O TESTEMUNHO
CRISTÃO
8 - E, finalmente, sede todos de um mesmo
sentimento, compassivos, amando os irmãos, entranhavelmente misericordiosos e
afáveis,
9 - não tornando mal por mal ou injúria por
injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, sabendo que para isto fostes
chamados, para que, por herança, alcanceis a bênção.
10 - Porque quem quer amar a vida e ver os dias
bons, refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem engano;
11 - aparte-se do mal e faça o bem; busque a
paz e siga-a.
12 - Porque os olhos do Senhor estão sobre os
justos, e os seus ouvidos, atentos às suas orações; mas o rosto do Senhor é
contra os que fazem males.
13 - E qual é aquele que vos fará mal, se
fordes zelosos do bem?
14 - Mas também, se padecerdes por amor da justiça,
sois bem-aventurados. E não temais com medo deles, nem vos turbeis;
15 - antes, santificai a Cristo, como Senhor,
em vosso coração; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor
a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós,
16 - tendo uma boa consciência, para que,
naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que
blasfemam do vosso bom procedimento em Cristo.
introdução
Palavra Chave
Testemunho: Testemunho cristão é a costura
ética e bíblica que o crente exerce na sociedade em que vive.
“A
vida do cristão deve ser uma representação visível de Cristo”. A afirmação é de
um dos mais lúcidos teólogos evangélicos ingleses do século XVII. Foi tão feliz
o irmão Thomas Brooks ao definir o testemunho do salvo neste mundo, que somos
todos obrigados a concordar com ele.
Neste
domingo, estudaremos as implicações do testemunho cristão no viver diário de
quem professa seguir o Senhor Jesus. Não estamos lidando com teorias ou
especulações; lidamos com algo prático que nos leva a proclamar o Evangelho não
com meras palavras, mas com ações efetivas.
Tem
você vivido como Cristão? Como está o seu testemunho como salvo? Pode o mundo
ver Cristo em seu dia-a-dia?
I. O QUE É O TESTEMUNHO CRISTÃO
Bruno
Skolimowsky, que muito se esforçou pela evangelização de nossa pátria, compôs
um hino que, lindamente, sintetiza o testemunho do salvo: “O povo de Deus, aqui
na terra, tem um sinal/ Povo que vive em santa guerra contra o mal”. (Harpa
Cristã, 455) Que sinal é este?
1. Definição. Testemunho
cristão é a postura bíblica e verdadeiramente ética que exercemos no cotidiano,
numa demonstração clara e inequívoca de que, realmente, somos discípulos de
Cristo (Mt 5.20).
2. O testemunho cristão na Bíblia. Diversas
designações recebe o testemunho cristão: luz resplandecente (Mt 5.16);
santidade em toda a maneira de viver (1 Pe 1.15); zelo pelo bem (1 Pe 3.13);
maneira de viver (Hb 13.7); exemplo de boas obras (1 Ts 1.7). Há, ainda, outros
nomes pelos quais o testemunho cristão é destacado no Novo Testamento. A Bíblia de Estudo de
Aplicação Pessoal é um grande
estímulo para as disciplinas da vida cristã.
II. OBJETIVOS DO TESTEMUNHO CRISTÃO
Ao
discorrer sobre o testemunho cristão, asseverou o teólogo Agostinho: “Aquilo
porque vivo, comunico”. O que estamos comunicando com a nossa vida? Pode o
mundo ver Cristo em nós? Vejamos, pois, quais os objetivos do testemunho
cristão:
1. Glorificar o nome de Deus. No
Sermão da Montanha, exorta-nos o Senhor Jesus a glorificar a Deus através de
nosso testemunho: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que
vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus” (Mt
5.16).
Lemos
no Comentário
Bíblico Beacon: “A luz dos discípulos deveria ser
as suas boas obras. Se eles brilhassem de forma coerente com aquilo que
professavam, ela iria glorificar a Deus. Louvar ao Senhor com a nossa vida é
mais importante do que louvá-lo com os nossos lábios”.
2. Protestar contra as más obras. A
vida dos discípulos do Nazareno deve ser mais eloqüente do que suas palavras.
Haja vista os derradeiros momentos de Estevão (At 7.55-60). Em seu livro Verdade Absoluta, Nancy Pearcey reafirma que o nosso cristianismo
não pode circunscrever-se aos cultos públicos; tem de ser irradiado no
cotidiano de cada crente.
3. Agir como luz do mundo e sal da
terra. Como luz do mundo e sal da terra é a nossa
obrigação impedir a degenerescência irremediável da sociedade. Leia os
capítulos cinco, seis e sete de Mateus. Se o mundo se corrompe, a Igreja se
renova no poder do Espírito Santo.
4. Ajudar na propagação do Evangelho. Certa
vez, um missionário reuniu os seus discípulos, e ordenou-lhes: “Ide e pregai o
Evangelho. Se for preciso, usai as palavras”. Isto porque, prega-se a mensagem
do Cristo não somente com palavras, mas principalmente com as ações. É o que
Pedro recomenda-nos em sua epístola (1 Pe 3.16).
III. EM QUE CONSISTE O TESTEMUNHO
CRISTÃO
Mais
uma vez citamos Agostinho, um dos maiores teólogos da Igreja Cristã: “Aquilo
por que vivo, comunico”. Isto significa que as palavras somente têm real
eficácia se estiverem acompanhadas de obras. Já imaginou um testemunho sem
ação? Noutras palavras, o nosso testemunho cristão, como servos de Deus,
consiste:
1. No bom procedimento no lar. A
fim de fortalecer o testemunho cristão no lar evangélico, faz-nos o apóstolo
Paulo diversas admoestações. Em primeiro lugar, que o esposo ame, terna e
meigamente, a esposa. E que os pais não induzam seus filhos à ira, sendo-Ihes
injustos e arbitrários. Quanto aos filhos, que honrem aos seus pais, sendo-lhes
obedientes em tudo, porque isso é grato ao Senhor. Leia Efésios 5. E veja se
você tem falhado nalguns desses itens.
2. No bom procedimento na sociedade. Leia
novamente o texto bíblico desta lição, e veja como o crente deve proceder em
sociedade. No livro E
agora, como viveremos? o
pensador norte-americano, Charles Colson, exorta aos cristãos que primem por um
testemunho realmente eficaz; um testemunho que leve os incrédulos a enaltecer o
nome de Cristo. Pode a sociedade perceber que você é, de fato, discípulo do
Nazareno?
Não
há como dissociar a vida espiritual da social; o que somos na Igreja tem de
refletir-se fora dela. De forma reflexiva, leia o capítulo 13 da Epístola de
Paulo aos Romanos. As reivindicações apresentadas pelo apóstolo são atendidas
em seu dia-a-dia?
3. No bom procedimento no Estado. Como
deve ser o nosso procedimento diante das autoridades constituídas? Exorta-nos
Pedro a que honremos o Rei e a que respeitemos as autoridades (1 Pe 2.17).
Afinal, não somos apenas cidadãos da pátria celeste; também o somos da
terrenal. Como tais, temos direitos e deveres a serem cumpridos. Eis porque não
devemos levantar-nos contra as autoridades constituídas, mas por estas
interceder, a fim de que tenhamos uma vida tranqüila e sossegada (1 Tm 2.2).
Como
vai o seu testemunho? É realmente cristão? Ou não passa de meros discursos e
palavras soltas? Horace Busnell é categórico: “A Bíblia chama de luz a vida do
homem bom; faz parte da natureza da luz fluir espontaneamente em todas as
direções e encher o mundo com seus raios”.
Por
que, então, viver em trevas e permitir que o sal que em nós há torne-se
insípido e venha a ser pisado pelos homens? Como luz do mundo e sal da terra,
haveremos de impedir a degenerescência social enquanto aqui vivermos. Como é
triste uma igreja sem testemunho! Os cristãos primitivos só conseguiram chegar
aos confins da terra, porque o seu testemunho precedia-os de cidade em cidade.
“A
integridade e a comunidade evangélica
Charles
Colson tem razão quando nos lembra que muitas pessoas tomam uma resolução
acerca do evangelho baseado em nosso estilo de vida. Todos conhecemos pessoas
que nos dizem que foram ‘desligadas’ pela igreja, em virtude de falta de
integridade ou por farisaísmo hipócrita. Não precisamos rememorar os escândalos
envolvidos com pessoas ocorridos nos anos oitenta para testemunhar a perda de
integridade dentro da igreja cristã [...] Se for verdade que Deus honra a integridade,
devemos nos esforçar em favor desta virtude mesmo a grande custo pessoal. Se os
cristãos não forem conhecidos pela integridade através de seu testemunho
cristão, é duvidoso que sejamos conhecidos por outra coisa. A integridade está
no centro de famílias fortes; é o fundamento de ministérios eficazes e de nosso
testemunho no mundo”.(LUTZER, E. W. Quem é você para julgar? RJ: CPAD, 2005, pp.237-39.)
“Se é ensinar”, diz as Escrituras, “haja
dedicação ao ensino” (Rm 12.7). O dom de ensino implica na participação,
dedicação e capacitação do professor. O Espírito dá o dom, mas o professor é
responsável pelo aperfeiçoamento e desenvolvimento desse ministério. O profeta
profetiza segundo o Espírito, sem preparo e premeditação, mas o mestre ensina
como fruto de sua disciplina no estudo, a fim de apresentar sistematicamente as
grandes verdades e doutrinas bíblicas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário