O QUE É
ORAÇÃO ?
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1 Crônicas 16.8,10-17; João 15.16.
1 Crônicas 16
8 - Louvai ao SENHOR, invocai o seu nome,
fazei conhecidos entre os povos os seus feitos.
10 - Gloriai-vos no seu santo
nome; alegre-se o coração dos que buscam o SENHOR.
11 - Buscai ao SENHOR e a sua
força; buscai a sua face continuamente.
12 - Lembrai-vos das suas
maravilhas que tem feito, dos seus prodígios, e dos juízos da sua boca.
13 - Vós, semente de Israel, seus
servos, vós, filhos de Jacó, seus eleitos.
14 - Ele é o SENHOR, nosso Deus;
em toda a terra estão os seus juízos.
15 - Lembrai-vos perpetua-mente
do seu concerto e da palavra que prescreveu para mil gerações;
16 - do concerto que fez com
Abraão e do seu juramento a Isaque;
17 - o qual também a Jacó
ratificou por estatuto, e a Israel por concerto eterno.
João 15
16 - Não me escolhestes vós a
mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o
vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele
vos conceda.
Palavra Chave
Oração: [Do lat. orationem]. “É o meio que Deus proveu ao homem
a fim de que este viesse a estabelecer um relacionamento de comunhão contínua
com Ele.”
A oração é o meio que Deus proveu ao
homem, a fim de que este viesse a estabelecer um relacionamento de comunhão
contínua com Ele. Tanto mais o cristão ora com fé em Deus, mais desenvolve sua
comunhão e submissão com o seu Criador, Pai, Senhor, Intercessor e Conselheiro,
manifestando, assim, o senhorio de Cristo Jesus em sua vida, por amor e
devoção. Quando isso ocorre, o homem passa a ter sua vida espiritual e
emocional estáveis, e sua perspectiva e objetivos naturalmente mudam. A oração
quando associada à obediência dos preceitos das Santas Escrituras e à
vigilância espiritual é também um meio de vitória sobre o pecado (cf. Mc
11.24-26; Mt 26.41).
I. A QUEM ORAR E QUANDO ORAR?
1. Devemos orar a Deus. São
muitos os textos bíblicos que lembram, ensinam, advertem e estimulam o homem a
buscar a Deus, em oração em todo o tempo (Dt 4.29,30; 1 Cr 16.4; Sl 119.2; Jr
29.1 3; Ef 6.18). A Bíblia ensina que devemos orar somente a Deus e a ninguém
mais, pois não há nenhum outro deus além do nosso, que possa ouvir e responder
às nossas orações. Aliás, a Palavra de Deus condena a adoração e a oração a
qualquer outro ser que não seja o Deus Eterno, Criador, Sustentador do universo
e Redentor da humanidade (Êx 20.3; Dt 6.4; Is 44.8-20). Tudo isso, já
representa um bom e grande motivo para o crente orar (Fm v.4; Lc 2.37,38).
2. Quando tudo está bem. Não
há dúvida de que devemos orar em todo tempo e em qualquer circunstância (Ef
6.18; 1 Tm 2.1-3; Sl 118.5). Jesus ensinou essa verdade dando seu exemplo aos
discípulos (Mc 6.45-48; Lc 22.39-46). Entretanto, parece que descuidamos da
prática da oração quando as coisas estão indo bem. Ainda que tudo pareça
tranquilo, o crente deve estar vigilante, consciente de suas fragilidades e na
presença do Senhor, em constante oração, pois, entre as muitas bênçãos da
oração, destaca-se o fato de que ela preserva-nos do mal (Mt 26.41). Sansão,
por exemplo, não é alguém para ser imitado (Jz 14-16). Ele só clamava ao Senhor
quando estava em grandes apuros (Jz 15.18; 16.28). Para muitos, a oração só
deve ser feita quando alguém se acha enfermo, desempregado, sofrendo algum tipo
de problema no seu trabalho, quando seus bens são subtraídos ou quando
desaparece um membro da família e coisas semelhantes acontecem. Atitudes como
essas privam o crente das bênçãos divinas através da oração preventiva (Mt
26.36; Lc 21.36; Rm 15.30,31).
3. No dia da angústia e da
adversidade. O verdadeiro discípulo do Senhor enfrenta nesta
vida, lutas, provas e aflições, e Jesus mesmo afirmou que não seria diferente
(Jo 16.33). Os discípulos, inclusive, eram conscientes desse fato (1 Pe
4.12-16; Rm 5.3). O apóstolo Paulo dá-nos a receita bíblica para vencermos no
dia da adversidade: perseverar na oração (Rm 12.12). A comunhão com o Senhor,
cultivada através da oração, muda no crente sua visão acerca das coisas que o
cercam. Os problemas e as circunstâncias contrárias não abatem a sua fé em Deus
e a sua confiança firme de que Ele é poderoso para que, caso não o livre, o
fará, da situação problemática, vencedor ou tornará o mal em bem (Rm 8.28; Gn
50.20). Nossa oração deve ser para que o Senhor nos abra os olhos, para que
possamos ver o invisível e assim, pela fé descansar nEle, sabendo que todas as
coisas estão sob seu domínio.
II. COMO ORAR?
1. Com reverência. Todo
crente deve saber que não se pode chegar à presença de Deus sem reverência, sem
fé, e sem santo temor. Quando o homem foi criado, Deus já era adorado e
reverenciado pelos anjos. A reverência para com Deus é um princípio bíblico (Sl
96.9; 132.7; Mt 4.10; 1 Tm 1.17). Todo o relacionamento do homem com o Senhor
deve levar em consideração a reverência que lhe é devida, inclusive não somente
na oração, mas também no seu serviço (Hb 12.28). Considerando que o Senhor é
Deus, Ele próprio espera esse tipo de atitude do homem (Ec 3.14). Orar a Deus
com fé, reverência e temor é falar com Ele pelo novo e vivo caminho provido por
Jesus (Hb 10.20-22) e ajudado pelo Espírito Santo (Rm 8.26,27).
2. Com fé e humildade. É
uma contradição um crente entrar na presença de Deus em oração, duvidando do
seu poder, da sua graça e das suas promessas. De um crente se espera entrar na
presença de Deus crendo que Ele é poderoso para fazer tudo, muito mais, além
daquilo que pedimos ou pensamos, pelo seu poder que opera em nós, a nossa fé
(Ef 3.20; Tg 1.6). Deve o crente reconhecer a sua insignificância em si mesmo,
suas tendências, suas fragilidades, necessidades e estar disposto a confessar
seus pecados e deixá-los, e buscar fazer a boa, perfeita e agradável vontade de
Deus para a sua vida (Lc 18.13,14; Rm 12.1,2).
3. Priorizando o Reino de Deus e seus
valores eternos. De todo o cristão espera-se que quando se encontrar
no altar do Senhor em oração, dê prioridade ao Reino de Deus e aos valores
eternos que o constitui (Lc 11.2; Mt 6.19-21). Primeiro, porque isso deve fazer
parte do caráter cristão; segundo, porque com esta atitude aquelas coisas
essenciais que foram pronunciadas por Jesus Cristo serão acrescentadas à sua
vida (Mt 6.33).
III. ONDE ORAR E POR QUEM ORAR?
1. O lugar da oração. É
uma necessidade o crente ter um lugar próprio e adequado para fazer as suas
orações devocionais diárias (Mt 6.6; Mc 1.35; At 10.9). O homem que assim faz é
tido como bem-aventurado (Pv 8.34,35). O crente também precisa sempre estar na
casa do Pai para a oração congregacional, considerando o que disse o próprio
Deus a respeito (quando da consagração do Templo construído por Salomão):
“Agora, estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos à oração deste
lugar” (2 Cr 7.15). Próximo do momento de sua crucificação, Jesus entrou no
Templo e, repreendendo os vendilhões que ali estavam, referiu-se ao texto de
Isaías 56.7: “A minha casa será chamada casa de oração” (Mt 21.13). O Espírito
Santo desceu no cenáculo onde estavam os discípulos em oração há dias. Foi
assim que a Igreja teve o seu início (At 1.12-14). Os crentes do primeiro
século oravam juntos regularmente no Templo (At 3.1).
No altar da oração devemos ter em
mente ao menos três propósitos: adorar a Deus, agradecer-lhe e pedir algo para
nós ou para outrem (intercessão). Ao pedir, o crente deve:
a)
Orar por si próprio. Ninguém melhor do que o próprio crente para
conhecer as suas necessidades espirituais, sociais, afetivas, familiares,
econômicas e físicas. Há necessidades que, por sua natureza e estratégias
espirituais, não podem ser do conhecimento de mais ninguém, devendo o crente,
orar ao Senhor no seu íntimo.
b)
Pelos amigos. Nem todo crente se comporta como Jó, que estando
sob severo sofrimento e com necessidades múltiplas, dedicava um tempo em suas
orações para orar pelos seus amigos (Jó 42.10).
c)
Orar pelos inimigos. Esta é uma tarefa que demanda muito amor, renúncia,
e propósito de agradar a Deus, obedecer a sua Palavra e dominar seu próprio
coração (Mt 5.44; Rm 12.14). Nesse aspecto Jesus também deixou o seu exemplo
(Lc 23.34; 1 Pe 2.23).
2. Orar pela igreja de Deus. O
profeta Samuel orou pelo povo de Deus (1 Sm 7.5-14). Em o Novo Testamento,
vemos em Paulo um intercessor exemplar à medida que ora pelas diferentes
igrejas, apresentando as suas necessidades específicas (Fp 1.1-7,9; Rm 1.8-12;
Ef 1.16).
3. Orar por todos os homens e pelas
autoridades constituídas (1 Tm 2.1,2). A
vida de oração torna o crente sensível às necessidades dos que lhe rodeiam e
dos que estão distantes, sejam eles conhecidos ou não e em qualquer esfera
social, como, por exemplo, o profeta Eliseu (2 Rs 4.12-36).
Objetivos
da oração
“[...] Todos já nos sentimos
impulsionados a orar com mais intensidade nos momentos de decisão e de
angústias; não podemos viver distanciados da presença divina.
1. Buscar a presença de Deus. ‘Quando
tu disseste: Buscai o meu rosto, o meu coração te disse a ti: O teu rosto
Senhor, buscarei’ (Sl 27.8). Seja nos primeiros alvores do dia, seja nas
últimas trevas da noite, o salmista jamais deixava de ouvir o chamado de Deus
para contemplar-lhe a face. Tem você suspirado pelo Senhor? Ou já não consegue
ouvi-LO? O sorriso de Deus é tudo o que você precisa para vencer as insídias
humanas.
2. Agradecê-lo pelos imerecidos
favores. Se nos limitarmos às petições, nossa oração jamais
nos enlevará ao coração do Pai. Mas se, em tudo, lhe dermos graças, até mesmo
pelas tribulações que nos sitiam a alma, haveremos de ser, a cada manhã,
surpreendidos pelos cuidados divinos. J. Blanchard é mui categórico: ‘nenhum
homem pode orar biblicamente, se orar egoisticamente’.
3. Interceder pelo avanço do Reino de
Deus. Na Oração Dominical, insta-nos o Senhor Jesus a
orar: ‘Venha teu Reino’ (Mt 6.10). No Antigo Testamento, os judeus rogavam a
Deus que jamais permitisse que suas possessões viessem a cair em mãos gentias.
Basta ler o Salmo 136 para se enternecer com o cuidado dos israelitas por sua
herança espiritual e territorial”.
(ANDRADE, C. As
Disciplinas da vida Cristã. Como
alcançar a verdadeira espiritualidade. RJ:
CPAD, 2008, pp.36-8)
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