temperamento, personalidade e caráter se
tornem subservientes aos projetos de Deus para a sua vida. Até que Deus
prevaleça sobre nossas vidas, alguns precisam ser jogados numa cisterna, como
José (Gn 37.20); outros, ser alimentados por corvos, como Elias (1 Rs 17.6); e,
alguns, apresentar sua língua aos serafins, como fez Isaías (Is 6.6,7).
O caminho que Deus escolhe para
forjar o caráter de seus cooperadores algumas vezes é íngreme e inóspito. Mas,
quando eles saem da fornalha, é perceptível até mesmo para os pagãos que eles
andaram com o quarto Homem na fornalha (Dn 3.25-27). Deus jamais chama alguém
para uma grande missão sem que esse escolhido passe por uma profunda
transformação moral.
Se você deseja que Deus faça em sua
vida o mesmo que fez com José, Elias e Isaías, coloque-se no altar do Espírito;
apresente a sua personalidade àquEle que a todos transforma segundo a imagem de
Cristo. Só assim você será a pessoa que Deus deseja que você seja.
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