Discipulado,
a missão educadora da Igreja
Mateus 16.24-26; 28.19,20; 2 Timóteo 2.1-3.
Mateus 16
24 - Então disse Jesus aos seus
discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre
si a sua cruz, e siga-me;
25 - Porque aquele que quiser
salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim,
achá-la-á.
26 - Pois que aproveita ao homem
ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? ou que dará o homem em recompensa
da sua alma?
Mateus 28
19 - Portanto, ide, ensinai todas
as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
20 - Ensinando-as a guardar todas
as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que estou convosco todos os dias, até
à consumação dos séculos. Amém.
2 Timóteo 2
1 - Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça
que há em Cristo Jesus.
2 - E o que de mim, entre muitas testemunhas,
ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os
outros.
3 - Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom
soldado de Jesus Cristo.
O pastor Oséas Macedo, na obra Manual
de Missões (CPAD, 1997:13), afirma que a tarefa de salvar o mundo não pode ser
desassociada do enviar crentes para alcançá-lo. O processo de salvar o mundo
começa com enviar. Enviar pessoas capacitadas por Deus para pregar, a fim de
que todos possam ouvir, crer e invocar o nome de Jesus para serem salvos. No
entanto, a tarefa da igreja não estará completa enquanto o novo crente não for
integrado à vida da igreja e tornar-se capaz de ganhar outros para Cristo.
Reproduza e apresente graficamente as etapas acima descritas como segue abaixo.
introdução
Palavra Chave
Discípulo: O discípulo não é mero
aprendiz, mas alguém que segue as pisadas de seu Mestre e possui íntimo
relacionamento com Ele.
A existência da igreja local decorre,
essencialmente, de duas atividades conjuntas: da evangelização e do
discipulado. Não há como trabalhar com o discipulado sem a evangelização, pois
o primeiro complementa a segunda. Essas duas tarefas indissociáveis estão
relacionadas à suprema missão da igreja: Pregar o evangelho a toda criatura e
ensinar a todas as nações (Mt 18.19,20). Nas palavras de Jesus em Mateus
28.19,20, temos o modelo e o método do discipulado cristão. Porquanto, “pregar
o evangelho” implica proclamar as boas-novas de salvação aos pecadores, a fim
de convertê-los a Cristo e torná-los discípulos idôneos, fiéis a Jesus e capazes
de gerarem outros seguidores (2 Tm 2.2). Devemos ressaltar que a conversão é
uma obra espiritual que somente o Espírito Santo pode realizar. Só Ele pode
“fazer convertidos”, mas “fazer discípulos” é um ofício que compete a cada
crente em Cristo.
I. A TAREFA DA IGREJA NO DISCIPULADO
1.
A visão da igreja quanto ao discipulado. Três
importantes elementos relacionados aos cristãos locais devem estar vinculados
ao propósito de uma igreja que deseja crescer em quantidade e qualidade:
conservação, desenvolvimento e multiplicação. O trabalho da semeadura da
Palavra possui métodos específicos, assim como o da regadura e da ceifa. A
evangelização (o ato de semear o evangelho) e o discipulado (integração do novo
crente) requerem tempo, pelo fato de que ambas as atividades envolvem um
processo contínuo e, não apenas, um ato isolado. Além disso, demandam muita
oração, esforço, paciência, fé e perseverança para alcançar os resultados
desejados. A maturidade espiritual do cristão não ocorre de modo rápido e
instantâneo, mas progressivamente em Cristo (Cl 1.28,29). Para que conservemos
em nossas igrejas os novos convertidos em Cristo, precisamos trabalhar com
amor, dedicação e objetividade. Muito da imaturidade espiritual dos membros da
igreja local é resultado da ignorância destes em relação às doutrinas básicas
da Bíblia (Hb 5.12-14).
2.
O quadriforme método de Jesus. O
texto de Mateus 28.19,20 apresenta o método quadriforme, ordenado por Jesus:
indo, fazendo discípulo, batizando e ensinando. Como se vê, a ordem de Jesus a
seus discípulos requer uma ação de natureza crescente e dinâmica. Jesus, ao
ordenar “Ide”, estava mobilizando o discipulador a irá pessoa que se quer
discipular. No segundo ato da ordem, “fazer discípulos”, a tarefa exige que o
discipulador acompanhe e conviva com o aprendiz. O terceiro passo do mandado
inclui o ato do batismo, como uma confissão pública, resoluta e definitiva do
novo seguidor de Cristo. E, por último, a ordem do Mestre à igreja demanda que
o neoconverso seja ensinado na doutrina do Senhor e conduzido à maturidade
espiritual, para que possa discipular outros para Jesus.
II. DISCIPULADO E DISCÍPULO
1.
Que é discipulado? É o trabalho cristão efetuado pelos membros da
igreja, a fim de fazer dos novos crentes - crianças, jovens e adultos -,
autênticos cristãos, cujas vidas se assemelham em palavras e obras do ideal
apresentado pelo Senhor Jesus Cristo, conforme lemos em Mateus 28.18-20;
Colossenses 1.28,29; Efésios 4.13-16. A igreja precisa, no discipulado cristão,
de uma visão celestial multiplicadora, selecionando e treinando homens e
mulheres para que, por suas vidas santas e ungidas e, pelo ensino das verdades
cristãs, possam educar os novos discípulos e torná-los aptos para fazer outros.
2.
Que significa ser discípulo? A
palavra discípulo no Novo Testamento quer dizer um “aprendiz” e “seguidor do
seu mestre”. Na Leitura Bíblica em Classe (v.24), Jesus chama seus discípulos
para seguirem seus passos como Mestre, Salvador, Guia e Senhor. Jesus, em certa
ocasião, ensinou sobre a relação entre o mestre e o discípulo, dizendo: “Não é
o discípulo mais do que o mestre, nem o servo mais do que o seu senhor. Basta
ao discípulo ser como seu mestre, e ao servo como seu senhor” (Mt 10.24,25). Em
Lucas, o Senhor Jesus reitera o princípio anterior e reforça-o afirmando: “O
discípulo não é superior a seu mestre, mas todo o que for perfeito será como o
seu mestre” (Lc 6.40).
III. A IGREJA REALIZANDO O DISCIPULADO
1.
A Igreja deve selecionar pessoas para o discipulado. Os
primeiros crentes que Jesus escolheu para trabalhar foram: João e André (Jo
1.35-40); este último trouxe seu irmão Pedro (Jo 1.41,42); Filipe e Natanael
(Jo 1.43-46); Mateus (Mt 9.9) e outros mais. Na força do Senhor, a igreja
precisa investir o máximo na preparação de discipuladores, a fim de fazer mais
discípulos.
2.
A igreja deve concentrar sua atenção sobre os discipuladores. O
pastor da igreja é o ponto de partida para a dinâmica do ministério do
discipulado. Nesse sentido, o progresso do trabalho do discipulador depende
muito da visão do pastor da igreja. Jesus devotou grande parte do seu
ministério terreno aos seus discípulos, para que eles pudessem “fazer
discípulos” posteriormente. Dentre a massa de seus seguidores, Jesus escolheu
12 homens, sobre os quais concentrou toda a sua atenção na preparação dos
mesmos para cuidarem da sua Igreja, que surgiria depois da sua morte no
Calvário.
3.
A igreja deve treiná-los para a tarefa do discipulado. Foi
num grupo pequeno, distinto, mas coeso, que Jesus investiu a maior parte do
tempo do seu ministério. Temos a tendência de acreditar que a maior parte do
tempo da igreja deve ser dedicado à multidão. Entretanto, os Evangelhos mostram
que o treinamento individual de homens e mulheres para o serviço do Mestre
surte maior efeito. A igreja que deseja conservar os frutos da evangelização
precisa priorizar o trabalho do discipulado.
DO TÓPICO (III)
CONCLUSÃO
“O
que é ser discípulo
A palavra grega mathēthēs, traduzida para o português, significa discípulo.
O dicionário grego de Taylor a define como se referindo aos que aderiam a
Jesus. Portanto, ser discípulo de Jesus é aderir a Ele e a seus ensinos. Aderir
no sentido de viver com Ele e para Ele. É estar a seus pés e dEle retirar
ensinos e exemplos a serem seguidos. Este é o sentido de discípulo no Novo
Testamento.
Há uma coisa importante que precisa
ser dita sobre o que significa ser discípulo de Jesus. Nenhum ser humano que já
viveu sobre a face da Terra conseguiu ser discípulo de Cristo, sem antes passar
por uma experiência de conversão com esse próprio Cristo. Do Senhor é que
obtemos forças e condições para a eficácia do discipulado. Aliás, o padrão de
vida que o Senhor estipulou para o discípulo é tão elevado que ninguém pode
alcançá-lo baseado em sua condição natural, humana. Precisamos de uma
capacitação espiritual, moral e ética que só pode ser obtida pela própria
presença de Jesus Cristo. Ele vivendo em nós e através de nós. O apóstolo Paulo
chega a dizer que o verdadeiro discípulo tem a ‘mente de Cristo’ (1 Co 2.16). O
discípulo, portanto, deve agir e reagir como se fora o Senhor mesmo”.
(CIDACO, J. A. Um grito pela vida da igreja. RJ: CPAD, 1996, p.104-5.)
Centenas
de pecadores convertem-se anualmente, experimentam o novo nascimento, mas não
chegam à maturidade espiritual, pois lhes faltam pais espirituais. Muitos
daqueles que permanecem se desenvolvem com anomalias e atrofias éticas e
doutrinárias. Onde estão os discipuladores? Você está disposto a “fazer
discípulos”? Assim como o recém-nascido necessita de cuidados para
desenvolver-se de modo saudável, o novo convertido precisa de cuidados
espirituais para chegar à maturidade na fé. Isso só é possível se cada crente
assumir o inalienável compromisso de ser um discipulador cristão. Alguém em
certo lugar afirmou que a igreja é um hospital. Mas perguntamos: “Será que e
uma geriatria?” — uma vez que não há renovação de seus membros. “Será que é uma
ortopedia?” — uma vez que o corpo está atrofiado. “Será que é uma pediatria?” —
pois todos os que nascem recebem os cuidados espirituais necessários. Façamos
de nossas igrejas um hospital geral, que trate do ser humano em todas as suas
necessidades espirituais.
S
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