sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

DISCIPUILADO N.1CONFIANÇA,COMUNHÃO,ESPIRITO SANTO,


                               
                                  DISCIPULADO N.1
   
                                  Confiando firmemente em Deus

Confiança: Disposição espiritual pelo qual o crente entrega se, sem reservas, aos cuidados de Deus.

Confiar em Deus é viver convictos de que tudo está em suas mãos. Na Bíblia, haveremos de encontrar o necessário lenitivo para todas as nossas angústias. O que vem ser, porém, essa confiança? De que maneira podemos cultivá-la?

I. O QUE É A CONFIANÇA EM DEUS

1. Definição. A confiança em Deus é a disposição espiritual de entregar-se, sem quaisquer reservas, aos seus cuidados, sabendo que Ele tudo fará para que, em nossa vida, sua glória seja plenamente exaltada.
2. A confiança em Deus como disciplina teológica. A confiança nas providências divinas faz parte daquilo que podemos chamar de teologia espiritual ou devocional. O livro de Salmos, aliás, é ao mesmo tempo profundamente teológico e inesquecivelmente devocional. Basta ler, por exemplo, o Salmo 37 que serve de base para a leitura em classe.A confiança em Deus é a disposição espiritual pelo qual o crente entrega-se, sem reservas, aos cuidados de Deus.

II. A BASE DA CONFIANÇA EM DEUS

1. A soberania de Deus. Nada ocorre sem a expressa permissão de Deus (Dn 4.34-37). Este é o princípio da soberania divina, que pode ser assim definida: Autoridade absoluta e inquestionável que Deus exerce sobre todas as coisas criadas, quer na terra, quer nos céus, dispondo de tudo de acordo com os conselhos e desígnios. Leia o capítulo 42 do Livro de Jó.
Por conseguinte, quem descansa na soberania de Deus, não se estressa nem se desespera: sabe que todas as coisas acontecem de acordo com o divino querer (Sl 4.8).
2. A sabedoria de Deus. A sabedoria de Deus, pois, é o atributo por intermédio do qual o Ser Supremo sustenta todas as coisas, fazendo com que tudo contribua para a consecução de seus planos, decretos e desígnios (Ef 3.10). Somente Ele é capaz de operar de tal maneira, fazendo com que tudo na vida de seus filhos contribua para a sua excelsa glória e para a nossa maior felicidade (1 Rs 3.28).
3. O poder de Deus. Confiamos em Deus porque Ele pode todas as coisas; nada lhe é impossível (Mt 19.26). Conforme a sua vontade, opera Ele em nossa vida, fazendo com que todos os seus planos se cumpram quer admitam os homens, quer tentem impedir-lhe os desígnios (Jó 42.2). Haja vista o nascimento de Cristo. O inferno todo se arvorou para que o Messias não viesse ao mundo. Todavia, o Senhor operou, desde a mais remota antiguidade, para que o seu Filho viesse ao mundo na plenitude dos tempos, a fim de executar o Plano de Salvação (Gl 4.4).
4. A provisão de Deus. Deus tudo provisiona, objetivando a execução de seus planos em nossa vida. O que diremos da história de José? O que parecia uma tragédia pessoal, transformou-se num plano de salvação nacional (Gn 45.7). Se num primeiro momento o hebreu é vendido como escravo para o Egito, no segundo, Deus o levanta como o senhor de toda aquela terra. E, assim, pôde ele sustentar os hebreus, dos quais adviria o Cristo. Da mesma forma ocorre em nossa vida, o que aparentemente parece uma tragédia, transforma-se, de acordo com o querer divino, num triunfo pessoal para maior glória do nome de Deus.
5. O amor de Deus. Todos os atos de Deus são atos do mais puro e elevado amor (Rm 5.5). Mesmo que nos sejam dolorosos no presente, trazem-nos inefáveis consolos no porvir. Confiemos, pois, em Deus até mesmo onde o consolo parece impossível. Se os homens vêem apenas lágrimas, enxergamos nós o lenitivo que emana do coração de Deus diretamente para o nosso coração (Is 49.13).As bases da confiança do crente no Senhor são: a soberania, sabedoria, poder, provisão e amor de Deus.

III. EXEMPLOS DE CONFIANÇA EM DEUS

Vejamos, os exemplos nas Sagradas Escrituras.
1. Abraão. Era o crente Abraão tão confiante no Senhor que, mesmo diante da desesperança, cultivava a esperança em Deus (Rm 4.18; Hb 11.11,12).
2. Jó. No auge de suas provações, demonstra o patriarca Jó que a sua confiança em Deus continuava inabalável (Jó 19.25).
3. Paulo. Apesar de enfrentar tantas dificuldades em seu ministério, Paulo possuía uma confiança singular naquele que tudo realiza e opera (2 Tm 1.12).Nas Escrituras encontramos diversos exemplos de confiança em Deus, entre eles podemos destacar: Abraão, Jó e Paulo.

IV. COMO EXERCER A NOSSA CONFIANÇA EM DEUS

1. Vivendo pela fé. Habacuque, num momento de aparente crise espiritual, ouviu do Senhor esta maravilhosa expressão que, séculos mais tarde, seria citada pelo apóstolo: “Mas o justo viverá pela sua fé” (Hc 2.4 - ARA). Por conseguinte, se também vivermos pela fé, jamais nos faltará a necessária confiança em Deus.
2. Vivendo sem ansiedade. A falta de confiança em Deus gera ansiedade, e a ansiedade acaba por dar à luz a depressão. Por isto, o conselho de Paulo tem de ser aplicado por aqueles que anseiam um viver tranquilo e sossegado, conscientes de que Deus está no comando de tudo (Fp 4.6).
3. Vivendo em oração. Aos irmãos de Tessalônica, recomenda Paulo: “Orai sem cessar” (1 Ts 5.17). O que isto significa? Antes de mais nada, temos de apresentar ao Senhor todas as nossas petições, na certeza de que Ele é poderoso para no-las suprir.
4. Vivendo a Bíblia Sagrada. O general Josué recebeu do Senhor esta recomendação: “Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido” (Js 1.8). Agindo assim, aprenderemos a viver de modo vitorioso; nenhum mal nos atingirá.O cristão exerce confiança em Deus quando vive pela fé, sem ansiedade, em oração e conforme a Palavra de Deus.

Confia você inteiramente em Deus? Ele se acha ao nosso redor, levando-nos a viver triunfantemente. Basta confiar em Deus e crer em suas promessas que “são mui ricas para nos valer”. É por isto que, em nossos cultos, louvamos a Deus, proclamando: “firmes nas promessas do meu Salvador”. 

1. Confiança na Palavra de Deus. A declaração de Paulo: ‘Porque sei que disto me resultará salvação’ é uma citação textual de Jó 13.16 no Antigo Testamento grego. A palavra ‘sei’ vem da palavra grega oida, que significa saber com certeza. Paulo está exprimindo uma firme confiança no que está para acontecer .
2. Confiança nas Orações dos Santos. Paulo acreditava nos eternos propósitos de Deus, estabelecidos antes mesmo da existência do tempo. Todavia, era de seu conhecimento que Deus trabalha e realiza seus propósitos em associação com as orações dos crentes.(MACARTHUR, JR. J. O poder do sofrimento. 4.ed., RJ: CPAD, 2002, pp.63-4.)O crente deve estar em constante harmonia com a vontade de Deus para a sua vida, servindo-o e ajudando outras pessoas em nome dEle. Devemos amar e submeter-nos a Deus pela fé em Cristo, se quisermos que o Senhor opere para o nosso bem em todas as coisas.Para termos sobre nós o cuidado de Deus, devemos clamar a Ele em oração e fé perseverante. Pela oração e confiança em Deus, experimentamos a paz, recebemos a força, a misericórdia, a graça e ajuda divina em tempos de necessidade.          

      



FIGURA

SIGNIFICADO

APLICAÇÃO

PRÊMIO


SOLDADO

Disciplina na aflição (1 Co 9.7a; 2 Co 10.3-5; Ef 6.10-10)

Resistência e perseverança no sofrimento

Aprovação do Comandante


ATLETA

Disciplina no cumprimento das regras (1 Co 9.24-27)

Resistência e perseverança no que é reto
Coroa da vitória


LAVRADOR

Disciplina na paciência e perseverança (1 Co 9.7b,10-12)

Resistência e perseverança para colher os frutos

Resistência e perseverança para colher os frutos do labor


Disciplina: Prática, submissão e observação a certos preceitos que regulam e orientam o viver cotidiano do indivíduo.

Infelizmente, pouca importância damos às disciplinas da vida cristã. Mostram as Escrituras, todavia, que, sem o seu exercício, jamais alcançaremos o alvo que nos traçou Deus através de Cristo: a estatura de um ser humano perfeito, como perfeito era Adão antes de haver transgredido a lei divina.Por que as disciplinas da vida cristã são tão importantes? Em que reside o seu mérito? Em sua doutrina? Ou em sua devoção? Aliás, que doutrina não é devocional e que devoção não é doutrinal? Os santos do Antigo e do Novo Testamento, em sua peregrinação rumo à Jerusalém Celeste, disciplinavam-se de tal forma que, ousada e bravamente, venceram um mundo comprometido com o maligno.Deseja você também triunfar? Não se esqueça das disciplinas espirituais. Ande como Jesus andou; torne-se parecido com o seu Senhor.


I. O QUE SÃO AS DISCIPLINAS DA VIDA CRISTÃ


John Wesley cultivava a piedade, de tal maneira, que os seus colegas, na universidade, apelidaram-no de o metodista. No orar e no estudar a Bíblia, metódico. Erguendo-se ele como um perfeito exemplo de vida cristã, não lhe foi penoso avivar a Inglaterra no século 18. Wesley sabia o quanto são importantes, para o crente, as disciplinas devocionais (Tt 1.7,8).

1. Definição. Disciplinas da vida cristã são os exercícios espirituais, prescritos na Bíblia Sagrada, cujo objetivo é proporcionar ao crente uma intimidade singular com o Pai Celeste, constrangendo os que nos cercam a glorificar-lhe o nome (Hb 12.8).

2. Elementos das disciplinas da vida cristã. De conformidade com as Sagradas Escrituras, estas são as disciplinas a que deve submeter-se o crente: adoração a Deus, leitura diária e sistemática da Bíblia, oração, serviço, mordomia do corpo e dos bens, etc. Tem você se dedicado a essas observâncias? Outros elementos, igualmente valiosos, poderiam ser aqui arrolados; estes, porém, já são mais do que suficientes, para mostrar a sublimidade de nossa carreira cristã.

Para inteirar-se melhor do assunto, recomendo a leitura do livro Disciplinas do Homem Cristão de R. Kent Hughes.As disciplinas da vida cristã são os exercícios espirituais que proporcionam ao crente uma intimidade com Deus. São elas: adoração, leitura da Bíblia, oração, entre outras.



II. SÍMBOLOS DAS DISCIPLINAS DA VIDA CRISTÃ



Há pelo menos três figuras que salientam as disciplinas da vida cristã: o soldado, o atleta e o agricultor. Sem exercício, perseverança e sacrifício pessoal, jamais seremos bem-sucedidos quer no campo de batalha, quer nas competições públicas ou no amanho da terra (Pv 23.23).

1. A disciplina do soldado. Como soldados de Cristo, ajamos de modo disciplinado e perseverante, a fim de agradar ao que nos arregimentou para a guerra: "Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo. Ninguém que milita se embaraça com negócio desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra" (2 Tm 2.3-5). Tinha o apóstolo, em mente, o antigo soldado grego que, no campo de batalha, preferia o sacrifício da própria vida a existir sem honra.

2. A disciplina do atleta. No tempo de Paulo, eram os atletas mais do que disciplinados. Na conquista de uma coroa de louro, empenhavam-se além de suas forças; perseguiam o impossível. Descreve-os o apóstolo: "E, se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente" (2 Tm 2.5).

Se naqueles estádios, punham-se os competidores a lutar por uma vitória efêmera e corruptível, nós avançamos em busca de eternos galardões. Por isto temos de, à semelhança daqueles atletas, portar-nos de maneira viril e disciplinadamente: "E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível, nós, porém, uma incorruptível" (1 Co 9.25).

3. A disciplina do agricultor. A agricultura é a mais antiga das ciências; foi o primeiro trabalho de Adão e Eva (Gn 1.26-30). O cultivo da terra, principalmente depois da queda de nossos primeiros pais, tornou-se estressante e árduo. Eis porque o agricultor tanto carece de disciplina e paciência: "O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos" (2 Tm 2.6). No cultivo do fruto do Espírito também não devemos prescindir de disciplina e paciência. Afinal, temos de melhorar a cada dia, refletindo em tudo a imagem de Nosso Senhor Jesus Cristo.Tem você agido com disciplina em seu cotidiano? Porta-se com a bravura e o desprendimento do soldado no combate às forças do mal? Abstém-se dos entretenimentos mundanos na conquista da coroa incorruptível? E o fruto do Espírito? Vem você cultivando-o pacientemente como aquele que lavra a terra?O soldado, o atleta e o agricultor são os três principais símbolos da vida cristã disciplinada. Eles exemplificam o exercício, a perseverança e o sacrifício pessoal necessários ao crescimento espiritual.



III. A EFICÁCIA DAS DISCIPLINAS DA VIDA CRISTÃ



Na História das Assembléias de Deus no Brasil, o irmão Emílio Conde narra como o Movimento Pentecostal chegou aos longes mais desconhecidos de nosso país. Diante daqueles relatos, é-nos impossível conter a pergunta: "Como Daniel Berg e Gunnar Vingren lograram tal façanha?" Disciplinados na piedade, foram capazes de suportar o insuportável e, assim, alargar as fronteiras do Reino de Deus.

1. As disciplinas da vida cristã são eficazes contra o pecado. Exilado em Babilônia, Daniel jamais deixou-se atrair por aqueles deuses belicosos e sensuais. Afinal, quando ainda adolescente, propusera no coração não se contaminar com os manjares e vinhos do rei (Dn 1.8). E, assim, pôde ele caminhar toda uma longevidade na presença de Deus. Tinha o profeta suficiente disciplina, a fim de recusar as ofertas da mais luxuriante metrópole do século VI a.C.

Você é suficiente forte para dizer não ao pecado?

2. As disciplinas da vida cristã são eficazes no serviço cristão. Foi Paulo, certamente, o mais aplicado missionário do Cristianismo. Em pouco tempo, quer acompanhado por Barnabé, quer auxiliado por Silas, logrou o apóstolo espalhar a mensagem cristã de Antioquia a Roma. Disciplinadíssimo, possuía um senso de abnegação tão grande que, mesmo às vésperas de sua execução pelas autoridades romanas, não deixou de anunciar as Boas Novas de Salvação (2 Tm 4).

Deseja você alcançar a excelência no serviço cristão? Aja como um soldado, porte-se como um atleta e cultive a perseverança do agricultor.As disciplinas da vida cristã são eficazes contra o pecado e no serviço cristão. 

Sem disciplina, não poderemos jamais agradar ao que nos arregimentou para o seu exército. Adoremos, pois, a Deus. Leiamos a Bíblia. Oremos. E exerçamos a mordomia de nossos corpos, haveres e tempo. Somente assim haveremos de exaltar a Cristo em nosso ser.Os heróis da fé “não fruíram logo os seus troféus”, conforme cantamos em nossos cultos de oração. Antes, lutaram de forma denodada e fidelíssima, até que o Senhor fosse plenamente glorificado em seus corpos. Quando lemos o capítulo 11 de Hebreus, fascinamo-nos, de imediato, por aqueles homens e mulheres que, na marcha para os céus, operaram o impossível. O segredo? A disciplina da piedade.Sejamos disciplinados em tudo; dominemo-nos em todas as coisas.



 “Paulo e a Disciplina.A declaração de Paulo a Timóteo, com relação à disciplina espiritual - ‘Exercita-te pessoalmente na piedade’ (1 Tm 4.7), envolve-se não de uma importância transcendente, mas de uma urgência pessoal. Há outras passagens que ensinam disciplina, mas este é o grande texto das Escrituras. ‘Exercita’ vem degymnos, que significa ‘despido’, termo do qual se deriva a palavra ginásio. No grego clássico, nas competições atléticas, os participantes competiam sem roupa, de modo que não fossem estorvados. Portanto, a palavra ‘exercita’ originalmente levava o significado literal de ‘exercitar-se despido’. Nos tempos do Novo Testamento, se referia a qualquer forma de exercício. Mas era uma palavra com odor de ginásio - o suor de um bom exercício. ‘Fazer ginástica (exercitar, treinar) com o propósito da religiosidade’ contém o sentimento do que Paulo está dizendo.

Suor Espiritual. Em uma outra palavra, ele está conclamando ao suor espiritual! Da mesma forma que o atleta se descartava e competia gymnos - livre de tudo que pudesse eventualmente sobrecarregá-lo - devemos livrar-nos de todo estorvo, toda associação, hábito e tendência que impeça a piedade. Se quisermos vencer, devemos despojar-nos até à nudez espiritual”.(HUGHES, R. K. Disciplinas do homem cristão. 3.ed., RJ: CPAD, 2004, p.6.)Nosso Senhor Jesus Cristo é o verdadeiro exemplo e fundamento de uma vida piedosa e disciplinada. Em tudo se mostrou devoto e cuidadoso: na tentação (Lc 4.1-13), na devoção (Lc 9.28-36), na oração (Lc 5.16; 6.12; 22.41), na comunhão com o Espírito Santo (Lc 4.1,14,18; 10.21), e no sofrimento (Lc 22.42-45).

“A piedade”, afirma a Bíblia, “para tudo é proveitosa” (1 Tm 4.8). As armaduras de Saul não couberam no jovem pastor (1 Sm 17.38,39), mas a piedade e a disciplina "para tudo lhe eram proveitosas" (1 Sm 17.45-47). Os discursos vazios dos amigos de Jó, pouco se mostraram úteis, entretanto, a devoção e a fé "em tudo lhe foram proveitosas" (Jó 19.1,2,25). O vulgar é ser indisciplinado, o raro, ser piedoso e ocupar-se com as disciplinas devocionais da vida cristã. Ora, se a piedade e a disciplina foram os trajes dos santos, com quais andrajos substituiríamos as vestes sagradas? Portanto, "exercita-te a ti mesmo em piedade" (1 Tm 4.7).


 A minha alma te ama, ó Senhor


O vocábulo comunhão, do grego koinōnia, não significa apenas "associação" ou "fraternidade", mas "relacionamento íntimo". Na Primeira Epístola de João encontramos a expressão "a nossa comunhão (koinōnia) é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo" (1.3). É preciso observar que o termo koinōnianão é usado no Evangelho de João, no entanto, o apóstolo prefere a palavra gregaginōskō, isto é, "conhecer". Porém, o sentido não se refere ao conhecimento por vias intelectuais, mas à intimidade com a coisa conhecida, refletindo o sentido dekoinōnia (Jo 15.15; 17.26). A comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo é o supremo bem que anela a alma do crente regenerado. Use o gráfico abaixo para ilustrar essa verdade.



COMUNHÃO CRISTÃ COM DEUS (1 Jo 1.3)

MEIOS DE COMUNHÃO COM A TRINDADE



Pai (1 Jo 1.6)

A Escritura (Sl 119.33-35)


Filho (1 Co 1.9)

Adoração (At 16.25,26)



Espírito Santo (2 Co 13.13; Fp 2.1)

Oração (Mt 6.9-13)



Anelo: Aspiração ardente da alma pela presença benfazeja do Senhor.Norman Snaith, comentando o Salmo 42, realça quão inefável é a comunhão que desfrutamos com o Senhor: "O homem que já experimentou a alegria da comunhão com Deus, não estará apático quanto às oportunidades de renovar, com Ele, a sua intimidade, quer em suas devoções particulares, quer nas adorações públicas. Esse homem simplesmente não consegue ficar longe de Deus. Sua alma sedenta haverá de o impelir sempre à presença do Pai Celeste".

Assim também diria William Bates, escritor puritano do século XVII. Ao discorrer sobre a intimidade entre a nossa alma e o Supremo Ser, descreve ele a alegria que lhe ia na alma: "A comunhão com Deus é o princípio do céu".



I. O QUE É A COMUNHÃO COM DEUS



Tem você sede de Deus? Anela por sua presença? Suspira por seus átrios? Anseia aprofundar com Ele a sua comunhão? Aliás, sabe você o que é, realmente, a comunhão com Deus?

1. Definição. A comunhão com Deus é a intimidade que o crente, mediante a obra redentora de Cristo e por intermédio da ação do Espírito Santo, desfruta com o Pai Celeste, e que o leva a usufruir de uma vida espiritual plena e abundante (Rm 5.1; 2 Co 13.13).

Andar com Deus é o mais perfeito sinônimo de comunhão com o Pai Celeste. Tão profunda era a comunhão de Enoque com o Senhor, que o mesmo Senhor, um dia, o tomou para si (Gn 5.24). Andar com Deus significa, ainda, ter uma vida como a de Eliseu que, por onde quer que fosse, era de imediato reconhecido como homem de Deus (2 Rs 4.9). Comunhão com Deus é ser chamado de amigo pelo próprio Deus (Is 41.8).

2. A comunhão com Deus é uma disciplina consoladora. Apesar de seus grandes e lancinantes sofrimentos, Jó sempre refugiava-se na comunhão com o seu Deus (Jó 19.25). Suas perdas eram grandes; aos olhos humanos, irreparáveis. Todavia, confiava ele nas providências de um Deus de quem era íntimo. Até parece que Willard Cantelon, autor de imortais devoções, inspirou-se na experiência de Jó, quando escreveu: "Posso suportar a perda de todas as coisas, exceto do toque de Deus na minha vida".A comunhão com Deus é a intimidade que o crente possui com o Pai, mediante a obra redentora de Cristo e da ação do Espírito Santo.



II. A ALMA HUMANA ANSEIA PELOS ÁTRIOS DE DEUS



O ser humano não é o resultado de um processo evolutivo; é a plenitude de um ato criativo de Deus (Gn 1.26). Se fomos criados por Deus, nossa alma, logicamente, aflige-se por Deus; anseia por seus átrios. E só haveremos de descansar, quando em Deus repousarmos (Sl 42.11). E se nos alongarmos do Criador? O vazio passa a ser a única realidade de nosso ser.

1. O vazio humano. Billy Graham visitava, certa vez, uma universidade norte-americana, quando perguntou ao reitor: "Qual o maior problema que o senhor enfrenta com os seus alunos". O educador respondeu-lhe: "Vazio. Há um vazio muito grande de Deus em seus corações". Como preencher este vazio?

Buscando preencher o vazio de sua alma, vagueia o homem pelo álcool, transita pelas drogas e erra pelos devaneios da carne. Depois de toda essa busca, conclui: "Não tenho neles prazer" (Ec 12.1 - ARA). Mas o que aceita a Cristo, experimenta uma vida abundante e inefável (Jo 4.14).

2. A plenitude da comunhão divina. Sabia o salmista que somente em Deus encontramos a razão de nossa existência e a satisfação plena de nossa alma. Eis por que deixa emanar de seus lábios este lamento: "Por que estás abatida, ó minha alma? E por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei. Ele é a salvação da minha face e Deus meu" (Sl 43.5).

John Bunyan, em O Peregrino, descreve a angústia da alma em sua jornada à Jerusalém Celeste. Quanto mais caminha, mais falta do Senhor vai sentindo até que, ao longe, avista a ditosa cidade, onde se encontra o amante de sua alma - Jesus Cristo.Somente a presença de Deus no coração dos homens poderá preencher o vazio da alma humana.



III. O DEUS DE NOSSA COMUNHÃO



Afinal, por qual Deus anseia a nossa alma? Pelo Deus teologicamente correto que se acomoda a todas as religiões e credos? Ou pelo Deus único e verdadeiro que se revelou a si mesmo por intermédio de nosso Senhor?

1. O Deus onipotente. O Deus pelo qual suspira a nossa alma pode todas as coisas; para Ele inexiste o impossível (Gn 1 7.1; Lc 1.37). Entretanto, há um grupo de teólogos modernos que, menosprezando as Sagradas Escrituras, ensinam: Deus na verdade é poderoso, mas não pode ser considerado Todo-Poderoso. Assim eles argumentam: "Fora Ele realmente poderoso e tudo soubesse, certamente evitaria as tragédias que tanto infelicitam a humanidade". Será que esses falsos doutores desconhecem a soberania de Deus? Se Ele permite determinados males, não nos cabe questionar-lhe as razões. De uma coisa, porém, estou certo: todos os seus atos são movidos pelo mais puro, elevado e sublime amor.

2. O Deus onisciente. O Deus, a quem tanto amamos, sabe todas as coisas; tudo lhe é patente. No Salmo 139, o salmista canta-lhe a onisciência, declarando que Ele nos conhece profundamente; esquadrinha nossos mais íntimos pensamentos, e não se surpreende com nenhuma de nossas ações.

Lecionam, porém, alguns dos sectários do Teísmo Aberto: "Deus, às vezes, é incapaz de penetrar nos recônditos de nosso livre-arbítrio, por ser-lhe este um mistério". Ora, se por um lado aceitamos o livre-arbítrio; por outro, cremos na soberania divina; esta é inquestionável. E não será nenhuma "liberdade libertária" que haverá de impedir o nosso Deus de sondar as mentes e corações (Ap 2.23).

3. O Deus de amor. Se Deus é amor, por que nos sobrevêm aflições, dores e perdas? Ainda que não tivéssemos resposta alguma a essa pergunta, de uma coisa teríamos convicção: Ele é amor; somente um Deus que é o mesmo amor, poderia enviar o seu Unigênito para redimir-nos de nossos pecados (Jo 3.16; 1 Jo 4.8). É por esse Deus que almejamos.

Quando aceitamos a Cristo, cientifica-nos Ele: a jornada ser-nos-á pontilhada de lutas e aflições, mas conosco estará até à consumação dos séculos (Jo 16.33). O Filho de Deus é bem claro quanto às aflições que nos aguardam: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me" (Lc 9.23). Se Ele nos amou com um amor eterno e sacrificial, por que deixaríamos nós de amá-lo? Oremos: "Cristo, tu sabes que, apesar de nossas imperfeições e falhas, nós te amamos". Leia o Salmo 34, e repouse em cada promessa que você encontrar.

4. O Deus soberano. No epílogo de suas provações, confessa Jó: "Bem sei eu que tudo podes, e nenhum dos teus pensamentos pode ser impedido" (Jó 42.2). Implicitamente, estava ele almejando aprofundar a sua comunhão com um Deus, cuja soberania é inquestionável. Este é o nosso Deus; por Ele nos desfalece a alma.

Por conseguinte, não podemos aceitar os falsos mestres e teólogos que, torcendo as Escrituras Sagradas, emprestam a Satanás uma soberania que pertence exclusivamente a Deus. Refiro-me àqueles que dizem, por exemplo, que, para Cristo salvar um pecador, é-lhe necessária a permissão do Diabo. Ora, Cristo jamais foi constrangido a negociar com Satanás; sua missão é clara. Veio Ele para destruir as obras do Maligno, e foi exatamente isso que fez na cruz do Calvário (1 Jo 3.8). Nada devemos ao Adversário. Adoremos, pois a Cristo. Mantenhamos com Ele a mais doce e meiga das comunhões. Por esse Deus maravilhoso, anseia a nossa alma.Cante, agora, com toda a sua alma, o hino 145 da Harpa Cristã.O único e verdadeiro Deus pelo qual o ser do crente anela é o Senhor onisciente, onipresente, de amor e soberano. 

Em suas Confissões, demonstra Agostinho um profundo e incontido anseio por Deus. Abrindo o coração, suspira: "Quem me dera descansar em ti! Quem me dera viesses ao meu coração e que o embriagasses, para que eu me esqueça de minhas maldades e me abrace contigo, meu único bem". O que evidencia esse anelo? Fomos criados por Deus, e por Deus ansiamos.

Sua alma tem sede de Deus? Se não o amarmos de todo o coração, jamais poderemos ser contados entre os seus filhos. Amar a Deus é a essência de nossa vida devocional.

"Princípios para uma espiritualidade sadia.Além da necessidade de termos uma vida de oração, estudarmos a Palavra de Deus e reservarmos todos os dias um tempo para buscar ao Senhor e adorá-lo em espírito e em verdade, acredito ser indispensável observarmos os seguintes pontos para a implementação do equilíbrio espiritual.

1) Espiritualidade sadia só é possível se somos guiados pelo Espírito Santo (Rm 8.1,14).

2) Não há espiritualidade sadia dissociada da Palavra de Deus. Ela é a nossa única regra de fé e prática. Por isso, o discurso pode arrepiar você, provocar frenesi, fazer chover, etc, mas se os princípios de vida espiritual chocam-se com a Palavra de Deus, sua espiritualidade é qualquer coisa, menos sadia (Sl 1; 119.107; Mt 7.24-27; Jo 17.17).

3) Uma espiritualidade sadia se apóia em Cristo, nosso Alvo, Autor e Consumador da nossa fé (Fp 3.12-16; Hb 12.1-3) não em ícones humanos. Grandes homens só são exemplos enquanto seguirem a Cristo (1 Co 11.1; Gl 1.8,9).

4) Espiritualidade sadia não é definida por estatísticas grandiosas. Se fosse assim, o islamismo, que cresce avassaladoramente em todo o mundo, seria padrão de espiritualidade sadia. A verdadeira espiritualidade é caracterizada pelo fruto do Espírito, obras de justiça, segundo o Evangelho de Cristo (Mt 7.21-23) [...]".

(DANIEL, S. Como vencer a frustração espiritual. RJ: CPAD, 2006, p.175.)

"A minha alma está anelante e desfalece pelos átrios do SENHOR; o meu coração e a minha carne clamam pelo Deus vivo" (Sl 84.2). O verdadeiro anelo da alma do crente regenerado é Deus! O Senhor é o supremo bem pelo qual anseia o cristão. O intelecto do cientista deseja o conhecimento (Ec 1.2,18), mas o espírito a Deus (Sl 111.10). A natureza pecaminosa do hedonista aspira o prazer (Ec 2.1), porém sua alma clama pelo Deus Vivo (Sl 84.2). A engenhosidade dos construtores almeja novas invenções (Ec 2.4), todavia, seu espírito anseia por ser coluna no templo de Deus (Ap 3.12). Enfim, não há proveito nas grandes conquistas e realizações humanas, tudo é "vaidade e aflição de espírito" (Ec 4.16). O fim último é: "Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem" (Ec 12.13). Portanto, amemos ao Senhor de todo nosso entendimento e alma

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