Dízimos
e ofertas
"Trazei
todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e
depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as
janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a
maior abastança" (Ml
3.10).
Lv 27.30-32 - Os dízimos pertencem ao Senhor. O povo deveria
dar os dízimos de todos os produtos da terra e dos rebanhos.
Nm 18.21-32 - Um dos propósitos do dízimo era o sustento dos
levitas em troca dos serviços prestados na tenda da congregação; por sua vez,
os levitas davam os dízimos dos dízimos ao sacerdote.
Dt 14.28,29 - Outro propósito era auxiliar aos necessitados.
Dt 26.12-19; Ml 3.8,10 - Assim como Deus dera bênçãos a seu
povo, os que as receberam deviam reparti-las com os menos favorecidos. Dar o
dízimo, portanto, traria bênçãos divinas, retê-lo traria a maldição. De início,
escreva no quadro de giz apenas as referências. Seus alunos deverão lê-las e
interpretar o texto. É natural que tenham dificuldades. Porém, ajude-os com um
breve comentário sobre cada texto.
Contribuição: Em Romanos 12.8 é o ato pelo
qual o crente compassivo contribui generosamente com sua renda, a fim de
sustentar a igreja em suas necessidades materiais.
Ao descrever as bênçãos decorrentes do dízimo, afirmou J.
Blanchard: "O dízimo não deve ser um teto em que paramos de contribuir,
mas um piso a partir do qual começamos". Não há como discordar do irmão
Blanchard. Infelizmente, muitos são os que, menosprezando esta tão rica disciplina
espiritual, longe estão de experimentar a bênção da mordomia cristã.
Afinal, por que devo eu contribuir, financeiramente, com a Obra de
Deus? Que benefícios espirituais obterei com os meus dízimos e ofertas? Em
primeiro lugar, conscientize-se: as ofertas e os dízimos não lhe pertencem; a
Deus pertencem. Não é Ele o dono da prata e do ouro? Então, dai a Deus o que é
de Deus.
I. O QUE SÃO OS DÍZIMOS E OFERTAS
1. Definição. Os dízimos e ofertas,
entregues a Deus com ações de graças, são um dos maiores atos da devoção
cristã: testemunham de que lhe reconhecemos o senhorio supremo e inquestionável
sobre todas as coisas; e evidenciam que lhe aceitamos o império de sua vontade
sobre todas as coisas que possuímos (1 Co 10.16).
Em nosso Dicionário Teológico, definimos assim o dízimo:
"Oferta entregue voluntariamente à Obra de Deus, constituindo-se da décima
parte da renda do adorador (Ml 3.10). O dízimo não tem valor mercantilista, nem
pode ser visto como um investimento. É um ato de amor e de adoração que
devotamos àquele que tudo nos concede. É uma aliança prática entre Deus e o
homem. O que é fiel no dízimo, haverá de usufruir de todas as bênçãos que o
Senhor reservou-nos em sua suficiência".
2. Mordomia cristã. A entrega amorosa e
voluntária do que possuímos a Deus é conhecida, também, como mordomia cristã.
Ou seja: como seus mordomos, cabe-nos administrar, devocional e amorosamente, o
que nos entregou Ele, visando o serviço de adoração, a expansão de seu Reino e
o sustento dos mais necessitados.
A mordomia cristã, por conseguinte, é a administração de quanto
recebemos do Senhor. Por isso requer-se de cada mordomo, ou despenseiro, que se
mantenha fiel ao que Deus lhe confiou (1 Co 4.2).
Os dízimos e as ofertas integram a mordomia cristã e são meios
materiais pelos quais reconhecemos a soberania do Senhor sobre nossas finanças.
II. ADORANDO A DEUS COM NOSSOS HAVERES
Vejamos por que os dízimos e ofertas são importantes.
1. Através das contribuições financeiras, honramos a Deus. "Honra
ao Senhor com a tua fazenda e com as primícias de toda a tua renda; e se
encherão os teus celeiros abundantemente, e trasbordarão de mosto os teus
lagares" (Pv 3.9,10).
2. Por meio das ofertas e dízimos, mostramos a Deus nossa alegria."Cada
um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por
necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria" (2 Co 9.7).
3. Por intermédio do dar, expomos a Deus um coração voluntário:"Então,
falou o Senhor a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel que me tragam uma
oferta alçada; de todo homem cujo coração se mover voluntariamente, dele
tomareis a minha oferta alçada" (Êx 25.1,2).
4. Através do ofertar, revelamos o nosso desprendimento. "Porém
o rei disse a Araúna: Não, porém por certo preço to comprarei, porque não
oferecerei ao Senhor, meu Deus, holocaustos que me não custem nada. Assim, Davi
comprou a eira e os bois por cinqüenta sidos de prata" (2 Sm
24.24).Agradar a Deus, sustentar a obra do Senhor e auxiliar os necessitados da
igreja local são alguns dos motivos pelos quais é necessário o exercício da
contribuição voluntária na obra do Senhor.
III. A CONTRIBUIÇÃO NA BÍBLIA
A mordomia cristã, como devoção e adoração a Deus, não surgiu com o
Cristianismo; é um ato que nasceu com o homem, e vem perpetuando-se ao longo da
História Sagrada. Quer no Antigo quer no Testamento Novo, deparamo-nos com
homens e mulheres que, afetuosamente, tudo entregavam ao Senhor, pois do Senhor
tudo haviam recebido.
1. Antigo Testamento. Embora a Bíblia não o
registre, certamente ofereceu Adão ao Senhor não poucos sacrifícios, pois os
seus descendentes imediatos o fizeram, certamente, imitando-lhe o gesto:
a) Abel. Um dos mais perfeitos tipos de Nosso Senhor Jesus Cristo,
ofereceu Abel um sacrifício a Deus: "E Abel também trouxe dos primogênitos
das suas ovelhas e da sua gordura; e atentou o Senhor para Abel e para a sua
oferta" (Gn 4.4).
b) Abraão. Abraão foi o primeiro herói da fé,
segundo o registro bíblico, a trazer os dízimos ao Senhor que, naquela
oportunidade, era representado por Melquisedeque que lhe "trouxe pão e
vinho; era sacerdote do Deus Altíssimo; abençoou ele a Abrão e disse: Bendito
seja Abrão pelo Deus Altíssimo, que possui os céus e a terra; e bendito seja o
Deus Altíssimo, que entregou os teus adversários nas tuas mãos. E de tudo lhe
deu Abrão o dízimo" (Gn 14.18-20 - ARA).
c) Israel. Os filhos de Israel tinham por obrigação
trazer os dízimos aos levitas, a fim de manter em perfeito funcionamento o
serviço do santuário: "Aos filhos de Levi dei todos os dízimos em Israel
por herança, pelo serviço que prestam, serviço da tenda da congregação"
(Nm 18.21 - ARA).
2. Novo Testamento. Ao contrário do que supõem
muitos crentes, os dízimos não foram instituídos pela Lei de Moisés. Pois
Abraão já o honrava com os seus dízimos. Vejamos, pois, como a Igreja de Cristo
comportava-se diante da mordomia que nos entregou o Senhor.
a) Jesus não foi contra os dízimos, mas contra a hipocrisia dos que
os traziam: "Mas ai de vós, fariseus, que dizimais a hortelã, e a
arruda, e toda hortaliça e desprezais o Juízo e o amor de Deus! Importava fazer
essas coisas e não deixar as outras" (Lc 11.42).
b) Tipologicamente, Abraão entregou os dízimos a Cristo, já que
Melquisedeque era da mesma ordem sacerdotal que o Nazareno:
"Porque este Melquisedeque, rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, que
saiu ao encontro de Abraão, quando voltava da matança dos reis, e o abençoou,
para o qual também Abraão separou o dízimo de tudo" (Hb 7.1,2 - ARA).
c) A Igreja Primitiva contribuía regularmente no primeiro dia da
semana: "No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte,
em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam
coletas quando eu for" (1 Co 16.2 - ARA).
d) Na Igreja Primitiva o dízimo era o referencial mínimo. Eis
o exemplo de Barnabé: "José, a quem os apóstolos deram o sobrenome de
Barnabé, que quer dizer filho de exortação, levita, natural de Chipre, como
tivesse um campo, vendendo-o, trouxe o preço e o depositou aos pés dos
apóstolos" (At 4.36,37 - ARA). O ensino a respeito da contribuição
financeira para sustento da Ceara do Mestre e minorar as necessidades dos
crentes é confirmado no Antigo e Novo Testamento e pela prática da igreja
cristã primitiva.
Os dízimos e as ofertas, por conseguinte, devem ser trazidos a Deus
não como uma penosa obrigação; devem ser entregues como um ato de ações de
graças. Não agiam assim os santos do Antigo e do Novo Testamento? Mostremos,
pois, ao Pai toda a nossa gratidão; ofertemos não para sermos abençoados, mas
porque já fomos abençoados. O ofertar faz parte tanto do nosso culto público
como individual.
A verdadeira oferta no espírito da liberdade
'Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e
transbordando vos darão' (Lc 6.38a). Nessas palavras, Jesus - o Mestre -
deu-nos um resumo do plano total de libertação de Deus. Ele transcende às
questões de dinheiro, embora as inclua; entendê-lo é apropriar-se da Chave do
Mestre. Significa aprender a ofertar no espírito divino. A compreensão genuína
faz a diferença. Se você crescer no conhecimento do coração de Deus, irá
cultivar a verdadeira oferta no espírito da liberdade. Isto o levará além dos
programas de formulação humana, regulamentos, etc. É algo que conta com pleno
respaldo bíblico. A oferta feita com alegria e louvor (nascida da oração e do
Espírito ao invés de promoções e sistemas) dá lugar à verdadeira generosidade,
e possibilita a libertação completa do espírito de mesquinhez. Crescer,
conhecer, ver e ofertar, tudo deve estar em compasso com o coração de Jesus.
Tais coisas afastar-nos-ão da tradição morta, de um lado; e de outro, do
'evangelismo-saúde-riqueza'. Por quê? Porque o contribuir torna-se arraigado no
espírito das palavras de Jesus. Examine melhor o texto que lemos, e meditemos
juntos em cada frase".(HAYFORD, J. A chave de tudo. RJ: CPAD, 1994,
pp.63-4.)
A promessa dada por Deus através de Malaquias impõe uma condição:
primeiro trazer os dízimos, depois fazer prova do Senhor, que garante derramar
bênção tal, trazendo maior abastança. Porém, é preciso que fique claro: isto
não anula as aflições da vida, onde podem aparecer os momentos de sequidão.
Agora, com certeza garante vitória aos que, com fidelidade em tudo, atravessam
estas horas mais difíceis, pois a Palavra de Deus jamais cai por terra. Fazer
prova não é chantagear o Senhor, mas saber que Ele é recíproco para conosco, se
cumprirmos a nossa parte. "Se vós estiverdes em mim", disse Ele,
"e as minhas palavras estiverem em vós".
O louvor que chega ao Trono da Graça
Música: Arte e ciência de combinar
os sons de modo agradável.
Entoar louvores a Deus também faz parte das disciplinas da vida
cristã. Aliás, o maior livro das Sagradas Escrituras é o de Salmos. No Saltério
Hebreu, Davi, Asafe, Salomão, Moisés, os filhos de Jedutum e os de Corá,
enaltecem sublime e altissonantemente o Deus de Israel. Quer lhe cantando os
atributos, quer lhe cantando as obras, deixam mui claro que não há Deus como o
de Israel.
I. O QUE É O CÂNTICO CONGREGACIONAL
Neste tópico, entraremos a ver duas coisas: a música sacra e o
cântico congregacional.
1. A música sacra. É a arte que, dispondo das
ciências musicais e acústicas, das cordas vocais e de instrumentos músicos, tem
por objetivo primacial enaltecer a Deus como o Criador e Mantenedor de todas as
coisas através da harmonia, melodia e ritmo (1 Cr 16.23; Sl 96.1). Jubal foi o
primeiro ser humano a interessar-se pela arte musical (Gn 4.21).
2. O cântico congregacional. É a participação de
toda a congregação dos fiéis nos hinos em louvor ao Todo-Poderoso. O cântico
congregacional teve início com o rei Davi, segundo podemos depreender, da
história do Filho de Jessé; atinge, porém, o auge no reinado de Salomão. O
primeiro organizou os músicos e cantores em turnos e corais (1 Cr 23.1-26.32);
o segundo sustentou-os, a fim de que o culto a Jeová fosse coroado de glória e
divino resplendor (2 Cr 5.12-14).A música sacra e o cântico congregacional são
dois elementos indispensáveis na liturgia do culto cristão.
II. OS FUNDAMENTOS DA MÚSICA SACRA
1. O preparo teológico dos músicos e compositores bíblicos. Os
compositores bíblicos foram notáveis teólogos. Autor do Salmo 90, foi Moisés o
legislador dos hebreus e o maior profeta do Antigo Testamento (Dt 34.10). Quanto
a Davi, considerado profeta do Senhor, compôs a maioria dos salmos (At
2.29,30). Já Salomão, seu filho, celebrado pelo mesmo Deus como o mais sábio
dos homens, além de compor os cantares, os provérbios e o Eclesiastes,
deixou-nos um belíssimo salmo (Sl 127; Pv 1.1).
No Salmo 73, Asafe louva ao Senhor tratando de um dificílimo
problema existencial: "Por que sofrem os justos". Jeremias, por seu
turno, inspirado pelo Espírito Santo, cantou as tristezas e desditas da Cidade
Santa. E os poemas de Isaías e de Habacuque? O primeiro cantou os sofrimentos
do Messias, retratando-lhe o ministério com vivas cores. Como não chorar ante o
capítulo 53 de seu livro? Já o segundo mostra a alegria que deve acompanhar o
servo de Deus nas adversidades e tribulações.
2. Qualificações de um músico verdadeiramente cristão. De
um músico sacro exige-se não somente a arte, mas principalmente a correção
doutrinária; ele é o teólogo que verseja o conhecimento bíblico. Com singular
habilidade, harmoniza e ritma a verdadeira teologia. Aliás, parte da hinódia
cristã foi composta por doutores nas Escrituras como Ambrósio, Martinho Lutero
e Charles Wesley.Infelizmente, com o esfriamento do amor à Palavra de Deus, a
música sacra é logo substituída por arremedos melódicos e heréticos.
Aos músicos e compositores bíblicos exige-se não somente a arte,
mas principalmente correção doutrinária, pois eles, à semelhança de Davi, são
também teólogos.
III. A MÚSICA NO CRISTIANISMO PRIMITIVO
A Igreja de Cristo, desde o seu nascedouro, compreendeu
perfeitamente a função da música em sua liturgia.
1. O exemplo do próprio Cristo (Mt 26.30). Na
noite de sua paixão, o Senhor Jesus cantou um hino, mostrando que, mesmo nos
momentos mais difíceis e lutuosos é possível entoar louvores ao Pai Celeste.
Que hino era aquele? Provavelmente um dos salmos messiânicos de Davi. O Salmo
22? Um dos hinos pascais? Embora não o saibamos, de uma coisa temos absoluta
certeza. Jesus ensina-nos que a música, autenticamente sacra, faz parte de
nossas disciplinas espirituais; por intermédio destas, edificamos o nosso
caráter e fortalecemos a nossa fé.
2. A doutrina litúrgica de Paulo. Algumas
vezes, confundimos liturgia com formalismo. Entre ambos, contudo, há abismais
diferenças. Liturgia é o culto público que prestamos a Deus; formalismo, o
culto que, embora belo, é destituído de seu real valor. Voltemos ao Novo
Testamento. Sua liturgia era mui singela; entretanto, carregada de
significados.
Quando nos reunimos, um tem salmo, outro apresenta cânticos
espirituais e ainda outro, a doutrina cristã. E os dons espirituais? Este
manifesta-se em línguas estranhas; aquele as interpreta. Este traz a revelação;
aquele a palavra da ciência. Este a cura divina; aquele as maravilhas. Eis uma
reunião verdadeiramente pentecostal.
Aliás, o apóstolo Paulo, à semelhança do Senhor Jesus, utilizava-se
também, em suas devoções, a música sacra. Quando encarcerado em Filipos, de tal
forma cantou juntamente com Silas, que o seu louvor a Deus veio a abalar os
alicerces da prisão (At 16.25-31).
Tem você cantado ao Senhor?Liturgia é o culto público que prestamos
a Deus, enquanto o formalismo é o culto que, embora belo, é destituído de seu
real valor.É urgente voltarmos à música sacra. Deus merece (e reivindica) uma
música de excelência.
Adoração diária a sós
A adoração como um estilo de vida diário começa na mais simples e
mais óbvia das condições. É algo que cada um de nós pode fazer, porém algo que
muitos negligenciam. Se você quiser viver toda a sua vida na maravilha da
adoração, deve começar com seu tempo pessoal com Deus.
Talvez você esteja desapontado com o fato de ter sido lembrado de
algo tão simples. Talvez você já tenha um tempo regular e compromissado para a
adoração. Mas acredito que é impossível ser tudo o que Deus pretende para nós,
se não estivermos dispostos a passar algum tempo para chegar a conhecê-Lo
pessoalmente.
Também creio que o melhor momento para a maioria das pessoas é
conseguir ficar a sós com Deus é de manhã - este período pode determinar como
será o restante do seu dia. Deus deseja que você seja um servo melhor e mais
efetivo possível. Então Ele mostrará e lhe dirá coisas que farão a diferença em
momentos de crise durante as próximas doze horas, mais ou menos. Depois de você
conversar com o Senhor e caminhar com Ele durante as suas tarefas do dia, Ele o
fortalecerá e o encorajará a fazer de cada momento do seu dia um ato de
adoração".(JEREMIAH, D. O
desejo do meu coração. RJ: CPAD, 2006, p.56.)
"Perto da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a
Deus, e os outros presos escutavam" (At 16.25). O silêncio noturno foi
cortado pelo suave cicio da oração. Os únicos instrumentos que acompanhavam o
louvor dos acorrentados eram os grilhões soturnos. Na tormenta, Paulo e Silas
adoravam! Na angústia, suplicavam! A dor foi vencida pela oração. A tristeza
renegada pelo louvor a Deus. Somente os que descobriram o poder da oração e do
louvor são capazes de adorar no centro do furacão. O turbilhão era apenas mais
um ritmo para compor os mais melodiosos versos ao glorioso Senhor: "Andando
eu no meio da angústia", dizia o salmista, "tu me revivificarás"
(Sl 138.7). E assim ocorreu com os denodados missionários. O Deus que ouviu os
apóstolos na prisão é o mesmo que atende as nossas orações e louvores hoje.
Adoremos ao Senhor "na beleza da santidade". Se tremermos diante
dEle, o cárcere estremecerá diante de sua majestosa presença (Sl 96.9).
Vencendo
as tentações: Agradando a Deus
a) A concupiscência da carne: "Se tu és o
Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães".
b) Soberba da vida: "Se tu és o Filho de
Deus lança-te daqui abaixo".
c) Concupiscência dos olhos: "Mostrou-lhe
todos os reinos do mundo".
Cristo respondeu sempre usando a Palavra de Deus: "está
escrito". O contra ataque ao inimigo ocorre de imediato. "Mas Jesus
lhe respondeu... (Lc 4.8). Jesus, o Filho de Deus... Não ignorou os ardis de
Satanás. Não discutiu teologia com o inimigo. Não negociou com o príncipe deste
mundo.
"Resisti ao
Diabo, e ele fugirá de vós" (Tg 4.7).
Tentação: É o estímulo ou indução,
externa ou interna, que impulsiona o ser humano à prática do pecado.
O teólogo inglês, Matthew Henry, mostra quão perigosa é a tentação
na vida de um servo de Deus: "O melhor dos santos pode ser tentado pelo
pior dos pecados". Como não reconhecer essa realidade?
Às vezes somos de tal forma tentados, que almejamos venha o Senhor,
e leve-nos de imediato para os céus. Se Ele, porém, o fizer, como haverá de
contar com as vozes santas e redimidas que protestem contra a iniqüidade do
presente século?Portanto, lembre-se: vencer a tentação faz parte das
disciplinas da vida cristã.
I. O QUE É A TENTAÇÃO
Mas, afinal, que praga é esta? Que doença vem a ser a tentação que,
desde os nossos primeiros genitores, vem comprometendo até mesmo os gigantes na
piedade?
1. Definição. Oriunda do vocábulo
latino tentatione,
a palavra "tentação" significa: indução, seja externa, seja interna,
que impulsiona o ser humano à prática de coisas condenáveis.
2. Definição teológica. Estímulo que leva à prática
do pecado. Embora a tentação, em si, não constitua pecado, o atender às suas
reivindicações caracteriza a transgressão das leis divinas. Eis porque, na
Oração Dominical, ensina-nos o Senhor a clamar ao Pai: "E não nos induzas
à tentação, mas livra-nos do mal; porque teu é o Reino, e o poder, e a glória,
para sempre. Amém!" (Mt 6.13). (Dicionário
Teológico);Tentação é o estímulo externo ou interno, que impulsiona
o ser humano à prática do pecado.
II. O AGENTE DA TENTAÇÃO
Sentindo-se premido pelas dificuldades espirituais que,
constantemente, entristecem os seguidores do Nazareno, Thomas De Witt Talmage
endereça-lhe esta oração: "Ó Senhor, ajuda-nos a ouvir o guizo da serpente
antes de sentir suas presas". Que Satanás é o agente da tentação, não há o
que se discutir; a própria Bíblia assim no-lo aponta: "Quem comete o
pecado é do diabo, porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de
Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo" (1 Jo 3.8).
1. O tentador. Nas Sagradas Escrituras,
Satanás é o tentador por natureza (Mt 4.3; 1 Ts 3.5). É o grande opositor de
Deus e o arquiinimigo do ser humano.
2. Os nomes do tentador. Além de tentador,
recebe o agente da tentação as seguintes alcunhas nas Sagradas Escrituras:
Satanás que, em hebraico, significa adversário (1 Cr 21. 1; 2 Co 2.10,11);
Diabo que, em grego, quer dizer: caluniador (Mt 4.1; At 13.10); Homicida e pai
da mentira (Jo 8.44); Acusador (Ap 12.10). Ele é conhecido também como o dragão
e a antiga serpente (Ap 12.9).
3. O principal trabalho do tentador. O
trabalho que mais agrada ao maligno é desviar-nos da disciplina da vida cristã.
Ele sabe que temos "uma carreira para correr"; por isto, busca, de
todas as formas, colocar obstáculos em nosso caminho (Gl 5.7). Não foi o que
ocorreu com os irmãos da Galácia? Embora progredissem eles na carreira cristã,
caíram no fascínio do adversário e, neste fascínio, acabaram por cair da graça
(Gl 3.1; 5.4).Satanás é o agente da tentação. O trabalho que mais o agrada é
desviar o crente das disciplinas da vida cristã.
III. POR QUE O SER HUMANO É TENTADO
Em nossa jornada espiritual, vemo-nos constrangidos a inquirir de
nós mesmos: "Se eu aceitei a Cristo, como o meu Salvador, por que sou,
ainda, tentado?" Martinho Lutero parece ter encontrado a resposta:
"Minhas tentações têm sido minhas mestras de teologia". Não vêm elas,
porém, atrapalhar-me nas disciplinas espirituais? Sem as tentações,
convenhamos, não existiriam as disciplinas. Por isso, esforça-se o adversário,
a fim de nos desviar delas; somente assim, haverá de seduzir-nos com as suas
tentações.
1. O ser humano é tentado por causa da transgressão de nossos
primeiros pais. Se você ler reflexivamente o capítulo três de Gênesis,
entenderá a teologia do pecado original. À semelhança de Adão, todos pecamos
(Sl 51.5); veio, entretanto, o Senhor Jesus, como o segundo Adão, redimir-nos
da morte espiritual, proporcionando-nos um novo nascimento (Jo 3.8). Estando
nós, agora, em Cristo, tudo se nos fez novo (2 Co 5.17). Apesar das tentações,
o Espírito fortalece-nos para que sigamos, rigorosamente, as disciplinas de uma
autêntica vida cristã.
2. O ser humano é tentado por suas próprias concupiscências. Leia
Tiago 1.14. Eis porque devemos vencer cada uma de nossas concupiscências; estas
não provém do Pai; do mundo procedem e para o mundo convergem, causando a
destruição dos filhos de Deus (1 Jo 2.16). O consolo é que podemos vencer cada
uma de nossas concupiscências (Gl 5.16).
3. Positivamente considerada, a tentação pode (e deve) impulsionar
o santo a ser ainda mais santo. Afirmou mui oportunamente
Frederick P. Wood: 'Tentação não é pecado; é o chamado para a batalha". O
Senhor Jesus, embora Deus, foi tentado, como homem, dando-nos um exemplo de que
é possível vencer a tentação (Mt 4.1; Hb 2.18). Por conseguinte, não deve a
tentação ser considerada pelo crente, como se fora uma oportunidade para pecar;
é uma oportunidade para que nos tornemos ainda mais santos (Ap 22.11).As razões
pelas quais o cristão é tentado são: transgressão de Adão, concupiscências
pessoais, e impulsionar o crente a ser mais santo.
IV. COMO VENCER A TENTAÇÃO
Ponderou alguém, certa feita: "São necessárias duas pessoas
para fazer da tentação um sucesso; você é uma delas". A outra, como todos
o sabemos, é o adversário de nossas almas. De nada adianta, porém, pôr-lhe a
culpa por nossas transgressões; por estas, apenas nós seremos responsabilizados
(2 Co 5.10). Todavia, é possível vencer as tentações; os exemplos bíblicos não
são poucos.
1. Orando e vigiando. A advertência é do próprio
Cristo: "Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o
espírito está pronto, mas a carne é fraca" (Mt 26.41). O piedoso F. B.
Meyer é enfático: "Cristo não irá guardar-nos se nos colocarmos descuidada
e temerariamente no caminho da tentação". Tem você vigiado? Tem orado
constantemente? Lembre-se: Não se pode brincar com o pecado; ele não é um
brinquedo: é uma serpente prestes a dar o bote contra os incautos (Gn 4.1).
2. Não dando lugar ao Diabo. Em sua epístola aos
efésios, admoesta o apóstolo: "Não deis lugar ao diabo" (Ef 4.27). O
que vem a significar esta admoestação? Willard Taylor, do Comentário Bíblico
Beacon, é conclusivo: dar lugar ao Diabo é permitir que ele tenha liberdade
para "semear atitudes erradas em nosso espírito".
3. Andando em Espírito e não cumprindo as concupiscências da carne. Aos
irmãos da Galácia, escreveu Paulo: "Digo, porém: Andai em Espírito e não
cumprireis a concupiscência da carne" (Gl 5.16). Quem anda no Espírito
Santo, não cumpre as concupiscências da carne; e não as cumprindo, como haverá
de ceder às tentações?
4. Guardando a Palavra de Deus no coração. O
salmista, demonstrando quão temente era ao Senhor, confessou-lho: "Guardo
no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti" (Sl 119.11 - ARA).
Em seu comentário do saltério hebraico, Charles Spurgeon assim interpreta este
versículo: "A Palavra de Deus deve ser compreendida e retida no coração;
ela tem de ocupar nossas afeições e entendimento. Nossa mente demanda ser
impregnada pela Palavra de Deus. Somente assim não haveremos de pecar contra
Ele".O crente pode vencer a tentação se: orar e vigiar, não dar lugar ao
Diabo, andar em Espírito e guardar a Palavra de Deus no coração.
Se as tentações são fortes, temos abundantes promessas divinas que
nos asseguram: podemos resisti-las com a Palavra de Deus.Veja quão consoladoras
são as palavras do autor da Epístola aos hebreus: "Porque, naquilo que ele
mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados" (Hb
2.18). E estas de Pedro: “Assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos”
(2 Pe 2.9).Por conseguinte, mantenhamos sempre a disciplina da vida cristã,
evitando o pecado que tão de perto nos rodeia.
Motivos para manter-se livre e puro
Deus pode livrar-nos dos vícios e tentações de toda espécie. Ele é
nosso aliado quando lutamos por nossa pureza pessoal e liberdade.
Motivo 1: Somos unidos a Cristo. 'Não sabeis vós que
os vossos corpos são membros de Cristo?' (1 Co 6.15). Esse fato nos dá o
direito de cortar todas as nossas obrigações com os vícios e tentações. Nossa
ligação com Cristo é mais forte do que a nossa ligação com o comportamento destrutivo
.
Motivo 2: Somos a habitação do Espírito Santo. 'Ou
não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós,
proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?' (1 Co 6.19). Em termos
práticos, isso significa que o Santo dos Santos foi transferido para nossos
corpos humanos. Deus habita em nós. Assim, aquele 'buraco na alma' que alimenta
a tentação pode ser preenchido com plenitude. Solidão, culpa, concupiscência e
vergonha podem ser substituídas por aquilo que o Espírito Santo se dedica a
trazer à nossa vida, ou seja, a força emocional e espiritual para resistirmos
os vícios e tentações.A vitória sobre o poder da tentação não é fácil,
especialmente se o problema vem de longa data. Aliás, a propensão de ceder a
tentação sempre estará presente. Mesmo quando somos sinceros em nosso compromisso
com Cristo, o poder da carne, reforçado por Satanás, batalha dentro de
nós".(LUTZER, E. W. Deixando
seu passado para trás. RJ: CPAD, 2005, pp.70-2.)
Há algo importante que seus alunos precisam saber a respeito da
tentação: Deus está sempre à disposição quando somos tentados. Ele não olha
passivamente, mas intervém ativamente. O Todo-Poderoso não somente limita a
força da tentação como também mostra o caminho do escape. O Pai celestial não
deseja que pequemos, por isso, Ele próprio faz tudo o que for necessário, em
qualquer tentação, para nos dar um meio de saída: "Não veio sobre vós
tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do
que podeis; antes, com a tentação dará também o escape, para que a possais
suportar" (1 Co 10.13).
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