sábado, 17 de janeiro de 2015

DISCIPULADO O TESTEMUNHO CRISTÃO

                    
                     O TESTEMUNHO CRISTÃO

8 - E, finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, amando os irmãos, entranhavelmente misericordiosos e afáveis,
9 - não tornando mal por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, sabendo que para isto fostes chamados, para que, por herança, alcanceis a bênção.
10 - Porque quem quer amar a vida e ver os dias bons, refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem engano;
11 - aparte-se do mal e faça o bem; busque a paz e siga-a.
12 - Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos, atentos às suas orações; mas o rosto do Senhor é contra os que fazem males.
13 - E qual é aquele que vos fará mal, se fordes zelosos do bem?
14 - Mas também, se padecerdes por amor da justiça, sois bem-aventurados. E não temais com medo deles, nem vos turbeis;
15 - antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós,
16 - tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom procedimento em Cristo.


introdução

Palavra Chave
Testemunho: Testemunho cristão é a costura ética e bíblica que o crente exerce na sociedade em que vive.

“A vida do cristão deve ser uma representação visível de Cristo”. A afirmação é de um dos mais lúcidos teólogos evangélicos ingleses do século XVII. Foi tão feliz o irmão Thomas Brooks ao definir o testemunho do salvo neste mundo, que somos todos obrigados a concordar com ele.
Neste domingo, estudaremos as implicações do testemunho cristão no viver diário de quem professa seguir o Senhor Jesus. Não estamos lidando com teorias ou especulações; lidamos com algo prático que nos leva a proclamar o Evangelho não com meras palavras, mas com ações efetivas.
Tem você vivido como Cristão? Como está o seu testemunho como salvo? Pode o mundo ver Cristo em seu dia-a-dia?

I. O QUE É O TESTEMUNHO CRISTÃO

Bruno Skolimowsky, que muito se esforçou pela evangelização de nossa pátria, compôs um hino que, lindamente, sintetiza o testemunho do salvo: “O povo de Deus, aqui na terra, tem um sinal/ Povo que vive em santa guerra contra o mal”. (Harpa Cristã, 455) Que sinal é este?
1. Definição. Testemunho cristão é a postura bíblica e verdadeiramente ética que exercemos no cotidiano, numa demonstração clara e inequívoca de que, realmente, somos discípulos de Cristo (Mt 5.20).
2. O testemunho cristão na Bíblia. Diversas designações recebe o testemunho cristão: luz resplandecente (Mt 5.16); santidade em toda a maneira de viver (1 Pe 1.15); zelo pelo bem (1 Pe 3.13); maneira de viver (Hb 13.7); exemplo de boas obras (1 Ts 1.7). Há, ainda, outros nomes pelos quais o testemunho cristão é destacado no Novo Testamento. A Bíblia de Estudo de Aplicação Pessoal é um grande estímulo para as disciplinas da vida cristã.

II. OBJETIVOS DO TESTEMUNHO CRISTÃO

Ao discorrer sobre o testemunho cristão, asseverou o teólogo Agostinho: “Aquilo porque vivo, comunico”. O que estamos comunicando com a nossa vida? Pode o mundo ver Cristo em nós? Vejamos, pois, quais os objetivos do testemunho cristão:
1. Glorificar o nome de Deus. No Sermão da Montanha, exorta-nos o Senhor Jesus a glorificar a Deus através de nosso testemunho: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.16).
Lemos no Comentário Bíblico Beacon: “A luz dos discípulos deveria ser as suas boas obras. Se eles brilhassem de forma coerente com aquilo que professavam, ela iria glorificar a Deus. Louvar ao Senhor com a nossa vida é mais importante do que louvá-lo com os nossos lábios”.
2. Protestar contra as más obras. A vida dos discípulos do Nazareno deve ser mais eloqüente do que suas palavras. Haja vista os derradeiros momentos de Estevão (At 7.55-60). Em seu livro Verdade Absoluta, Nancy Pearcey reafirma que o nosso cristianismo não pode circunscrever-se aos cultos públicos; tem de ser irradiado no cotidiano de cada crente.
3. Agir como luz do mundo e sal da terra. Como luz do mundo e sal da terra é a nossa obrigação impedir a degenerescência irremediável da sociedade. Leia os capítulos cinco, seis e sete de Mateus. Se o mundo se corrompe, a Igreja se renova no poder do Espírito Santo.
4. Ajudar na propagação do Evangelho. Certa vez, um missionário reuniu os seus discípulos, e ordenou-lhes: “Ide e pregai o Evangelho. Se for preciso, usai as palavras”. Isto porque, prega-se a mensagem do Cristo não somente com palavras, mas principalmente com as ações. É o que Pedro recomenda-nos em sua epístola (1 Pe 3.16).


III. EM QUE CONSISTE O TESTEMUNHO CRISTÃO

Mais uma vez citamos Agostinho, um dos maiores teólogos da Igreja Cristã: “Aquilo por que vivo, comunico”. Isto significa que as palavras somente têm real eficácia se estiverem acompanhadas de obras. Já imaginou um testemunho sem ação? Noutras palavras, o nosso testemunho cristão, como servos de Deus, consiste:
1. No bom procedimento no lar. A fim de fortalecer o testemunho cristão no lar evangélico, faz-nos o apóstolo Paulo diversas admoestações. Em primeiro lugar, que o esposo ame, terna e meigamente, a esposa. E que os pais não induzam seus filhos à ira, sendo-Ihes injustos e arbitrários. Quanto aos filhos, que honrem aos seus pais, sendo-lhes obedientes em tudo, porque isso é grato ao Senhor. Leia Efésios 5. E veja se você tem falhado nalguns desses itens.
2. No bom procedimento na sociedade. Leia novamente o texto bíblico desta lição, e veja como o crente deve proceder em sociedade. No livro E agora, como viveremos? o pensador norte-americano, Charles Colson, exorta aos cristãos que primem por um testemunho realmente eficaz; um testemunho que leve os incrédulos a enaltecer o nome de Cristo. Pode a sociedade perceber que você é, de fato, discípulo do Nazareno?
Não há como dissociar a vida espiritual da social; o que somos na Igreja tem de refletir-se fora dela. De forma reflexiva, leia o capítulo 13 da Epístola de Paulo aos Romanos. As reivindicações apresentadas pelo apóstolo são atendidas em seu dia-a-dia?
3. No bom procedimento no Estado. Como deve ser o nosso procedimento diante das autoridades constituídas? Exorta-nos Pedro a que honremos o Rei e a que respeitemos as autoridades (1 Pe 2.17). Afinal, não somos apenas cidadãos da pátria celeste; também o somos da terrenal. Como tais, temos direitos e deveres a serem cumpridos. Eis porque não devemos levantar-nos contra as autoridades constituídas, mas por estas interceder, a fim de que tenhamos uma vida tranqüila e sossegada (1 Tm 2.2).


Como vai o seu testemunho? É realmente cristão? Ou não passa de meros discursos e palavras soltas? Horace Busnell é categórico: “A Bíblia chama de luz a vida do homem bom; faz parte da natureza da luz fluir espontaneamente em todas as direções e encher o mundo com seus raios”.
Por que, então, viver em trevas e permitir que o sal que em nós há torne-se insípido e venha a ser pisado pelos homens? Como luz do mundo e sal da terra, haveremos de impedir a degenerescência social enquanto aqui vivermos. Como é triste uma igreja sem testemunho! Os cristãos primitivos só conseguiram chegar aos confins da terra, porque o seu testemunho precedia-os de cidade em cidade.


“A integridade e a comunidade evangélica
Charles Colson tem razão quando nos lembra que muitas pessoas tomam uma resolução acerca do evangelho baseado em nosso estilo de vida. Todos conhecemos pessoas que nos dizem que foram ‘desligadas’ pela igreja, em virtude de falta de integridade ou por farisaísmo hipócrita. Não precisamos rememorar os escândalos envolvidos com pessoas ocorridos nos anos oitenta para testemunhar a perda de integridade dentro da igreja cristã [...] Se for verdade que Deus honra a integridade, devemos nos esforçar em favor desta virtude mesmo a grande custo pessoal. Se os cristãos não forem conhecidos pela integridade através de seu testemunho cristão, é duvidoso que sejamos conhecidos por outra coisa. A integridade está no centro de famílias fortes; é o fundamento de ministérios eficazes e de nosso testemunho no mundo”.(LUTZER, E. W. Quem é você para julgar? RJ: CPAD, 2005, pp.237-39.)

 “Se é ensinar”, diz as Escrituras, “haja dedicação ao ensino” (Rm 12.7). O dom de ensino implica na participação, dedicação e capacitação do professor. O Espírito dá o dom, mas o professor é responsável pelo aperfeiçoamento e desenvolvimento desse ministério. O profeta profetiza segundo o Espírito, sem preparo e premeditação, mas o mestre ensina como fruto de sua disciplina no estudo, a fim de apresentar sistematicamente as grandes verdades e doutrinas bíblicas.



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