sábado, 17 de janeiro de 2015

DISCIPULADO "A DOUTRINA DA TRINDADE'

             
               DOUTRINA DA TRINDADE 

A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos. Amém! (2 Co 13.13).

MATEUS 3.13-17.

13- Então, veio Jesus da Galiléia ter com João junto do Jordão, para ser batizado por ele.
14 - Mas João opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim?
15 - Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o permitiu.
16 - E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele.
17 - E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.

Professor, o termo “trindade” foi empregado por Teófilo de Antioquia, no século II d.C. Entretanto, é possível que essa expressão tenha sido usada pelos cristãos nos primórdios da igreja. Esse vocábulo era usado para designar o mistério de uma só divindade coexistindo em três Pessoas absolutamente distintas e co-iguais. Todavia, o estabelecimento do termo é atribuído ao apologista cristão, Tertuliano de Cartago. Coube ao bispo de Alexandria, Atanásio, a elaboração do credo que sedimentou a ortodoxia trinitária.
Nesta lição, evite tropeçar em questões básicas a respeito dessa doutrina. Não se precipite nas questões cujas respostas você não tenha firmeza. Sobre esse tema, portemo-nos como o salmista: “Tal ciência é para mim maravilhosíssima, tão alta que não posso atingir” (Sl 139.6).

Entendemos, mediante a Doutrina da Trindade, que a divindade subsiste eterna e plenamente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Não são três deuses como falsamente afirmam os hereges, mas um só Deus. Uma é a pessoa do Pai, outra, a do Filho, e outra, a do Espírito Santo. O Pai não é maior do que o Filho. O Filho não é maior do que o Espírito Santo, e assim respectivamente. O Pai não é o Filho. O Filho não é o Espírito Santo. E o Espírito Santo não é nenhuma das Pessoas anteriores. Todavia, a divindade pertence a cada uma das três pessoas, constituindo um só Deus. Conforme afirmou Atanásio de Alexandria: “Adoramos um só Deus na Trindade, a Trindade na Unidade, sem confusão de pessoas, e sem separação de substância”.

As Sagradas Escrituras, tanto no Antigo quanto em o Novo Testamento, atestam a veracidade desse ensinamento. No estudo desta semana, devemos evitar dois erros: 1 ) o erro do modalismo - afirma que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são a manifestação da mesma pessoa; 2) o erro do subordinacionismo - afirma que o Pai é maior do que o Filho e o Espírito Santo, e que tanto o Filho quanto o Espírito Santo, estão subordinados ao Pai. Todavia, sabemos que a Trindade é Una, pois só há uma deidade: e Trina, pois são três distintas pessoas que participam da mesma deidade.

introdução


I. O QUE É A SANTÍSSIMA TRINDADE

Nossa mente jamais conseguirá explicar adequadamente, o que é a Santíssima Trindade. Aliás, foi o que certa vez confessou Agostinho, um dos maiores teólogos do Ocidente. Todavia, contamos nós com a assistência do Espírito Santo que, por intermédio das Sagradas Escrituras, revela-nos o necessário para aceitarmos a beleza dessa verdade.
1. Definição. Doutrina segundo a qual a Divindade, embora una em sua essência, subsiste eternamente nas pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo. As três Pessoas são iguais na substância e nos atributos absolutos e morais. Apesar de o termo não se encontrar nas Sagradas Escrituras, as evidências que atestam a doutrina são, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, incontestáveis.
2. A origem do termo. A palavra Trindade foi usada pela primeira vez, em sua forma grega, por Teófilo; e, em sua forma latina, por Tertuliano.
3. O Credo Atanasiano. Com toda a razão, Atanásio é considerado o pai da ortodoxia, em virtude de seu redobrado zelo em prol da pureza doutrinária das Sagradas Escrituras. No Credo que elaborou, assim professa sobre a Trindade: “Adoramos um Deus em trindade, e a trindade em unidade, sem confundir as pessoas, sem separar a substância”.

II. A SANTÍSSIMA TRINDADE NO ANTIGO TESTAMENTO

A doutrina da Santíssima Trindade não é exclusiva do Novo Testamento; é uma ampliação de uma verdade que se acha desde o Gênesis ao profeta Malaquias. Então, por que a rejeitam os judeus? Pelas mesmas razões que os levaram a repudiar a messianidade de Jesus de Nazaré: cegueira espiritual e dureza de coração (2 Co 3.14-16). A Trindade é claramente apresentada tanto na criação do Universo, como na expectativa messiânica da alma hebréia e em cada episódio da História Sagrada.
1. A Trindade na criação do Universo. Se levarmos em conta que a palavra hebraica ’ĕlōhim (Gn 1.1) é um substantivo plural, concluiremos: a Santíssima Trindade encontrava-se ativa na criação do Universo. Por conseguinte, quando a Bíblia afirma que no princípio Deus criou os céus e a terra, atesta: no ato da criação, estiveram presentes Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. O Pai criou o Universo por intermédio do Filho (Jo 1.3), enquanto o Espírito Santo transmitia vida a tudo quanto era criado (Gn 1.2).
2. A Trindade na expectativa messiânica da alma hebréia. A expectativa messiânica, que sempre foi um fator de consolação à alma hebréia, também revela a presença da Santíssima Trindade no Antigo Testamento. Ler Sl 110.1,4.
Em ambas as passagens, o autor sagrado, inspirado pelo Espírito Santo, mostra o Pai referindo-se ao Filho - Jesus Cristo (Mc 12.36; Hb 5.6).
Um trecho que mostra, de maneira explícita e clara, a presença da Santíssima Trindade no Antigo Testamento é Daniel 7.13-14.
Eis mais algumas passagens que demonstram a Trindade no Antigo Testamento: Is 6.8; 7.14; 9.6.

III. A SANTÍSSIMA TRINDADE NO NOVO TESTAMENTO

É no Novo Testamento que encontramos as mais claras e explícitas manifestações da Santíssima Trindade: no batismo de Jesus, em seu ministério e em sua ressurreição e ascensão e, de forma abundante, na vida da Igreja Primitiva.
1. No batismo de Jesus (Mt 3.16,17). Nessa clássica manifestação da Trindade, vemos a Segunda Pessoa (o Filho) submeter-se ao batismo, a Terceira Pessoa (o Espírito Santo) descer como pomba sobre a Segunda Pessoa e a Primeira Pessoa declarar o seu amor à Segunda Pessoa.
2. No ministério de Jesus (Lc 4.18,19). Nesta passagem de Isaías (61.1), é impossível não ver a manifestação da Santíssima Trindade.
3. Na ressurreição e na ascensão de Jesus. Já prestes a ser assunto ao céu, o Senhor Jesus Cristo, ao dar últimas instruções aos discípulos, declarou: “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). Pode ainda restar mais alguma dúvida acerca da Trindade?
4. Na vida da Igreja Primitiva. Nos Atos dos Apóstolos, a Santíssima Trindade aparece operando ativamente, desde os primeiros versículos (At 1.1,2). Nesse livro, encontramos a Trindade na proclamação do Evangelho (At 5.32; At 10.38); no testemunho eficaz da fé cristã (At 7.55); no chamamento de obreiros (At 9.17); no Concílio de Jerusalém (At 15.1-35).
Nas epístolas, muitas são as passagens sobre a Trindade (Rm 14.17; 15.16; 2 Co 13.13; Ef 4.30; Hb 2.3,4; 2 Pe 1.16-21; 1 Jo 5.7). No Apocalipse, a Santíssima Trindade encontra-se do princípio ao fim: 1.1,2; 2.8,11, etc.

CONCLUSÃO

A doutrina da Santíssima Trindade não é um mero exercício intelectual; é uma verdade consoladora: ensina-nos diversas coisas vitais para a nossa vida cristã. Em primeiro lugar, com a ascensão de Nosso Senhor, não fomos deixados órfãos. Ele rogou ao Pai que, amorosa e prontamente, enviou-nos o Consolador. E este, com inexprimíveis gemidos, intercede por nós e testifica que somos filhos de Deus através dos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Quão consoladora é a doutrina da Santíssima Trindade.

 “A Santíssima Trindade
1. Doutrina revelada. A doutrina da Santíssima Trindade é verdade revelada para o coração. Falando sobre isso declarou Anselmo: ‘O amor e a fé estão em seu ambiente no ministério da Divindade. Que a razão se ajoelhe, reverente, do lado de fora’.
Uma crença popular entre os cristãos divide a obra de Deus entre as três pessoas, dando uma tarefa específica a cada uma delas; como por exemplo, a criação ao Pai, a redenção ao Filho e a regeneração ao Espírito Santo. Isto, porém, é parcialmente verdade, mas não de todo, pois Deus não pode dividir-se de forma que apenas uma pessoa trabalhe isolada, enquanto às outras, Jesus e o Espírito Santo, permanecem inativas.
2. O argumento em si. As Escrituras mostram as três pessoas da Divindade agindo em perfeita unidade, em todas as obras poderosas operadas no Universo e na redenção humana. Nas Escrituras Sagradas a obra da criação é atribuída ao Pai (Gn 1.1), ao Filho (Cl 1.16), e ao Espírito Santo (Jó 26.13; Sl 104.30). A encarnação é mostrada como tendo sido realizada pelas três pessoas (Lc 1.35), embora apenas o Filho tenha se tornado carne e habitado entre nós. No batismo de Jesus, o Filho saiu da água, o Espírito pairou sobre Ele e a voz do Pai falou do Céu (Mt 3.16,17)”.
(SILVA, S. P. A doutrina de Deus. 5.ed. RJ: CPAD, 2002, p.109-10.)


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