Vencendo as tentações
Tiago 1.12-18.
12 - Bem-aventurado o varão que sofre a
tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor
tem prometido aos que o amam.
13 - Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou
tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta.
14 - Mas cada um é tentado, quando atraído e
engodado pela sua própria concupiscência.
15 - Depois, havendo a concupiscência
concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.
16 - Não erreis, meus amados irmãos.
17 - Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do
alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de
variação.
18 - Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela
palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas.".
Palavra Chave
Tentação: É o estímulo ou indução, externa ou interna,
que impulsiona o ser humano à prática do pecado.
O
teólogo inglês, Matthew Henry, mostra quão perigosa é a tentação na vida de um
servo de Deus: "O melhor dos santos pode ser tentado pelo pior dos
pecados". Como não reconhecer essa realidade?
Às
vezes somos de tal forma tentados, que almejamos venha o Senhor, e leve-nos de
imediato para os céus. Se Ele, porém, o fizer, como haverá de contar com as
vozes santas e redimidas que protestem contra a iniqüidade do presente século?
Portanto,
lembre-se: vencer a tentação faz parte das disciplinas da vida cristã.
I. O QUE É A TENTAÇÃO
Mas,
afinal, que praga é esta? Que doença vem a ser a tentação que, desde os nossos
primeiros genitores, vem comprometendo até mesmo os gigantes na piedade?
1. Definição. Oriunda
do vocábulo latino tentatione, a palavra "tentação" significa:
indução, seja externa, seja interna, que impulsiona o ser humano à prática de
coisas condenáveis.
2. Definição teológica. Estímulo
que leva à prática do pecado. Embora a tentação, em si, não constitua pecado, o
atender às suas reivindicações caracteriza a transgressão das leis divinas. Eis
porque, na Oração Dominical, ensina-nos o Senhor a clamar ao Pai: "E não
nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal; porque teu é o Reino, e o poder,
e a glória, para sempre. Amém!" (Mt 6.13). (Dicionário Teológico)
II. O AGENTE DA TENTAÇÃO
Sentindo-se
premido pelas dificuldades espirituais que, constantemente, entristecem os
seguidores do Nazareno, Thomas De Witt Talmage endereça-lhe esta oração:
"Ó Senhor, ajuda-nos a ouvir o guizo da serpente antes de sentir suas
presas". Que Satanás é o agente da tentação, não há o que se discutir; a
própria Bíblia assim no-lo aponta: "Quem comete o pecado é do diabo,
porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou:
para desfazer as obras do diabo" (1 Jo 3.8).
1. O tentador. Nas
Sagradas Escrituras, Satanás é o tentador por natureza (Mt 4.3; 1 Ts 3.5). É o
grande opositor de Deus e o arquiinimigo do ser humano.
2. Os nomes do tentador. Além
de tentador, recebe o agente da tentação as seguintes alcunhas nas Sagradas
Escrituras: Satanás que, em hebraico, significa adversário (1 Cr 21. 1; 2 Co
2.10,11); Diabo que, em grego, quer dizer: caluniador (Mt 4.1; At 13.10);
Homicida e pai da mentira (Jo 8.44); Acusador (Ap 12.10). Ele é conhecido
também como o dragão e a antiga serpente (Ap 12.9).
3. O principal trabalho do tentador. O
trabalho que mais agrada ao maligno é desviar-nos da disciplina da vida cristã.
Ele sabe que temos "uma carreira para correr"; por isto, busca, de
todas as formas, colocar obstáculos em nosso caminho (Gl 5.7). Não foi o que
ocorreu com os irmãos da Galácia? Embora progredissem eles na carreira cristã,
caíram no fascínio do adversário e, neste fascínio, acabaram por cair da graça
(Gl 3.1; 5.4).
III. POR QUE O SER HUMANO É TENTADO
Em
nossa jornada espiritual, vemo-nos constrangidos a inquirir de nós mesmos:
"Se eu aceitei a Cristo, como o meu Salvador, por que sou, ainda,
tentado?" Martinho Lutero parece ter encontrado a resposta: "Minhas
tentações têm sido minhas mestras de teologia". Não vêm elas, porém,
atrapalhar-me nas disciplinas espirituais? Sem as tentações, convenhamos, não
existiriam as disciplinas. Por isso, esforça-se o adversário, a fim de nos
desviar delas; somente assim, haverá de seduzir-nos com as suas tentações.
1. O ser humano é tentado por causa
da transgressão de nossos primeiros pais. Se
você ler reflexivamente o capítulo três de Gênesis, entenderá a teologia do
pecado original. À semelhança de Adão, todos pecamos (Sl 51.5); veio,
entretanto, o Senhor Jesus, como o segundo Adão, redimir-nos da morte
espiritual, proporcionando-nos um novo nascimento (Jo 3.8). Estando nós, agora,
em Cristo, tudo se nos fez novo (2 Co 5.17). Apesar das tentações, o Espírito
fortalece-nos para que sigamos, rigorosamente, as disciplinas de uma autêntica
vida cristã.
2. O ser humano é tentado por suas
próprias concupiscências. Leia Tiago 1.14. Eis porque devemos vencer cada uma
de nossas concupiscências; estas não provém do Pai; do mundo procedem e para o
mundo convergem, causando a destruição dos filhos de Deus (1 Jo 2.16). O
consolo é que podemos vencer cada uma de nossas concupiscências (Gl 5.16).
3. Positivamente considerada, a
tentação pode (e deve) impulsionar o santo a ser ainda mais santo. Afirmou
mui oportunamente Frederick P. Wood: 'Tentação não é pecado; é o chamado para a
batalha". O Senhor Jesus, embora Deus, foi tentado, como homem, dando-nos
um exemplo de que é possível vencer a tentação (Mt 4.1; Hb 2.18). Por
conseguinte, não deve a tentação ser considerada pelo crente, como se fora uma
oportunidade para pecar; é uma oportunidade para que nos tornemos ainda mais
santos (Ap 22.11).
IV. COMO VENCER A TENTAÇÃO
Ponderou
alguém, certa feita: "São necessárias duas pessoas para fazer da tentação
um sucesso; você é uma delas". A outra, como todos o sabemos, é o
adversário de nossas almas. De nada adianta, porém, pôr-lhe a culpa por nossas
transgressões; por estas, apenas nós seremos responsabilizados (2 Co 5.10).
Todavia, é possível vencer as tentações; os exemplos bíblicos não são poucos.
1. Orando e vigiando. A
advertência é do próprio Cristo: "Vigiai e orai, para que não entreis em
tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca" (Mt
26.41). O piedoso F. B. Meyer é enfático: "Cristo não irá guardar-nos se
nos colocarmos descuidada e temerariamente no caminho da tentação". Tem
você vigiado? Tem orado constantemente? Lembre-se: Não se pode brincar com o
pecado; ele não é um brinquedo: é uma serpente prestes a dar o bote contra os incautos
(Gn 4.1).
2. Não dando lugar ao Diabo. Em
sua epístola aos efésios, admoesta o apóstolo: "Não deis lugar ao
diabo" (Ef 4.27). O que vem a significar esta admoestação? Willard Taylor,
do Comentário Bíblico Beacon, é conclusivo: dar lugar ao Diabo é permitir que
ele tenha liberdade para "semear atitudes erradas em nosso espírito".
3. Andando em Espírito e não
cumprindo as concupiscências da carne. Aos
irmãos da Galácia, escreveu Paulo: "Digo, porém: Andai em Espírito e não
cumprireis a concupiscência da carne" (Gl 5.16). Quem anda no Espírito
Santo, não cumpre as concupiscências da carne; e não as cumprindo, como haverá
de ceder às tentações?
4. Guardando a Palavra de Deus no
coração. O salmista, demonstrando quão temente era ao
Senhor, confessou-lho: "Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar
contra ti" (Sl 119.11 - ARA). Em seu comentário do saltério hebraico,
Charles Spurgeon assim interpreta este versículo: "A Palavra de Deus deve
ser compreendida e retida no coração; ela tem de ocupar nossas afeições e
entendimento. Nossa mente demanda ser impregnada pela Palavra de Deus. Somente
assim não haveremos de pecar contra Ele".
CONCLUSÃO
Se
as tentações são fortes, temos abundantes promessas divinas que nos asseguram:
podemos resisti-las com a Palavra de Deus.
Veja
quão consoladoras são as palavras do autor da Epístola aos hebreus:
"Porque, naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos
que são tentados" (Hb 2.18). E estas de Pedro: “Assim, sabe o Senhor
livrar da tentação os piedosos” (2 Pe 2.9).
Por
conseguinte, mantenhamos sempre a disciplina da vida cristã, evitando o pecado
que tão de perto nos rodeia.
"Motivos para manter-se livre e
puro
Deus
pode livrar-nos dos vícios e tentações de toda espécie. Ele é nosso aliado
quando lutamos por nossa pureza pessoal e liberdade.
Motivo 1: Somos unidos a Cristo. 'Não
sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo?' (1 Co 6.15). Esse fato
nos dá o direito de cortar todas as nossas obrigações com os vícios e
tentações. Nossa ligação com Cristo é mais forte do que a nossa ligação com o
comportamento destrutivo [...]
Motivo 2: Somos a habitação do
Espírito Santo. 'Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do
Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós
mesmos?' (1 Co 6.19). Em termos práticos, isso significa que o Santo dos Santos
foi transferido para nossos corpos humanos. Deus habita em nós. Assim, aquele
'buraco na alma' que alimenta a tentação pode ser preenchido com plenitude.
Solidão, culpa, concupiscência e vergonha podem ser substituídas por aquilo que
o Espírito Santo se dedica a trazer à nossa vida, ou seja, a força emocional e
espiritual para resistirmos os vícios e tentações [...]
A
vitória sobre o poder da tentação não é fácil, especialmente se o problema vem
de longa data. Aliás, a propensão de ceder a tentação sempre estará presente.
Mesmo quando somos sinceros em nosso compromisso com Cristo, o poder da carne,
reforçado por Satanás, batalha dentro de nós".
(LUTZER, E. W. Deixando seu passado para
trás. RJ: CPAD, 2005, pp.70-2.)
Há algo importante que seus alunos
precisam saber a respeito da tentação: Deus está sempre à disposição quando
somos tentados. Ele não olha passivamente, mas intervém ativamente. O
Todo-Poderoso não somente limita a força da tentação como também mostra o
caminho do escape. O Pai celestial não deseja que pequemos, por isso, Ele
próprio faz tudo o que for necessário, em qualquer tentação, para nos dar um
meio de saída: "Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é
Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis; antes, com a tentação
dará também o escape, para que a possais suportar" (1 Co 10.13).
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