sábado, 17 de janeiro de 2015

DISCIPULADO DOUTRINA BIBLICA



 Preservando a doutrina — A missão conservadora da

Igreja.



2 Pedro 2.1-4.

1 - E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmo repentina perdição.
2 - E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade;
3 - e, por avareza, farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita.
4 - Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o Juízo.



introdução

Palavra Chave
Doutrina: No Novo Testamento, a palavra grega mais empregada para doutrina é didachē, cujo sentido é “instrução” e “ensino”. A igreja primitiva fazia uso do vocábulo didachē para referir-se “a doutrina dos apóstolos” (At 2.42).

O ensino das Escrituras deve ser, antes de mais nada, ortodoxo. Todo ensino bíblico-doutrinário deve ser estritamente de acordo com a mensagem divina revelada no Antigo e Novo Testamentos. Tal ortodoxia cristã tem nas Sagradas Escrituras a única fonte do verdadeiro conhecimento de Deus, de suas doutrinas e da maravilhosa salvação em Cristo Jesus.

I. A ORTODOXIA DOUTRINÁRIA DA IGREJA

A palavra ortodoxia na religião cristã significa: “absoluta conformidade com um princípio ou doutrina bíblica”.
1. Cristo está edificando a sua Igreja. Aos discípulos, Jesus declarou que edificaria sua igreja (Mt 16.18). O fundamento e as colunas (pilares) desse edifício são as doutrinas bíblicas fundamentais, as quais dão sustentação a esse edifício espiritual (1 Co 3.9,10,16). A Igreja é edificada sobre “o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus é a principal pedra de esquina” (Ef 2.20). A ordem da frase “apóstolos e profetas” deixa claro que a “doutrina dos apóstolos”, citada em Atos 2.42, refere-se ao ensino que receberam de Jesus e que foram comissionados a ensinar. Não se tratava de uma doutrina particular dos apóstolos Pedro, João, Tiago ou Paulo, mas a mesma ensinada por Jesus. A referência aos profetas trata-se dos profetas da igreja primitiva que confirmavam, pelo Espírito Santo, as doutrinas ensinadas. A ordem da frase apóstolos e profetas indica tratar-se do dom profético naqueles dias outorgado pelo Espírito Santo (Ef 4.11).
2. Os edificadores desse edifício (1 Co 3.10,11). Paulo ilustra que a edificação da Igreja é efetuada pelos ministros do Senhor. No versículo 11, a Bíblia declara que “ninguém pode colocar outro fundamento além do que já está posto”. No texto de Efésios 4.11, vemos os edificadores que Deus tem dado à Igreja, tais como “apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres”. Eles usam os materiais da doutrina cristã para construir este edifício espiritual.

II. A IGREJA É GUARDIÃ DA SÃ DOUTRINA

A Igreja de Cristo é vista numa linguagem figurada como “casa” e “família” (1 Tm 1.2,18; 2.13-15). A Bíblia, em 1 Timóteo 3.15, usa a expressão “coluna e firmeza” que fala de suporte, apoio, sustentáculo de uma construção. A lição que aqui podemos aprender é que devemos fielmente preservar aquilo que temos recebido da parte do Senhor. A verdadeira igreja é aquela que se mantém em tudo fiel à sã doutrina bíblica.
1. O significado de “coluna e firmeza da verdade” (1 Tm 3.15). Consoante à Igreja, esses termos indicam a função do Corpo de Cristo no que se refere à Verdade. O comportamento requerido da Igreja, conforme o texto “para que saibas como convém andar na casa de Deus”, revela sua natureza, no sentido de que ela deve ter um comportamento digno e santo em relação ao mundo pecador. Isso porque a “Igreja do Deus vivo” é um povo santo, separado do pecado e do mundanismo. Portanto, a Igreja é a demonstração viva e santa da Verdade do evangelho. Seu papel é o de sustentar, manter e defender a Verdade contra todo erro e oposição intelectual, religiosa e filosófica dos falsos mestres. A Verdade foi confiada à Igreja, e todo erro e heresia devem ser refutados por ela (1 Tm 6.3-5; 2 Tm 2.18; 3.8; 4.4).
2. A Verdade no contexto de 1 Timóteo 3.15. Essa Verdade do evangelho é o vastíssimo conteúdo doutrinário da fé cristã. A Igreja tem a missão de viver e representar essa Verdade, mas também de mantê-la e defendê-la de toda oposição que se lhe ataca.

III. A PRESERVAÇÃO DA ORTODOXIA DOUTRINÁRIA PELA IGREJA

1. O perigo das infiltrações heréticas na igreja. Três textos nos alertam contra essas ameaças:
a) Atos 20.28-30 fala de “lobos cruéis” que entrariam no meio do povo de Deus. Esses lobos representam falsos obreiros que só cuidam de si próprio, e não do rebanho do Senhor.
b) 2 Pedro 1.1,2 refere-se “aos que conosco alcançaram fé igualmente preciosa”. Essa fé preciosa deve ser vivida e ensinada a todas as pessoas.
c) Gálatas 1.6,10 menciona pessoas que experimentam a graça de Deus e, facilmente, abandonam a “fé recebida” e a trocam por “outro evangelho”.
2. Fatos danosos que facilitam o surgimento de heresias e outros males semelhantes. Vejamos dois desses fatos ou casos que ocorrem e surgem no seio da Igreja, os quais ocasionam o surgimento de heresias e outros males semelhantes.
a) Imaturidade espiritual. Há uma nítida distinção entre uma criança e um adulto na fé cristã (1 Pe 2.2). O recém-nascido na fé requer cuidado especial por ser mais vulnerável às heresias. Tal pessoa quer experimentar tudo que lhe é oferecido. Há também, nesse contexto da imaturidade espiritual, os crentes movidos por emoção, os quais mudam de atitude ante o vento de doutrina que sopre diferentemente. São facilmente seduzidos quanto à fé por pessoas fraudulentas (2 Tm 4.3).
b) Subversão espiritual. Isso pode ocorrer com pessoas na igreja que, além de imaturas, são carnais, que se deixam levar por novas idéias, princípios e atitudes sem respaldo bíblico. Elas promovem confusão doutrinária, renegam a fé recebida, e forjam outras doutrinas fora dos princípios básicos da doutrina cristã defendidos na Bíblia Sagrada. Além disso, em nome de uma falsa revelação espiritual, contrariando toda a revelação bíblica, distorcem a verdade de acordo com suas conveniências pessoais e desvirtuam o texto bíblico de várias maneiras, para adaptá-lo ao seu modo de crer; aos seus conceitos pessoais.
É necessário que a Igreja de Cristo mantenha-se sempre vigilante e precavida contra as heresias que contestam as verdades fundamentais da fé cristã, segundo o que está escrito na Palavra de Deus. Esta é uma das cautelas para a Igreja evitar os erros doutrinários e combater as heresias.
 “Doutrina e ortodoxia
1. Definição de doutrina. Na Bíblia Almeida Revista e Corrigida o termo ‘doutrina’ aparece cinqüenta vezes, enquanto na Almeida Revista Atualizada, cerca de trinta e nove vezes. Todas traduzem os termos leqach, torah e didachē por doutrina, classificando-a como ‘doutrina pura’ (Jó 11.4); ‘boa doutrina’ (Pv 4.2); ‘doutrina do sábio’ (Pv 13.14); ‘doutrina dos fariseus’ (Mt 16.12); ‘doutrina dos apóstolos’ (At 2.42); ‘doutrina do Senhor’ (At 13.12); ‘sã doutrina’ (1 Tm 1.10); ‘doutrina de demônios’ (1 Tm 4.1); ‘doutrina de Deus’ (Tt 2.10); ‘doutrina de Cristo’ (Hb 6.1); ‘doutrina de Balaão’ (Ap 2.14); ‘doutrina dos nicolaítas’ (Ap 2.16).
O termo ‘doutrina’ nos textos de Dt 32.2; Jó 11.4 e Pv 4.2, é a tradução do hebraico leqach, isto é, ‘ensino’, ‘aprendizagem’ ou ‘poder de persuasão’ de quem ensina (Pv 16.21).
Nas páginas do Novo Testamento, a palavra grega mais empregada é didachē, cujo sentido é ‘instrução’, ‘ensino’ ou ‘doutrina’ (Mc 1.22,27; 11.28; Jo 7.16,17; Mt 22.33).
2. Uso corrente. A igreja cristã primitiva usava o vocábulo didachē para referir-se à doutrina dos apóstolos (At 2.42), ou à doutrina do Senhor (At 13.12), que era, na verdade, a exposição do evangelho de Cristo.
O apóstolo Paulo também usou o termo diversas vezes, a fim de descrever o conjunto de ensinos e crenças que compunham a pregação cristã primitiva (Rm 6.17; 16.17; Ef 6.4; 1 Tm 1.3; 4.16; 6.3).
Essa mesma tradição, chamada posteriormente de ‘kerygma’ pelos teólogos, é mencionada na teologia paulina como ‘a pregação (kerygma) de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério que desde tempos eternos esteve oculto’ (Rm 16.25; 1 Co 1.21; 2.4; 15.14).
Segundo o apóstolo João, esse arcabouço de ensinos constitui a ‘doutrina de Cristo’ (2 Jo 1.9). A doutrina, portanto, é o conjunto de ensinos e crenças que constituem o cânon de fé e prática do cristão.
3. A proclamação da doutrina de Cristo. O kerygma é tanto a mensagem, a pregação, quanto a substância do que é pregado. O kerysso era um arauto ou proclamador, conforme os textos de Mt 3.1; Mc 1.45; Lc 4.18,19; 12.3; At 10.37; Rm 2.21; Ap 5.2.
Os apóstolos foram comissionados por Jesus para serem os proclamadores do Reino de Deus. Jesus capacitou formal e espiritualmente os apóstolos para que interpretassem a sua vida e os seus ensinos conforme as Escrituras do Antigo Testamento (Lc 24.44-47). Esse conjunto de interpretações (dos ensinos, vida, morte, ressurreição e exaltação de Cristo) é chamado, nas Escrituras Neotestamentárias, de pregação, evangelho ou a doutrina de Cristo (2 Jo v.9).
A doutrina de Cristo, como se depreende de textos semelhantes ao de 2 João v.9, é o conjunto de todos os ensinos de Cristo, como os encontramos em o Novo Testamento. Não se limita apenas às palavras ensinadas por Jesus, mas estende-se também ao mistério da encarnação do Verbo, ministério terreno, paixão, morte, ressurreição e exaltação de Cristo. Jesus confiou aos seus apóstolos a transmissão de seus ensinos”.


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